quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Último Dia



Daqui a umas horas já será um novo ano.
Até lá, boas entradas.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Última do Ano




Nada melhor que encerrar 2008 com uma música velha como a terra, para variar, sempre da mesma gente.
Muito aconteceu neste ano que passa.
Foi bom.

Jingle Bombs



Uma mensagem de Natal 'original' que serve em jeito de comemoração de todas as festas da época.
Boas Festas!

Poema

Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! Minha serra, minha infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, na distância!

Cantava cada fonte à sua porta :
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos o deserto esfarelou.

Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.



Miguel Torga




Vinha isto num saco de pão.

domingo, 28 de dezembro de 2008

E para animar ...



Ich brauche Zeit
Kein Heroin kein Alkohol kein Nikotin
Brauch keine Hilfe
Kein Koffein
Doch Dynamit und Terpentin
Ich brauche Öl für Gasolin
Explosiv wie Kerosin
Mit viel Oktan und frei von Blei
Einen Kraftstoff wie

Benzin

Brauch keinen Freund
Kein Kokain
Brauch weder Arzt noch Medizin
Brauch keine Frau nur Vaselin
Etwas Nitroglyzerin
Ich brauche Geld für Gasolin
Explosiv wie Kerosin
Mit viel Oktan und frei von Blei
Einen Kraftstoff wie

Benzin

Gib mir Benzin

Es fließt durch meine Venen
Es schläft in meinen Tränen
Es läuft mir aus den Ohren
Herz und Nieren sind Motoren

Benzin

Willst du dich von etwas trennen
dann musst du es verbrennen
Willst du es nie wieder sehen
lass es schwimmen in Benzin
Benzin
Ich brauch Benzin
Benzin
Gib mir Benzin


Benzin
, Rammstein


Animai-vos, que o Mundo vai mal ...

Dedicação e Linguística

Quando não se fala bem português, não vale a pena.
Vive-se no pais de Camões que não conhecia outra língua, segundo consta, de maneira que não há outro remédio senão falar como deve ser para quem vive neste rectângulo a beira mar plantado.
Quem não fala bem português, nem tente.
Por mais que se explique, sai tudo trocado.
Por mais que se argumente, sai tudo ao contrário.
E para quem, além de não saber falar, ainda por cima tem falhas de audição, e aparentemente é burro como uma porta, então está o baile armado.
Porque raio é tão difícil perceber a língua na sua acepção plena quando já se nasceu a falá-la?
Porque raio de repente parece que houve uma mudança geográfica e foi-se parar aos confins de África, onde anda tudo aos pulos para pôr os outros na fogueira a assar e ninguém fala o mesmo dialecto?
Porque raio se falta logo àquela aula de português, dada para aí no 5º ano, onde se fala da interpretação?

Dedicar-se à pesca, uma expressão portuguesa, indicadora do que há a fazer quando fenómenos destes acontecem.

Maravilha! II

"Não há clientes em Portugal para tantos advogados".

Marinho Pinto, Lusa, 28-12-2008


Animador...
Com tanta contestação ao sistema judicial, lembrar-se-á o Bastonário do que disse há um ano?

Os Contos de Beedle, O Bardo




"Mas embora procurasse durante muitos anos o terceiro irmão, a Morte nunca consegui encontrá-lo. Só ao atingir uma idade provecta é que o irmão mais novo tirou, finalmente, o Manto da Invisibilidade e o deu ao seu filho. E, então, acolheu a Morte como uma velha amiga, e foi com ela satisfeito, e, como iguais, abandonaram esta vida."


O Conto dos Três Irmãos, J.K.Rowling


Vale a pena. Ainda tem o mesmo cheiro de Harry Potter.

Maravilha!

Parece que anda no ar um surto de gripe que leva as pessoas em massa aos hospitais.
As notícias bailaram hoje em volta deste assunto, como que com medo que toda a população adoecesse de repente e não houvesse solução para todos os efermos que procuram centros hospitalares.
Ao que parece, não é só a gripe que leva as pessoas em debandada aos hospitais, em busca de um conforto sólido para os problemas do corpo ; também o espírito precisa de um conforto maior.
Gente há que acorre a estes centros vendilhões de saúde em troca de taxas moderadoras porque se sente afogueada, triste, devastada, angustiada e ansiosa porque não recebeu o que esperava de presente na noite de Natal. Literalmente frustrada porque não recebeu o presetinho que esperava.
E, oh gente incauta, não são as crianças as atingidas por esta onda de frustração trazida para o seio de uma sociedade saudável por temperaturas baixas e intempéries malditas!
São os adultos os que mal se sentem por verem as suas expectativas materiais goradas!



Fará o Natal mal aos que o vivem?
Ou anda tudo louco?

19




Tudo o que me faz lembrar está escrito e cantado aqui.
Mesmo longe.

Happy Birthday



Tuomas Holopainen

The Poet once wrote :

"If you read this line, remember not the hand that wrote it

Remember only the verse, songmaker's cry the one without tears

For I've given this its strength and it has become my only strength.

Comforting home, mother's lap, chance for immortality where being wanted became a thrill I never knew

The sweet piano writing down my life".



( Devido às festividades da época recentemente celebradas, faltou assinalar esta data. )





sábado, 27 de dezembro de 2008

Depois da Festa

Agora que a comezaina acabou e que já todos enchemos o bandulho de coisas doces, agora que já todos os presentes se abriram e todos estamos contentes ( ou não ) com uma amostra de regresso à normalidade, nada melhor que um abrir de pestanas para constatar que se está num mundo em que nada é perfeito, e que o Natal, como tempo perfeito e de solidariedade e amor entre os Homens, já fez a sua parte no que à hipocrisia diz respeito.

Isto é o melhor dos exemplos.

Numa linguagem infantil de quem nada percebe dos assuntos sérios e realidades profundas e complexas, o isto pode ser traduzido como dois grupos de miúdos, moradores em bairros rivais, em que uns pregam umas bofas nos dentes dos outros e os tais outros respondem com uma chuva de calhaus.

Já numa tirada mais séria e digna de gente crescida, quer isto significar que o grupo de miúdos distribuidor de chapadões ao domicílio afinal atira calhaus e rockets aos quintal dos vizinhos, vizinhos esses, sempre simpáticos e prestáveis, aqui representados pelos tais outros, o outro grupo de miúdos, responde, não com os inocentes calhaus, mas com mísseis e outras coisas que tais, disparados de tanques estrategicamente posicionados para irem acertar na sopa de quem ao lado mora.

Pois sim, questões complexas, profundas, que duram há anos e nos quais ninguém se mete porque só aos intervenientes diz respeito.

Não há mais nada para fazer?

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Feliz Natal




Fora com os queixumes e as angústias de todos os dias.
É Natal!



Bona Mater Familias deseja a todos um óptimo Natal!

Copycat

Copycat é um fenómeno interessante, para dizer o mínimo. Estuda-se lá para os lados da psicologia e entende-se, latu sensu, acções de gente cansada demais para inovar e que imita o que pelos outros foi feito. Fala-se no fenómeno, normalmente, quando se fala em serial killers ou assassinos particularmente meticulosos no seu trabalho, tão bem ou mal feito que valerá a pena copiá-lo. Abundam as obras cinematográficas sobre a matéria, nao será uma coisa rara e surpreendente difícil de perceber.

Em vez de ir e fazer alguma coisa nova, imita-se o que antes de fez. Muito engenhoso.
Também existem copycat noutros âmbitos que não somente a arte de retalhar pessoas, o que é deveras interessante.

Só que em vez de copiar formas minuciosas de fazer bater a caçoleta aos outros, há mais a imitação de acções, antes feitas ao próprio, agora espelhadas nas acções de todos os dias para os outros ; faz-se aos outros o que os outros outros fizeram antes aos próprios.
Também se chama ressabianismo, mas tal é palavra que não existe no dicionário ; rancoroso também não se adequa, rancor guarda-se do que se nos foi feito, não quer dizer necessariamente fazer igual ao que antes sucedeu.

Mais interessante ainda é o sentimento de dependência que este tipo de acções cria no fazedor. Não há vida sem uma vingançazinha privada, em louvor dos velhos e bons tempos em que o ser humano mais próximo fez com que a luz do Natal se apagasse de vez. Tal como uma droga.

E não há forma de apagar a necessidade de fazer igual ou ainda pior. Forma-se um ciclo vicioso onde já não se distingue o fim do início, e como tal não há forma de dele se sair.

Copycat existe. Não nos filmes, na vida real. Todos os dias, alguém se vinga do que lhe foi feito. Para um dia mais tarde recordar e poder bradar ao mundo, eu vinguei-me.
Praga que não tem fim.

Copycat existe.

Alvíssaras



Não se dá doces a quem adivinhar quem são ...

Como o tempo passa.

Joy To The World

A raça humana assim caminha. Como sempre caminhou, sem novidade, sem desvios, sem noticia a salientar.
Nem o facto de se aproximar o Natal ajuda a que a natureza se levante da sua confortável poltrona e vá fazer alguma coisa que não o habitual. Nem pensar, Natal é época de fazer coisas fora do comum, como comprar um shopping inteiro, comer uma vaca na consoada, escrever postais de boas festas com frases feitas, desejar boas entradas a pessoas de quem não se gosta só para não ficar mal visto. Isto, sim, é fazer algo de extraordinário.

Passar por cima dos outros.

Pisar o próximo.

Fazer de tudo para eliminar alguém só porque é tão bom como o próprio.

Pôr em causa o trabalho dos outros por causa de caprichos.

Não ter respeito pela opinião alheia.

Não respeitar o trabalho ou o esforço dos outros.

Pensar que se é melhor que todos em redor.

Obrigar os outros a pensar como o próprio, e se mesmo assim o próximo não pensar, usar a coacção.

Fazer queixinhas a superiores hierárquicos quando as coisas não correm como esperado.

Crer piamente que existe uma conspiração internacional a decorrer para matar as boas pessoas, e daí ter que se eliminar os potenciais adversários.

Esqueçam o tempo de paz e amor, esqueçam a época de solidariedade, esqueçam do tempo em que os Homens voltam a ser irmãos.

Esta é a verdadeira natureza humana. Perseguir. Caçar. Matar. Destruir. Esmigalhar.
Os outros. Sempre os outros. Os outros, que por acaso até são da mesma espécie que aquele que caça, de maneira que anda um canibalismo no ar há milhões de anos.
Os estúpidos não só só dão por isso agora, como ainda se espantam.

Haja alegria. Viva o Natal de sempre.

domingo, 21 de dezembro de 2008

sábado, 13 de dezembro de 2008

Lua Muito Cheia ou pelo menos assim o parece

Isto é mesmo giro.
30 000 km fazem a diferença...
Ou não.

Esqueci-me Disto ...



Manoel de Oliveira

É imperdoável lembrar a tempo e horas de memorandos para aqueles que deixam de existir e depois esquecer um aniversário tão marcante como um centenário, ainda por cima de um cineasta, já de si alguém nada dentro do comum.

Porém, também o Presidente da República só hoje o condecorou, é porque o atraso não é assim tão grande.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

10 Anos de Nobel

O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever (...).Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro.Era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras.

(...) Tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito,(...)o meu avô(...)ao pressentir que a morte o vinha buscar,foi despedir-se das árvores do seu quintal,uma por uma, abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as tornaria a ver.



José Saramago, Discursos de Estocolmo.



Já foi assinalado aqui o 10º aniversário do Nobel da Literatura para Saramago.

Porém, não podia deixar passar-se o dia comemorativo e nada acrescentar.

Estas, serão apenas amostras da beleza das palavras nascidas das mãos deste homem, beleza como mais ninguém lhas consegue imprimir.

Um mero e pequeno gesto, de quem não tem vocábulos que cheguem para expressar o que vai na alma quando os olhos encontram as linhas infinitas contadoras de histórias escritas e descritas por alguém sem par.





segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

400º





Durante 400 mensagens, este antro pequenino de perdição sobreviveu.

Acolheu no seu negro seio as amarguras, os devaneios, os rasgos de estupidez e também lucidez que o seu autor aqui depositou.

À laia de comemoração, fica o que nunca aqui faltou ; as músicas, todas na mesma onda, quem as toca, sempre a mesma população, marcos da personalidade de quem gasta as pontas dos dedos a escrever memórias e pensamentos na tela.

Fica, não como despedida, mas como continuação, porque não há vida sem angustia, e quem angustiado é, precisa de expiar o que lhe navega nas veias, e forma de o fazer, é escrever.

Wilder Wein é um clássico para os amantes de Rammstein, no qual Diligentia se encontra no ranking dos 10 mais efervescentes. Não há maneira de apagar as memórias que isto traz, como não há forma alguma de não ver a música como um novo início. De quê, não se sabe ; de alguma coisa será.

O Dia de Hoje

Artigo 41.º
(Liberdade de consciência, de religião e de culto)

1. A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável.

2. Ninguém pode ser perseguido, privado de direitos ou isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das suas convicções ou prática religiosa.

3. Ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo para recolha de dados estatísticos não individualmente identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a responder.

4. As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto.

5. É garantida a liberdade de ensino de qualquer religião praticado no âmbito da respectiva confissão, bem como a utilização de meios de comunicação social próprios para o prosseguimento das suas actividades.

6. É garantido o direito à objecção de consciência, nos termos da lei. ,


Constituição da República Portuguesa


Quer dizer que o Estado é laico, que não tem religião oficial, que não há imposição de religião aos cidadãos, que cada um é livre de professar o que bem entender, o Estado não se imiscui em nada que diga respeito a crenças de cada um.


Muito bem, muito bonito, democrático e tal.


Estado laico.
Cabimento do feriado hoje celebrado?
Obviamente que todas as razões são boas para não ir trabalhar, ficar na cama até o sol ir bem alto, encafuar-se num centro comercial com mais 500 mil pessoas.
Mesmo assim, qual é o sentido que isto faz?

domingo, 7 de dezembro de 2008

O ( último ) Riso do Escritor




«Temos dificuldades em compreender nos outros aquilo que somos capazes de viver.» , Catarina ou o Sabor da Maçã

António Alçada Baptista


1927 - 2008


Parece que os bons vão primeiro.
Será verdade.

É Oficial



Tarja Turunen


Esta mulher ocupa os dias chuvosos de quem tem necessariamente de sobreviver na selva da contratação pública.

Prende.
Enjaula.
Sequestra.

As horas que poderiam ser melhor aproveitadas, ela rouba.

Os minutos longe da vida, agora resumida a um código recente demais para ter direito a doutrina que o viole da sua privacidade, é ela que os dimunui.

Um fim de semana prolongado passado com a cara enfiada num livro que nunca mais acaba, foi ela que o programou.

Ela. Sempre ela.

Bem, não é bem ela, ela, mas é uma muito parecida. Até demais. Igual a ela, mas não ela.



A insanidade tem destas coisas.

Olha, mais uma!




Rara, rara, rara.
Hoje surgiu na memória esta melodia, já que se anda em mexida no baú de Rammstein, ao menos que fique bem retratada a viagem no tempo, e que se mostre uma raridade, antiguidade tao querida pelos ouvidos destas paragens.

Leg mir das Halsband um
dann geh ich auf die Knie
und fang zu bellen an
der Schmerz ist schon wie nie

Mach den Kafig auf
hol mich ins Sternenreich ja

Komm tuh mir langsam weh
leg mir die Ketten an
und zieh die Knoten fest
damit ich lachen kann

Mach den Kafig auf
hol mich ins Sternenreich ja

Dort wo die Sterne waren
drehn sich Feuerrader
wir feiern eine Leidenschaft
der Schmerz ist schon wie du



Feuerräder, Rammstein

sábado, 6 de dezembro de 2008

A Verdadeira Vingança de Montesquieu

É extraordinário que qualquer sistema filosófico assente nestas três palavras : "Estou-me nas tintas".
Montesquieu

Pois sim, muito inteligente, um marco no seu tempo, influência dramática na história do pensamento jurídico.

Dizia disparates como toda a gente.

Ou será que o disparate é que o dizia a ele?

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A Estupidez de Todos os Dias

- O último livro da Bíblia é o índice.

- Abafadores de orelhas é coisa de gente fascista mal vestida, mas a verdade é que cobiçá-los é demais.

- Quem não tem mais nada que fazer, lê o ETAF enquanto engole uma sandes de panado.

- Aquela senhora gorda que finge que está grávida para se poder sentar no comboio quando meio mundo vai de pé ainda não foi desmascarada, ainda hoje fez o mesmo truque e toda a gente engoliu a patranha.

- Quanto mais páginas se lêem de um livro que versa sobre contratos públicos, mais páginas nascem no fim desse mesmo livro, impedindo o leitor de chegar ao fim.

- Sabe-se que a pobreza é grande quando se consegue dar cabo de um mísero fecho de um estojo que durou 4 anos sem nunca quebrar. Sabe-se que a pobreza é ainda maior quando não se tem mais estojo nenhum.

- Sabe-se que se tem alma de terrorista quando apetece usar o isqueiro, não para acender cigarros, mas para pegar fogo ao casaco de penas da pessoa ao lado, para ver o que acontece.

- Simulação de um processo no último dia de aulas para lembrar que não há Natal passado em paz e sossego porque dali a dias já se arrota com 3 exames. Ou frequêcias. Não faz diferença, arrotam-se com elas de qualquer maneira.

- Ler Saramago de pernas para o ar fará melhor ao cérebro do que lê-lo em andamento, num autocarro às escuras.

- Qual será a difrenca entre borbulha perigosamente grande e quisto/porcaria que se enganchou ali/cancro/uma coisa dessas?

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Doch nur ein Tier




Ainda hoje há delírio na mente quando esta música surge no pensamento.
Deve ser por ser o primeiro contacto com a banda, que continua a ser de eleição.
Esta, ao vivo, é o auge.

Tier, Rammstein

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

La La La La La



Num dia de frio invernal, esta é a melodia que vem à memória.

Há quanto tempo ...

The sun is sleeping quietly
Once upon a century
Wistful oceans calm and red
Ardent caresses laid to rest
For my dreams I hold my life
For wishes I behold my nights
A truth at the end of time
Losing faith makes a crime

I wish for this night-time to last for a life-time
The darkness around me - shores of a solar sea
Oh how I wish to go down with the sun
Sleeping
Weeping
With you

Sorrow has a human heart
From my God it will depart
I`d sail before a thousand moons
Never finding where to go
222 days of light
Will be desired by a night
A moment for the poet`s play
Until there`s nothing left to say


Sleeping Sun, Nightwish

terça-feira, 25 de novembro de 2008

1 1/2

Um dia que se tornou especial, mas não é porque se lembram dele uma vez por mês.
Um dia sempre comemorado, mas não é por beber café num sitio diferente que é recordado.
Um dia na vida de uma pessoa, mas que não é bonito porque foi bem passado, mas porque deixou marcas. Boas marcas.

Passa meio mundo a queixar-se uma existência inteira das coisas más que os vizinhos malvados lhes fazem, será que se lembram dos acontecimentos que deixam marcas, boas marcas? Alguma vez lhes terá acontecido?

Porque nada volta a ser como antes. O mundo não passa a ser um lugar cor-de-rosa, cheio de flores e passarinhos. Passa a ter cor, a ter vida, a ter interesse, a ter tudo o que precisa e a parecer perfeito.

Há dias em que nem tudo é assim tão perfeito. Há dias em que o cor-de-rosa passa rapidamente a laranja fluorescente, as flores provocam urticária, os pássaros cantam tanto que dá vontade de ter uma pressão de ar à mão. Mas mesmo assim, não perde a cor, não perde a vida, não perde o interesse e nunca deixa de ser prefeito, mesmo que os pássaros caguem em cima de quem passa, mesmo que as comichões sejam por causa das urtigas que crescem à volta das flores.

Porque é aqui que tudo se torna mais claro, mais nítido. Mais cimentado, mais brilhante.
É aqui que o dia que se tornou especial, o dia sempre comemorado, o dia na vida de uma pessoa é recordado, chamado. E tudo volta ao equilíbrio existente.
Perfeito.

Blindness




Pôs
, diria uma pessoa que conheço em jeito de anuência mas que tem a lingua dobrada demais para pronunciar pois.

O realizador está de facto de parabéns ; crê-se que a imagem geral contida na obra de José Saramago está presente e razoavelmente retratada. Há o elemento de choque que o próprio livro contém, mas com o cuidado de ser subtilmente camuflado para não chocar os mais sensiveis ( pelo menos, tenta-se ... ), há a presença da força da personagem principal, há uma história fora do comum.

Não há grandes interpretações por parte dos que interpretam papéis secundários, não há grande rigor a contar a história ( a bem da verdade, existe isto em filmes adaptados de livros ? ).

O filme é bom, atenção. Só não está ao nível do autor da obra que lhe deu origem.
A beleza da linguagem de Saramago aprecia-se directamente nas linhas escritas por sua mão, a autenticidade do texto vivencia-se através da leitura, a crueza do discurso e a brutalidade da descrição sentem-se, não como algo que surja do nada para provocar, mas como uma peça no grande puzzle de toda a história e de toda a mensagem nela contida. E por isso é dificil trazer Saramago para a tela.

As imagens, essas, poderão valer por mil palavras. As dos comuns mortais.

Não as de Saramago.

Bonzear os Pulmões - O que resta do Queixume

Não fumar. Já se sabe.
Já se sabe também que é tudo para bem dos fumadores, e da sua saúde, e da saúde dos que estão à volta. Sabe-se e não vale a pena negar, é uma realidade.
Sabe-se que reclamar contra a perseguição é o mesmo que atirar ovos ao Primeiro-Ministro, pode ter-se toda a razão do mundo mas não deixa de ser um acto de vandalismo. A saúde de todos é um bem maior a proteger, em causa estará a sobrevivência sustentável de toda uma sociedade.

Tudo bem. Levai a bicicleta, tendes razão.

O factor importante que no meio de toda a preocupação e esquizofrenia, de terror psicológico e ar limpo para todos, ficam aqueles que compõem a sociedade, que os quer pôr de parte, os que pagam impostos, que se levantam todos os dias de manhã para trabalhar, os que cumprem obrigações e são medida concreta de direitos. Como todos os outros. Os que não fumam inclusive. Existem direitos para todos, os fumadores não são animais sem personalidade jurídica que o resto do mundo insiste que eles são.

Já paravam com a merda da perseguição, não?

Os não fumadores também têm cancro. Nessa altura dramática, ninguém se lembra de dizer que a culpa é do tabaco ; são simplesmente coisas que acontecem, e das quais ninguém está livre.

Os não fumadores também têm direito ao ar limpo. Obviamente. Os fumadores também tem direito a fumar na sua esfera jurídica, mas mesmo assim são escorraçados para longe. Igualdade? Não, pois não?

Pois a saúde publica.

Também se lembram da saúde pública quando nuestros hermanos constróem uma central nuclear junto à fronteira?

Há um concelho, a 23 minutos de Lisboa, que tem uma linha de super tensão a atravessá-lo de lés a lés. Onde está a saúde pública, então?

Os não fumadores também se constipam e caem à cama com gripes imensas e medonhas. Aí, ninguém lhes vai dizer que têm que deixar de fumar, e que estão piores, ou que o antibiótico não faz efeito, ou que não têm voz por causa do tabaco, pois não?

Aumenta-se o imposto do tabaco como forma de desincetivar o tabagismo. ' bem. E o buraco no sistema de saúde, que é preciso sustentar seja de que maneira for? Obviamente.

Deixem os fumadores em paz. Morrem prematuramente, é certo.
Mas morrem felizes, porque não são prisioneiros de rastreios da tensão arterial.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

E não digas que vens Daqui ...

Comboios dos subúrbios da capital.

Hora de ponta.

Lugares reservados a portadores de deficiência, idosos, grávidas e acompanhantes de colo. Muito giro, proteger quem necessita de especial cuidado, muito bem!

Pessoas com deficiência, dificuldades de locomoção e idosos não têm dificuldade em fazer valer os seus direitos. Aliás, se alguém se lembrar de se sentar nos lugares assinalados e por acaso estiver no mesmo metro quadrado um idoso, mesmo que sem problema algum em ir de pé, logo lembrará ao distraído que lá se sentou que aquele lugar não é para ele, que há pessoas de idade, há que ter respeito, a idade é um posto. Engraçado que a maior parte das vezes, os séniores parecem estar de melhor saúde que a maior parte dos representantes das baixas faixas etárias que ali vão, mas enfim, basta parecer velho para se poder puxar dos galões do assento prioritário.

No caso de senhoras grávidas, a dúvida também não existe. Vão carregadas no meio da maralha, não deve ser pêra doce. Se bem que existe a dúvida se algumas dessas pessoas com passageiro incorporado não estarão apenas e simplesmente com excesso de gorduras saturadas acumuladas ... enfim, há desculpa. É mesmo difícil ir sentado naquelas horas.

Mas ...

Acompanhantes de crianças de colo.
Nunca foram avistados.

O que acontece normalmente é que as pessoas sentam os seus rebentos que já não tem idade para andar ao colo há uns anos valentes, e vão elas próprias em pé, para que as criancinhas possam ir sentadas, enquanto milhares que vão trabalhar ou que vêm do trabalho e precisavam mesmo sentar-se vão em pé que é bastante democrático.
Ninguém nunca diz nada. Provavelmente não querem ofender a mãezinha ou o paizinho da criança, ou arranjar porrada num sitio tão apertado.

Mas é estúpido. E injusto, porque aqueles inimputáveis, além de não pagarem bilhete ou de o pagarem mais barato, vão sentados, refastelados, a cuspirem bolacha para cima de toda a gente, a rirem-se de quem vai carregado com sabe-se lá o que, e que paga muitos euros de passe para ir naquele espacinho minúsculo. DE PÉ!

Em tempos idos, se uma criança se quisesse sentar nos transportes públicos onde houvesse escassez de lugares, diziam logo que naquela idade têm boas perninhas para ir de pé.

Democrático...

domingo, 23 de novembro de 2008

Vais Morrer ... E é Bem Feito !

Existem os seres humanos não fumadores que não suportam a ideia de existirem outros seres humanos com o vicio do fumo e fazem tudo para se livrarem deles. A desculpa, claro, é a saúde pública.
Terão toda a razão do mundo. Não se pretende disto uma ode de apoio e fomento ao tabaco.

Mas podiam parar com a perseguição.


Já conseguiram com que se deixasse de fumar em 90% dos espaços fechados, e como isso inclui cafés, cafés onde o comum dos mortais entra para tomar uma bebida quente, e fazer dois dedos de conversa se for acompanhado.
Isto obriga a um esforço prévio, porque obviamente ir beber café deixou de ser um programa comum, passa a ser uma caça ao tesouro por um mísero café que tenha 3 banquinhos onde um ser humano de estaleca inferior possa sentar o seu rabo canceroso e fumar.

Já conseguiram pôr rastreios das doenças pulmonares, e cardíacas, e diabéticas, e conseguem chatear toda a santa gente, que tem que se medir a tensão, e picar o dedinho com uma agulhita para medir o açúcar no sangue, e depois soprar para um balãozinho para ver se se respira bem ou não, e depois apontar tudo num caderninho para comparar com os próximos exames e rastreios, e não esquecer de fazer exercício, e não comer os enchidos do cozido de domingo, e obviamente não fumar, porque o tabaco é para meninos maus que morrem depressa e não vão para o céu.

Já conseguiram por toda a gente, e quando se diz toda a gente quer dizer não só os não fumadores fanáticos contra aqueles que fumam, como também os não fumadores pacíficos que, como não fumam, também não se incomodam muito que os outros façam com os seus brônquios o que lhes aprouver, contra quem tem a infeliz ideia de puxar de um cigarro numa fila de autocarro.
Porque começa logo tudo a fingir que tosse e a abanar as mãos à frente da cara, como se estivessem a espantar demónios, para expulsar o fumo e tentar fazer perceber ao ser que fuma que se deve sentir mal e apagar o infernal artefacto. E se o pobre não percebe as sinalefas, tosse-se mais alto e os abanicos passam para a esfera do fumador, oh amigo, apague lá isso, há quem queira respirar, ora que coisa. E ainda se o fumador se insurge e diz que pode fumar à vontade onde está porque é a via publica, há logo um chorrilho de palavrões e insultos, onde já se viu estes assassinos a quererem governar o mundo.

Já conseguiram cobrar o este mundo e a cabeça do outro por um maço de cigarros com a desculpa de aumento da receita anual do Estado. Ninguém reclama, ninguém diz nada, e nessas alturas ainda se ouve, nas televisões que entram pela casa dentro das pessoas, a não ser o clássico é bem feito, devia era o aumento ser para o dobro, esses gajos que não fazem nada e só fumam, depois ficam doentes e eu que pague com os meus impostos. Mas sobre quem paga o cancro de quem já se teceram considerandos.

Já conseguiram com que toda a gente venha fumar para a rua, quer faca chuva ou sol, até porque não há outro remédio.
Sim, já sabemos, a saúde pública assim o exige, porque custa muito investir em refrigeradores de interior para libertar o ar das substâncias nocivas das chaminés andantes, e vão lá para fora como os cães, não são melhores que isso de qualquer maneira.

Já se sabe tudo isso.

sábado, 22 de novembro de 2008

Memórias



Lembrei-me disto hoje, já nem sei bem porquê.
Mas é antigo como tudo.

E se fosses fumar lá para a tua terra?

Seres humanos existem que têm um sério problema com outros seres da mesma espécie que tenham como hobbie puxar fumo de uns pauzinhos incandescentes, que é como quem diz, gente que fuma. Esses seres humanos com problemas com outros seres humanos constam como não fumadores.

Apesar de tudo o que se possa dizer acerca dos malefícios do tabaco, que é tudo verdade e mais tarde ou mais cedo, aqueles que fumam acabam numa cama de hospital, carecas, secos, definhados, com laringes electrónicas e ataques cardíacos, com tanta doença até se fica tonto, apesar de tudo o que se diz, não se pode deixar de ter em conta que toda a gente que fuma sabe isto.

Sabem. Claro que sabem. Mesmo que ainda não sintam os efeitos dos pauzinhos mágicos, sabem, conhecem as consequências ; de há uns anos para cá, não há ninguém que não saiba que se pode morrer por fumar, não se pode fugir da informação, se se for esperto o suficiente para um esquivanço aos rastreios que andam pela rua fora a chatear pessoas ou para mudar de canal quando programas educativos do género saltam do ecrã, não dá para escapar às inscrições, que queridas e amorosas, nos pacotes de hastes ardentes de que uma morte lenta e dolorosa aguarda quem mais fumar.

Pergunta-se porque não se avisa, nos mesmo termos, nas mesmas inscrições, nos mesmos rectângulos brancos, que o dinheiro que se dá para comprar a morte, que é como quem diz, cigarros, a maioria é imposto usado para financiar o cancro que, fumando hoje, se terá amanhã ; mas tal já serão contas de um rosário livre de doenças e de imposto.

Os fumadores sabem o que os espera num fim de vida em que a quimioterapia e a sala de operações será uma realidade. Sabem-no porque são informados, conscientes, bons cidadãos, inteligentes, não se metem nas coisas só porque sim. Então, se sabem porque continuam a fumar seria a pergunta lógica que teria de surgir. Porque assim o escolheram. Se toda a gente escolhe caminhos todos os dias, caminhos esses que nem sempre primam por espalharem ou fazerem o bem, e ninguém os critica nem julga por isso, também os fumadores escolheram fumar e bronzear pulmões. Escolheram ter um vicio que arruina a saúde. Mas também há outros, outros e tão piores vícios, e não se vê campanha publicitária para os expurgar, vícios e falhas que se escolhem deliberadamente fazer, e ninguém vai a loja comprar pacotes de maldades dessas e eles vêm com avisos de perigo de morte. Ninguém liga, ninguém quer saber. O tabaco é o fim do mundo, toda a gente sabe.

Porém, a história não termina aqui.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

René Magritte



La Magie Noire





Les Amants





Golconde


110 anos de surrealismo realista.
Ou será realismo mágico?

E foi mesmo dentro...

Daria jeito que isto se tivesse passado, vá, antes de ontem.



Aqui está a amostra que a tramitação do Processo Penal existe mesmo, põe-se em prática e ajuda quem tem teste a não decorar tudo, porque dá no telejornal.

6 Meses Sem Ela

A enfermidade terá as suas vantagens. Muito poucas, mas terá algumas. Umas delas será o sossego para poder ouvir o que ao redor se passa. Quando não se pode falar, porque os bichos que andam no ar acham aprazível viver em garganta alheia, ouve-se melhor e pensa-se mais profundamente quando o barulho da própria voz não perturba o andamento do pensamento.

Percebe-se que está tudo em movimento e que as mentes fervilham alegremente, e que os corpos animados atarefam-se em volta das costumeirices mundanas.

Alguém vai à televisão e diz que o que seria necessário seriam 6 meses sem Democracia, que depois desse tempo, regressaria, para colocar tudo nos eixos.
As mentes fervilham e abrem a boca para dizer asneiras. E os corpos animados atarefam-se em volta das trivialidades e ninguém dá conta que uma alarvidade é dita em frente ao país das formigas ocupadas.

Sempre se ouviu dizer, aqui em terras a 23 minutos de Lisboa, que a idade tudo traz. Será a senilidade a justificação para declarações anti-democráticas? Estará a própria Democracia a dormir, descansadinha, com uma máscara exfoliante e pepinos nos olhos e por isso não pode sentir-se atacada ou ofendida com o sucedido?

Ah, não, esperem lá!

Afinal, era uma crítica, velada por certo, e irónica, sem sombra alguma de dúvida, aos que governam e que esses sim, os malandros que gozam com a Sra. Democracia, que fazem dela um monstro cheio de borbulhas e olheiras, que pode ser afastada durante 6 meses sem que nada o impeça ou alguém dê por isso. Era só uma crítica, uma maneira irónica de dizer mal, forma sarcástica. Ah, então assim já pode ser, pronto, nem se fala mais nisso, foi um engano, era uma crítica e não um ataque à democracia. Claro como é que não se percebeu antes?

A azáfama diária dá cabo das formigas. O Natal que se aproxima também não deve ajudar muito a manter a sanidade. Então, diz-se para todos ouvirem que a Democracia teria de ser afastada por 6 meses e depois espera-se que todos acreditem que de uma ironia se tratou?

Não há resposta para isto? Não há indignação? Não há revolta? Tivemos tanto trabalho a pôr cá uma Democracia a morar, todos os anos andamos no mesmo dia andamos de cravo ao peito, só para enfeitar com certeza, porque quando se ataca as fundações do que se vive todos os dias, todos fazem orelhas moucas porque se trata de uma crítica e tal, e pode-se e é assim. Falta também a ideia do fora de contexto, fica sempre bem.

Algumas pessoas, quando ficam velhas, gostam de apelar ao velhos tempos, à doçura de Salazar, à moral e aos bons costumes, à pureza daquele tempo.

Outros crêem que trazer do novo o Salazar e a sua corja será o remédio para todas as maleitas da Democracia, essa leviana que trouxe a liberdade e a igualdade.

E outros os há ainda que crêem que umas férias para a dita Senhora seriam o indicado.





Qual é a diferença entre as duas últimas premissas?

terça-feira, 18 de novembro de 2008

domingo, 16 de novembro de 2008

Axel Foley




O que dá na cabeça de uma pessoa.

A verdade é que por estas bandas se acorda com vontade de dirigir uma orquestra, ou porque se sonhou, ou porque o cérebro não dá para mais.

É tambem verdade que isto tem anos e anos de existência, mas marcou uma geração

É ainda mais verdade que quando se está mal disposto, isto alegra qualquer um.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A Ministra e os Ovos de Ouro

Se a moda pega ...

E ainda dizem que já não há maneiras originais de protestar. Quer dizer, esta é à moda antiga, mas não deixa de ter piada.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

É mais ou menos, vá ...



Nem o mais que célebre My name is Bond, James Bond é pronunciado ...
É pena.

For Fuck Sake ...

Anda o mundo a preocupar-se com a crise financeira, com o colapso dos mercados, com as dificuldades em cumprimento de obrigações aos bancos.

Estão os mesmos bancos em inúmeras dificuldades.

O maior país do mundo vai ter um novo presidente, o que promete muitas mudanças.

120 mil pessoas saem à rua para fazerem um manguito à Ministra da Educação.

A Universidade de Lisboa está em colapso financeiro, à beira da ruína há meses.

Ainda há guerra no Afeganistão e no Iraque.

Há famílias endividadas, em graves dificuldades.

Ainda não há vacina para o vírus HIV.







Mas o que é verdadeiramente importante é alertar para o flagelo do aborto, que dizima a nossa população e não deixa o mundo avançar, sendo responsável por todas as fatalidades que acontecem todos os dias em todo o lado.






Não há mais nada para fazer?

Curtas

Imagine-se um metro cheio de gente, uns velhos, outros novos, uns cansados, outros nem tanto, com frio ou calor, pensativos, tristes, satisfeitos, remediados, uma amalgama de gente anónima que caminha todos os dias na mesma direcção sem olhar para o lado. No entanto, estão todas estas pessoas no mesmo local, num local que se mexe, que anda sobre carris para levar os passageiros de um lado para o outro para chegarem aos seus destinos, e junta-os o facto de se encontrarem no mesmo sítio, como quem diz, que coincidência estamos todos aqui, é verdade quem diria, gente que nunca se conheceu e nunca mais se verá na vida no mesmo sítio à mesma hora, que engraçado, então não é, olhem para mim a rejubilar com alegria do acaso.

E nisto, há alguém que se lembra de ter pouco trabalho para obter bens que demoram muito tempo a comprar com suor do próprio rosto, e principia a colocar a mão na propriedade alheia. Isto, com toda a gente, no mesmo sítio, à mesma hora já referida a assistir. E assiste impávida e serena, como quem vê um filme, ou um jogo de futebol em que se fez um grande passe que indubitavelmente levará ao golo, entusiasmando-se ligeiramente com o espectáculo como se fosse algo digno de admiração. E quando outro alguém se lembra, oh tristeza profunda pela consciência social, de avisar o pré-lesado do que está prestes a suceder, eis que pode finalmente a multidão rejubilar pela causa que não chegou a dar-se, exactamente a causa contrária por que há segundos se alegrariam se de facto acontecesse.

E vão todos para casa comentar o sucedido, como uma aventura emocionante que viveram na primeira pessoa para poderem dizer de sua justiça, à boca cheia, o mundo está perdido, já nem se pode andar na rua, isto é que anda aqui uma gatunagem, que pouca vergonha, raio de país este, a culpa é do governo porque não faz nada, não, a culpa é do Presidente da República que deixa fazer nada, então e a polícia, a polícia não faz nada nem pode fazer, isto está assim desde a fundação e a culpa é do Afonso Henriques. E vão, todos contentes, porque o mundo é um lugar de perdição, e hoje assistiram a uma amostra dela.

Esqueceram-se foi de dizer que hoje tiveram culpa que o mundo fosse um lugar de cabrice perfeita. Também foram responsáveis. Assistiram e nada fizeram.



Que sentido é que isto faz?

sábado, 8 de novembro de 2008

Hoje Não




Isto é genial.
Diz-se que dizem os franceses que quando se está atolado de merda até ao pescoço não há outro remédio senão cantar.
Nos dias em que o entendimento está perturbado, não há outro remédio senão sentar no escuro e ouvir o que de melhor os outros fazem.
É a mesma coisa, praticamente.


The Arcade Fire, Neon Bible ( live in an elevator )

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

44º Presidente dos EUA






Se ainda há alguém que duvida que a América é o lugar onde todas as coisas são possíveis, que questiona se o sonho dos nossos fundadores ainda está vivo, que duvida do poder da nossa democracia, teve esta noite a sua resposta.




Porque, afinal, hoje mudou mesmo o mundo.
Nasceu algo de bonito, dir-se-ia.

A Hormona que anda no Ar

Quantas vezes se pode real e verdadeiramente afirmar que um dia, um dia específico, aquele dia normal, igual a tantos outros, é o dia que muda o rumo das coisas? Quantas vezes se pode dizer com fundo de pura verdade que o dia, comum a tantos outros, é o dia em que a visão do mundo muda substancialmente? Quantas vezes se pode afirmar tal sentença e ter realmente consciência disso?

Muito poucas.

É extremamente raro acordar-se e o céu estar roxo. Ou haver uma revolução em marcha. Ou ter caído uma nave espacial no jardim municipal. Ou um avião. Assim como é raro morrer alguém extraordinário e o globo todo se curvar respeitosamente perante a sua memória ; quer dizer, morrer alguém extraordinário morre todos os dias e deixam devastados quem com eles conviveu, apenas infelizmente nunca o mundo fica a conhecer o quão excepcional foi esse homem ou essa mulher, e perde-se a “magia” e uma oportunidade de mudar o mundo porque a dor e a admiração sofrida fica dentro dos corações dos mais próximos. Quantas vezes acontece o que não se esperava, o que não se queria, o que não se pensava, mas que afinal muda tanta coisa, faz pensar e refazer caminho, com a perspectiva que nada mais voltará ao que antes era?
Quantas vezes acordaram os habitantes dum rectângulo à beira do mar, e tiveram uma revolução no meio da praça, heróis nunca esquecidos, flores vermelhas no chão, nas mãos, nas armas? Uma só vez, e a vida nunca mais foi a mesma. Mudou e seguiu um novo rumo.

Quantas vezes mais se poderá repetir um momento tão único como aquele? Repetir, com o mesmo propósito, nunca mais, acções comemorativas e festejos não contam, o espirito é que se perpetua em tudo o que o acontecimento tocou.
E se um dia qualquer pudesse ser um destes dias em que se muda até a cor do céu?
Poderá ser hoje?

Uma visão romântica, a tocar o lamechas, já, distorcida de nuvens cor de rosa e chupa-chupas coloridos diria que sim, a presunção e a vaidade intrínsecas a este tipo de pensamento ordenaria acordar, um dia, vir à janela, inspirar fundo como se quisesse aspirar o pó do ar circundante, seguido de uma berraria de felicidade contagiante e pegajosa de um dia que é o primeiro do resto de um existência, há uma nuvem que se põe no céu num posição fofinha e logo muda ( ou tem que mudar ) o globo.
A culpa deve ser de alguma hormona que anda no ar. Ou daquelas literaturas que abundam nos escaparates das livrarias e que servem para oferecer às tias, que se está em crise também na imaginação, livros esses que ensinam a canalizar as energias negativas e a respirar alegria e positivismo, euforia e entusiasmo, a vomitar boa disposição quando o tecto está a arder, a chatear os vizinhos com simpatia e melaço, tanto que todos os dias são bons para mudar o mundo porque há que fazer a diferença e implementar coisas positivas, não há quem cale este gajo, não há quem lhe de uma bofa nos dentes, raios partam os malditos livros de auto-ajuda.

Poderia ser mesmo hoje o dia que desvia o rumo inicial das coisas?
Se for mesmo hoje, quando começamos a sentir os efeitos?
Lá longe, que a preguiça é a madre de todos os vícios e o mundo, nisto, não escapa à excepção.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Word Up !



Já estava cá a fazer falta.
Das preferidas, do top.

Quem foi o génio que se lembrou disto?



Yo pretty ladies around the world
Got a weird thing to show you
So tell all the boys and girls
Tell your brother, your sister and your mamma too
We're about to go down
And you know just what to do
Wave your hands in the air like you don't care
Gilde by the people as they start to look and stare
Do your dance, do your dance, do your dance quick mamma
Come on baby tell me what's the word

Word up everybody say
When you hear the call you've got to get it underway
Word up it's the call word
No matter where you say it you know that you'll be heard

Now all you sucker DJ's who think you're fly
There's got to be a reason and we know the reason why
You try to put on those airs and you act real cool
But you got to realize that you're acting like fools
If there's music we can use it
Be free to dance
We don't have the time for psychological romance
No romance, no romance, no romance for me mamma
Come on baby tell me what's the word

Word up everybody say
When you hear the call you've got to get it underway
Word up it's the call word
No matter where you say it you know that you'll be heard

Word up everybody say
When you hear the call you've got to get it underway
Word up it's the call word
No matter where you say it you know that you'll be heard

Word up everybody say
When you hear the call you've got to get it underway
Word up it's the call word
No matter where you say it you know that you'll be heard



Word Up, Korn

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Vá Lá Ver ...




O mundo de olhos postos neles.

Será desta que se muda o mundo?
Ou a estagnação é o ópio dos povos?

Gato ou Gata

O altruísmo é um sentimento nobre. Também será um sentimento e um fenómeno, como se costuma dizer, danado.

Porquê?, pergunta-se.

Responderá alguém mais sábio, que nem aquilo que é bom por natureza é simples de explicar, ou tem sequer uma explicação, plausível pelo menos.
Altruísta será aquele que pensa nos outros primeiramente, que dá a mão para ajudar seja em que circunstância for, que tudo fará para ajudar, dispondo de muitos ou poucos meios. Por contraposição ao egoísmo, obviamente, que não gostará de mais ninguém a não ser de si próprio, e tudo o que vier por arrasto é para próprio proveito.

E se o altruísmo, como sentimento nobre que com toda a certeza é, também fosse uma forma de egoísmo? E se se for altruísta para camuflar o egoísmo que se traz dentro da barriga? Não será o próprio egoísmo que salta de dentro dos corações quando se protegem as acções com amor ao próximo?

Não será líquido, mas é uma explicação.
Ser humano não seria completo se não pusesse em marcha um planozinho qualquer que lixasse o próximo e beneficiasse o próprio. E por que não ir ajudar o próximo com intuito, não de conseguir angariar proveitos directos para o agente, mas de alguma forma aplacar um qualquer sentimento interno que paira no coração, e que incomoda de tal maneira, que se é compelido a fazer-se qualquer coisa, a pôr a mão por baixo, a querer auxiliar de alguma maneira? Que tal, em vez de se tirar partido porcamente da situação de penúria do outro, ir lá, sim senhor, cumprir dever e ajudar, mas e correr para lá porque se sentiu o coração apertado, não de pena, não de compaixão, mas de algo muito mais ... humano. A velha e eterna questão, que assalta o espírito e que faz despertar a mente para outras realidades, outros medos, outras frustrações : e se fosse comigo? Se fosse eu a sentir aquela dor, aquele pesar, aquela mágoa, aquele sofrer, que faria, que iria sentir, quem me valeria na minha hora de susto? E o que possa parecer o maior gesto de altruísmo, colocar-se no lugar da pessoa, sentir as suas dores e ser capaz de ser bom o suficiente para ir oferecer a sua ajuda, não passa, ele mesmo, de uma demonstração de egoísmo? Não será o sentir, na pele, com o que se vê mesmo ao lado, que tudo pode ficar mais difícil, não será egoísmo?

Quem me valerá na minha hora de treva? Será melhor trilhar caminho, fazer aos outros para criar uma espécie de obrigação natural que terão de cumprir um dia mais tarde, quando chegar a minha hora.

E tudo se transforma num grande tubarão de barbatana na bocarra. Egoísmo ou altruísmo, o que faz mover a mão estendida? Por amor ao próximo ou para aplacar as exigências do ego?
O que é bom não tem que ser explicável.

domingo, 2 de novembro de 2008

José Saramago




10º aniversário do Prémio Nobel.

A alguém que desde a primeira linha que escreveu o mereceu.

Dia de Finados

As ruas serpenteavam pelo campo a perder de vista. Apertadas e irregulares, eram caminhos perdidos que levavam aos muros altos, rodeados pelo interior de pequenas casinhas. As casas eram baixinhas, de pedras de todas as cores. Não tinham portas nem janelas, só fotografias, e nomes, e datas a enfeitar as suas paredes. Os ornamentos eram muitos e de muitas espécies ; abundavam cruzes, figuras aladas, os memoriais de saudade, as frases feitas gravadas na pedra numa tentativa de originalidade falhada. As imagens das pessoas que lá moravam lembravam como em tempos tinham sido, como que a eternizar a vida que já não tinham, a recordar aos que ainda viviam aquilo que um dia serão. As ruas apertadas, feitas de pedra irregular, faziam tropeçar os desatentos, fazendo perder os distraídos na amalgama de casinhas que se estendiam a perder de vista, à primeira vista todas iguais, depois já todas diferentes que se em vida se distinguem pelas moedas na carteira, na morte não é diferente e há que zelar para que a diferença perpetue.

As ruas serpenteavam pelo campo a perder de vista, como uma cidade silenciosa, em que os habitantes, também eles silenciosos, nunca saem de casa, nem sorriem quando são visitados, nem vêem quem lá vai, nem falam quando alguém ajoelha junto deles e reza, ou pergunta simplesmente, porquê.

As mulheres trazem baldes, esfregonas e panos, flores e água para lavarem as casinhas. Nem no fim se pode estar porco, há que manter a imagem e a dignidade em todos os momentos, até na morte. E limpam, lavam tudo, mudam as flores, cortam as ervas daninhas à volta da casa. No rosto, a expressão vincada da resignação. Sem lágrimas ou esgares de dor, as mãos lavam a sujidade da casinha como quem limpa o pó de uma estante, os gestos repetidos vezes e vezes, sempre com a mesma expressão, a vida continua, a resignação continua, há que viver para continuar a dizer a vida continua, irónico é que seja dita numa rua cheia de casinhas em que a vida não vive mais.

Quando tudo finalmente está limpo, imaculado, vão as mulheres embora, levando os instrumentos de limpeza consigo, agora que o trabalho está feito, agora que aquilo que choraram não é mais do que um gesto de estagnação e conformismo, a dor que sentiram não passa de uma gaveta fechada, a mágoa dá lugar à vida que continua e por isso vêm limpar a casinha que fica quando a vida continua para os outros.

Há uma, casinha entenda-se, como as outras, ornada e limpa, cheia de flores e inscrições de saudade, uma que guarda o nome herdado. Guarda consigo os nomes, as fotografias, as datas, as cruzes e as figuras aladas. A resignação de quem a limpa é a mesma das mulheres com as esfregonas e os panos, as lágrimas há muito que secaram e deram lugar ao lugar comum da vida que continua. Para quem herdou o nome exposto à entrada da casinha, o silencio mantém-se dentro do serpentear das ruas que terminam nos muros altos. A vida que não existe parou ali.

sábado, 1 de novembro de 2008

Pão, por deus ...

A luz era sempre diferente naquele dia. O sol, escondido entre nuvens que não eram brancas nem cinzentas, teimava em lançar sobre a terra molhada a sua luz coada pelas sombras altivas. O que fazia daquele dia diferente era a luz, e a sombra que faziam parecer que, por uma manhã, um dia, umas vagas horas, as casas, as pessoas, as circundâncias se transformassem numa terra diferente, num país diferente. Como se a luz e a sombra abrissem um portal para outras terras, outras paisagens, países e paragens nunca antes vistos ou visitados. Era um mundo diferente, só naquele dia. Os cheiros, as cores misturavam-se e faziam uma combinação inédita, em que tudo flutuava e, de alguma forma, permitia fazer o que raramente se fazia nos dias comuns e sem história.

E as crianças saíam todas a mesma hora. Em grupos, grande ou pequenos, seguiam pela estrada fora, carregando sacos nas mãos, primeiro vazios, depois a rebentar pelas costuras, sem conseguirem carregar nem mais um grama de guloseimas. Corriam a aldeia, batendo às portas, as campainhas, aos portões, as janelas, pedindo por deus aquilo que não precisavam. Contava-se que num antigamente longínquo, seriam crianças de barrigas grávidas de fome que tocavam às portas, as janelas e as campainhas para pedirem, não doces, mas pão, por deus, que se morre de fome. Desses tempos, não havia memória, mas aquele dia repetia-se na mesma, todos os anos, mudando o objecto, preferindo doces para tapar o buraco da vontade em vez do buraco da fome.

Corriam as crianças pela aldeia fora, fazendo as velhas virem à janela ver que correria era aquela, ainda caem por ali abaixo, que partem uma perna, até parece que gostam de ser malcriados, ao que isto chegou. Mas os malcriados não ligavam e continuavam a correr, empurrando-se e gritando, gargalhando pela rua fora. Interessava chegar a todas as casas antes do almoço, reunir todas as gulodices num saco gigante, depressa, antes que o sol do meio dia traga o demónio que muda a luz que ilumina os afazeres de um dia único e os torna corriqueiros. E no caminho de volta já as alças dos sacos cortam as palmas das mãos, tal é o peso, não há dinheiro que valha aos pais para levar os filhos ao dentista para exorcizar todas as caries.

E havia a casa da bruxa, a que iam todos juntos, não fosse a velha roubar um dos meninos e pô-lo na panela a guisar. Tinham medo dela, cheia de rugas e verrugas, a cheirar a couve cozida e a gatos imundos, nunca dava doces, que a má criação do mundo começa nos infantes e nos doces que comem, distribuindo pães com sabor a bafio. Desandavam dali os miúdos, com medo dos olhos de maldade da velha, que só queria vê-los longe. Assim que viravam na primeira esquina, atiravam os pães para longe com medo do veneno da bruxa, que tinha cara de querer cozinhar as cabeças de todos eles, e o pão era só uma armadilha. Porque a luz era sempre diferente naquele dia.

Só naquele dia.

Halloween




No mesmo dia, todos os anos, a memória é sempre a mesma. Em vez de bruxinhas e caldeirões, é sempre o mesmo matulão que salta dos cantos escuros para atacar sempre a mesma pessoa.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Término dos 10 Mandamentos

Obrigar pobres almas a alcançar a vida eterna pelo caminho dos pecados fáceis de palrar, mas difíceis de cumprir, carregadas de cinismo e falsa honestidade, é trilhar um caminho sinuoso, cheio de pedras, relevos e urtigas com sandálias de salto agulha.
Porque não apelar às capacidades próprias, as ideias solitárias que tomam forma nas mentes e que levam o homem mais longe, a alcançar a perfeição inconstante que nunca permanece, porque quando lá se chega ela já partiu ; porque não deixar ao critério de cada um, com ideias, sentimentos e valores próprios, a decisão do que fazer, de viver eternamente ou ir para o cemitério, porque não deixar fazer sem reprimir, sem obrigar, sem restringir, sem manipular, sem tendenciar, sem macular o cérebro dos outros com dogmas?
Qual quê ...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sanitarium



Surge esta música à memória, já nem se sabe muito bem porquê.
A banda não faz parte do rol habitual, nem cai no saco das preferências, mas ainda se é do tempo em que estava muito em voga, e era o auge do ser mau e tal e ouvir Limp Bizkit.
Hoje, as melodias são outras, mas há interpretações que não se esquecem.
Esta é a tal. Na qual se excederam, se superaram, inesquecível. À parte da parvoíce do vocalista, que não sobressai de outra maneira, a interpretação de um clássico digno de respeito, de uma banda de igual respeito e peso.


Sanitarium, Metallica, by Limp Bizkit

O 10 Mandamentos - parte X

Não cobicar as coisas alheias

Aqui, já estará a expressão alheio mais bem utilizada. Porque cobiçam-se, exactamente, as coisas dos outros, as coisas, os bens materiais, não as mulheres ( ou os homens ) vistas como uma mera propriedade.
Porém, qual seria o problema de cobiçar alguma coisa se não se pretende, de facto, sonegá-la ao seu proprietário? Querendo cobiçar significar querer para si o que não possui, desde quando é que isso quer dizer que se vá pôr a mão na propriedade privada do próximo? Seria mais logico que esta premissa estivesse incluida no não roubar, não como ideia autónoma, mas como uma especie de preliminar do acto de privar o alheio do uso da coisa.

O 10 Mandamentos - parte IX

Não cobiçar a mulher alheia

E o homem, pode-se? Podem as mulheres cobiçar o homem alheio? Não está escrito, em princípio, poder-se-á fazer, certo? O que não é proibido pode fazer-se, correcto? E porque não podem os homens cobiçar mulheres alheias? Então e se for o homem o alheio e a mulher livre, já se pode? E porque haverá discriminação neste capítulo, se homem e mulher são iguais? É de menor ou maior gravidade conforme a cobiça seja efectuada por homem ou mulher? É mais ou menos desculpável se for um homem ou uma mulher a fazê-lo? Porque será que se diz alheio? Alheio lembra que é de outra pessoa. Mas de outra pessoa, o que exactamente? A mulher? O homem? São mercadorias, bens, coisas que têm dono? Nunca devem ter ouvido falar em preencher conceitos indeterminados, com certeza ...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

W.




Mesmo para quem ache que se trata de um documentário, desengane-se, nem é nem tem pretensão de ser.
Mas é bom, destaca-se por dar uma visão da presidência americana, não só de prismas a que o cidadão comum não tem acesso, como uma outra visão do homem, 43º Presidente dos Estados Unidos.

Recomenda-se.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

2635 Rio de Mouro




Para além de ser mesmo o código postal da zona, há que ter em conta e encher-se de um certo orgulho quando a terra natal é retratada. Seja em que situação for ...

domingo, 26 de outubro de 2008

Enfim ... Exposição Felina Mundial, Outra vez




Há sempre comicidade em tudo, pelo menos nos olhos de quem a procura.

Nem os gatos escapam à parvoíce dos humanos.

sábado, 25 de outubro de 2008

Exposição Felina Mundial 2008

Lisboa, Pavilhão Atlântico
25 e 26 de Outubro















XVII




Provavelmente, esta será das melhores músicas de amor alguma vez concebida. Se não for, anda lá perto, como tudo, depende, nada é unilateral nem unânime.
Diz tudo, porém. Tudo o que apraz dizer na data a celebrar, ela conta. Tudo o que se pode sentir, todos os dias, ela diz. Tudo o que pode existir, ela tem.

Porque nunca te perdi é dizer e sentir ao mesmo tempo que pára um mundo inteiro quando alguém aflora ao pensamento.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Porque Neva no Inferno



Esta música esteve para saltar cá para fora nos últimos dias. Não chegou antes porque já não havia memória de a haver postado ou não, de tal maneira que corre o andamento jurídico, ou pouco jurídico, dependendo da perspectiva, que já nem se encontra a gaveta da memória, se está cheia de asneiras e lixo, se está vazia ou com restos de coisa alguma.
Agora, fica aqui, independentemente de já ter descansado por estas paragens, com relevo para a ventania no cérebro despido e deserto do blogger.

Mesmo que o video mostre uma realidade negra, feiosa, vá, cheia de monstrinhos maus e meninas atrevidas que mandam missivas simpáticas ao adamastor que dali a um minuto as vai devorar, o final acaba por ser de esperança, e mostra que afinal os monstros também têm um ligeiro toque de complacência, compaixão e admiração por quem também os admira e se sacrifica por eles, como a senhora da animação.

Porém, a música em nada se coaduna com a imagem. A desilusão, a dor e angústia estão patentes, nos acordes, na voz, na letra.
Não há finais felizes. Não há salvamento da menina à última da hora por uma nova geração de príncipe encantado, monstro, à falta de melhor palavra usa-se a que já foi repetida vezes sem conta, não há nada melhor do que reforçar a ideia , se mal ficar mal permanece, não há salvação.

Chafurde-se, então. É essa a ideia subjacente.Ou não? Será antes o velho cá se fazem cá se pagam? Talvez. Mas de quem a escreveu, compôs, a quem lhe empresta a voz.

Não de quem a ouve, de quem a lê, de quem a sente. Há mais a ressalvar do que pratos que se servem frios, esses não se comem afinal, são mais enfiados pela goela abaixo a toda a força, para quê, não se podia pedir gentilmente, que será feito das boas maneiras. Também ninguém pede licença para lixar o próximo. Ninguém pede por favor antes de atazanar o juízo a alguém. Ninguém pede desculpa por ter pisado a alma. Ninguém faz sem querer, se o fazem é porque estão a mentir, querer quer-se sempre, o resultado é que pode calhar mais ao lado por azelhice do fazedor. Mas querer, quer-se sempre.


You did the trick
I didn't see it coming
I did not hear a sound

Though you were quick
I will not be forgiving

You won't be waiting for my return
I promise baby - You'll burn

Now it snows in hell
This is the day foretold till death do us apart
Now it snows in hell
I've gone away but I've got you in my heart
All frozen and scarred

Your life goes on
And it's infuriating
How did you not get caught

Your deed will spawn
A fate beyond your making

You won't be waiting for my return
I promise baby - You'll burn

Now it snows in hell - We're done masquerading
This is the day foretold till death do us apart
Now it snows in hell - No you won't be waiting
I've gone away but I've got you in my heart
All frozen and scarred

You shouldn't visit me at my grave
My hands will grab you through the dirt
I giveth - I taketh away
Witness my rebirth from the devils churn

Hell - We're done masquerading
This is the day foretold till death do us apart
Now it snows in hell - No you won't be waiting
I've gone away but I've got you in my heart
All frozen and scarred

Hell - We're done masquerading
This is the day foretold till death do us apart
Now it snows in hell - No you won't be waiting
I've gone away but I've got you in my heart
All frozen and scarred




It Snows In Hell, Lordi

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O 10 Mandamentos - parte VII

Não levantar falsos testemunhos.

Que é como quem diz não-andes-para-aí-a-espalhar-o-que-te-contaram-ou-o-que-ouviste-dizer-porque-mais-tarde-ou-mais-cedo-toda-a gente-vai-saber-que-foste-tu-que-disseste-e-mesmo-que-não-o-tenhas-feito-passas-a-ter-sido.

O 10 Mandamentos - parte VII

Não roubar.

Presume-se que se queira afinal dizer não roubar coisas. E quem rouba a paz de espirito, a inocência, a decência espiritual, a dignidade alheias, também peca?

O 10 Mandamentos - parte VI

Guardar castidade.

Esta é a alínea cómica, certo?

O 10 Mandamentos - parte V

Não matar.

E ter vontade, conta como pecado? Há tanta gente que podia morrer atropelada por um camião, ou cair num buraco sem fundo, ou ir bater com a cara numa poça de ácido sulfúrico ... mesmo que nunca se vá passar à acção, até porque é crime e o cadastro é aborrecido. Mas a vontade está lá.

Os 10 Mandamentos - parte IV

Honrar pai e mãe.

Pois claro. Fazer por esquecer os conflitos geracionais e as ideias medievais que se tentam incutir nos filhos, à força. Fazer por esquecer quando eles não esquecem que nos sustentam ate bem tarde. Fazer por esquecer.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

All Day Long




Acordar e ligar logo o rádio tem disto ; fica-se com as músicas permanentemente no ouvido e não há mais nada que saia da boca senão o trautear da dita melodia.
Ironicamente, a ideia que a música transmite acaba por passar da fantasia para o mundo real e de repente, com tudo de pantanas, começa a chover.
Só que ainda é Outubro.


Guns n'Roses, November Rain

sábado, 18 de outubro de 2008

Os 10 Mandamentos - parte III

Guardar domingos e festas santas

Isto toda a gente faz.
Para aqueles que não podem esfregar a barriga com azeite todos os outros dias da semana, adaptam a premissa no domingo e ficam na cama até o sol ir bem alto, comer o cozido à portuguesa da avó e passar o resto do dia em pijama em frente à televisão. Já os dias santos, apesar de o programa de festas ser o mesmo, acaba por ser diferente de alguma maneira ; aos domingos, ainda se sabe porque se fica em casa. Nos dias santos, duvida-se grandemente. Se já nos feriados se fica a descansar porque se comemora o aniversario de uma revolução qualquer, custará muito mais lembrar porque se tem direito a um descanso extra num dia santo. Tem-se e pronto, quem quer saber porque se tem folga da azáfama diária? É descanso, é de graça e acaba por aí a justificação.
Excepto no Natal, que as rabanadas e as prendas falam mais alto.
E na Páscoa, que se está em crise, não é altura de se andar a desperdiçar amêndoas.

The Top Of The List





Escolhido como o homem mais sexy do mundo.

Que surpresa ...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Lá Longe



As coisas que vêem à mente...
Neste caso, as músicas do arco da velha que saltam da arca bafienta que se tem debaixo da cama.


I hear the drums echoing tonight
But she hears only whispers of some quiet conversation
Shes coming in 12:30 flight
The moonlit wings reflect the stars that guide me towards salvation
I stopped an old man along the way
Hoping to find some long forgotten words or ancient melodies
He turned to me as if to say, hurry boy, its waiting there for you


Its gonna take a lot to drag me away from you
Theres nothing that a hundred men or more could ever do
I bless the rains down in africa
Gonna take some time to do the things we never had

The wild dogs cry out in the night
As they grow restless longing for some solitary company
I know that I must do whats right
Sure as kilimanjaro rises like olympus above the serengeti
I seek to cure whats deep inside, frightened of this thing that Ive become


Hurry boy, shes waiting there for you

Its gonna take a lot to drag me away from you
Theres nothing that a hundred men or more could ever do
I bless the rains down in africa, I bless the rains down in africa
I bless the rains down in africa, I bless the rains down in africa
I bless the rains down in africa
Gonna take some time to do the things we never had


Africa, Toto


Porque os anos 80 foram demais.

O 10 Mandamentos - parte II

Não invocar o santo nome de deus em vão

Invocar o nome de uma inexistência leva a pessoa por caminhos infernais, portanto. E invocar uma nulidade ou, quem sabe, uma anulabilidade, dá direito a penitencia?

O 10 Mandamentos - parte I

Amar a deus sobre todas as coisas


Amar uma coisa que não existe, ou que existe para afastar os medos das pessoas, desprotegidas e sozinhas neste mundo desprovido de sentido, acima de tudo o resto, anulando a pessoa é das maiores manifestações de inteligência e evolução de pensamento. Ao pé disto, o período renascentista e o seu contributo para o crescimento da humanidade foi uma nódoa na história, uma época que é necessário apagar não só dos livros, como das mentes.

Já que insistem ...





Este senhor é sexy. Pelo menos, na fotografia, parece. Ou será que quer parecer?
Não há certeza nesta matéria, mas o facto é que dá vontade de dizer que ele é, de facto, sexy. O olhar, a expressão facial, a pose, tudo respira sensualidade.

Afinal, o Orçamento de Estado para 2009 é maravilhoso, bem pensado, forte para combater a crise internacional, cheio de aspectos fantásticos, com tantos rebuçadinhos para todos os quadrantes da sociedade, principalmente para os habituais pagadores das crises, com tantos afagos à carteira do contribuinte e do pobre cidadão comum, com medidas espectaculares para que ninguém se esqueça em quem votar nas próximas eleições. Perdão, isto não era para dizer, era suposto ser a mensagem subliminar. Estragou-se a surpresa.

Por isso é que este senhor é sexy. Consegue fazer uma obra orçamental, defendê-la como se não houvesse amanhã um vendaval de crise que pudesse arruinar as suas previsões e o seu trabalho tão precioso e bem feito, e ainda manter a pose, sem nunca resvalar para as politiquices que aí vêm com as eleições vindouras.

Sexy, não?

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A melhor banda do Mundo




Shine on you crazy diamond, Pink Floyd

Porque hoje começa o mundo a girar de novo.

Burn After Reading




Aconselha-se seriamente a irem ver.
Genial.