Copycat é um fenómeno interessante, para dizer o mínimo. Estuda-se lá para os lados da psicologia e entende-se, latu sensu, acções de gente cansada demais para inovar e que imita o que pelos outros foi feito. Fala-se no fenómeno, normalmente, quando se fala em serial killers ou assassinos particularmente meticulosos no seu trabalho, tão bem ou mal feito que valerá a pena copiá-lo. Abundam as obras cinematográficas sobre a matéria, nao será uma coisa rara e surpreendente difícil de perceber.
Em vez de ir e fazer alguma coisa nova, imita-se o que antes de fez. Muito engenhoso.
Também existem copycat noutros âmbitos que não somente a arte de retalhar pessoas, o que é deveras interessante.
Só que em vez de copiar formas minuciosas de fazer bater a caçoleta aos outros, há mais a imitação de acções, antes feitas ao próprio, agora espelhadas nas acções de todos os dias para os outros ; faz-se aos outros o que os outros outros fizeram antes aos próprios.
Também se chama ressabianismo, mas tal é palavra que não existe no dicionário ; rancoroso também não se adequa, rancor guarda-se do que se nos foi feito, não quer dizer necessariamente fazer igual ao que antes sucedeu.
Mais interessante ainda é o sentimento de dependência que este tipo de acções cria no fazedor. Não há vida sem uma vingançazinha privada, em louvor dos velhos e bons tempos em que o ser humano mais próximo fez com que a luz do Natal se apagasse de vez. Tal como uma droga.
E não há forma de apagar a necessidade de fazer igual ou ainda pior. Forma-se um ciclo vicioso onde já não se distingue o fim do início, e como tal não há forma de dele se sair.
Copycat existe. Não nos filmes, na vida real. Todos os dias, alguém se vinga do que lhe foi feito. Para um dia mais tarde recordar e poder bradar ao mundo, eu vinguei-me.
Praga que não tem fim.
Copycat existe.
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