terça-feira, 25 de novembro de 2008

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Um dia que se tornou especial, mas não é porque se lembram dele uma vez por mês.
Um dia sempre comemorado, mas não é por beber café num sitio diferente que é recordado.
Um dia na vida de uma pessoa, mas que não é bonito porque foi bem passado, mas porque deixou marcas. Boas marcas.

Passa meio mundo a queixar-se uma existência inteira das coisas más que os vizinhos malvados lhes fazem, será que se lembram dos acontecimentos que deixam marcas, boas marcas? Alguma vez lhes terá acontecido?

Porque nada volta a ser como antes. O mundo não passa a ser um lugar cor-de-rosa, cheio de flores e passarinhos. Passa a ter cor, a ter vida, a ter interesse, a ter tudo o que precisa e a parecer perfeito.

Há dias em que nem tudo é assim tão perfeito. Há dias em que o cor-de-rosa passa rapidamente a laranja fluorescente, as flores provocam urticária, os pássaros cantam tanto que dá vontade de ter uma pressão de ar à mão. Mas mesmo assim, não perde a cor, não perde a vida, não perde o interesse e nunca deixa de ser prefeito, mesmo que os pássaros caguem em cima de quem passa, mesmo que as comichões sejam por causa das urtigas que crescem à volta das flores.

Porque é aqui que tudo se torna mais claro, mais nítido. Mais cimentado, mais brilhante.
É aqui que o dia que se tornou especial, o dia sempre comemorado, o dia na vida de uma pessoa é recordado, chamado. E tudo volta ao equilíbrio existente.
Perfeito.

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