quarta-feira, 30 de junho de 2010

Meu Deus, Que Tenho Um Amante

As mentes que não se ocupam com actividades frequentes tendem a imaginar que o fazem. Mais interessante ainda, imaginam actividades na esfera dos outros. E o mais pálido e pequeno pormenor dá logo pano para mangas para uma história mirabolante, cheia de coloridos cerebrais de gente que não tem mais nada para ocupar o tempo e então mete-se na vida dos outros.

E o que quer isto dizer?

1) Quer dizer que não se pode trazer para o local de trabalho uma reles plantinha, para ver se se imprime alguma cor e vida para além da Judicatura que aqui se faz, que é tanta e tão boa, que é logo luz verde para toda a gente a vir apalpar e choramingar para cima dela, que linda que é, ai que fica tão bem.
Ok, amem lá o raio da flor, aproveitem e chorem mesmo para cima do vaso que a água está cara e sempre se poupam uns trocos.

2) Quer dizer que não se pode entrar casa dentro com a reles plantinha que toda a gente pergunta se hoje é dia de fazer anos. Mas só se podem trazer plantinhas para aqui quando se faz anos, nos outros dias trazer plantas é crime ou sacrilégio, é? Bolas, se assim é, já estou mas é lixada, que no que toca a plantas, aquelas que me ofertam por ocasião do aniversário é para ir janela fora.

3) Quer dizer que não se pode trazer uma reles plantinha para dar um dar de sua graça ao aposento e trazer um toque de personalidade do ocupante, que há logo um gajo qualquer a rondar, um mouro na costa, um ser qualquer a querer conquistar a moça donzela e portanto oferece plantinhas.

Claro, meus filhos, claro.

Tivesse eu um amante e logo a primeira bola a sair do saco era andar a publicitar os meus actos ilícitos e mostrar as prendas que ele me daria, e ainda vocês não viram nada, se gostam daquela erva daninha, imaginem quando virem o Mercedes que tenho estacionado à porta de casa, ou o meu Rolex ou os 37 Louboutins que tenho no meu armário, só à conta do outro, só espero é que o oficial não descubra senão também tenho de confessar que tenho 50 mil no banco que me foram ofertados, ai que isto não era para dizer.

E irem trabalhar, não?

Ora Bem...

De fora do Mundial por uma estratégia brilhante do Mr. Queiroz.
Muito bem.
Talvez seja altura de perceber que há mais jogadores na equipa do que o suposto melhor do mundo que afinal não faz nada e que jogar sempre à defesa é jogar para nada.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Micro-Clima

Um ser sai de casa, todo contente que hoje pode ir de bracinhos ao léu que o sol brilha que não é brincadeira nenhuma, quando nem se anda uns reles 7km e é logo isto:



É o que dá viver em sítios esquisitos.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Thank God For The Net

Coisa boa, mesmo boa é a informatização dos processos nos tribunais.Ai que bom que está apenas à distância de um clique a certidão que já cá devia estar há três anos. Ai que bom que consigo ver se o processo está no arquivo só a olhar para o meu pequeno ecrãzinho. Ai que bom que daqui vejo e ouço tudo o que se passou no processo, até se o funcionário que devia estar a trabalhar está a falar com os colegas sobre problemas do foro íntimo, desculpe lá o mau jeito, minha senhora, mas os telefones têm um poder de alcance que você nem imagina, se bem que eu dispensava saber o que se passa na sua casa, mas deixe lá, até sou uma rapariga discreta, não digo nada a ninguém, desde que o seu colega se despache a voltar a pôr o auscutador no ouvido, de maneira a que eu só oiça a ele, e não a si, que a senhora há-de ter mais que fazer e eu também.
Coisa boa, mesmo boa.
Também é bom telefonar-se para um tribunal quando ainda faltam 5 minutos para a hora de almoço, e senhora do outro lado, com uma grande calma, dizer que não pode ajudar que está na sua hora de almoço e já tem o computador desligado.
Mas esqueçamos este pormenor, que não se pode, também, pedir demais.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Filhos? Não, Obrigado!

Se as pessoas são o mal do mundo, as crianças, que serão adultas muito em breve, são a raiz do mal. Porque logo pequenas, tal como indicado pela sua natureza, são do pior que pode haver em termos de maltratar o próximo, abusar da confiança, distorcer factos em seu favor, fazer pouco dos outros.
Mas, esperem lá, isto não é exactamente o que as pessoas completas, por assim dizer, fazem? Não é isto que se espera das pessoas crescidas, que saibam vingar, que saibam pisar os outros, que passem por cima de tudo e de todos para poder satisfazer a sua curiosidadezinha mórbida e desprovida de sentido?
Pois sim.
As crianças, nascidas assim ou assim criadas pelos progenitores, são aquilo que se vê: um poço da podridão adulta, das desvirtudes do crescer, da ganância e da maldade, sem laivos da inocência que passam a vida a apregoar que têm, onde, não se sabe, duvida-se que exista, essa história da virgindade de alma não se sabe se não será um grande barrete, uma forma literária e romântica de dizer que se esticaram as pernas e agora já não se gosta de andar de bicicleta e subir às árvores, agora é mais cromos do Mundial ou gajas a passar na rua, que já não sou puto nenhum.
As crianças são o princípio do fim; quando se põe no mundo uma coisinha fofa, dá-se tudo o que eles têm direito até que cresçam um bocadinho pequeno e se tornem monstrinhos egoístas e malvados, mas que aos olhos dos paizinhos serão sempre os meus rebentos preferidos, coitadinhos, são tão giros, tão queridos, deixá-los fazer asneiras, só tenho aqueles, coitadinhos.
Coitadinhos, dir-se-ia, dos outros que têm que aturar as criancinhas dos outros, que são tão porcas de espírito como os pais o são, que já carregam nas entranhas a apatia e a estupidez intrínsecas. Já se têm ouvido opiniões sobre as criancinhas em todos os cantos do mundo; tantos outros advogaram pela causa de não queremos criancinhas junto de nós que estragam tudo e ainda deixam celulite no rabo. É preciso ir para além do mundano: as crianças serão o reflexo de quem as construiu, mas mesmo que os escultores não sejam assim tão maus, há sempre a possibilidade de quem vai crescer seja podre, como todos os homens, porque esta é a natureza do homem, ser podre e transportar para as gerações futuras a podridão interior.
Que não haja ilusões, quem sai aos seus não degenera, seremos sempre assim, o cancro do viver em sociedade a correr nas veias de todos nós.
Sic.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Da Futilidade










Avisou-se que a retribuição faz mal ao trabalhador.
Esta é a prova.

'Cenas de Gaja'

Aprecio imenso a Princesa Sissi.

Diz verdades cá com uma pinta...

Portugal - 7 Coreia do Norte - 0

Muito bem, sim senhor!
Desta vez, até me vou abster de comentar a merdice de Seleccionador.
Vamos lá ver se com o Brasil nos saímos tão bem...

7 sequinhos, até dá gosto!

Ela É Demais Para Mim


Leve, levezinho.
Está bonito, está, engraçadinho e tal.
É uma comédia, não se pode esperar grande coisa.
12 de oral, 12 final.

sábado, 19 de junho de 2010

Era Uma Vez José Saramago

O choque continua cá, a alma continua a chorar.


Desapareceu o maior escritor dos últimos tempos, o maior pensador literário que a literatura alguma vez teve, o homem que se exprimia tão complexamente que o texto se tornava estranhamente fácil e de uma beleza original.


Não vale a pena falar no legado que deixa, na imensa obra futura, nos livros que gerações adiante lerão, estudarão e aprenderão a amar as páginas de tamanha genialidade como a dele.

Não vale a pena falar na figura que os governantes de outrora não souberam respeitar, que as mentes pequenas e débeis não souberam compreender; isso, outros o farão.


Este foi o escritor que mais tocou a alma, que mais soube mostrar, que deu um impulso à leitura, que abriu tantas portas de compreensão sobre tantos assuntos, sobre tantos aspectos da vida que mereciam uma visão mais atenta.

Este foi o escritor que mostrou que as palavras se podem organizar de uma maneira que mostra ainda mais a beleza da língua, que a levam mais longe, que fala à consciência de cada um que lê.

Este foi o escritor que sabia sempre ordenar as palavras mais simples de forma a tornar o discurso tocante, tocante na alma.


Uma pessoa que escreveu desta maneira não mais será esquecida, uma pessoa que deixou uma obra como esta será recordado eternamente enquanto a língua portuguesa existir, como tantos outros que o precederam.


José Saramago, que um dia assinou dois livros a uma miúda na Feira do Livro, um ano antes de receber o prémio Nobel, nunca imaginou que, anos depois, essa miúda visse nele um herói literário, uma mente muito à frente no seu tempo, um homem inteligente como nenhum outro; nunca imaginou, certamente, que tantos dos seus livros causassem um abalo tão profundo no pensamento, nem nunca imaginou quantas vezes se reviu nas histórias que soube contar, nos pensamentos que foram imprimidos com tanta sabedoria.


Perdi o meu herói.

Perdi a minha alma literária.

Que não será esquecido, nem verdadeiramente perdido, porque viverá para sempre através daqueles que dele se recordam, daqueles que mantêm viva a memória. Mas que hoje fiquei mais pobre, ficámos todos muito mais pobres, disso não haja dúvida.


Esta é das raríssimas ocasiões que lamento profundamente não ter crenças religiosas por ser, talvez, a única forma de, um dia mais tarde, o voltar a ver.



1922-2010

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E Agora?

Isto arruinou o dia ( não foi dito que estampar o carro logo de manhã era presságio de má sorte até o dia terminar?).

Como vai ser a partir de agora?

Já não posso esperar o próximo livro, porque o Poeta morreu.
Já não posso sonhar que um dia vou conhecê-lo, porque Ele foi à minha frente.
Já não posso imaginar a conversa que teríamos, porque foi para lado nenhum.

E agora?

Morreu O Poeta

Foi-se.
Partiu.
Deixou-me.

Começar Bem

Quando se começa o dia a esborrachar a frente do carro contra um muro, estúpida de merda que ainda estás a dormir, não vês o que andas a fazer, já se sabe que o resto do dia andará pela mesma onda, portanto também não se pode esperar grande coisa.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pausa Para Almoço

Estava eu, sugadita, sentada no café do costume, a ler um livro duvidoso e a fumar 37 cigarros de um assentada quando entram aquelas duas aves raras e se sentam, não se está mesmo a ver, mesmo na mesa ao lado, que espaço é coisa que escasseia num café vazio, e não havia outra alternativa, vamos mas é chatear a gaja que ali está, também não tem ar de quem esteja a fazer grande coisa, por isso olhe desculpe lá se temos rabos muito grandes a obrigamos a encolher-se para nos podermos sentar, enfim, a sina costumeira de quem passa a hora de almoço em cafés perto de liceus.
Andam sempre os dois, tão fofos que eles são, o gordo sinistro, com uma crista de galo pintalgada na ponta e umas 30 mil correntes em volta das calças, e o puto giro que em tempos achava que devia ser filho da dona do estabelecimento,mas afinal parece que não, os dois tão parvos quanto a idade permite, benza-os deus, que tolice é o que não falta à juventude, que eu já sou velha e aos velhos são permitido comentários sobre a decadência das novas gerações.
Eis senão quando o gordo com a mania que é punk abre a sua bocarra de dentes podres e deixa sair o maior e mais poderoso arroto que alguma vez ouvi, ouvi eu e quem estava a 10 km de distância, não me admirava nada se se tivesse ouvido tal fenómeno lá para os lados da Vila Velha, tendo quase a certeza que as fundações do Palácio da Pena tremeram e nunca mais serão as mesmas depois de semelhante abalo sísmico. Não contente com a façanha, volta a repetir, nem sei como não saíram dali fagulhas, qual fogo de copas, ou um vento incendiário qualquer, desta vez com a plena noção e certeza que foi o Palácio de Queluz que sofreu as consequências nefastas do trânsito estomacal daquela besta.
Olho em volta, para tentar perceber se fui apenas eu que senti tamanho abalo e disparo sonoro, não fosse o som das vuvuzelas macacas do jogo que passa na televisão ter afectado permanentemente a minha audição, quando percebo que ninguém sequer pestanejou, nem sequer virou a cabeça para perceber quem havia arrotado com tamanho escarcéu, e constato, com alguma tristeza, diga-se, que estavam presentes velhotes em número considerável que perderam uma bela oportunidade de dizer, como só eles sabem, esta geração está perdida.
Logo a seguir, atrás do balcão, alguém se lembra de partir um copo, ou um prato, ou vários, não interessa, alguma coisa de vidro foi dar um beijo ao chão e não aguentou o impacto. Foi o rebuliço, toda a gente se sobressalta, viram-se todos para ver, alguns até se levantam para ver melhor, comentando o acontecimento, qual ovni que tivesse aterrado numa mesa do centro da sala.
Mais alguém repara no surrealismo?

Factos Revisitados

Não se sabe se será da azia ou de não ter mais que fazer, ou ainda de ter dormido mal e porcamente, mas há qualquer coisa nas pessoas que exerce um fascínio estrondoso.

Nomeadamente, a estupidez que irradia os seus cérebros, quais raios de sol incandescentes.

E outras coisas, como o ressabiamento, mas não tendo bem a certeza que tal palavra exista, fica como pessoas-que-não-têm-mais-nada-com-que-ocupar-o-tempo-e-teimam-em-ficar-apegados-às-coisas-que-já-se-passaram-há-pelo-menos-quinhentos-anos.

E com isto não se quer mencionar rancores e ódios antigos, que isso todos têm, de uma forma ou de outra.

Coisas parvas que têm barbas de velho, que serviram de pretexto para cortar com relações igualmente idosas. Apenas pretextos, nada mais, que agora renascem e ficam a pairar, como se os factos que lhes deram origem fossem frescos como o leite do dia. Factos que, se fossem analisados, nem teriam força para cancelamento do que quer que seja. Não passam de desculpas, de pretextos, de bodes expiatórios, qualquer coisa que serve de mote a que se fique mortalmente ofendido por coisa nenhuma.

Assim é, às vezes acontece, uma coisinha de nada despoleta uma tempestade e um vendaval tamanhos que é muito difícil reparar os estragos. Mesmo que não se perceba, aceita-se, tudo tem um fim, porque não um assim?

O problema surge quando os motivos voltam a renascer, assombrando quem alegadamente os cometeu, sim porque toda a gente sabe que isto dos motivos e factos que levam a não sei quê são uma espécie de fantasminhas que vêm chatear os vivos quando já ninguém se lembra deles ou quando não conseguem descansar em paz, renascem milagrosamente e caminham por aí, importunando uns e outros, como se fosse uma alegre parada.

E quem não tem nada a ver com o assunto, mas que indirectamente até está implicado, já não sei como é que funciona aquela coisa do autor mediato em Penal, à laia das máfias e tal, mas deve ser assim uma coisa parecida, e subitamente, lá vamos nós outra vez arranjar caldinhos a torto e a direito, e a falar no diz-que-disse, e a encontrar conhecidos na rua e desatar a falar mal, tanto e de tal forma que, quando se tenta vislumbrar um fio condutor, este não existe porque já está entranhado nos meandros do Polvo, esse vasto animal em que se tornam as pessoas quando se reúnem.

Fingindo que se tratavam de pessoas minimamente razoáveis, a solução era um encontro de razões, em que tudo se poria em pratos limpos, uma lavagem de roupa suja, vá, uma sujidade entranhada há anos, que se recusará a sair, mas enfim, sempre se dirá que em nome da concórdia tudo se fará, e que se nada for feito correr-se-á o risco de o Polvo estender os seus tentáculos muito além da maldade habitual, ou seja, um pretexto qualquer, a juntar aos outros, para que haja a não resolução das questões pendentes.

A gaita toda, que é mesmo assim, que é para não dizer merda, se bem que não se entenda bem porque raio se terá de usar um eufemismo se a vontade e a verdade é dizer merda, enfim, diga-se merda que também não é por isso que o gato vai ao bofe, a merda toda é que esta base instrutória tem muitos quesitos, todos eles complexos, todos eles de difícil prova e resposta. Remontam os factos a datas longínquas e não há ninguém vivo para os recordar, envolvem sentimentos e podres de terceiros, envolvem verdades que não se querem ditas, envolvem orgulhos feridos e feitios dificeis que não se sabem por no seu devido lugar. E isto é extramamente complicado para ser resolvido.

Quer dizer, resolver até se resolve, mas mais numa cena de porrada à Van Dame do que numa normal conversa de crescidos.
Porque ninguém é crescido, mesmo que tentem fingir o contrário.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Incidente Processual

Já não se pode estar descansado nem na casa de banho.
Porque quando se está, efectivamente, feliz da vida e descontraído, há alguém, cheio de pressas que tenta abrir a porta, e ainda lhe manda um ou dois coices, enquanto berra Mas 'tá alguém aí?
Não, esperteza, veio cá mijar o fantasma do presépio e trancou-se cá dentro, não se está mesmo a ver?
E mesmo depois de esclarecido de que não havia nenhuma alma penada dentro da dita salinha, deixa sair um Ah!, como se fosse um fenómeno do Entroncamento estar alguém na casa de banho quando o Espalha-Brasas teve vontade de lá ir.


Imagine-se agora que quem lá foi não tinha tido a presença de espírito e a extrema clarividência mental de trancar a porta...
Entrava Espalha-Brasas, o Homem das Pressas e Auxiliar do Aflitos por ali dentro, havia de ser o bom e o bonito, até o diabo se ria, e um ser de calças na mão e sabe-se lá mais o quê de fora.
Já não há sossego.

Teoria I

O queixume é o desporto de qualquer humano que se preze. Não há ninguém que não goste de se queixar, aqui e ali, das coisas más que acontecem, daquilo que os outros fazem, da conjuntura que é terrível e pouco propícia a acontecimentos benéficos. O que já não se ouve tanto é queixarem-se da própria falta de vontade, escolhas erradas, falta de tacto e tantas outras coisas que levam a que as pessoas se espalhem ao comprido por iniciativa delas.

E, aliado ao queixume, há a grande vantagem que vem da posse de cérebro, que é a possibilidade de formular teorias acerca das causas que levam às desgraças. Teoria da desgraça queixosa. Ou teoria da queixice desafortunada. Ou uma coisa assim parecida.

Por exemplo, uma pessoa solteira, mais tarde ou mais cedo, há-se sempre queixar-se que não há cônjuge porque os homens/mulheres de jeito ou têm par ou são gay. E isto sem qualquer sombra de crítica ou julgamento velado, ou o que quer que seja de maldizer, acerca das pessoas solteiras, que terão o estado civil que muito bem entenderem, ou discriminação pela orientação sexual de quem quer que seja; discute-se uma teoria, e não os meandros verbais que são usados para a exprimir, que tantas vezes levam a mal entendidos, sim porque pessoas as há que gostam de ler o que é escrito de maneira a só encontrarem algum laivo de critica manhosa ou difamação, sem juntarem os neurónios para sentirem o cerne do texto. Só para depois não se vir cá dizer que se disse mal. Que não disse, faz parte da explicação da teoria. Continuemos.

A conclusão de que não há gente disponível para a feitura do amor é que essas gentes que deviam estar a aquecer os pés das gentes queixosas é logo e imediatamente a de que já está tudo ocupado ou porque, afinal, as gentes têm outros gostos.

Assim será. À primeira vista, pelo menos.

Obviamente que está tudo ocupado! Algumas pessoas ainda têm aquele defeito, não sei que lhes dá, mas que gostam de companhia, pronto, gostam de ter pessoas a quem dar beijinhos e abraços e fazer poucas vergonhas, isto assim não dá com nada, pá, e tendem a ficar com elas por tempo indeterminado, como os contratos de trabalho, raio de mania.
E outras pessoas gostam de outras coisas, o que é que se pode fazer, isto agora é tudo uma cambada, toda a gente faz o que quer e o que lhe apetece, uma rebaldaria.

E há também aqueles que estão disponíveis e não são gay, mas que têm demasiados defeitos, ora são gordos, magrinhos, bexigosos, sebosos, com óculos, com dentes tortos, com pernas escanzeladas, com mazelas cerebrais, um defeito qualquer terão, ou não estariam sozinhas.
Pois sim, grande moral para falar.

É que dá tanto trabalho andar à procura, bolas...
O que dava jeito é que um príncipe encantado, montado num cavalo branco, surgisse à porta de casa, disponível como uma cabine telefónica vaga, disposto a tudo o mais alguma coisa pelo amor do queixoso.
O pior é que esses príncipes que aparecem de livre e espontânea vontade normalmente são uns gandins do pior, o cavalo é mais um burro ou uma mula velha, e as disposições, de espírito ou de estado civil, não são assim tão lineares.
Andar na rua, apontar o dedo a um senhor de feições engraçadas e ele milagre!, até está na mesma onda, era bom, era de sonho, mas sem ter trabalho, sem fussar, encontra-se?

A ser assim, a teoria até é verdadeira. Porque aliado ao queixume, a inércia que é a madre de todos os vícios, também fomenta teorias mirabolantes.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Vuvuzela II

Pergunto eu, que nada percebo de futebol, se os jogadores ouvirão alguma coisa enquanto decorre o jogo...
Como é que se conseguem ouvir entre si?
Como é que ouvem o treinador?
Ninguém pensou nisto quando se estabeleceu a organização do Campeonato?

Como é que ninguém se livra daquelas cornetas ridículas?

O Lobisomem


Surpreendentemente, até está muito bom.

Não há o final cliché de vou-te salvar e vamos ser felizes para sempre.

Puro e duro, a besta nunca morre.

E o Sr. Del Toro é magnífico...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Dobrou a Esquina, Deixou de a Ver

Um dia, viu-a na rua. Tinha no olhar o peso do mundo e o fardo do desassossego nos ombros. Caminhava de cabeça baixa, olhando as pedras da calçada, como se lhe pudessem dar uma qualquer resposta para as perguntas que nem sabia formular. Ia pela rua, arrastando o passo para um sítio qualquer, sem um rumo que não fosse dar ao inevitável abismo.
Oh, sabia reconhecer os sinais. Sabia de onde vinha, para onde ia; só não sabia como sair dali. Mas sabia reconhecer os sintomas. Até bem demais.
Quis falar-lhe. Correr atrás dela, para a abraçar, para lhe dizer que tudo passaria, para lhe contar as mentiras costumeiras das pessoas que nada sabem mas que tudo pensam saber. Quis ir ter com ela, puxar-lhe por um braço, ver-lhe as lágrimas, ver-lhe o negro da alma. Quis dizer-lhe coisas que a tirassem do vazio, que a puxassem de volta à realidade.
Mas não o fez.
Quis ir ter com ela, quis ouvi-la, perceber o que havia lá dentro. Quis agredi-la, quis aconchegá-la.
Mas deixou-a ir.
E ia dizer-lhe o quê?
Que sabia o que era, como era e o que se seguia? Grande consolo.
Que aquela era uma oportunidade única para criar defesas e aprender? Porque é que me estás a dizer uma coisa dessas??
Que nunca mais iria recuperar das feridas, mas que elas podiam servir de memorial para não mais repetir? Quem é que tu pensas que és?
Que um dia havia de acordar do pesadelo e perceber que aquilo a tinha moldado? Ora, porque não vais ver se chove?
Não, não lhe podia dizer nada. Não lhe podia dizer que viriam mais homens que lhe fariam o mesmo; não lhe podia dizer que não podia ter tanta esperança e expectativa nas pessoas porque mais tarde ou mais cedo, toda a gente a ia magoar; não podia dizer-lhe que este era um caminho que teria que fazer sozinha, para fora do abismo, para fora do desespero, para fora da escuridão, e ninguém a não ser ela a poderia ajudar, tinha que ser feito, e tinha que ser ela; não lhe podia dizer que depois desta, outras viriam, inevitáveis como o fim, e que ela teria de estar preparada quando chegasse a altura.
Não, não lhe podia dizer. Seria como uma declaração de inimizade. Seria visto como um ataque, como um pisar de dedos a quem está suspenso apenas pelas mãos à beira do precipício. Seria visto como um repetir de coisas que provavelmente ela já saberia, e isso é coisa que não se faz.Os amigos passam a mão pelo pêlo uns dos outros, balbuciando mentiras doces, à espera que passe, esperando sempre que nada corresse mal. Não, não lhe podia dizer nada.
E dizer o quê, palavras negras?, verdades destrutivas?, verbos desprovidos de sentido? Para quê falar se o que está para ser dito é o que mais se teme, é o que mais dói, é o que mais destrói? Para quê, se o que está para ser dito ainda faria mais estragos que coisas boas? Para quê, ir pôr mais uma acha na fogueira, se, sozinha, ela já se queimava?
E quem diz que tem que ser assim? Quem diz que terá de ser, inevitável e cegamente, assim? Quem diz que tem de ser um caminho feito de desconfiança, e traição, e dor, e insónia, e angústia? Quem diz que não há, afinal, bondade na humanidade, e que no fim, todos acabam por fazer qualquer coisa de bom que permita o perdão e a felicidade?
Quem diz que essa não era só a interpretação que foi dada e esculpida por uma existência que em nada se assemelha à vivência dos outros?
Quem lhe diria que estava certa e os amigos das mentiras doces estariam errados? Quem garante que assim seja?
E continuou, parada no passeio, a vê-la afastar-se, ombros curvados, uma nuvem invisível por cima da cabeça. E não lhe disse nada, deixou-a ir.
E pensou, ao retomar o seu caminho, se fez o que estava certo ou apenas o que deveria ser feito. Pensou se, afinal, não valeria a pena ter corrido atras dela, só para dizer, olha, estou aqui, já passei pelo mesmo, dar-te-ei a mão enquanto caminhares no escuro, depois disso também, nada posso fazer, mas estarei de mãos dadas contigo até que queiras voltar desse reino distorcido.
Mas deixou-a ir. Deixou-a ir, sabendo que tinha duas mãos, e que pelo menos uma delas poderia ter segurado a dela.
E teve vontade de chorar com ela, e de lhe limpar as lágrimas, de lhe bater e de lhe gritar, de simplesmente nada dizer. Só estar ali.
Até podia ser que ela chegasse a um conclusão diferente da sua, que conseguisse ainda ter esperança, que conseguisse ainda acreditar, depois da tempestade, que existiria sempre bonança. Até podia ser...
Mas não. Deixou-a ir.
Deixou-a ir, perder-se na escuridão, quem sabe se para algum dia voltar.
Deixou-a ir, sem lhe garantir que há volta, só que como pessoa diferente, quem sabe.
Deixou-a, sem lhe poder dar a mão.
Dobrou a esquina, deixou de a ver.

domingo, 13 de junho de 2010

Vuvuzela

Anda um c*r*lho rua acima, rua abaixo com uma vuvuzela nos beiços, a fazer uma barulheira infernal.
De quem foi a infeliz ideia de inventar aquela coisinha estúpida?!

Santo António


Mais uma vez, fiz por me esquecer de comprar um manjerico.

São giros e cheiram bem e tal, mas caros como tudo.

E para quê, se dois dias depois de chegarem a casa, morrem todos definhados?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Session



Não é, de todo, das minhas bandas preferidas; ouvia-se mais há uns anos, em que tudo o que era puto muita-mau-e-com-a-mania-que-é-estiloso era fã de Linkin Park.
Mas esta música é boa, muito boa mesmo.
Deve ser porque não há vozes manhosas a chatear.

Perdoe-se, novamente, a fraca qualidade do video, mas o YouCoisoTube andas pelas ruas da amargura.

Tipicidade

Já perdi a conta aos nomes que ele me chama, sem nunca acertar no verdadeiro.
Ele é Ana, Alexandra, Renata, Sara, Adriana, Liliana, tudo e mais alguma coisa, mas o verdadeiro é que nunca sai à primeira.
Às vezes, grita lá do outro lado da sala "Ò..." e depois faz-se um silêncio sepulcral; o que se quase ouve é o cérebro do homem a trabalhar furiosamente a tentar-se lembrar do nome pelo qual quer chamar. Até me surpreende que ele não diga simplesmente: "Estagiária, venha cá!".Era muito mais fácil e limpo, sem chatices ou momentos embaraçosos.
O único momento em que parece lembrar-se da minha nomenclatura é quando chega o tempo de me dar na cabeça; aí quase nunca falha. Mas mesmo assim, nem sempre se lembra da personalidade jurídica inerente à minha pessoa, e sai simplesmente: "Ó Dra., venha cá!".
Já pensei em escrever uma lista com todos os nomes ou expressões que ele associa à minha pessoa e só ir ao pé dele quando for chamada pelos nomes que lá constam.
Assim à laia de princípio da tipicidade.
Não deixava de ser engraçado...

The Hurt Locker


Não sei se merecia ou não o Oscar, mas é indubitavelmente um bom filme.

Se se contar a história, não tem grande piada; só mesmo visto.

Très bien.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Genial!


Leio esta BD há anos, mas nunca encontrei uma página tão boa como esta.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Do Patrão Fora

Silêncio tão grande que fere os ouvidos.

Não há ninguém com quem trocar uma queixinha, bem ao estilo lusitano, ai que preguiça que tenho, ai que não me apetece trabalhar.

Ninguém.

Dou por mim a pensar que se pegasse nos meus pertences e saísse pela janela ninguém ia dar conta. E não davam mesmo, porque a ideia é brilhante.

O mal do português em geral é que, assim que vislumbra uma aberta, um feriado, nem que seja uma ou duas horas sem ter que mexer uma palha, não faz mais nada a não ser esperar pelo tempo de descanso.

E eu sou tão portuguesa...

Li Isto e Gostei Moderadamente, Vá


Não que me surpreenda nada as andanças judiciais darem tanta asneira que venham a ser espelhadas num livro, mas isto até está engraçadinho.

Um monte de histórias mirabolantes, coisas que parecem inventadas e não tiradas da realidade.

Há uns tempos atrás, ainda me indignaria, me insurgiria contra a infâmia que é ter um Estado de Direito cuja justiça não funciona, que deixa à mercê da arbitrariedade e da inércia a vida dos cidadãos, que a justiça e o acesso à mesma é um direito fundamental, protegido pela Constituição, não pode ser, isto assim não é país nenhum, é uma selva, onde é que isto já se viu, meu deus que desgraça, que pouca vergonha, e o povo, pah?


Pois sim.


Hoje já não me faz tanta espécie. Não é questão de ser insensível ou indiferente, é que esta é a realidade; fora as coisas que não se sabem mas que acontecem na mesma.

Isto é a vida, o pão nosso de cada dia, a espuma dos dias, de um qualquer profissional do foro.

Quem admitir o contrário, engana-se a si mesmo.

Ah e tal, mas isto tem que ser mudado, isto assim não pode ser.

Exacto.

Então vai lá tu mudar os interesses instalados e a falta de vontade do tuga em trabalhar, que eu vou ali e já volto.
A existência é ...
Sei lá o que é.
Uma coisa qualquer que obriga a respirar e andar pela terra em busca de ocupação. E por ocupação não se leia missão, felicidade ou qualquer outra forma de completar o ser. Ocupação que dê retribuição com a qual se compra comida.
Quem anda por aí a falar em buscar a felicidade é porque é capitalista e não precisa de trabalhar para comer.
É isto a existência: trabalho duro, desde o berço até à cova, e pelo meio, nada.

Sic.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Espuma dos Dias

Há dias, costuma dizer-se, em que mais vale não sair da cama, porque tudo vai inevitavelmente correr de mal a pior.
Por estas bandas, tem-se a teoria de que, quando se começa logo de manhã a conduzir mal, nem vale a pena pegar num carro durante qualquer momento subsequente, porque, de certeza, inevitavelmente, vai dar asneira da grossa.

Hoje descobri que não consigo conduzir de saltos altos. Não é como se não suspeitasse ou algo do género; quando os sapatos são largos de mais, tinha que levar umas chanatas quaisquer para conseguir guiar em condições.
Possuía, no entanto, umas tamancas que estavam razoavelmente apertadinhas, confortáveis de modo a usar três pedais de forma mais ou menos segura.

Qual quê!

Juntam-se vários factores perigosos e tudo acontece rapidamente.
Sapatos que até ali foram amigos fiéis prendem a merda do salto no tapete e fazem falhar o momento mágico do ponto de embraiagem; calçada molhada da merda da chuva que teima em cair às portas do verão; pneus chiam como ratos a serem pisados e toca de derrapar; falha outra vez do pedal, desta vez do travão, que ficou preso no tapete, no salto, claro;carro resolve armar-se em esperto e resolve dar uma fugidinha de traseira; tudo isto temperado com uma barulheira de motor como se estivesse a guiar um monta-cargas; inclinação do piso:10%.
Obviamente, tudo de mãos dadas com a estupidez e a falta de jeito inata para a coisa.

Pára tudo a olhar. Não têm o que fazer, cambada de putas?
Ah, e isto ainda é mais giro quando acontece duas vezes.

Moral da história: daqui para a frente, andar sempre de tamancas que permitam conduzir, como as velhas e aquelas tias de Cascais que não podem lascar o verniz das unhas dos pés.
Andar sempre com uns sapatos que permitam não falhar o pedal mais importante.
Ter tino e presença de espírito suficientes para saber ir de autocarro quando, logo de manhã, se deixa ir o carro abaixo porque...
adivinhem lá...
O salto prendeu no tapete, exactamente

Das Pequenas Coisas

Com uma tendência subtil para a tragédia, havia pavor de voltar ao local da labuta por o protector dos desfavorecidos jurídicos ter ido de férias, e agora seria o temível Sabichão da Horta a ter a tutela da inimputável.
Com todas as desvantagens que isso traria, incluindo passar por asna a toda a hora. Principalmente, passar por asna a toda a hora.
Vem ele, e com umas míseras palavras, deita por terra a minha teoria de patronos enfurecidos e estagiárias a voarem pela janela , sem hipótese de sobrevivência.
Lembra-te do H.F.

Obrigado por me lembrares.
Devo-te a minha sanidade.

O Sexo e a Cidade 2


Não se pode pedir grande coisa destes filmes, já se sabe, mas mesmo assim, vale a pena fazer um comentário.

A história é ao estilo da série; dilemas e dramas femininos, mais a roupa e os sapatos e as paisagens estonteantes, etc.

Resume-se a, então vá, se no primeiro filme fizeste fita para casar comigo e até quiseste fugir no dia do casamento, agora eu vou de férias para Abu Dhabi, encontro o meu ex, e tomaaa!! prego-lhe um beijo! Que te parece, estamos quites, não?

Basicamente, é isto.

E depois há as cenas de chorar a rir, principalmente em tudo o que meta a Samantha ao barulho.

Levezinho.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Teoria da Novela

Ver novelas, para além de um passatempo para quem não tem mais nada que fazer, é deveras interessante.
Pode o enredo ser uma história mórbida, de gente execrável, cheio de bandidos e corruptos, ou então com tragédias e desgraças afins que, no fim, mesmo, mesmo no episódio final, arranja-se sempre maneira de pôr toda a gente a casar e a ter bebés.
Não interessa qual o início da história, não interessa se a novela em questão queria dar um aspecto diferente ao que se tem feito; no final, estão todos os personagens condenados a serem felizes para sempre.
O pior é que o felizes para sempre daqueles que escrevem novelas implica necessária e fatidicamente o casar e ter bebés.
O casar ou ficar junto ainda é como o outro, mas porque raio é que a isso vem logo acoplado os rebentos de cabelinho de rato?
Já não pode uma pessoa sentar-se no sofá, a pensar que é desta que se vê uma boa desgraça em que tudo morre no fim, e os que não morrem, vão todos presos ou acabam paralíticos, que se leva automaticamente com o final típico das mentes judaico-cristãs.

Bolas, não se faz!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Do Regresso do Filho Pródigo à Casa da Mater

Finalmente, foi encontrado.

Não dentro do carro que o comeu, não caído num canto qualquer, não dentro de uma qualquer caixa de CD, mas na loja.


Bem vindo de volta.

Senti a tua falta.

Pensando Melhor...

No post anterior, disse que o Ville Valo, armado em Johnny Depp, até se perdoava, porque o finlandês até era giro.



Mas depois pensei melhor.



E vi isto:



Nada é comparável com o original.
Morre, Valo.

Summer Wine



Encontrei isto já nem sei bem como.
Sei que este gajo tem a mania que é o Johnny Depp, com aquele ar de rebelde meio ébrio e a fingir que se está a cagar e tal.
Mas é giro, por isso perdoa-se.

A música nem está muito mal; só não se sabe é porque é que a moça foi lá parar... Ela não era actriz? Agora também canta? Enfim...


Perdoai as legendas esquisitas no video, mas houve alguém que achou por bem desactivar a incorporação do original no YouCoisoTube, e agora não há nada para ninguém.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Da Falta de Peso

Isto é ridículo.
Quer dizer, empurrar os feriados para os fins-de-semana, até nem está mal visto; fica-se com uns valentes amontoados de mini-férias de 3 dias que serão, com toda a certeza, muito bem vindos e muito bem aproveitados. Até pode ser que, de facto, sejam um apelo e um incentivo à produtividade, e que dessa forma, até poupemos mais do que 1% do PIB.
Resta apenas esperar que o português comum não veja a coisa como boa!, uma semana só de quatro dias, baza mas é engonhar o trabalho todo porque já só me apetece é pensar no que vou fazer com três dias inteiros por minha conta. Não sei porquê, mas acho que isto não passou pela cabeça de quem teve esta ideia...
Mas enfim, já há anos que nisto se fala; só falta mesmo a típica frase do lá fora também se faz, deviamos fazer também.Digo eu que se os lá de fora se atirassem a um poço, os de cá de dentro faziam o mesmo...

Porém, que sentido faz extinguir feriados como IMPLANTAÇãO DA REPÚBLICA ou Restauração da Independência, quando se deixam feriados como Assunção de Nossa Senhora ou Imaculada Conceição?
Desculpem lá, mas alguém anda a fumar daquilo que dá para rir e depois vem parir estas ideias peregrinas!

Então num Estado Republicano vão extinguir o feriado da Implantação? Não podem estar bons da cabeça! É assim que mostram o respeito pelo país que têm, pelos valores que nos foram incutidos, pelos princípios que baseiam a Constituição?
Extinguem feriados históricos, sem sequer tocar nos religiosos - não temos que voltar a falar na Laicidade do Estado, pois não, meus amigos?! - e ainda criam um feriado do Dia da Família?
O que é que Dia da Família quer dizer exactamente?
Comemora-se o quê, a base da sociedade, é?
Ah, estou a ver... É muito mau ter que ir trabalhar ao dia 26 de Dezembro quando se andou dois ou três dias a enfardar peru e a sentar o rabo à lareira, não é? Compreendo.

Ora, ora, não têm vergonha?

Bem se sabe que é preciso, de uma forma ou de outra, combater a falta de vontade do português em trabalhar, para aumentar a produtividade, para ver se se leva este país mais para a frente, mas a ter ideias destas, desculpem lá, mas dediquem-se à pesca.

Festival Eurovisão da Canção 2010

Com tanta emoção por causa do RIR, quase que me ia esquecendo do festival da Canção.
Sobre a música portuguesa, nem vale a pena tecer qualquer tipo de comentário.



A vencedora deste ano, com uma vitória esmagadora.

Por mim, teria ganho esta:



Ou a Grécia, mas parece que é muito azeiteiro...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Do Habitual

Incrível como as gentes estúpidas que na terra caminham nunca arranjam maneira de cair num buraco e morrer.
Nem precisavam de cair no dito buraco, bastava morrerem. Ou irem para longe, bem longe.

Pior que esta estupidez ambulante é a estupidez dos outros que aturam semelhantes façanhas.
Aturam, deixam passar, zangam-se mas depois ficam todos amigos outra vez, fingem que não ouvem, fecham os olhos, aparam os golpes e toda a espécie de expressão ou palavra que defina levar com o que não se gosta na tromba e calar.

Talvez a culpa não seja tanto dos que se recusam a morrer, mas dos outros, dos que aturam, e por isso é que a humanidade caminha por onde se vê.


As coisas que se pensam quando não há mais nada que fazer...

Pergunta do Dia

Porque pagam as pessoas 58€ para assistirem a concertos variados se, uma vez lá, só estão bem aos coices, vulgo moche, em vez de curtirem a música? (e não venham para cá dizer que moche é curtir!)








Porque são, obviamente, inimputáveis.
Se não são, colocam-se voluntariamente nesse estado.