segunda-feira, 28 de junho de 2021

Estou a Queixar-me

 Entretanto, o tempo continua a passar nesta porcaria de terra, em que todos os outros são tão bons mas o que cá mora é sempre uma redonda merda.

Não há alento que me valha, pelo que só me resta enrolar e olhar no vazio, tentando não chorar.

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Entretanto, o Festival da Eurovisão

 Já estava cá a fazer falta, não era?

Apesar de todos os componentes de Eurovisão estarem presentes (música pop fácil, triunvirato mamas-cu-pernas em quase todas as canções e azeite q.b.), até foi dos anos em que a música teve mais qualidade. Consegui reunir numa lista de Spotify 11 músicas muito jeitosas e audíveis sem embaraço por pertencerem a este tipo de certame (again, linguagem de feira de gado a ganhar terreno), o que, tendo em conta a temática, é dizer bastante.

Não me apela por aí além a música vencedora. Talvez seja por estar farta de ouvir bandas do género desde há décadas, ou de ter aturado milhentas vezes aquelas atitudes de bad boy em vocalistas armados em parvinhos (como é claramente o caso deste; que veio a ser aquela simulação de snifanço?!) ou de ter ouvido aquele chavão de rock n'roll neves dies em todos os álbuns e concertos alguma vez dados por bandas que se acham a última Coca-Cola do deserto. Não traz nada de novo, mas podia ser pior, é verdade. 

A minha preferida era esta, apesar de não ter qualquer tipo de ilusões quanto a poder vencer:


A Ucrânia estava poderosíssima aqui (seguida de perto pela Lituânia, pela Bélgica e pela Rússia):


Nós estivemos muitíssimo bem e tivemos direito a uma votação do público miserável que foi tremendamente injusta. Cheios de graça e de talento.


No entanto, acho que deveria verdadeiramente ter ganho esta:

Não porque a música fosse por aí além de boa (é pavorosa), mas o rapaz é fofo que só ele e merecia mais atenção.




Para o ano, em Itália, então. 

E Ainda Não Acabou

Sempre tive em mim a firme convicção que o mês de janeiro, fosse de que ano fosse, era sempre o mês mais difícil, mais comprido e mais horrível de todos. Era sempre neste mês que aconteciam as piores coisas, ou que faltava sempre alguma coisa, ou que só havia chuva e vento, ou em que não se via progresso em nada, ou em que simplesmente era o mês em que a esperança se deitava para morrer.

Havia sempre alguma coisa no mês de janeiro que apelava ao lado pior, não só meu, mas de toda a gente, que fazia com que fossem 31 dias para esquecer, que contavam como se fossem 350. O mês de janeiro deste ano de 2021 foi talvez, o piorzinho de que há memória em termos gerais.

No entanto, o mês de maio, suplantou-o sobremaneira.

Foi um mês de merda. De merda. De muita merda.

Merda sobretudo para mim. Que fui, em todo o meu esplendor, uma merda. 

Nada correu bem, nada fiz de bom. Limitei-me a saltar de porcaria em porcaria, tentando não morrer de ataque cardíaco ou de ansiedade aguda, à espera do próximo pântano onde me enfiar. E, caraças, havia sempre mais um pântano.

Há muito tempo que não deixava que a estupidez me governasse de maneira tão autoritária. Não houve espaço para a calma e tranquilidade que decisões importantes pedem. Não houve inteligência para antever os percalços que poderiam existir. Não houve aceitação e paz para lidar com as consequências.

Ao invés, só houve estupidez, amadorismo, incompetência, precipitação e intempérie. O que só veio provar que sou tudo isto e mais um par de botas.

Se posso dizer que, ao menos, aprendi alguma coisa com isto? Quem me dera. E se à partida, a resposta é positiva, este mês veio mostrar-me que é só uma questão de tempo até voltar a suceder tudo outra vez e a aprendizagem deixar de existir.

Deve ser por isso que tenho a bela sensação que o mês de Junho será outro igual a maio: a mesma merda. 


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Quem Me Dera Que Fosse Mentira

 Há muitos e variados problemas que o patronato tem com os seus assalariados.

Um deles deriva do tempo de descanso que essas almas teimam em ter. Principalmente quando deriva do proprio patronato habitualmente dar tempo extra de descanso, e aqui estou unicamente a referir-se à quinta-feira santa, dia em que, nesta casa, nunca se trabalhou da parte da tarde, dia em que inclusivamente foi dado por inteiro em anos anteriores, dia em que tradicionalmente anda tudo à balda.

Como este ano não se falou no assunto, mas as pessoas precisam de governar as suas vidas e de saber, com um pouco mais que uma hora de antecedência que têm dias ou tardes livres, até porque, que merda, as escolas teimam em fechar a partir das 14h e os miúdos não podem ficar à sua sorte por aí, houve necessidade, por isso, de perguntar.

O escândalo.

O horror.

A tragédia.

O desplante desta ralé.

Proletários de merda. Ainda por cima, pobres.

Como se atrevem a mendigar?


E assim fica um ambiente estranho e pesado, com muitos olhares assassinos à mistura, com comunicados em surdina às mais altas patentes, para prevenir um motim dos subalternos e mantê-los na ordem, que esta gente só aprende com um chicote na mão.

No fim, a culpa ainda é toda nossa, que somos uns preguiçosos que não queremos trabalhar. Temos que suportar as bocas ordinárias e as reprimendas, porque nos atrevemos a exigir regalias. Ainda temos que ouvir que não temos contratos de trabalho, somos prestadores de serviços e direitos são coisas que não nos assistem. Ainda temos que suportar policiamento extra, do trabalho e da assiduidade, porque os corredores são agora patrulhados por um velho de merda, a quem só falta ter uma chibata na mão para aplicar corretivos nos escravos.

Não há melhoras.

Nenhumas. 

sexta-feira, 26 de março de 2021

Meanwhile In Érgástulo - Parte Vigésima Quarta

Breve pausa para se tomar conhecimento que tenho um patronato que considera que os Médicos pela Verdade foram vítimas do sistema ditatorial em que vivemos, que pune as pessoas por delito de opinião, já que essas pobres criaturas apenas de limitaram a discordar dos especialistas que fazem as regras pelas quais ultimamente, por força das circunstâncias, temos que nos reger.

Breve pausa silenciosa para se interiorizar o supra exposto.



Breve pausa para contemplar o facto de ter sido a este lugar que a minha pessoa veio parar. 

quinta-feira, 18 de março de 2021

Meanwhile In Ergástulo - Parte Vigésima Terceira

No início, não era o verbo, mas tinha alguma graça. Agora não tem graça nenhuma.

Vim parar a um antro que encerra em si muito do espirito medieval. 
Uma das manifestações deste conceito é o da caça às bruxas, que consiste numa autêntica expedição para encontrar um culpado quando as coisas correm menos bem. Aliado a esta idiossincrasia, manifesta-se também uma ideia imutável e transversal a todos os habitantes, ainda que temporários, deste lugar: é proibido perder uma ação.

Ora, não é preciso ser licenciado em Direito pela melhor faculdade do mundo nem ser advogado há décadas para saber uma verdade bem básica e mais que empírica: nem todas as causas são vencedoras. Aliás, até nas causas que, à partida, parecem fáceis e de ganho mais que certo, podem as coisas não correr como esperado e tudo descambar. 
Não propriamente por dolo ou negligência do mandatário, mas por um sem número de outros fatores que concorrem diretamente para o insucesso. 
Toda a gente já sai das escolas de Direito com esta noção. 
Se não saem, aprendem no estágio. 
Se mesmo assim não interiorizam, aprendem com a prática. 
Se nunca se depararam com tal fenómeno, não são juristas nem advogados.


Pois que fazendo o somatório de todo o conteúdo supra, conclui-se que o local onde exerço a minha nobre profissão está cheio de pessoas a) que chumbaram na agregação e andam para aqui há anos a cometer crimes de procuradoria ilícita e b) não têm noção da realidade porque, a bem da verdade, nunca exerceram, de facto, a profissão porque toda a vida se sentaram em cima do trabalho dos outros à espera que chova dinheiro.


Portanto, nesta casa, perder processos é, em si, toda uma situação dolorosa e sinuosa para o titular desse processo. 
É um procedimento de culpabilização, de escrutínio de falhas e males menores, de humilhação coletiva. É um tempo leproso, em que o infetado fica apartado da vida societária, enquanto é olhado de lado por toda a gente. 
É um tempo conturbado, porque são tomadas decisões precipitadas e descabidas, com o único intuito de reagir à perda, de correr atrás do prejuízo, coisa mais portuguesa não se vê por aí. 

É, basicamente, uma angústia e um descrédito total e absoluto para a pessoa, que se vê truncada das suas capacidades jurídicas e julgada em praça pública por pessoas menos aptas que ela.

Mal comparando é todo um walk of shame de Cersei Lannister, com direito ao badalo ao início, anunciando aos quatro ventos o infortúnio jurídico, até ao arremesso de fruta podre e porcaria por toda a gente que a rodeia.


A não ser, claro, que o desafortunado seja, como está bom de ver, aquele (aquela) que, no mais das vezes, faz o papel de carrasco. 
Aí, tudo é feito para encobrir o mal feito, escondendo de todos o sucedido, muitas vezes com a conivência da chefia. 
Aí, não há badalo, nem arauto, nem arremesso de vária ordem; só há silêncio. 
O que não deixa de ser deveras curioso, porque já deixa de existir a premissa de que não se podem perder ações para passar a coisas que acontecem. Aí, já não há surpresa.


Poderia discorrer longamente sobre a estupidez humana, em especial a que grassa neste locado. 
Poderia discorrer ainda mais longamente acerca da injustiça da situação, que encerra problemas estruturais gravíssimos que ninguém pode corrigir. 
Poderia alongar-me acerca do prejuízo que causa à saúde mental e laboral dos que cá habitam.

Mas não. Já não quero saber. Só acho que isto deveria ficar documentado, por isso aqui fica.




Foi aqui que vim parar.


Bolas, Logo De Manhã...

Sendo, já, oficial que a terra tremeu em Lisboa, é seguro dizer que senti o abalo e não gostei lá muito.

Que é como quem diz, apanhei um susto da porra.

Uma pessoa está descansada e sente uma vibração a partir do chão que abana tudo, como se fosse uma corrente elétrica de alta voltagem a percorrer os átomos dos objetos. Estando de costas para a janela, nem vi se os pássaros levantaram voo segundos antes, como é suposto acontecer. E depois, tão depressa como começou, acabou. Dois segundos, se tanto.

Olhei em volta, esperando ouvir comentários, gritos, suspiros, coisas várias.

Nada. Aparentemente os meus colegas são imunes aos tremeliques. Ainda passei por demente até começarem a surgir mensagens, relatos e notícias a espalharem-se como urticária.


Este foi o segundo terramoto detetado pela minha pessoa. O primeiro não senti, só ouvi (coisa mais estranha, já sei). Este não o ouvi, até porque, como é sabido, sou surda que nem uma porta, mas senti a força do fenómeno. 

Desde que sou gente que oiço dizer que, qualquer dia, acontece um outro terramoto nesta cidade do demo, igual ao de 1755. Durante anos, segundo parece, fizeram-se planos e estudos e teorias e adaptações da construção que, aparentemente, ninguém se lembra e ninguém põe em prática. Mais vezes se fazem simulacros de incêndios do que de terramotos. Cada vez que há um sismo, volta-se invariavelmente a falar nos planos e nos cuidados, para depois se acalmarem os ânimos e voltar-se a esquecer do assunto. O que não deixa de ser assustador.

Enfim, espuma dos dias até ao próximo abalo. Que espero não sentir.

quarta-feira, 17 de março de 2021

Em 2021, Ainda Isto

Quando, em conversa com um Colega, me pergunta se sou casada, se tenho filhos e porque não tenho mais porque a condição da mulher é ser mãe, porque esse é o chamamento da Mãe Natureza, não apraz dizer mais nada senão mandar passear para o cesto da gávea.

E, não contente com a brincadeira, ainda me manda às trombas, como se estivesse a dizer a coisa mais básica do mundo, que as mulheres querem-se doces porque para guerrear estão cá os homens, enquanto me lançava olhares gulosos a todos os cantos do meu decote que, por acaso estava tapado até ao pescoço, que eu sou pessoa friorenta.

Obviamente que este é um exemplo triste e, gosto de pensar, isolado.

No entanto, todos os dias há sempre alguém, normalmente mulheres, que nos dias de hoje, ainda têm histórias destas para contar, que todos os dias têm de ouvir este tipo de barbaridades bacocas em muitas circunstâncias da vida.

Portanto, será exemplo isolado mas não inexistente.

Ultimamente tenho ouvido muitas criaturas que não devem ser deste mundo ou, se o são, devem passar o tempo sob o efeito de substâncias psicotrópicas, dizer que já não se pode dizer nada, que é uma ditadura, que a ideologia de género é não-sei-quê, que as feministas são não-sei-que-mais, e espanta-me como é que ainda conseguem ser, para além de egoístas, acéfalos.

Porque somente uma pessoa acéfala pode pensar em verbalizar esta postura de desculpabilização de agressões psicológicas quando ainda há quem se sinta confortável em dizer estas coisas a outras pessoas, julgando-as inferiores pelo seu género, sem qualquer pejo nem receio pelas consequências. 

Se há quem ache que esta conduta se admite, lamento, mas creio-os iguais aos que têm adotam de facto esta conduta como modo de vida, já que com eles são coniventes.

Portanto, puta que pariu esta conversa de merda. 

sexta-feira, 12 de março de 2021

2020, Take 2

 Mais de um ano depois, o regresso. 

A ideia era durante o ano de 2020 experimentar outro tipo de escrita,  tipo diário, coisa mais íntima, mais profunda, não para partilhar, mas para esconder, pensamentos negros e horripilantes, coisas (ainda mais) chatas e desinteressantes.

Afinal, o ano de 2020 transformou-se numa espiral gigante de porcaria, confinamento e solidão social, pelo que a intimidade e profundidade de escrita que se pretendia acabou atirada para um canto. Não havia mais nada para escrever que não fossem crónicas do encerramento domiciliário, quilos ganhos, longe de todos, longe da vida. Quem é que quer manter um diário assim?

Muitas vezes pensei em abrir o blogger e escrever um ou outro desabafo. Mas, não vislumbrando o propósito, deixei andar. Se este já era um antro de queixume, agora com esta esquizofrenia de pandemia e loucura, até à própria isto haveria de parecer um repositório de tristeza e idiotice. E, por isso, não o fiz.

Aguardei que os primeiros três meses de 2021 não fossem a confirmação da continuidade que 2020 ofereceu. Tive esperança que esta dinâmica tivesse um fim. Não teve. Tive esperança que as soluções fossem chegando, não com a velocidade supersónica, mas de cruzeiro e que se pudesse voltar à vida de antes naturalmente. Não aconteceu.

Durante dois meses, tudo voltou a estagnar, a adormecer, a esmorecer. Todo este tempo pareceu o seu dobro, tamanha a frustração e o desencanto. Claro que foi por um bem maior; mas os bens menores também sofreram.

Como em três meses nada mais se observou que não fosse um 2020 renovado, achei que o queixume estava legitimado novamente - até porque é desporto nacional - e, portanto, estou de volta.

Viva o queixume.

2020, temporada 2.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Boas Festas



Porque a vida não é só desaparecimento e falta de tempo para escrever; é também tempo de enfardar e aproveitar o tempo em família.
Feliz Natal!

terça-feira, 26 de novembro de 2019

E Porque Não?

 Roubado daqui.
Parabéns, Bóçe!

Mais Vale Tarde que Nunca



José Mário Branco - 1942 - 2019

Porque quem é genial não morre.

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Tristeza

E agora que já percebemos todos que fiquei sem nada para ler, já podemos voltar às nossas vidinhas.

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve


Estava morno e sem grande interesse quando se dá uma reviravolta na história completamente inesperada. Mudou tudo, inclusive o interesse que passei a ter no desfecho da historia.
Não propriamente aconselhável para sensíveis, dado o peso do acontecimento, transporte o leitor realmente para dentro da história e deixa uma pequena angústia quando acaba. 
Muito bom!

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve


Quando uma pessoa pensa que já leu tudo o que havia para ler deste autor, que nada mais é novidade e que, no fundo, os seus romances são todos iguais, aqui está a prova em contrário.
Em discurso directo, uma história fora do comum e bem descrita, rica, coerente, verosímil. Um final surpreendente, ajuda a deixar muitas saudades e a não deixar qualquer tipo de arrependimento de continuar a seguir de perto Mr. Grisham.

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve



Simon Scarrow não perde a mão. É impossível a este autor deixar-se levar pelo fácil ou pela preguiça e escrever a metro e sem qualidade.

Quando temia que, a dada altura, não mais houvesse que escrever, nem que inventar, nem como fugir à idade dos personagens, que já não vão para novos e qualquer dia outro remédio não haverá se não deixarem de andar por aí, por montes de vales, a combater.

Mas Scarrow é maior que tudo isso e tem uma imaginação ilimitada, um conhecimento profundíssimo sobre a época que retrata e só tenho a agradecer poder ler as maravilhas que ele escreve.

excelente!

Leituras Nº --. Qualquer Coisa Serve



Não é lá grande coisa, vá.

Demasiadas descrições, demasiada arrogância na escrita, demasiada pretensão numa história que não é assim tão interessante e definitivamente não é interessante da forma como está contada.

Só fica qualquer coisa de jeito lá mais para o fim e não deixa saudades.

Fracote.

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve



Começo sempre com alguma relutância os livros de Daniel Silva. tenho para mim que este ´+e um autor que promete muito, tem umas capas de livros muitíssimo interessantes, uns títulos muito bem estudados pelo marketing para saber agradar ao público, mas no fundo a qualidade não é assim tanta. tendo isto presente, até gostei da história. Acho o personagem principal um tanto ou quanto palerma, mas acaba por saber enquadrar-se no enredo.
Escapa.


Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve

Tentando recuperar tempo perdido:


Surpreendentemente, adorei e fiquei presa à história num instante. Não era nada apelativa, nada convincente, mas não haja dúvida nenhuma que é um grande thriller. Mesmo sendo uma sequela de uma primeira história, a mestria da escrita é tamanha que não se sente qualquer lacuna por não se ter lido a primeira parte.
Muito bom!







Regresso do Queixume

Não era suposto ter acontecido...
Nunca tinha sido atropelada desta forma pela Judicatura, de forma a deixar para trás este canto de queixume.
Pela segunda vez, vamos lá arrebitar isto e retomar o tempo perdido.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Well, shit...



Com esta brincadeira toda, passou mais de um mês, voaram as férias, estou de regresso à labuta e regressa também o queixume costumeiro por estas bandas...

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Mais Que Certo

Estará para nascer um patrão que não fique extremamente incomodado e aborrecido pelo facto de um funcionário ir de férias.
Não existe ainda um chefe que não arme um mini escândalo ou tenha um mini AVC quando se aproxima a data do empregado deixar tudo para ir descansar.
Não há.
Simplesmente não há.

Tantos anos a aturar patronato e ainda não me habituei a isto.

segunda-feira, 22 de julho de 2019


A minha estagiária preferida gosta de me mandar estas pérolas, com a legenda, lembrei-me de si e do seu amor pelos velhos.

Esta miúda vai longe, digo-vos eu.
A coisa boa de estar toda a gente a começar a ir de férias é que o escritório está meio vazio e, portanto, poderia começar aqui a dançar a conga que ninguém haveria de se importar muito com isso.
Não há, já, grande coisa para fazer porque está tudo mais ou menos adiantado para o período de descanso que se avizinha e o stress passa pelo dilema do que fazer em primeiro lugar, arrumar pastas ou arrumar canetas, sendo que coçar-se é, evidentemente, a primeiríssima escolha.

O pior disto (se é que há alguma coisa de mal em estar à vontade) é que não há ninguém para conversar e os tempos mortos são passados à janela a ver a velha do prédio da frente deixar cair os guarda-chuvas da varanda e ir tirar um olho ao vaso de begónias três andares mais abaixo.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

After Life


Acabei mesmo agora de ver a primeira temporada e tenho a dizer que estou contente, vá.

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Eau De Saumon

Comer peixe grelhado é maravilhoso, saudável e absolutamente delicioso.

Seria, não fosse o cheiro a grelha de restaurante que se impregna nas roupas e cabelos e que nos deixa agoniados até à 15ª geração.

Aposto que todas as pessoas que comigo se cruzaram hoje sabiam identificar sem qualquer problema o peixe que comi ao almoço.


Não há direito.

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve



Não estava nada à espera de gostar tanto desta obra.

Esperava, sim, uma coisinha mais ou menos, uma história às três pancadas, uma coisinha mal amanhada e insossa cujo contexto era a época do reinado de Maria Tudor.

Nada disso, porém, sucedeu. O autor ofereceu uma verdadeira história de espionagem de época, com muitos factos verdadeiros à mistura e que deixa francas saudades.


Muito bom.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Cenas Várias

Outro dia, na pura da loucura, fiz uma coisa que já não fazia há cerca de 13 anos: fui a uma discoteca.

Fugindo aos lugares comuns de estou velha demais para isto, que barbaridade por uma bebida reles, cheia de gelo e com um dedo de álcool, que moda é esta de estarem a fumar brocas para cima de mim, olha ali tanta gente a mamar da boca uns dos outros, posso dizer que foi uma experiência engraçada e que apenas espero repetir daqui a outros 13 (se não mais) anos.

Não tenho vida para aquilo, isso é mais que certo.
Não tenho paciência para estar a aturar gente bêbeda que nem um cacho, que se empurra por motivos desconhecidos e que tem como frase preferida, 'Olhá aí, pá, olhá aí'.
Acho uma tremenda roubalheira pagar-se 10 euros por uma unha de whisky e ainda me estarem a escrever num cartãozinho tudo o que bebi, para manterem o controlo da beberagem alheia.
Acho estúpido estar-se a fumar ganza em espaços fechados quando o resto do pessoal só quer dançar e ainda tem que se estar a desviar para não ser queimado, quando, por acaso, a discoteca até oferece um largo espaço ao ar livre, onde é muito mais fixe, digo eu, fumar daquilo que dá para rir a olhar para as estrelas.

Estou uma idosa, é a conclusão expectável.




terça-feira, 9 de julho de 2019

Reacção da minha pessoa quando se lembra que faltam 19 míseros dias para ir de férias mas ainda tem de despachar toda a merda que se lembram de me despejar para cima:


Meanwhile in Ergástulo - Parte Vigésima Segunda

Neste antro do senhor onde exerço a digna profissão de patrocínio forense de capitalistas e outros pobres de espírito que tais, existe, como em muitos estabelecimentos da estirpe, a regra oficiosa que à sexta-feira o traje pode ser mais descontraído, desconsiderando, apenas por um dia, a vestimenta fato-e-gravata e outros formalismos parecidos.

Ora, toda a santa sexta é vê-los com os bracinhos de fora das camisas, com calças de ganga, com blazers coloridos, com sapatos de atacadores.
Toda a gente respeita muitíssimo este costume e apenas o quebram quando sucede terem diligências judiciais ou reuniões com clientes novos porque, com os antigos, está-se tudo positivamente a cagar e vão como estão e mai nada.

Perguntando o moço estagiário ao seu ilustre patrono se poderia também aderir a esta onda descontraída que às sextas-feiras bate nas cabeças destas nabiças, foi-lhe respondido, categórica e terminantemente, que não, não senhor, não podia. Que essa regra só se aplicava aos advogados.  Que ele tinha de manter a postura. Que poderia aparecer aqui um cliente de repente e sem aviso e que ele não poderia estar descomposto. E que, portanto, tirasse daí o sentido, que só os crescidos é que podem brincar.


Escusado será dizer que achei isto a cúmulo da pouca vergonha.

Quer dizer, todas as sextas-feiras desta vida sou obrigada a levar com o mau gosto desta gente, que não sabe fazer combinações de absolutamente peça de roupa NENHUMA que não seja uma camisa às riscas com uma gravata às pintas, que veste SEMPRE as mesmas calças de ganga, que não sabe que um blazer cor de cagalhão NÃO FICA BEM COM NADA, mas não posso levar com um puto vestido sem gravata porque, deus nos livre, parece mal.

Todas as benditas sextas-feiras sou forçada a ter que levar pelos olhos dentro com os pelinhos do peito destes gajos porque têm as camisas abertas até ao umbigo e a ter de suportar os pelinhos dos bracinhos a apanhar sol, mesmo que não vejam sol desde 1974, mas, cruzes credo!, não posso ver o miúdo nos mesmos propósitos porque é preciso ter postura.

Todas as sextas-feiras sou coagida a passar por esta gente, que se trata entre si como se fossem duques de qualquer coisa e vivessem na corte do Rei Sol, vestida como se estivessem em casa a coçar a micose e a tirar as cuecas do rêgo, mas o miúdo não pode porque cenas.

Vale a pena dizer mais alguma coisa?






Foi aqui que vim parar.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Lisboa É Um Lugar Estranho

Só nesta cidade do demo é possível observar diariamente coisas tão bizarras como um homem, sentado num banco de jardim, a lavar os pés, com o auxílio de uma garrafa de água e um sabão.

O mais bizarro de tudo isto é que ninguém olha para estes fenómenos duas vezes e segue o seu caminho como se nada fosse.

domingo, 30 de junho de 2019

Mais Coisas Parvas que me Fazem Rir


Isto é Tão Verdade...


Desabafo

Depois de franca e atenta observação, concluo que sou uma choninhas que não sabe dar, na hora, uma resposta como deve ser a quem a merece.
Isto apesar de achar que sou muita má, muita bad ass, francamente arisca e o caralho e de andar rua acima, rua abaixo a achar-me um poço de frontalidade.

Pois que não é nada disto, contrariamente a toda a imagem que criei de mim mesma.

Sou uma idiota, uma cobarde e uma pessoa sem espinha dorsal que aprendeu a valorizar mais a paz social e a sã convivência, repleta da hipocrisia e falsidade que as caracterizam, do que a própria paz interior e a consciência tranquila.

Foi nisto que me tornei.



Não presto.

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve


Uma agradável surpresa.
Se no início ainda era possível vislumbrar algum texto histórico sem grande ligação com o texto do romance, essa falha foi-se esbatendo ao longo da obra e transformou-se numa bela história trágica e muitíssimo bem construída.
Revela pormenores históricos muito ricos da época e cujo enquadramento ainda é pouco explorado pela maioria dos autores.

Muito bom.

terça-feira, 25 de junho de 2019

E já que estamos numa de comentário televisivo, devo acrescentar que cedi à febre de 90% da população e vi a Casa de Papel.

Vamos lá ver uma coisa: não está mal de todo. A história é sobejamente engraçada, está bem imaginada e as personagens são muitíssimo bem construídas.
Mas também não é preciso atirarmo-nos ao chão nem atirar as cuequinhas fora: histórias de assaltos adaptadas ao cinema/televisão é coisa que abunda, o que não faz da série algo de propriamente original. Há ali pormenores muito mal amanhados que poderiam fazer com que o assalto corresse irremediavelmente mal, como o facto de confiarem até à fé no divino que não vai haver uma intervenção policial ou o facto da inspectora ter cedido tão facilmente aos encantos do Professor, a ponto de o deixar escapar. Aquela que se pretende que seja a personagem principal (Tóquio), é amiúde irritante e inconsequente, com uma péssima dicção e um cabelo ainda pior. Já para não falar no facto de, na esmagadora maioria das vezes, os diálogos são estúpidos e verdadeiramente disparatados.

A série vale, essencialmente, pelos dois últimos episódios, que são francamente bons e que valem por todos os outros (a maioria) que são apenas sofríveis. Também ajuda o facto de alguém na produção ser português ou adorar Portugal, porque só assim é que se explica o fadinho vadio lá para o meio e o trailer infra, nitidamente a fidelizar o público deste lado da fronteira.






Porém, ninguém me tira da ideia que o sucesso da série passa muito pelo bom aspecto dos protagonistas... Há que convir que as moças são jeitosas, sim senhor, e que alguns moços têm tanta saúde que deviam fazer anúncios de detergentes de roupa.

Fora isso, é esperar, como todo o bom pobre, pela estreia da 3ª temporada.
Há coisa de uns meses comecei a fazer uma coisa que já não fazia há anos.
E agora perguntam as pessoas, começaste a fazer exercício, crochet, arrumaste aquela casa que parece um pardieiro, já tiraste a tralha que encafuaste dentro do armário, deixaste de fumar?

Nada disso: comecei a ver uma novela, coisa que não fazia deste que passou o Caminho das Índias, corria o longínquo ano de 2009.

Portanto, há 10 anos sem estupidificar em frente à televisão, a ver as desgraças dos outros tomarem contornos de comicidade, resolvi que era tempo de pôr fim a esse ciclo e comecei a ver, como está bom de ver, aquilo que a ficção nacional de melhor tem para oferecer (not): A Teia.


Para quem gostou d'A Próxima Vítima, é parecido,  mas em mau: mal escrito, mal interpretado, mal imaginado, mal enquadrado. No entanto, não deixou de ser viciante.

Acabou semi-mal, porque esta gente que escreve novelas em Portugal tem imensos pruridos em matar todo o elenco, por isso lá ficou um cheirinho a mistério, para não dizerem que vão daqui.


Entretanto, com isto, fui oficialmente promovida a idosa do ano, a quem não bastavam todos os indicio da 3ª idade que frequentemente aqui deixo, ainda tinha que acrescentar a novela.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve


Este deveria ter sido um livro muito interessante de ler antes de 2008, ano em que se fizerem os primeiros testes com o LHC, à data, o maior acelerador de partículas do mundo.
Desafortunadamente, apenas agora li esta obra, muito porque sou pobre e encontrei este livro no cesto das pechinchas da Feira do Livro de Lisboa este ano.

É interessante e cativante, mas não é original; a escrita é muito ao estilo de Dan Brown, bem como a conclusão da obra, que usa a mesma estratégia mental d'O Código Da Vinci e peca por já se saber bastante acerca da temática à volta da qual gira a história.

Bonzinho, vá.

terça-feira, 18 de junho de 2019

Só Me Rio de Estupidez


Esta coisa dos direitos de autor no Youtube tem como consequência directa e imediata que não consiga ouvir decentemente as músicas que gosto. Antes, tudo o que era bicho careto fazia uns vídeos manhosos para que o povão pudesse ouvir a música. Agora nada disso existe, o que é uma pena.
De vez em quando lá aparece um ou outro video duvidoso para acalmar a alma dos pobres, como este:


Não será exactamente o original, mas está lá muito perto.
E, como tudo o que estes rapazes fazem, para mim, é perfeito.
As reuniões de pais devem ser maravilhosas para as pessoas que têm os filhos em escolas normais.

Nesses certames, discutem-se, creio eu, os problemas mais prementes dos alunos, dão-se soluções, fazem-se os avisos necessários, os recadinhos, as cadernetas e essas coisas todas.
Isto nas escolas normais.


Nas outras escolas e por outras entendam-se escolas/colégios privados, apesar da génese ser mais ou menos a mesma, há sempre um outro factor a ter em conta: o pedantismo dos pais.

Recentemente, fui a um destes encontros na escola do meu herdeiro e deparei-me com a repetição deste fenómeno, que já havia observado desde a primeira reunião.
Havia gente ali que nitidamente não estava ali para se inteirar do percurso dos filhos ou das coisas que estes deviam ter nas mochilas para as semanas de praia que se avizinhavam.

Estavam ali para olhar arrogantemente de alto a baixo os outros pais, enquanto tentavam cruzar as pernas com ar sensual sentados em cadeiras de 10 cm de altura. Estavam ali para se avaliarem uns aos outros e para mostrarem que ou eram médicos, engenheiros, gestores e outras pessoas muito importantes. E que tinham dinheiro, claro. Ninguém diria que estavam ali para saber coisas dos filhos, ranhosos, fiteiros e mal comportados de 2/3 anos; dir-se-ia, antes, que estavam ali para iniciar uma conferência sobre governação do universo.


Nem sei como não fiquei vesga de tanto esforço que fiz para não estar permanentemente a revirar os olhos. Fiquei com a leve sensação que aquilo, de facto, não era uma reunião de pais, era um aquário gigante num restaurante, onde só havia percas vaidosas e estúpidas.



Na minha mui humilde óptica, foi uma valente perca de tempo.
Para a próxima, levo os fones.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Coisas de Cá

Estou para aqui feita zombie, a bocejar até se me rasgarem os cantos da boca, a desejar enfiar um café de quilo pelo nariz para me manter acordada (os miúdos é que vão para a praia, mas é aos pais que sai do pêlo), não obstante feliz da vida.

Não há nada que dê mais alento a uma pessoa que uma semana encurtada por um feriado.

Não sei se poderia ser mais portuguesa...

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve

Fiquei seriamente desiludida com este, não esperava que Mr. Grisham se desleixasse desta maneira.
Não é nenhum romance de cordel, atenção, nem está mal escrito para lá da salvação.

A história até seria interessante se o autor se tivesse dado ao trabalho de aprofundar a temática e de construir personagens que tivessem mais que um véu muito ténue de realidade por cima da cabeça.

Não cativa, não deixa saudades, nada ao estilo a que habituou.

Fraquinho.

6 Semanas e uns Pós

Ser adulto é contar os dias e horas que faltam para as férias, tal como os miúdos contam os dias para uma festa ou um concerto ou um acontecimento social particularmente interessante.

Com a diferença que os miúdos esperam ansiosamente para fazer alguma coisa, enquanto os adultos esperam ansiosamente a data em que podem finalmente fazer nada.

Mais do Mesmo

E nada melhor para celebrar um regresso que com um video novo da banda favorita, não é verdade?

Já saiu há umas semanas, mas a minha pessoa andava demasiado entretida a levar com coisas jurídicas pelas fussas abaixo, por isso fica aqui a devida nota.


Sim, tenho Deixado Isto ao Abandono

Nada a fazer quando a judicatura nos atinge em cheio nas trombas, com todo o seu poderio e força.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Na Senda das Coisas Estúpidas Que me Fazem Rir


Breves Notas Sobre as Eleições

 - O melão do CDS é qualquer coisa digna de nota, principalmente com aquela cara de desgraçado de Nuno Melo, que fez uma campanha absurda, a fazer questão de não parabenizar o PS;

 - O PS parece que ganhou as eleições para governantes do universo; não há ninguém que os acalme;

 - 70% de nós não quis saber do voto para nada. Isto é preocupante. Não sei se ria da estupidez ou se chore pela ignorância.
A parte pior de ter mais de 30 anos é a quantidade de maleitas que nos podem afectar.
Por exemplo, nesta última semana estive ligeiramente constipada e ligeiramente apanhada das costas.
Aqui há uns anos, uns anti-gripais e uns emplastros remediavam a coisa e ficava tudo bem.
Agora também resolvem, mas demoram o dobro do tempo e uma pessoa deixa de ter condições de fazer as coisas quotidianas, como apanhar 527 brinquedos do chão e varrer as migalhas de bolo que o herdeiro espalha pelo chão.
Não se admite.

terça-feira, 21 de maio de 2019

For No Fucking Reason

Nem sei como começar, a não ser da maneira que melhor me caracteriza: foda-se mais esta merda.

Estou para lá de desiludida.
Sinto genuinamente que perdi 8 anos da minha vida a ver uma série que me trouxe absolutamente nada.
Nada e tempo perdido, nada mais que isto.


Sinto que me fizeram acompanhar durante estes anos todos uma miríade de personagens, a sua evolução, as suas desventuras, os seus percalços e agora não só me dão um final às três pancadas como ainda fazem questão de não me explicar o que sucedeu para que este final fosse possível.

Podiam ter finalizado a trama assim, é verdade.

O final não me espanta por aí além, mas podiam ter feito uma coisa de qualidade que não pressupusesse seis episódios com duração de uma novela e dividissem, ao invés, em episódios de 45 minutos, como as séries normais fazem.

Podiam ter dado mais ênfase aos pormenores que tanto gostavam nas primeiras temporadas. Não deram e assim parece um argumento preguiçoso, mal preparado e de mau gosto.


De que serviu acompanharmos o percurso da Daenerys?
De que serviu termos visto a miúda ser vendida pelo próprio irmão, casada à força, maltratada, violada, queimada, escorraçada, derrotada, sozinha e depois rodeada de gente, salvadora do mundo, quebradora de correntes, vitoriosa, rainha?
Para que serviu, se depois a tratam como louca em dois episódios e a despacham para outro mundo?
Quando ela matou os opressores, ninguém se lhe opôs; mudaram de ideias por iniciativa de Tyrion e unicamente porque ela lhe matou os irmãos. De que serviu, afinal?

De quer serviu sabermos a história de Jon Snow, sabermos as suas origens, quem eram os seus pais, de onde vinha e a que estava destinado? De que serviu sabermos que, para além de corajoso e muitíssimo dotado nas artes da guerra, era um homem fiel, leal, se depois o tratam como um criminoso, escorraçado, esquecido, depois de tudo o que fez, depois de, principalmente, ter decidido fazer a vontade a Tyrion, o verdadeiro antagonista? Foi usado como uma marioneta reles e deixado a um canto quando era demasiado incómodo. Tudo obra daquela anão seboso. De que serviu, afinal?

De que serviu assistirmos a todas as guerras naquela país, as pretensões, a reunião de exércitos, as linhagens alinhadas, se afinal a solução era a democracia?
De que serviu termos andado a ouvir durante 8 anos que o importante era servir o Domínio, proteger o Território, proteger o Trono de Ferro porque essa era uma instituição que perduraria muito além da vida dos Reis?
De que serviu vermos Varys fazer de tudo o que lhe era possível para proteger a instituição se depois as cartas que escreveu não tiveram, afinal, destino e, pior, os sobreviventes desagregaram o país que com tanto afinco ele tentou manter?

De que serviu acompanharmos Bran na sua viagem, a mais importante das jornadas, para que ele se pudesse tornar os olhos do mundo e a memória dos homens se depois o confinam ao dever de reinar?

De que serviu exasperarmos com o pequeno conselho, pejado de criminosos, mafiosos, corruptos e maldosos, que governavam efectivamente no reinado de Robert Baratheon, Joffrey ou Cersei, se acabamos exactamente da mesma maneira?



É triste perceber-se que em seis episódios se matou a ideia subjacente a 8 anos de construção.

Sinto-me perfeitamente defraudada e quero profundamente que a HBO se foda.

Nunca mais vejo televisão.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Tudo Igual


Queixo-me muitas vezes que me sinto a envelhecer de dia para dia e não é raro o momento em que sinto que está tudo a passar depressa demais.

No entanto, nas últimas semanas, tenho sentido em mim a miúda de 13/14 anos que não dorme nem come a pensar que está para sair um novo álbum da sua banda favorita.

Não tenho feito mais nada senão contar os dias, horas, minutos e segundos até à data marcada para o lançamento.
Isto para não mencionar as espreitadelas constantes ao Instagram para ver quando há video novo. Nem para mencionar o facto de esperar para ver os vídeos em directo no Youtube.

Hoje vou sair a voar do escritório para me ir enfiar na Fnac mais próxima e comprar a gaita do CD, porque, basicamente, fuck yeah.

Passaram 19 ou 20 anos, nem sei precisar convenientemente.
Mas sei que estou igual à pita que era, igualmente entusiasmada, igualmente histérica, igualmente acalorada com a possibilidade de assistir a mais um lançamento.

A coisa boa de ser adulta no meio deste histerismo todo é que a) não preciso de pedir autorização aos pais para ir ao shopping ou esperar que os pais lá vão para me poderem dar boleia e b) já não preciso de andar durante meses a contar os tostões e a poupar feita louca porque (outra vez) fuck yeah, o dinheiro é meu, gasto-o como quiser.



Moral da história: tenho montes de rugas; juízo, nem vê-lo.

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Conan Osíris


Tive genuína pena de ver arredado o Conan Osíris do Festival da Canção.
Achei que teve uma actuação irrepreensível e que deu tudo o que tinha. Foi tremendamente injusto terem escolhido países como São Marino e Eslovénia, que têm músicas horríveis e sem ponta de alma, deixando de fora o miúdo.


Enfim.

Para a próxima, já se sabe que não se pode deixar o concorrente ir de verde...

Já se está mesmo a ver que o final da série vai ser uma tremenda duma bosta.
Já se está mesmo a ver que para o argumentistas é mais importante que se fale do final da série, independentemente de ser bem ou mal, do que ter trabalho a escrever coisas com pés e cabeça.

Já nem sei se quero ver o resto...