quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Queixume Gestacional #4

É sobejamente conhecido - comprovado por essa ciência em ascensão, a sabedoria popular - que a gravidez deixa sequelas no corpo da mulher.
E não me refiro ao cu gigante, às pregas na barriga, às estrias e às mamas mais moles que pudins. Essas são as alterações "normais". Refiro-me às alterações estranhas, enfim, coisas que antes eram mais que adquiridas e mais que solidificadas. Começo a achar que a conversa de cabeleireiro afinal sempre era verdade... Sabem, aquela conversa fiada de "ai quando nasceu o meu Sidónio passei a gostar de favas de escabeche quando antes nem as podia ver" ou "Depois de ter a minha princesa deixei de precisar de usar óculos".
Estes mitos urbanos... Serão, afinal, verdade?!

Tudo isto para expressar uma dúvida que me assola.
Não tenho bem a certeza que toooodos os meus sapatos terão encolhido depois de muitos meses sem serem usados ou então passei a usar o número acima, o que não só é extremamente embaraçoso como me cria um problema desgraçado dado que não tenho calçado que me sirva decentemente.

Foda-se mais a isto.

domingo, 27 de novembro de 2016

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve

Completamente viciante.
Scarrow é excelente a envolver o leitor de tal maneira na narrativa que o transporta para o cenário das batalhas, tanto e de tal forma que não poucas vezes fiquei surpreendida por, olhando à minha volta após a leitura de mais um capítulo, continuar neste século.

Muito, muito bom.

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve

Boring.
Boring.
Boring.

Não sei como consideram este homem um grande autor...

Moral da história: nunca escrevas por encomenda.
Muito fraco.

Leituras nº ... Qualquer Coisa Serve

Ora bem, este foi particularmente penoso de acabar.
Já tinha ficado com a ligeira sensação no último, mas neste foi absolutamente gritante: acho que a autora está a perder a mão para a escrita... Para a escrita de qualidade, pelo menos.
A história continua mais ou menos interessante, mas as partes mortas fazem com que o leitor tenha vontade de se atirar de uma ponte, tamanho o tédio que provoca.
Também não ajuda grande coisa o facto de haver personagens retrógradas, atrasadas mentais, paternalistas e completamente obtusas constantemente na ribalta, bem como o rumo estúpido que as personagens decentes tomam. Um desperdício.

Esperemos que o próximo seja um pouco melhor.

Qualquer Semelhança com a Realidade é Pura Coincidência - The Final Chapter

Durante quase três muito longos anos, esta rubrica serviu para destilar o veneno que me ia na alma de uma forma mais ou menos encriptada.

Mais ou menos encriptada. Muitas vezes, menos. Tinha um ódio de estimação que, apesar das minhas inúmeras tentativas, tinha que manter discreto sob pena de destabilizar a harmonia entre os meus pares. Apesar de todos os sinais de alarme. Apesar de ser óbvio para o mais cego dos homens. Apesar de ser mais evidente que uma ratoeira à frente do nariz.

Durante todo este tempo, fui sempre a embirrante, a má, a pouco tolerante.
Tudo porque não conseguia aceitar um outro ser humano na minha esfera de conhecidos. Tudo porque todos os meus instintos gritavam que aquela pessoa não valia nada. Acabei por falhar redondamente; não consegui fazer incidir alguma luz que fosse na situação e esclarecer quem de direito.

O tempo acabou por me dar razão. Tal como havia previsto logo no início. Cheguei a escrever sobre isso várias vezes aqui. Que este dia haveria de chegar. Que eu sabia das consequências que traria uma pessoa de merda tão próxima. Que soube desde o início o termo que haveria de chegar.

Chega ao fim este tempo. Com ele, chega ao fim também esta longa série de memes e videos sobre mandar pessoas para o caralho e afins. Ainda tinha muitos posts do género preparados, para o futuro. Não os vou eliminar; vou, antes, reciclá-los para outras ocasiões que certamente não irão faltar.
Por agora, chega.
Por agora.

Tinha razão. Tive-a desde sempre. Não é que ganhe alguma coisa com isso, que não ganho absolutamente nada, mas sempre fico com a esperança que da próxima vez haja mais respeito pela minha mísera visão do esquema das coisas.

FODE-TE, SEU FILHO DE UMA PUTA RELES.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Queixume Pós Gestacional #3

Amamentar é muito bom e muito bonito, barato e limpo, cria um elo único entre mãe e filho, já para não falar nos inúmeros benefícios para a saúde do bebé.

Lengalenga já mais que batida, não é?

Mais um dos dogmas que se aprende nas aulas de preparação para o parto e que se tivermos vontade de o questionar temos direito a um bilhete só de ida para uma palestra de evangelização dos índios, a cura dos leprosos e uma conferência que demonstra como as mães que não amamentam vão parar a um lugar muito especial no inferno.

Pois eu digo que sim senhora, ainda bem que o meu Puto beneficia com o meu líquido mamário, mas ter um bezerrinho de quatro e muitos quilos pendurado em mamilos que mais parecem feitos de carne picada, que puxa e morde sem cerimónias se o líquido não sai conforme a sua vontade, anda às cabeçadas à pobre mama e ainda lhe dá uns socos com o seu pequeno punho cerrado (esta é nova há cerca de 2 dias...) é sinal que as desgraçadas já deram o seu melhor, que está na hora de irem para a reforma e ficarmos todos por aqui, que ficamos muito bem. Porque simplesmente não há leite.  Assim como assim não é bem o leite que o alimenta (vivam os suplementos!) porque se fosse não teria passado os 5 primeiros dias da sua vida a gritar de fome, como um desalmado.

Puta que pariu a amamentação. Doem-me as mamas a toda a hora e o Puto, tenho a certeza, ja está farto da fonte meia seca.

Fora com as mamas, vivam os biberões!

Agora que já tirei isto do meu sistema, já posso ir à minha vida.
Então e prendas de Natal?

Como será bom de ver, este ano descuidei-me à grande e ainda não tenho metade do ofertório adquirido. Diz que tive um Filho e não tenho tido oportunidade de pensar em porras que fazem o pessoal gastar dinheiro.

Mas agora não posso mais fingr que o mundo lá fora não continua a avançar.

Ideias, anyone?

Donald Trump?!

Esperei estes dias todos para ver se os americanos se tinham enganado ou se o dia das mentiras tinha chegado mais cedo, mas afinal nada mais me resta que não seja render-me às evidências.

Está tudo louco...

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Queixume Pós Gestacional #2

As aulas de preparação para o parto são aquele fenómeno que, por volta das 25/30 semanas de gestação, atingem as futuras mães em cheio nas trombas e que as mergulha em oceanos de angústia e profundo sofrimento.

Deverei fazer estas benditas aulas? Servirão para alguma coisa? Há algum local mais apropriado que outro para tomar estas lições?
Por via das dúvidas, e apesar de ter lido tudo e mais um par de botas acerca do tema, achei por bem frequentar um curso desses, só para que não olhasse, um dia, para trás e me arrependesse amargamente de conhecimento que deveria ter adquirido e, em vez disso, fiquei em casa a enfardar chocolate.

Sim, as aulas de preparação são boas e ensinam de facto muita coisa acerca de cuidados dos rebentos, de potenciais perigos e coisas que temos que passar a fazer, de acções de emergência que possamos ser obrigados a tomar.

Sim, um qualquer centro de saúde de um qualquer grande centro urbano tem um curso muito decente de preparação para o parto. O mesmo não se diga das pessoas que o frequentam, mas isso fica para outro post, que tenho muito que dizer acerca do tema.

Sim, as aulas de preparação para o  preparam efectivamente para o momento do parto, com explicações detalhadas sobre as técnicas de respiração e relaxamento. E exercícios sobre o tema. Muitos, muitos exercícios. Exercícios em grupo, a solo, com o pai, com o canário e com o presidente da República. Tudo muito lindo, muito bem ensinado e muito bem aprendido.
Uma gaja, assim que domina a técnica, pensa: "Ya, que ça foda esta merda, afinal isto é fácil. Se a minha avó pariu e casa, eu, com toda esta performance espectacular, vou fazer um brilharete e parir o puto em cinco minutos."
Sou a maior e a mim não me vai acontecer nada de mal. Certo?

Errado.
O maior perigo das aulas de preparação para o parto é o excesso de confiança que transmite à grávida. Faz com que tudo pareça fácil, com que tudo dependa, afinal, da concentração, do esforço mental, da vontade. Faz com que uma pessoa acredite, de facto, que as dores de parto são uma coisa relativa, que não são assim tão fortes quanto isso e que se, afinal de contas, uma pessoa sente mais dor que aquela que é capaz de suportar, é porque não se está a concentrar devidamente e está a respirar mal.

Ora, com a licença da mesa, o caralho, é o que é.
Quem frequenta estas aulas leva também uma lavagem cerebral sobre os benefícios do parto normal (faz parte) e fazem com que tudo pareça tão cor-de-rosa e tão simples que 1) parece que nunca, em tempos idos mas não tão longínquos quanto isso, as mulheres morriam no parto; 2) as mulheres de hoje em dia são umas mariquinhas mimadas sem vergonha nenhuma que não aguentam uma dorzinha de nada no pipi.

E isto, meus caros, é o maior engodo que estas aulas oferecem.
Transparecem e vendem a ideia de que o parto é sempre, e em qualquer circunstância exequível, desde que a mulher esteja a fazer tudo bem, a respirar melhor ainda e a concentrar-se devidamente em fazer descer o bezerro pela coisa abaixo.

Esqueçam. Sim, as aulas ajudam bastante e ensinam muitas coisas que livro nenhum ensina, mas na hora em que a dor é excruciante e absolutamente paralizante, em que já se está para lá de qualquer reforço de epidural, a concentração e a respiração vão direitinhas para o caralhinho que as foda porque, meus caros amigos, poucas dores haverão piores que as dores de parto (principalmente se forem como as desta boa mãe de família, que se alojaram no fundo das costas).
E contra isto, batatinhas.

Tirando isso, ter filhos é porreiro e tal.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Queixume Maternal

Tenho para mim que o meu Puto pressente os momentos em que preciso de ir à casa de banho ou que, pensando que finalmente sossegou e que está a dormir tranquilamente, já estou enrolada no sofá, com um livro na mão, pronta a tirar os meus minutos de paz.

Porque é precisamente nesses momentos que decide abrir as goelas e mostrar aos mundo o poderio dos seus pulmões.

Estou absolutamente convencida que, quando assim berra, não quer nem precisa exactamente de coisa nenhuma; só quer ver se não desapareci num buraco pela terra abaixo e se o vou acudir quando tiver, sei lá, um macaco no nariz ou coisa assim.

Tirando isso, é muito fofinho.

Chupa!

O melão da CMTV pelo facto de o Sr. Dias ter decidido, antes de se entregar às autoridades, conceder uma entrevista à RTP é impagável.
Não sei se o homem terá grandes atenuantes ou não, mas já merece algum respeito só pelo facto de não se ter vendido a uma televisão medíocre, que pratica um jornalismo medíocre e baseado em mentiras e boatos.

Já se está mesmo a ver que, nos próximos dias, vá, anos, vão andar a cruxificar o homem em praça pública...

Oh Yeah

Devo ter o único marido que, feita uma lista manhosa e dadas umas recomendações às três pancadas, regressa a casa com TUDO o que foi pedido, nas exactas quantidades, das exactas marcas, no timing correcto, quando é preciso.

E, para isso, não há preço.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Queixume Pós Gestacional

Estou viva!
Para além de ser a primeira coisa que me apraz dizer, é com enorme satisfação que apresento ao mundo o puto mais giro do mundo, o meu! (fotos mais tarde, ok?)

Tentando retomar onde deixei, depois de um mês e tal de repouso, no passado dia 20 de Outubro, pari uma abobrinha fofa e felizmente saudável. Não foi propriamente um passeio no parque e sobre isso dissertarei mais tarde, ainda estou demasiado traumatizada para me pôr a dissecar pormenores de parto, mas, e saltando já para os finalmentes, correu tudo bem e o Puto nasceu são e perfeitinho.

Têm sido dias de adaptação e descoberta, de convívio com o choro, a fome e a fralda suja. Coisas as há que desconheço ainda por completo, coisas que provavelmente nunca vou descobrir e outras coisas nas quais já me ajeito relativamente bem. Vamos andando, como dizem os velhos. Tudo é novo para mim. Tudo é gigante, monstruoso e deveras assustador. Vamos andando.

Para já, o Puto é giríssimo (nem sei bem como, os recém nascidos são, geralmente, horrososos... se calhar é só por ser o meu...) e porta-se mais ou menos bem.

Mais desenvolvimentos nos próximos dias.