sábado, 27 de dezembro de 2008

Depois da Festa

Agora que a comezaina acabou e que já todos enchemos o bandulho de coisas doces, agora que já todos os presentes se abriram e todos estamos contentes ( ou não ) com uma amostra de regresso à normalidade, nada melhor que um abrir de pestanas para constatar que se está num mundo em que nada é perfeito, e que o Natal, como tempo perfeito e de solidariedade e amor entre os Homens, já fez a sua parte no que à hipocrisia diz respeito.

Isto é o melhor dos exemplos.

Numa linguagem infantil de quem nada percebe dos assuntos sérios e realidades profundas e complexas, o isto pode ser traduzido como dois grupos de miúdos, moradores em bairros rivais, em que uns pregam umas bofas nos dentes dos outros e os tais outros respondem com uma chuva de calhaus.

Já numa tirada mais séria e digna de gente crescida, quer isto significar que o grupo de miúdos distribuidor de chapadões ao domicílio afinal atira calhaus e rockets aos quintal dos vizinhos, vizinhos esses, sempre simpáticos e prestáveis, aqui representados pelos tais outros, o outro grupo de miúdos, responde, não com os inocentes calhaus, mas com mísseis e outras coisas que tais, disparados de tanques estrategicamente posicionados para irem acertar na sopa de quem ao lado mora.

Pois sim, questões complexas, profundas, que duram há anos e nos quais ninguém se mete porque só aos intervenientes diz respeito.

Não há mais nada para fazer?

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