O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever (...).Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro.Era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras.
(...) Tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito,(...)o meu avô(...)ao pressentir que a morte o vinha buscar,foi despedir-se das árvores do seu quintal,uma por uma, abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as tornaria a ver.
José Saramago, Discursos de Estocolmo.
Já foi assinalado aqui o 10º aniversário do Nobel da Literatura para Saramago.
Porém, não podia deixar passar-se o dia comemorativo e nada acrescentar.
Estas, serão apenas amostras da beleza das palavras nascidas das mãos deste homem, beleza como mais ninguém lhas consegue imprimir.
Um mero e pequeno gesto, de quem não tem vocábulos que cheguem para expressar o que vai na alma quando os olhos encontram as linhas infinitas contadoras de histórias escritas e descritas por alguém sem par.
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