sexta-feira, 26 de julho de 2019

Mais Que Certo

Estará para nascer um patrão que não fique extremamente incomodado e aborrecido pelo facto de um funcionário ir de férias.
Não existe ainda um chefe que não arme um mini escândalo ou tenha um mini AVC quando se aproxima a data do empregado deixar tudo para ir descansar.
Não há.
Simplesmente não há.

Tantos anos a aturar patronato e ainda não me habituei a isto.

segunda-feira, 22 de julho de 2019


A minha estagiária preferida gosta de me mandar estas pérolas, com a legenda, lembrei-me de si e do seu amor pelos velhos.

Esta miúda vai longe, digo-vos eu.
A coisa boa de estar toda a gente a começar a ir de férias é que o escritório está meio vazio e, portanto, poderia começar aqui a dançar a conga que ninguém haveria de se importar muito com isso.
Não há, já, grande coisa para fazer porque está tudo mais ou menos adiantado para o período de descanso que se avizinha e o stress passa pelo dilema do que fazer em primeiro lugar, arrumar pastas ou arrumar canetas, sendo que coçar-se é, evidentemente, a primeiríssima escolha.

O pior disto (se é que há alguma coisa de mal em estar à vontade) é que não há ninguém para conversar e os tempos mortos são passados à janela a ver a velha do prédio da frente deixar cair os guarda-chuvas da varanda e ir tirar um olho ao vaso de begónias três andares mais abaixo.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

After Life


Acabei mesmo agora de ver a primeira temporada e tenho a dizer que estou contente, vá.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Eau De Saumon

Comer peixe grelhado é maravilhoso, saudável e absolutamente delicioso.

Seria, não fosse o cheiro a grelha de restaurante que se impregna nas roupas e cabelos e que nos deixa agoniados até à 15ª geração.

Aposto que todas as pessoas que comigo se cruzaram hoje sabiam identificar sem qualquer problema o peixe que comi ao almoço.


Não há direito.

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve



Não estava nada à espera de gostar tanto desta obra.

Esperava, sim, uma coisinha mais ou menos, uma história às três pancadas, uma coisinha mal amanhada e insossa cujo contexto era a época do reinado de Maria Tudor.

Nada disso, porém, sucedeu. O autor ofereceu uma verdadeira história de espionagem de época, com muitos factos verdadeiros à mistura e que deixa francas saudades.


Muito bom.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Cenas Várias

Outro dia, na pura da loucura, fiz uma coisa que já não fazia há cerca de 13 anos: fui a uma discoteca.

Fugindo aos lugares comuns de estou velha demais para isto, que barbaridade por uma bebida reles, cheia de gelo e com um dedo de álcool, que moda é esta de estarem a fumar brocas para cima de mim, olha ali tanta gente a mamar da boca uns dos outros, posso dizer que foi uma experiência engraçada e que apenas espero repetir daqui a outros 13 (se não mais) anos.

Não tenho vida para aquilo, isso é mais que certo.
Não tenho paciência para estar a aturar gente bêbeda que nem um cacho, que se empurra por motivos desconhecidos e que tem como frase preferida, 'Olhá aí, pá, olhá aí'.
Acho uma tremenda roubalheira pagar-se 10 euros por uma unha de whisky e ainda me estarem a escrever num cartãozinho tudo o que bebi, para manterem o controlo da beberagem alheia.
Acho estúpido estar-se a fumar ganza em espaços fechados quando o resto do pessoal só quer dançar e ainda tem que se estar a desviar para não ser queimado, quando, por acaso, a discoteca até oferece um largo espaço ao ar livre, onde é muito mais fixe, digo eu, fumar daquilo que dá para rir a olhar para as estrelas.

Estou uma idosa, é a conclusão expectável.




terça-feira, 9 de julho de 2019

Reacção da minha pessoa quando se lembra que faltam 19 míseros dias para ir de férias mas ainda tem de despachar toda a merda que se lembram de me despejar para cima:


Meanwhile in Ergástulo - Parte Vigésima Segunda

Neste antro do senhor onde exerço a digna profissão de patrocínio forense de capitalistas e outros pobres de espírito que tais, existe, como em muitos estabelecimentos da estirpe, a regra oficiosa que à sexta-feira o traje pode ser mais descontraído, desconsiderando, apenas por um dia, a vestimenta fato-e-gravata e outros formalismos parecidos.

Ora, toda a santa sexta é vê-los com os bracinhos de fora das camisas, com calças de ganga, com blazers coloridos, com sapatos de atacadores.
Toda a gente respeita muitíssimo este costume e apenas o quebram quando sucede terem diligências judiciais ou reuniões com clientes novos porque, com os antigos, está-se tudo positivamente a cagar e vão como estão e mai nada.

Perguntando o moço estagiário ao seu ilustre patrono se poderia também aderir a esta onda descontraída que às sextas-feiras bate nas cabeças destas nabiças, foi-lhe respondido, categórica e terminantemente, que não, não senhor, não podia. Que essa regra só se aplicava aos advogados.  Que ele tinha de manter a postura. Que poderia aparecer aqui um cliente de repente e sem aviso e que ele não poderia estar descomposto. E que, portanto, tirasse daí o sentido, que só os crescidos é que podem brincar.


Escusado será dizer que achei isto a cúmulo da pouca vergonha.

Quer dizer, todas as sextas-feiras desta vida sou obrigada a levar com o mau gosto desta gente, que não sabe fazer combinações de absolutamente peça de roupa NENHUMA que não seja uma camisa às riscas com uma gravata às pintas, que veste SEMPRE as mesmas calças de ganga, que não sabe que um blazer cor de cagalhão NÃO FICA BEM COM NADA, mas não posso levar com um puto vestido sem gravata porque, deus nos livre, parece mal.

Todas as benditas sextas-feiras sou forçada a ter que levar pelos olhos dentro com os pelinhos do peito destes gajos porque têm as camisas abertas até ao umbigo e a ter de suportar os pelinhos dos bracinhos a apanhar sol, mesmo que não vejam sol desde 1974, mas, cruzes credo!, não posso ver o miúdo nos mesmos propósitos porque é preciso ter postura.

Todas as sextas-feiras sou coagida a passar por esta gente, que se trata entre si como se fossem duques de qualquer coisa e vivessem na corte do Rei Sol, vestida como se estivessem em casa a coçar a micose e a tirar as cuecas do rêgo, mas o miúdo não pode porque cenas.

Vale a pena dizer mais alguma coisa?






Foi aqui que vim parar.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Lisboa É Um Lugar Estranho

Só nesta cidade do demo é possível observar diariamente coisas tão bizarras como um homem, sentado num banco de jardim, a lavar os pés, com o auxílio de uma garrafa de água e um sabão.

O mais bizarro de tudo isto é que ninguém olha para estes fenómenos duas vezes e segue o seu caminho como se nada fosse.