domingo, 31 de outubro de 2010

Ídolos

Pronto, é desta que nunca mais vejo aquele programa ranhoso.
Então, vão-me passar aquele Neemias?? Ele não canta puto, só faz é chorar e fazer-se de vítima e ainda se põem a dar-lhe oportunidades que ele não merece?
Por amor da santa!
É no que dá vir para as revistas de cabeleireiro dar entrevistas e dizer que se é pobrezinho.
Aposto que se disser que tem pêlos encravados na virilha ainda chega a vencedor...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Merde Pour Ça!

Odeio receber à sexta-feira.
Porque o dinheiro só está disponível na segunda.
Este mês, nem à segunda, há feriado.

Moral da história: vê lá se abres uma conta no mesmo banco da entidade patronal.

Quel Clêpes?


Em tempos idos, ir à loja do chinês era sempre uma viagem em terras das pechinchas. Tudo o que lá havia podia não durar muito ou ter qualidade duvidosa, ter mesmo um ar de objecto barato e ranhoso, tantas vezes, as três coisas ao mesmo tempo, mas havia sempre a garantia de preço baixo.

Tanto assim era que estas lojas, devido à procura, proliferaram como cogumelos, havendo uma em cada esquina, já se sabe como são os chineses, não há, manda-se vir mais; com as lojas passou-se a mesma coisa.

Porém, os chineses, estando em Portugal há tempo considerável, vão copiando as manias dos que cá moram.

O que antes era uma maneira de angariar clientela, abrindo uma lojinha em casa esquina, agora é, qual portugalidade enraizada neles, um aumentar de preços como nunca se viu. Mesmo à português, pois. Ai gostas do produto, tem muita procura? Vai-se já rentabilizar a coisa, aumenta-se já o preço, passo a ganhar muito mais; se há procura, as pessoas pagam o que se pedir pela coisa. E depois, claro, qual é o fundamento disto? A crise, pois, que está mau, ninguém compra, somos uns desgraçados, a culpa é do governo, não consigo subsistir, as pessoas também não têm dinheiro, logo, não compram. E por isso é que aumentam os preços das coisas mais procuradas. Lógico.

E assim se entra numa loja do chinês, onde antes era impossível sair sem uma pechincha ou outra porque o preço era, de facto, irresistível, e, agora, se sai de mãos a abanar e ainda com a incredulidade estampada no rosto, onde é que isto já se viu, estão loucos, estes gajos!

Qual sangue tuga que lhes corre nas veias, passam a ter artigos a preço de loja de centro comercial.

Desde quando é que as lojas chinesas têm camisolas a 23€? Desde quando é que pedem 45€ por uns sapatos? Desde quando é que vendem bijuteria a mais de €10?

Quando uma pessoa vai a uma loja chinesa, vai à procura de coisas baratas, mesmo de qualidade esquisita; se lá vai, contenta-se, o que interessa é o preço. Para ter preços iguais aos das lojas de 'marca' (marca Zara, marca Seaside, marca Parfois, esses pilares da haute couture), mais vale não ir lá. Ou ir e praguejar, também resulta.

Palavras Esquisitas Altamente Apreciadas # 2

Encómio

Leituras X


Se no livro I, os dois inimigos mortais nunca se olharam no rosto, no livro II, não só finalmente se encontram como colaboram, no fim, para o objectivo final.

Um poderia ser o outro.

Os dois são duas faces da mesma moeda.

Luther Blissett soube não perder a qualidade da sua escrita, continuando com a mesma capacidade descritiva fenomenal e personagens tão bens construidas que poderiam ser reais.

Dos melhores romances históricos alguma vez lidos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sem Censura

Os homens são os piores animais que foram postos neste mundo.
E não, desta vez não sairá daqui mais uma ode infinita sobre a podridão da espécie humana. Só sobre a estupidez do género masculino da espécie humana.
Parvinhos como o deus que os fez, andam por aí a amargurar a vida das fêmeas, coitadinhas, que estavam tão sossegadas sem ninguém a melgar, e dos outros, coitados também, que têm de levar com eles, se bem que destes não se tem tanta pena, serão homens também, à partida, serão semelhantes, pronto, agora já me podem bater e achincalhar porque disse, ou dei a entender, que os homens são todos iguais.
Complicam, fazem presunções, complicam, tiram conclusões estapafúrdias, complicam, dizem asneiras umas atrás das outras, complicam mais uma bocadinho, disparam em todas as direcções, complicam tudo.
Enfim, sempre assim foram, sempre assim hão-de ser. Contra isto, batatas.
Das mulheres, suas manias e defeitos, esses poços de pacífica controvérsia, agora não interessa para o caso; para uma próxima oportunidade, então.

Coma Antes Uma Peça de Fruta

Ui, que ele hoje não está pelos ajustes. Consegue-se cheirar a tensão à volta do homem. Se calhar, dormiu mal, teve pesadelos, insónias, dores em qualquer parte do corpo.
Ou então, é falta de sexo que, esse sim, é o grande problema da maior parte das pessoas, se em vez de andarem a chatear meio mundo, fosse antes dar uma queca ou dedicar-se a actividades de auto-satisfação, que nem sempre pode haver coisas de maior qualidade, mas enfim, é o que há e é melhor que nada, andava tudo muito mais satisfeito e de bem com a vida; deve ser esse o problema dele.
Aquele olhar de ódio, aquela expressão de insatisfação, as palavras cuspidas como se o interlocutor tivesse culpa do mal estar do mal disposto. Hoje não é, definitivamente, um bom dia.
Dias maus, todos têm; há que ser compreensivo, todos passam pelo mesmo.
Porém, não sei que me dá, sobre todas as pessoas, devia ser aquela que melhor compreende ataques de mau feitio, porque os tenho 37 vezes por dia, mas a verdade é que desce sobre mim uma vontade de ripostar com o mal diposto, de responder à letra, de picar, de gozar com a sua pobre cara, de mandar vir só porque sim. Não há como resistir, há que enfiar logo a colherada da estupidez para fazer o cabrãozinho mal disposto ainda pior. Sou pior que as crianças, estes acessos de estupidez e maldade baixam em mim como um espírito baixa num pai de santo e nada mais há a fazer.
Só tenho pena de, derivado da posição que os mal dispostos ocupam na cadeia hierárquica, não poder mesmo dar uma resposta em conformidade.
É pena.
Porque, logo hoje que ele está com os azeites, era um óptimo dia para pôr em prática a minha vontade infantil.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Palavras Esquisitas Altamente Apreciadas

Pundonor.

Luz no Fundo do Túnel?

Nem tudo é sempre mau.
Boas notícias também aparecem. De quando em vez.
Espere-se, portanto.

E Uma Bofa Nesses Dentes, Não?

Pois que cada um tem a sua consciência e governa a sua existência com ela.
Pois que existem normas básicas do viver social que têm necessariamente de ser respeitadas, sob pena de o infractor ir parar à pildra.

Pois que normas existem que não fazem com que o agente vá de cana, mas que aos olhos dos juízes sociais, são crimes intoleráveis e que fazem com que o prevaricador seja enfiado num pote de merda até ao pescoço.


Enfim, ter-se-á a ideia de que quando o agente infringe as normas que fazem com que não vá de cana, há uma certa impunidade, mesmo que não seja impunidade social, que já se sabe qual é o pote onde ser enfiam as pessoas que quebram regras da boa convivência social que não estão tipificadas como crime. Tipo, trair convicções, deixar os amigos em situações pouco recomendáveis, meter corninhos, não ter princípios, arrastar a asa a propriedade amorosa de outrem, etc., e apenas como exemplos não taxativos.


Problema: ninguém enfia ninguém em qualquer pote de bosta por causa de prevaricações sociais. Pelo menos, não se enfia toda a gente. Só alguns.

(Diga-se que, pois, no país do antigamente, condutas haviam que eram punidas com baldes de trampa pela cabeça abaixo e outros, igualmente mauzinhos, passavam ao lado. Porque convinha, obviamente.

E que não se venha, mais uma vez, com a conversa de que agora é uma pouca vergonha, que se pode fazer tudo e mais alguma coisa, que era um regabofe, que era exactamente igual ao que é hoje, com a (grande) diferença que antes não se falava, e agora, que miséria, temos um país livre, fala-se de tudo e mais alguma coisa.)


Quando se ouve falar de alguém que cometeu uma coisinha qualquer destas, ai meu deus, que susto e pouca vergonha, o mais usual é encolher-se os ombros, balbuciar qualquer asneira e seguir em frente como se nada fosse.


O caso muda de figura dependendo, porém, de quem é o agente prevaricador.

É que normalmente quando são os outros a fazer asneiras, como as acima enunciadas, parece que o impacto nem é assim tão grande, são coisas que acontecem, parvoíces, deixa lá, não te preocupes com isso, deixa andar, é gente que não merece sequer atenção.

Acho um piadão. Acho mesmo.

Fosse eu andar pela rua fora a encornar a torto e a direito, a trair amigos, a vender as convicções e os meus princípios, a flirtar com 500 gajos, não só toda a gente saberia automaticamente das minhas actividades ilícitas, como não hesitariam em mandar-me para a pildra, não contentes em enfiar-me somente um balde de merda pela cabeça abaixo. Toooda a gente atiraria pedras, julgaria, condenaria quando nem sequer tem nada a ver com o assunto.

Como são os outros, o que impera é mais a onda do não te chateies, que essa gente não merece.

Muito justo.

Com uns, dar a outra face. Com outros, adoptar a estratégia da mulher adúltera.

Pois sim.


Experimente-se então a estratégia da vingança, fazer aos outros o que os outros nos fazem, para ver se, no meio da maralha, passam despercebidas as más intenções.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Whatever

Uns, porque a coisa está uma merda, fartam-se de falar mal, mas depois não corrigem nada do que, afinal, estava uma trampa. Vá lá ver, afinal está ou não está uma merda?

Outros, porque a meia idade é uma tramada, traz tudo o que nunca se quis, lembra outras que já se julgavam esquecidas, faz surgir dores de alma e falta de compreensão de fenómenos normais. Afinal de contas, é sim ou não?

Outros ainda,que lhes dói tudo e mais alguma coisa, mas não querem dizer, ou por um motivo ou por outro, a parvoeira a dar-lhes para ali, e acham que sair daquele cavalo é que não. Porra, como é?


Curem-se, meus filhos, que os outros, para além de não saberem o que fazer com vocês, não têm que levar com a vossa esquizofrenia.
Lá está, e depois ainda querem que se tenha uma boa imagem da humanidade! Como, se os espécimes mais à mão fazem tudo para provar o contrário?
Foda-se, pá!

Febre das Prendas 5


Isto é mesmo uma agenda para o próximo ano, não um caderno de escrita ranhosa; desses, já tenho.



São coisas que, vá, dão um certo jeito.
Porque sou uma destruidora de estojos e porque gosto de ter onde rabiscar.
Mas, por favor, NÃO me ofertem agendas jurídicas; farta da judicatura já eu ando...

É Um Café, Fáchavor

Ainda vou na rua e já a oiço a gritar. Mal cruzo a soleira da porta, vejo logo o esbracejar furioso de quem manda vir com alguma coisa, quem a ouve até pensa que lhe caiu alguma coisa em cima da cabeça, mas não, é só a maneira que tem de conversar animadamente.

A D. Rita é uma pessoa muito peculiar. Faz-me sempre lembrar a 'Mama Morton' do Chicago.

Quando se olha para ela, dá logo vontade de fugir a sete pés, não vá a senhora virar a boca na direcção errada e uma pessoa ser soprada com toda a força, tamanha é a potência do grito que sai daquelas cordas vocais, já para não falar naquele tamanho todo que possui, que uma mulher não é nada se não tiver valentes presuntos para se afirmar na sociedade.

A voz é o que de mais peculiar possui, uma mistura de grito de cantora lírica com peixeira do mercado de Sintra, ah, pensavam que ia dizer Bolhão, mas não, não é preciso ir tão longe, que aqui também se grita e bem, com uns laivos do homem dos gelados a apregoar o seu produto. Inconfundível, mesmo para quem não entra, basta passar na rua, que já se ouve a melodia daquela mulher.
Mesmo assim, com uma voz daquele calibre, a D. Rita é a rainha do espaço. Manda no que as pessoas comem, no que as pessoas bebem, no que as pessoas fumam, no que as pessoas lêem, no que cada um faz dentro do seu cafézinho. O que há, é o que há, e quem não quer vai de lambreta para outra freguesia, que não estou para aturar isto. Assim é a D. Rita, que berra com a empregada para trazer mais um mini-prato, coitada, é uma santa, e qualquer dia, por este andar, surda também, que é doença profissional neste estabelecimento, neste ou em qualquer outro onde estiver a D. Rita.

Não se pense, porém, que ela é má. Não é. É tão simpática quanto um bulldog consegue ser. Mas ao menos, e nisso, há que dar a mão à palmatória e elogiá-la, não chateia ninguém com conversa fiada, não incomoda ninguém (tirando a parte dos gritos), não se esquece dos pedidos das pessoas, sabe quem são os clientes habituais, trata-os bem.

Mas o café da D. Rita também tem o seu quê de quartel, nomeadamente no que diz respeito aos clientes habituais, leia-se, putos do liceu em frente mais uma palhaça que vai para lá ler e fumar 37 cigarros de uma assentada, irem chatear os restantes fregueses, que palavra gira, que é como quem diz, ó menino, tire lá os pés da cadeira da D.Armanda que ela quer sentar-se, ó não-sei-das-quantas, deixa lá a senhora em paz e vai-te sentar no teu lugar ou até ó menina, apague lá o cigarro que esta senhora é alérgica ao fumo.
E, regra da casa é ouro, quem não quiser cumprir, vá de carrinho para outro lado que isto é um café de respeito, não é o cabaré da coxa. Obviamente que ninguém diz que não a nada ou sequer se atreve a ripostar. Para já, porque o medo que inspira aquela gigante mulher é coisa digna de nota. E depois porque é o único café nas redondezas em que deixam acender um cigarro, que o resto é tudo muito saudável e não deixam os putos e outros fomentar o cancro, por isso convém não criar inimizades com a mulher do café porque senão vais fumar para o jardim municipal com três ou quatro mitras à perna a pedir tabaco e moedas.

A D. Rita é uma pessoa peculiar. Gosto quando ela vai sentar-se com alguém, em horas de menor movimento, e acende um cigarro de quando em vez, que há anos que deixou de fumar, mas o vício é o vício, e nada o combate verdadeiramente, com toda a sensualidade e fala baixo, baixinho, que ninguém tem nada a ver com os assuntos que ela fala, que a faceta dos gritos é só para a freguesia da miudagem, nem sempre se pode ter ar de sargentão, e a simpatia que não mostra a toda a gente surge com todo o seu esplendor.

Gosto da D. Rita, a pessoa peculiar.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A Melhor Profissão Do Mundo

Digo eu, na minha inocência, que as pessoas não têm remédio. Porque se têm, ainda são capazes de morrer da cura. Já se sabe, a velha conversa, a humanidade não presta, as pessoas são todas podres, incapazes de um gesto de bondade, tudo uma corja e mimimimimi.


Porém, há profissões que estão numa posição previligiada para assistir a este degredo, e uma delas, exceptuando a assistência social e os guardas prisionais, é a profissão de mandatário judicial.


Que as pessoas só recorrem ao advogado quando já a merda está toda fora do balde, não é surpresa, toda a gente sabe que assim é. Que seria agora, a pouca vergonha que não era, andar a gastar dinheiro em gulosos antes de ser preciso, lá agora, o que interessa é ir lá quando já não há entendimento possível, quando o leite já está todo derramado, quando já está tudo ao estalo, é que temos de fazer uma visita ao senhor doutor, raio de mania do raio das gentes, a pensarem que os advogados são como os médicos, quando já a doença mina o paciente é que vão a correr para lá, enfim, cada um com a sua cruz.


Mas poucas profissões têm um acesso tão bom às mentes porcas e retorcidas como a dos mandatários.


Quando se vai ao senhor doutor para remediar as coisas, ainda é como o outro; agora, quando se gasta tempo e dinheiro a inquirir sobre minhoquices e estratagemas de como tramar o meu vizinho porque tenho a mania que sou muito esperto, se vê de um prisma completamente diferente a natureza humana. Um prisma bem pior que aquele que antes se tinha.


Pois que agora a questão não é, doutor ajude-me que tenho o fisco a levar-me o sofá; a questão agora é, o meu vizinho está a regar as flores/construir uma garagem/dar uma queca/fazer uns assados no jardim dele, doutor, ele pode fazer isso, doutor, é que o jardim dele é mesmo colado ao meu, doutor, ele pode, doutor, ele pode fazer isso? Ou então, numa linguagem muito cuidada e pensada, veja lá o que lhe parece, doutor, que tenho uma tia duma prima da minha sogra que ficou maluquinha e agora um enteado da nora dela anda lá a mexer nas coisas dela, já a meteu num lar e agora anda à procura dos certificados de aforro, a mexer nas contas, coitadinha da maluquinha, doutor, somos três irmãos e não sei quantos sobrinhos, e agora doutor?

Desenganem-se os infelizes que pensem que os perguntadores estão preocupados com o vizinho que, coitadinho, pode queimar-se a fazer os assados, ou que estão raladíssimos com o futuro a tia maluca que fica sem nada. Isso é que era doce.
Naaa, isso é para meninos. O que interessa aqui é que o vizinho está a fazer obras no quintal dele e não avisou o outro, não o avisou, notificou, citou ou qualquer coisa, e se ele está a fazer alguma coisa ilegal, e se o que ele está a fazer vai deixar a propriedade dele mais gira que a minha, e porque é que o que os outros fazem não tem que ser comunicado aos vizinhos, porque é que as pessoas fazem o que querem na sua própria casa, é uma coisa que faz muita confusão. O que interessa aqui não é a velha maluca que fica sem nada do que amealhou a vida inteira, ou que ela fique, sequer, sem dinheiro para pagar as fraldas que gasta, o que interessa verdadeiramente aqui é porque é que é só um gajo que fica com o dinheiro da velha, são muitos mais que podiam estar a usufruir da cheta e só um é que se abotoa com tudo, os outros também querem, então mas que pouca vergonha vem a ser esta?
Há remédio para isto? Claro que não.
Já se sabe que não há espanto num profissão destas, o que aparece não pode causar espanto, há interesses a defender, não é isso que está em causa. Está em causa, não os problemas que o mandatário resolve, que é para isso que se está aqui, mas os problemas que as pessoas que procuram o mandatário fazem por criar.
Só para lixar os outros.
É isto a humanidade.

O Que Encontrei...


... por 1,90€.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Comer, Pinar e Representar

Mistério humano deveras interessante é a eterna mania que os casais 'recentes' têm de irem almoçar/jantar fora. Ou dentro, para esta questão é indiferente.

O que interessa é que assim que há gente nova na praça, toca a ir a qualquer lado petiscar.

Há uma qualquer relação com a comida nas novas andanças sexuais, como se ao observar-se a outra pessoa a comer se fique com melhor imagem daquilo que ela realmente é. Como se ver alguém a enfardar um prato de comida, e os consequentes gestos que uma pessoa tem necessariamente de fazer ao comer, sejam sinais indicadores de alguma coisa para o futuro, seja bom ou mau. Não me admirava nada que existisse já algum psicólogo de esquina, numa qualquer publicação feminina, a escrever um artigo fenomenal sobre a temática da decifragem de gestos num simples jantar, cujo título seria Saiba se ele é o homem da sua vida pela maneira como pega no garfo/limpa a boca/palita os dentes!!, onde discorreria longamente sobre o significado de comer massa ( só quer ir para a cama consigo), pegar no copo com delicadeza (quer apresentá-la à mãe!) ou sacodir as migalhas do prato (é provavelmente um homem sensível e preocupado com os outros).

Psicologias à parte, a verdade é que há uma tara qualquer nesta temática, sempre relacionada com as tentativas de engate.

Das primeiras coisas a fazer numa relação nova, seja de que estilo for, que estilos há muitos e para todos os gostos, é logo ir enfiar o par numa qualquer birosca onde sirvam comes e bebes. Para quê, com que propósito, não se sabe.

Deve ser para ver a pessoa em diversas actividades e por vários prismas; neste caso, o prisma deve ser extremamente estimulante para quem vê, ou não fosse a panorâmica de enfardar uma visão essencial. Ou então, é para ver se o objecto da fornicação tem maneiras, do tipo, se não se baba, se não come com as mãos, se não rapa o prato, se não faz chavascal na toalha, se não arrota nem faz aquele sonzinho amoroso de sucção para tirar um pedaço de bife dos dentes, enfim, para confirmar que é um ser minimamente decente. Isto porque das actividades de envolvimento sexual uma pessoa não fica logo com a fotografia toda, é preciso tirar a prova dos nove para ver se não se está a comprar gato por lebre. Só pode ser.

Pessoalmente, acho estes momentos deveras embaraçosos. Porque uma pessoa quer causar boa impressão, e há uma série de factores a laborar contra quando se está a comer. Ou é o raio do bife que é rijo como cornos e ao ser cortado salta fora do prato, ou é o frango que, merda para os ossos, não dá para comer como deve de ser, pôr as patas em cima do frango está, obviamente, fora de questão, ou é a massa que salpica tudo, ou uma pessoa engasga-se com a bebida, acontece a todos, e quase sufoca para evitar cuspir-se todo, ou simplesmente, a vasta e de si complicada questão de o que comer, o mesmo que o outro, diferente do outro, não comer... Porém, nenhum factor é tão complicado como mostrar ao outro uma actividade tão peculiar em cada um de meter a comida à boca e mastigar naturalmente. Nem se pode fazer tal, estamos a ser observados. Ao contrário das situações normais, em que ninguém quer saber de pessoas a enfardar, o ser que está sentado à nossa frente está mesmo a observar, a tirar as medidas aos dentes, a ver a quantidade de comida que se põe na boca, essas coisas todas muito engraçadas quando não está ninguém a ver, mas que quando se tem um voyeur que nem disfarça à frente, toma contornos diferentes.

Recordem-se os primeiros encontros, em que não há imaginação para mais, e vá de ir engolir uma bucha de pão a qualquer lado, a falta de à vontade que é comer em frente a um tipo que até tem potencial e cumpre os requisitos, onde se pode deitar tudo a perder por causa de momentos estúpidos. Raio de mania, mas porque é que não nos sentamos aí em qualquer lado a conversar, afinal , não é isso que se pretende? Porque raio é que temos logo que mostrar ao mundo que comemos como ogres?

Que não haja qualquer tipo de ilusão: quando, nestas circunstâncias, alguém observa outro alguém, é certo e sabido que vai haver baba,que há tendência para querer comer com as mãos, que vai haver vontade de rapar o prato, logo hoje que este molho está divinal,logo hoje há uma batata que se projecta a alta velocidade para fora do prato, logo hoje há um arroto preso capaz de fazer tremer as fundações de Lisboa, à laia de 1755, e, crise das crises, há mesmo uma lasca de bife entalada entre dois molares. É mais que certo que todas elas surgirão, porque, meus filhos, a vidinha é feita de ironias, e quando mais que precisa de fazer boa figura, tudo se atropela para se chegar à frente e fazer asneira. Quando tal não sucede, e o agente é uma pessoa cheia de sorte, há uma longaaa repressão para que tal não aconteça, o que vem dar no mesmo; simplesmente, não há como estar à vontade.

Pugna-se em favor de uma legislação que só permita refeições em comum quando já se tenha à vontade para fazer tudo e mais alguma coisa. Não há direito de uma pessoa expôr as suas fraquezas logo às primeiras pancadas. Ou quecas.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Febre das Prendas 4


Dava mesmo jeito para animar os dias de tédio no local de trabalho.

Nada a Fazer - Vol. IV

Porque hoje é dia de Sobrenatural...





Misha Colllins

Vale mesmo a pena ver a série. É só bons exemplares.
Fogo...

Leituras IX


Dos melhores romances que tenho lido.
Forte, bruto, sanguinário, retrata a história de um sobrevivente e resistente protestante numa época em que as guerras religiosas estão no auge e do seu inimigo, um espião infiltrado do Vaticano nas hostes protestantes, que cruzam caminhos sem nunca se olharem no rosto.
Boas descrições, personagens consistentes, boa estrutura e contextualização histórica, Luther Blissett sabe cativar o leitor para o mundo perdido da intolerância religiosa e jogadas políticas. Tão bem retratado que podia passar-se nos dias de hoje.
Brilhante.
Mal posso esperar pelo Vol. II.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Pensamento do Dia

O advogado é uma espécie de conselheiro sentimental, daqueles a quem uma pessoa confia as amarguras da vida, deita umas lágrimas de crocodilo, solta uns gemidos e, no fim, pergunta, no auge do desespero, o que é que eu faço agora?, ficando à espera de uma resposta, como se estivesse à frente de um qualquer Professor Chibanga que lança os búzios para fazer adivinhação.
É uma espécie de linha de apoio aos infelizes e desvalidos anónimos, só que a pagantes.

Note to Self - Vol. Não-Sei-Das-Quantas

1- Não protelar a hora de acordar; por causa dessa mania é que os atrasos aparecem.
2- Nunca, mas NUNCA mais ficar a olhar meia hora para o espelho quando é altura de vestir, a decidir o que fica bem com quê; escolher a roupa de véspera e anda de mota.
3-Não enfiar o carro numa merda duma praceta ranhosa, que ainda por cima está em obras, e onde toda a santa gente enfia TODOS os carros que possuem, que mal dá para passar num raio da estrada sem arranhar o carro todo, ainda menos se a saída tiver uma inclinação de piso de 15%, que faça com que um ponto de embriagem se torne um pesadelo, passando o dito carro a cheirar a pneus guisados na chapa
4- Não fazer favores a terceiros porque só atrasam a aquilo que tem para se fazer, principalmente se o favor for deixado no carro que se encontra a milhas de distância.
5- Pentear a guedelha antes de sair de casa, que a moda de deixar secar o cabelo ao ar só faz com que uma pessoa pareça um espanador.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Acho Piada Ao PSD, A Sério Que Acho

Primeiro, as ameaças de chumbo do Orçamento, esse bicho papão, numa estratégia puramente política que pretendia levar a oposição ao poleiro, perdão, poder.
Depois, quando acharam que estas andanças de chumbar um Orçamento tão importante como o de 2011 eram demasiado óbvias, que mostravam as partes baixas das suas verdadeiras intenções, adoptaram a política do a ver vamos como correm as coisas. Que conveniente. Se o Orçamento fosse, de facto, chumbado, não haveria quem se calasse a dizer que a culpa do fundo do poço do país era do partido laranja. Espertos.
Agora, já ponderam passar o raio do Orçamento por "questões patrióticas", para dar um ar sério à coisa, para que os eleitores possam ver que são de confiança e têm sentido de responsabilidade. Que se preocupam com a pátria, essa coisa da qual nunca ninguém se lembra mas que toda a gente corre a encher a boca quando se trata de ficar bem visto.

Devem pensar que ninguém vos topa, não?

Coisas de Cá - V

Ninguém, a não ser gentes das zonas saloias dos arrabaldes desta área manhosa de Sintra, obviamente, quem mais?, diz puta dum cabrão.
As pessoas normais dizem simplesmente ou uma ou outra, não há cá misturas.
Mas aqui não há ninguém normal.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ver Na Lombada

Raios m'a partam se a amizade não é dos sentimentos mais esquisitos que atravessam o ser humano de um lado ao outro. Surge do nada, infiltra-se na pele, sem precisar de pretexto algum para que as pessoas gostem umas das outras. Sem precisar de grandes conversas, grandes confidências ou grandes coisas em comum, chega e instala-se para ficar. Sem mais explicações. Como diria alguém, gosta-se e pronto. E aqueles que pensam que a humanidade é podre e sem salvação vêem a sua teoriazinha mirabolante e fantasticamente elaborada tirar umas férias por tempo indeterminado, pois que o amor sem vontade de sexo veio para ficar, vulgarmente conhecido como a tal amizade, não vão as mentes preversas ler nestas linhas aquilo que aqui não está, nunca se sabe quem está do outro lado da tela, e as mentes são todas conspurcadas, do que se retira que não se pode elogiar muito o bom fundo da espécie humana que vem logo um qualquer tomar providências para não ser levado na corrente da maldade.

Ulteriormente acordado por sentimentos de preocupação, percebe-se que já lá está há que tempos, mas que nunca se deu bem por ele, pois então, há uma coisa boa e ninguém dá por ela, não venham cá dizer que as pessoas são boas que não são. E de repente, mesmo que o que se tenha sejam grandes silêncios e uma empatia calada, o tal raio que atravessa as pessoas de um lado ao outro começa a arder e põe tudo em chaga. É assim que as pessoas se conhecem, é assim que sabem que gostam uns dos outros, sem nada em troca, sem nada de especial, gosto de ti mas não te conheço de lado nenhum, se não fosses conhecida do primo do tio da sogra não sei de quem não sabia que existias, mas assim sei e gosto de ti. Coisa mais sinistra para de dizer de alguém, que é prima do tio da sogra, mas enfim.

Tenho para mim que o objecto nem sonha, mas também não fará grande diferença. É nisto que a amizade é muito melhor que o amor, ninguém fica muito chateado se o outro não quer saber, ou se o outro anda distante e já não me quer, ou ainda que ande a olhar para outros seres da mesma espécie, não há nada a pedir em troca, apenas existir e saber que as coisas até correm bem. Quando não correm, há aquela coisa provocada pelo tal raio atravessador de corações, e a seguir a isto, dedicar-me-ei com muito afinco à pesca, que a escrita não é para mim, que nem para explicar as coisas o raio das palavras chegam, o que dirá imenso sobre quem escreve.

E assim é. Uma amizade silenciosa, feita de palavras caladas e gestos escondidos, feita de coisas que nunca ninguém viu, construida de castelos no ar. Mas que, afinal, surpresa das supresas, existe, pulsa, vive, está lá. E não tem vontade nenhuma de morrer, antes de ver o objecto, mais que não seja ao longe, a recontruir-se de uma aparatosa queda, a ir buscar todos os pedacinhos sozinho, sem ajuda de ninguém, e uma pessoa aqui, com vontade de correr e ir ajudar. Mas não, não vai, ou perdiam-se todos os pressupostos e requisitos das amizades tácitas, ficava como uma amizade vulgar, igual a todas, e já não havia nada para contar. Raios m'a partam se a amizade, principalmente aquela que é tácita não é dos sentimentos mais esquisitos de sempre.

O Homem Da TV

Este homem mexe-me com os nervos. E não, não tem nada a ver com os nervos das partes baixas, é mesmo com o sistema de nervos que controla atitudes homicidas. Não consigo perceber como é que uma pessoa destas trabalha em televisão, pior, como é que uma pessoa destas é posta a apresentar programas em horário nobre. Numa televisão pública. Paga com o dinheiro dos contribuintes.
Se não é a mania das doenças, é a tentativa (pouco) subtil de evangelização dos concorrentes. Se não está a contar pormenores dispensáveis do seu dia-a-diazinho, está a gozar com a cara das pessoas como se fossem todos estúpidos e ele o único inteligente. Se algum concorrente tem a parca esperteza de lhe mandar alguma boca, tal como ele faz aos mesmos, amua, qual criancinha mal criada, e não abre mais a boca em sinal de protesto. Se não vai com a cara de algum participante, ai meu deus que não descanso enquanto não te puser daqui para fora, quem manda aqui sou eu. Mais o raio da mania que tem um grupo de fãs nas bancadas do estúdio do concurso, e achar-se uma grande vedeta.
Então quando se põe a perguntar às pessoas de que signo são, como se isso fosse suficiente para influenciar o percurso do jogo, ou quando lhe dá para lhes perguntar acerca das convicções religiosas, como se isso determinasse a vitória da pessoa num reles jogo de perguntas e respostas, a vontade que dá é a de rachar o televisor com um machado para, ao menos, e já que não dá para tirar o senhor do ar definitivamente, apagar temporariamente aquela imagem da mente.
Sonho com o dia em que se sente naquela cadeira uma pessoa capaz de o mandar à merda, ou simplesmente mandá-lo calar para que um ser possa calmamente concentrar-se naquilo que está a fazer. Mas não. Quem lá vai parecer ter uma infinita paciência para aturar esta alma penada. Embora já tenha observado um ou dois laivos de impaciência e fúria a passar pelo olhar de muita gente.
Já que estamos em plano de medidas de austeridade e de redução de despesas, este ser podia perfeitamente ser dispensado. Além de ser um gasto brutal no orgamento da televisão pública, paga com o meu dinheiro, era um acréscimo de qualidade em si. Era preferível passarem uma novela qualquer a ter que levar com a este serviço de qualidade duvidosa.
E era o erário público, sabem, em tempo de crise e aperto de cinto, que ficava a ganhar.

sábado, 16 de outubro de 2010

Orçamento 2011

Aumento de impostos, medidas de austeridade, redução dos benedícios fiscais, medidas de austeridade, redução de salários, medidas de austeridade, redução das deduçõe fiscais, ai as medidas de austidade...
No meio de tanta confusão e celeuma, em que os partidos da oposição, em especial o PSD, só pensam no poleiro que podem vir a ter, ainda não ouvi ninguém dizer que não precisamos das medidazinhas. Porque precisamos. Porque o orçamento actual está desequilibrado, porque necessitamos urgentemente de soluções.
Em vez de andarem às turras uns com os outros, a tentar descobrir de quem é a culpa, afinal, de uma situação tão gravosa, deviam era unir esforços para que as contas se restabeleçam, e não andar cada um dos partidos a puxar a brasa à sua sardinha para ver quem angaria mais votos para o próximo chupismo.
Entre quem andou 6 meses a fingir que não havia crise, mas afinal parece que sim, mesmo que a culpa de existir não seja do governo, entre quem mandar vir contra os cortes nas pensões douradas (Camarada Jerónimo, tenha vergonha!), entre quem só dispara em todas as direcções mas que encomendou não sei quantos submarinos e entre quem ameaça não aprovar o orçamento para poder vir a seguir para fazer exactamente as mesmas coisas, não há ninguém que diga que estas medidas e esta austeridade não são necessárias, afinal.
Porque são.
Aprenda-se, então, a fazer orçamentos e cortes para o futuro e não para tapar os buracos do momento.
Tenham vergonha, portanto, e trabalhem.

Lordi Is Back



Como o vinho do Porto, cada vez melhores!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Bom Fim-De-Semana

A todos aqueles condutores que se cruzaram comigo na estrada e que:
- Andam em motinhas ridículas que aceleram muito para mostrar que o condutor tem uma pila pequena mas ao menos sabe andar de mota, que andam a abrir pela estrada fora com putas à pendura e que não têm travões, que só servem para enfeitar
- Têm carros do tamanho de carrinhas funerárias, sabem enfiá-los em espaços pequenos mas não sabem tirá-los de lá e ainda gostam de mandar vir com quem tem o carro estacionado dentro dos limites mesmo ao lado, porque não tiram a viatura para que a carreta funerária possa sair (isto é o cúmulo da lata, porra!)
- Não sabem fazer a porra de um pisca
- Andam a 30 km/h numa estrada cheia de tráfego
Tenham um bom fim-de-semana, a aproveitem o tempo livre e vão chafurdar num balde de merda.
Ou para a puta que vos pariu,que o efeito é o mesmo.

Agent Double

Nada temer.
Não vacilar nem tremer.
Executar.
E assim se consegue o lugar no seio de uma organização espiolhadora de actividades alheias.
O propósito? Duvidoso. Mas mesmo assim, existe e é preciso satisfazê-lo mesmo que nunca o tenhamos olhado nos olhos.
E daqui resultam várias coisas, qual delas a mais estranha; daqui resulta o que poderá vir no futuro ou onde tudo acaba. No fundo, hoje e aqui define-se uma fronteira. Entre o quê, saberá deus, aquele que existirá algures, que não existe, esse, sim, saberá e um dia há-de vir para contar às pobres almas aquilo que nunca sonharam. Até lá, aguentem-se e especulem, que não há mais remédio nenhum.
Lealdade? Escolher entre o que deu a mão na altura em que mais se precisava e quem sorri constantemente. Pau de dois grandes, afiados e luminosos bicos.
Insanidade? Isto leva ao propósito, à finalidade, àquilo que se pretende descobrir e ao porquê da desconfiança e é disso que ainda se espera que o tal deus desconhecido venha dizer.
Experiência? Provavelmente, a opção mais válida. Testar não o espiado, mas o espiador, testar simplesmente, testar tudo, a observação, a análise crítica, a atenção, o cuidado, a inteligência. O que não deixa de ser igualmente estranho, havendo tantas outras formas de exercer pressão e extrair conhecimentos; o que quase não deixa margem para dúvidas, o teste é ao agente.
Nada recear.
Não hesitar nem dar de si.
Cumprir.

Honestamente, Não Sei

Por mais que se diga, apregoe ou grite, a verdade, mesmo verdadinha é que as pessoas são todas podres e isso continua a surpreender tanto como encontrar um elefante a dormir no sofá da sala.

Há assim um je-ne-sais-quois que permite a esperança, de luz ao fundo do túnel, de querer que as pessoas sejam boas, pratiquem o bem, sejam altruístas, não magoem os outros, não se magoem. Em suma, inocência e credibilidade no seu expoente máximo, ser tanso, vá, que as palvras existem para serem usadas, ainda para mais o calão, essa forma de expressão tão nobre.
E quando assim é, quando as pessoas continuam a acreditar que os outros seres humanos que povoam a terra são profundamente bons, e depois levam com a maldade e devassidão toda pela cabeça abaixo quando a abóbora da verdadeira natureza rebenta, surpreendem-se muito, como foi possível uma coisa destas acontecer, ai que surpresa, não estava nada à espera, que pouca vergonha.

No fundo, bem lá no fundinho, se calhar até sabem que coisa boa não pode vir das acções de outros seres pensantes, mas mesmo assim, crendo que todos têm bom coração, teimam em levar o barco para mares pouco navegáveis, que é como quem diz, vamos lá ver o que dá se juntar no mesmo espaço direitos fundamentais em conflito para ver se realmente o direito mais pequeno se encolhe todo com medo e sai com o rabo entre as pernas. Esquecem-se obviamente da força das minorias e do poder de fazer um escarcéu do tamanho do mundo, uma revoluçãozinha nunca fez mal a ninguém, o direito pequenino não vai sair de cena sem arrastar consigo o maior número de vítimas e outros direitos ditos maiores que conseguir. E esquecimento, aqui, é a morte do artista, e quem diz esquecimento diz igualmente credulidade, ingenuidade, tansice.

Vamos crer que vai tudo correr bem, apegados à ideia de que, no fim, tudo se resolve com a força do amor? Vamos, pois.
Vai dar merda? Ah pois vai...
Vai-se depois andar a chorar pelos cantos pela surpresa causada pela coisa que já se tinha previsto mas que se decidiu ignorar? Mais certo que sem dúvida.

Muda alguma coisa, para efeitos futuros?
Nem por isso.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Febre das Prendas 3



Queroooooooo!
Não se deixem levar pela cor manhosa ou sequer pensem que vendi a alma às forças da luz.
É que existe em várias cores, pois...
"Nesta vida, aprendi só uma coisa: que o inferno e o paraíso não existem. Nós é que os levamos para todos os lugares que vamos."

in O Espião do Vaticano, vol. I, Luther Blissett

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Hell Yeah


- You slept with him.
- I did.
- And now you're in love.
- ... I'm not!
- Yes, you are!
- I'm not in ... love with him!
- You are. That's because you have your heart in your vagina.

Hoje Sinto-me Sindicalista


E o sindicalismo é defender os interesses e direitos fundamentais de um certo grupo de pessoas. Mesmo que esse certo grupo de pessoas tenha tendência a perder os direitos pelas próprias acções. Mesmo que esse certo grupo de pessoas seja tão cego que nem se importe de sacrificar os interesses como consequência de condutas próprias.


E hoje sinto-me sindicalista.


Sindicalista de mulheres.


Que as mulheres, coitadas, são todas burras e parvinhas e não se sabem defender sozinhas, nem velar pelo que lhes é mais caro, ou sequer ter consciência dos seus actos e por isso precisam de um sindicato para serem defendidas. Que são todas umas inimputáveis, umas idiotas que precisam de ajuda em todos os quadrantes da vida para poderem caminhar decentemente.


Ora, ora, até parece que assim é! Até parece que alguma vez alguma mulher precisou do que quer que fosse para sobreviver; crê-se que está mais que provada a auto-suficiência das mulheres em toda a linha, e que a denominação de sexo fraco não passa de um incidente histórico muito triste oriundo de religiões duvidosas.


Porém, mulheres as há que são estúpidas e que fazem com que o género inteiro fique mal visto e se envergonhe de as ter no seu seio.

Mulheres as há que nem são dignas de usarem a designação de mulher.

Mulheres as há que mereciam ser desqualificadas daquilo que são.


E que não se levantem já ventos e tempestades; pessoas poucos espertas há nos dois sexos, pessoas mesquinhas e mázinhas há em todo o lado.

Do que se fala aqui é da estúpidez que parece intrincada como sujidade ressequida e que torna a estúpida que a transporta uma vergonha sem perdão, não porque seja pecado, se é que isso existe, ser estúpida, mas sê-lo de forma a que os que advogam uma fragilidade e inferioridade das mulheres tenham, de facto, razão.

E dar razão a porcos machistas e sem visão da realidade é, para além de parvo, um atentado aos direitos de qualquer pessoa.


Mas não.


Não, ora essa. O que é mesmo bom é ser submissa e ir ao encontro dos desejos dos homens, ou de outras mulheres, porque não?, fazer tudo o que eles querem, perder a dignidade e o orgulho para correr atrás mesmo que seja só para levar patadas.
O que é mesmo bom é não ter consciência, consciência do ridículo e rastejar, rastejar sempre por causa de um pouco de afecto, por causa de uma migalhas de carinho, rastejar por causa de uma afeição que nem sequer tem nada de verdadeiro.


O que é mesmo bom é ir com o vento e brincar às casinhas de papel, que são atiradas ao chão com uma rabanada de vento, e depois sobra nada, e vir, muito tristemente, queixar e chorar a sorte que nunca traz nada de bom.
O que é mesmo bom é baixar a cabeça de cada vez que há vontade de passar um bom bocado e, quando não há, sobreviver de duodécimos, qual Orçamento de Estado chumbado.


Não, não que o sindicalismo aqui não funciona. A culpa disto é toda dos homens que são uns porcalhões sem sentimentos, que apenas procuram um consolo momêntaneo, anda cá, deita-te aqui, tira a roupa, ai, ui, já está, vai à tua vida. O sindicalismo aqui não entra porque a culpa não é nossa, é da corporação masculina que comanda as nossas vidas e as desfaz como bem lhe apetece, que culpa temos nós, o sindicato devia era defender-nos desses monstros, não era vir atirar pedras quando nós é que somos as vítimas.


E o sindicato manda-vos dar uma curva. Não são os homens que são monstros, uns cabrões, uns playboyzecos baratos que andam a fazer pouco das virgens inocentes. São as meninas que de inocentes e virgens de alma não têm nada que se vestem de Ovelha Choné e se vão enfiar na cueca do Lobo. Porque, minhas filhas, o sindicato não faz nada por vocês quando são vocês as culpadas de haver tantos e tamanhos lobos.


Pois que a idade já pesa e já não permite que se ande a dormir na forma; a culpa da existência de cabrões, que me desculpem os homens, que hoje é só malhar no ceguinho, é das mulheres que deixam que eles assim sejam, que caem não na conversa do bandido que parecia bom mas que afinal era um valdevinos, mas na conversa do tratante que nunca fingiu ser o que não era.

A proliferação desta espécie de homens velhacos é da responsabilidade das mulheres intervenientes.


Hoje sinto-me sindicalista.

Tenho uma espécie de embaraço que estas mulheres andem por aí, umas vezes felizes da vida e meia hora depois na fossa séptica, por causa de tratamentos emocionais que inflingem a elas próprias, para logo a seguir se andarem a queixar da vida por causa dos homens, do mundo.

E o meu sindicalismo, da velha guarda, ultrapassado, cruel e sem sentido, leva-me a querer que estas mulheres sejam levadas ao Campo Pequeno para que façam delas o que Otelo queriam que se fizesse aos reaccionários.

O meu sindicalismo, que tem vergonha de pertencer ao mesmo grupo das que se consideram coitadinhas e por isso tudo é justificável, apela a que ao mesmo tempo as odeie, por tudo aquilo que representam, e chore por elas porque nunca vão ter melhoras.

Hoje sinto-me sindicalista. Por um sindicato que não existe porque estaria condenado ao fracasso.

Leituras VIII


Crítica simplesmente soberba aos dogmas do cristianismo.

Uma visão alternativa mas igualmente plausível sobre as verdadeiras acções e natureza de Cristo. Uma história que, até ver, pode perfeitamente ter acontecido, o que tornaria toda a história da humanidade, pelo menos, daquela que se guia pelo cristianismo, muito mais interessante.

Catherine Clément faz com que todos os escritores que dirigem a sua obra para a religião sejam qualificados de putos analfabetos.

Muito bem!

Nonsense Talking V

- Ah e tal, e aquela P., hã? Até marchava. Que tal?
- Uh, nem pensar!
- Porquê?
- É tão gorda que ainda me ficava lá com ele.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Febre das Prendas

Não tarda nada, está aí o Natal.
Nos próximos meses, a lista ficará completa.

Querooooooooooo!!!!

Nonsense Talking IV

- O que é que hei-de dar à R. no Natal?
- Ai o caralho...
- Não, caralho não. Não lhe vou dar coisas repetidas...

Frase Lapidar

O que ela quer é uma tosta de chouriço aos empurrões.

domingo, 10 de outubro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Nonsense Talking III

- Mãe, és uma pessoínha de mente pequenina e retrógrada. És contra tudo o que a modernidade traga, és contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não se pode falar de religião contigo porque só admites a tua, achas que as novas gerações estão perdidas, és contra o sexo antes do casamento, és contra tudo o que se faz normalmente hoje em dia!
- Não sou nada, sou uma pessoa bastante moderna, até!
- Ai sim?
- Pois claro!
- Em quê?
- Então, visto calções e uso bikini!

Note to Self - Vol. Não-Sei-Das-Quantas

Não ler blogs quando se tem a entidade patronal sentada na cadeira da frente.
Porque há coisas que se lêem que dão umas cócegas terríveis, uma comichão tão grande algures entre o cérebro e a alma, vulgarmente conhecida como vontade de rir a bandeiras despregadas.
E depois vem sempre a pergunta: "De que se ri?"
E não se pode dizer que é por ter lido isto.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Da Futilidade IV





O que é que esta beleza tem de tão especial?







O preço.

Nada a Fazer - Vol. III

Homens ingleses.
'Coisas' giras que Tamara Drewe tem:



Dominic Cooper
Este, que normalmente tem cara de débil mental, está tão bem caracterizado que até marchava.

Luke Evans
Este é deus.

Pois Sim

As pessoas envelhecem. E o primeiro sinal de envelhecimento é o espanto, o desprezo e o despeito pelas gerações mais novas. Pois que no meu tempo não havia disto, os pitos agora fazem tudo o que lhes dá na gana, andam de qualquer maneira, que raio de trapos são aqueles, e aquelas atitutes, aqueles comportamentos, nós não éramos assim tão parvos.
E pronto, assim se começa a caminhar para o fim da linha. Para o lugar onde no meu tempo é que era bom, na minha epoca é que era, e estas gerações são poços sem fundo de estupidez e futilidade, meu deus, onde é que isto vai parar, são estes os filhos do futuro, são estes os adultos de amanhã, que mundo será o nosso.
Gente que cresce não é digna desse nome se não disser mal das gerações que lhes vão suceder. Esse é o pressuposto, dizer mal antes de qualquer coisa, eles não prestam, nós é que éramos mesmo bons, por isso é que hoje em dia somos pessoas de sucesso, ou qualquer coisa, ladrões, putas e vigaristas, não, isso é coisa da gente nova, nós não tinhamos cá disso.
É pena. É pena que assim pensem as gerações de agora. Que já estão esquecidas daquilo que andaram a fazer. Ai mas no meu tempo não havia tanta coisa má, era diferente, não havia tanto perigo como há hoje, e aquelas atitudes, meu deus, pensam que têm o rei na barriga, são uns malcriadões, uns arrogantes, uma pouca vergonha.
Que conclusão brilhante aquela a que se chega ... Não há tempos melhores nem piores, não há gerações boas e outras rascas, são tempos diferentes, é a evolução e o progesso.
Numa época, a postura dos pitos é uma, noutra época já é outra completamente diferente. O problema é que os cotas, para além de terem memória curta, são curtos de ideias, não conseguindo, sequer, conceber que os outros evoluam.
Esta é a triste humanidade.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Das Coisas Tão Bem Feitas Que Só Poderão Ter Sido Executadas Pela Minha Pessoa

- Desarrumar, sujar e estragar, sem direito a limpeza, arrumação e conserto, obviamente

- Ver filmes, principalmente os esquisitos, tipo franceses e ingleses; quanto mais esquisitos e sinistrinhos, melhor

- Ler todos os livros que encontro, que não versem sobre a Judicatura, esse pilar fundamental na minha vida

- Dizer asneiras - todas as que vêm no dicionário de calão

- Brincar com gatos, leia-se, puxar-lhes as orelhas, bigodes e rabo, virá-los de cabeça para baixo, prender-lhes molas da roupa na cauda, metê-los dentro de sacos, enfiar-lhes peúgas na cabeça, e todas as coisas que fazem com que estes seres amorosos fiquem com a cauda tufada

- Sentar no sofá, fumando ininterruptamente, fazendo absolutamente nada

- Gastar dinheiro em sapatos, roupa e merdas inúteis

- Riscar códigos e fazer bonecos nas páginas para dar a impressão que, de facto, os li

- Barafustar, gritar e praguejar no trânsito, principalmente quando há pastéis na faixa do meio da estrada

- Mandar foder pessoas

- Jogar Treasure Isle

- Tecer considerações sobre o ser e o nada e outras parvoíces que tais

- Falar mal, odiar e congeminar estratégias de homicídio qualificado

Leituras VII


Lá original, é, sem dúvida.
Bem escrito e descrito, dá uma nova luz a lendas religiosas, desvendando os segredos a pouco e pouco, sabendo como manter o suspense no leitor.
Não passam despercebidas, no entanto, as crenças do autor, misturando-se subtilmente com a evolução dos personagens. Assim como não passa despercebido o facto de o mauzão ser ateu e os bonzinhos que se salvam serem todos fiéis e tementes a deus.
A provar que quando se escreve sobre religião não se separam crenças da ficção.
Mesmo assim, interessante.

Cinema XI


Filmes ingleses, espera-se o quê?
O melhor, claro.
Grande fotografia, exclentes actores, tem tanto de drama como de comédia irónica.
E ela fica com o gajo giro no fim e tudo...
Sou suspeita, já se sabe, mas que se lixe, muito, muito bom!

Cinema X



De chorar a rir.
Crê-se que mais ninguém topa tão bem esta febre de vampiragem como este realizador.
Nota máxima!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Note to Self - Vol. Não-Sei-Das-Quantas

Não ter sentimentos de partilha.
Simplesmente, não ter.
Porque quando estes sentimentos existem, há a tendência que os outros têm de abusar e nem sequer agradecer.
Por exemplo, no que diz respeito a uma certa gaveta com cigarros, para uma situação de emergência, não encorajar, de todo, abutres a virem tirar cigarros em situações de aperto.
Porquê?
Porque os abutres, para além de nem sequer agradecerem, não repõem nada do que tiram. Usam e abusam, abrem a pobre da gaveta como uma prostituta abre as pernas, e sacam de lá os pauzinhos bronzeadores de pulmões, como se isto fosse o cabaré da coxa, sempre pronto a satisfazer o cliente.
Quando é preciso um cigarro, onde é que eles estão?
Pois, na cona da mãe deles.

Que falta de chá, porra!

Mon Dieu De La France

Obras.
Chuva nos últimos dias.
Quando se chega ao local do crime, está tudo de pantanas, tudo molhado, é preciso fazer alguma coisa, por isso toca de andar tudo de rabo para o ar a isolar tudo com plásticos.

A quantidade de regos que vi hoje não tem fim.
Regos peludos.
De entidades patronais.

E agora como é que é suposto trabalhar com estas imagens na cabeça?

Coisas Boas que Aconteceram Hoje:

- Despertar tardio, com consequente atraso na saída da frota para a labuta.

- Gato estúpido que faz um chavascal no prato da comida

- Tentativa de fechar a porta com dois livros da mão, um casaco, duas chaves, um embrulho e o saco do lixo

- Dois passos dados e uma sola das botas salta

- Vestido vaporoso descose-se e permite ao mundo uma bela visão dos meus interiores

- Não há trabalho para fazer, só restaurar soalhos molhados pela água da chuva

- Uma qualquer com uma falta de ar pretende que se largue tudo para pegar no telefone e berrar com funcionários públicos que não estão para se chatear porque Sra. Dra., amanhã é feriado.

Tudo isto a acrescer à nuvem negra e ataque de mau feitio com que se fez questão de acordar.
Ponham-se na fila para me chatearem, pode ser?
Por uma questão de organização, apenas.

domingo, 3 de outubro de 2010

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dia de Trabalho



Hoje foi um bocado assim.
Quando uma pessoa tem um acesso mental religioso, em qualquer esquina encontra uma birosca onde pode comprar um santinho, ou dois, terços e outras crendices afins.

E se uma pessoa quiser comprar uma estátua da República?
Há alguma birosca neste país que venda uma República? Nem que seja um busto? Uma imagenzinha, pequenina, daquelas de pôr no bolso?Há?



Não?



Pouca vergonha!

Olfacto Bibliotecário

Desconfio seriamente que só vou à biblioteca para cheirar livros.
A leitura de obras interessantes e a evolução mental a que a leitura conduz são meras tretas; dizer gosto de ler também o é. Vou lá por causa do cheiro dos livros.
Esteja gente por perto, a olhar ou não, não consigo evitar de inspirar fundo de casa vez que cruzo a soleira daquela porta. E depois é ver-me a correr em direcção a uma qualquer prateleira para enfiar o nariz no meio das folhas.
Cheira a velho, a pimenta, a todas as mãos que já percorreram todos aqueles quilometros de linhas, ao pefume subtil da bibliotecária, à linha do tempo que passou desde que foram colocados na prateleira e depois esquecidos. Cheira a história.
Para qualquer outra pessoa, normal, vá, com a cabeça no sítio, e os neurónios em funcionamento, é ir buscar o livro e pôr-se a andar. Ou nem sequer lá meter os pés.
Uma livraria já não tem o mesmo cheiro. Não tem história.
Uma biblioteca tem sempre cheiro. E é sempre o mesmo.

Leituras VI


Lido de um sopro. A escrita de Vergílio Ferreira cativa o leitor de tal forma que o resto do mundo fica lá fora, fora das páginas do livro, sem importância, sem cor.

Numa toada diferente de Aparição, mas como laivos do mesmo, dá vontade de chegar rapidamente ao fim só para descobrir a profundidade do sofrimento do personagem.

Muito bom.