segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Pessoas e Gente

Há quem entre de rompante, sem pedir licença e tome tudo por seu.
Há quem atire com a porta, tropece no tapete, parta um copo ou dois, sem pedir desculpa ou sequer limpar os cacos.
Há quem chegue à propriedade dos outros, sem respeito por nada, ponha os pés em cima da mesa, não use base para copos, fume de janela fechada e ainda deixe as beatas fora do cinzeiro.

Pessoas assim deixam um rasto de destruição e parvoíce avulsa por onde quer que passem. Pessoas assim, caóticas e com a eterna mania de saberem tudo sobre qualquer coisa, mesmo que não tenha interesse nenhum, chegam e declaram seu o território alheio. Não deixam nada de bom, só estragam o que já existe. Não constróem nada, ainda se dão ao luxo de críticar o que está feito. Acham-se o máximo de tudo,mas são podres, no fundo. Nem são pessoas de todo, são restos, estilhaços, destroços, não são nada que procuram coisa nenhuma.
Não é o caso.

Há pessoas que entram de mansinho, calmamente, sem barulho, sem perturbação. Que não invadem espaço de ninguém, que respeitam o que está presente, que não atiram com portas nem deixam a roupa espalhada pelo chão do quarto.
Há pessoas capazes de modificar tudo sem desarrumarem nada, nem partirem coisa nenhuma. Que chegam sem fazer barulho, que conquistam sem ser pela forca, que fazem seu tudo sem precisar de esbulhar ninguém. Chegam e instalam-se, mesmo sem aviso, mas nunca parecem rudes nem despropositadas. Ficam, e é bom tê-las por perto. Porque, se for preciso, ainda apanham os cacos do chão, limpam os cinzeiros, abrem as janelas. Sem pedir nada em troca, sem reclamar, sem dizer uma palavra. Simplesmente fazem-no.
E ainda constróem alguma coisa com os restos, não de vidros partidos, mas do que ficou dos outros. Pedaço por pedaço.
Há pessoas assim.
Só conheço uma. Já voltou.
AS

2 comentários:

Anónimo disse...

Enventualmente toda a gente acaba por fazer de anfitriã(o) a tão distinto(a) visitante, no entanto nem toda a gente dá conta e uns descobrem demasiado tarde e outros não lhe atribuem o devido valor. Mas nem sempre há dolo, por vezes apenas mera culpa, outras é extremamente dificil distinguir um caso do outro... Encontrar, reconhecer, valorizar e lutar por manter é raro, é nobre e é o que de mais precioso existe. Tens sorte.
Espero que não te incomodes pelos meus dois tostões num post pessoal...

Diligentia disse...

encontrei, reconheco, valorizo, luto sempre. agr existe.
nao m importo nada, se nao nao aprovava o comentario. é pa isso q serve a censura
AS