A raça humana assim caminha. Como sempre caminhou, sem novidade, sem desvios, sem noticia a salientar.
Nem o facto de se aproximar o Natal ajuda a que a natureza se levante da sua confortável poltrona e vá fazer alguma coisa que não o habitual. Nem pensar, Natal é época de fazer coisas fora do comum, como comprar um shopping inteiro, comer uma vaca na consoada, escrever postais de boas festas com frases feitas, desejar boas entradas a pessoas de quem não se gosta só para não ficar mal visto. Isto, sim, é fazer algo de extraordinário.
Passar por cima dos outros.
Pisar o próximo.
Fazer de tudo para eliminar alguém só porque é tão bom como o próprio.
Pôr em causa o trabalho dos outros por causa de caprichos.
Não ter respeito pela opinião alheia.
Não respeitar o trabalho ou o esforço dos outros.
Pensar que se é melhor que todos em redor.
Obrigar os outros a pensar como o próprio, e se mesmo assim o próximo não pensar, usar a coacção.
Fazer queixinhas a superiores hierárquicos quando as coisas não correm como esperado.
Crer piamente que existe uma conspiração internacional a decorrer para matar as boas pessoas, e daí ter que se eliminar os potenciais adversários.
Esqueçam o tempo de paz e amor, esqueçam a época de solidariedade, esqueçam do tempo em que os Homens voltam a ser irmãos.
Esta é a verdadeira natureza humana. Perseguir. Caçar. Matar. Destruir. Esmigalhar.
Os outros. Sempre os outros. Os outros, que por acaso até são da mesma espécie que aquele que caça, de maneira que anda um canibalismo no ar há milhões de anos.
Os estúpidos não só só dão por isso agora, como ainda se espantam.
Haja alegria. Viva o Natal de sempre.
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