terça-feira, 7 de agosto de 2007

(Des)Evolução

É suposto as pessoas cresceram, mudarem, progredirem um pouco. É suposto a juventude ser um tempo de mudança permanente, ser um tempo em que a evolução, a constante mudança é uma característica. Mudar, evoluir até encontrar a perfeição. Ou não encontrá-la de todo, e estar em permanente mundança, na eterna busca do ideal.
Ou não.
Se calhar estou completamente equivocada e isto de progredir é uma treta imoral que nos enfiam na mente, como obra do demo, para nos corromper e devorar a alma.
Talvez o que seja mesmo correcto, e que nos leve, de facto e realmente, à perfeição seja o continuarmos puros de espirito, como quando ainda andávamos no 7º ano.
Talvez o melhor seja manter tudo como então. Os mesmos hábitos, os mesmos gostos, as mesmas amizades, o mesmo quadro mental. Se calhar é mesmo bom ser assim, sem maldade, sermos todos meninos de coro, que lavam os dentes antes de dormir e não dizem palavrões, não se dão com gente “má”, não fazem nada que não devam.
Ser assim é que deve ser realmente. Não sair, porque é coisa de gente sem tino; usar as mesmas roupas da mãe, porque sai mais barato e ao menos é decente ; gostar de ouvir boysband e babar para cima dos mesmos actores que se achavam “bonzões” aos 13 anos ; só se dar com gente do mesmo nível ( note-se que isto significa mais gente igual ao descrito ) ; ainda pensar que curtir, fumar, beber e divertimento são sinónimos de pecado, prevaricação, satanás e inferno. Calçar as pantufas e ficar a vegetar em frente à televisão a ver “O Preço Certo”, ir para a cama às 22h, religiosamente, achar que as meninas más é que saem e têm vida, continuar a pensar que, um dia, vai haver um dinamarquês qualquer que vai entrar pelo quarto dentro, raptar a donzela em questão e levá-la a dar uma volta no seu cavalinho branco ; esta, esta é a vida ambicionada! Nada que uma formação académica completa e todas as vivências que a frequência universitária podem proporcionar, nada disso! Esta é a vida que todos queremos. Só que não o sabemos ainda.
Por isso é que ainda se horrorizam quando alguém se ri, quando alguém fala, quando alguém pega num cigarro, quando alguém, distraidamente, vive.
Fora desta concha de saudosismo pelo que foi o 9º ano, fora deste mundo a cheirar a bafio e a velho, fora do que se chama estagnação. Aos 20 anos.

AS

6 comentários:

Fátima disse...

ora nem mais, não podia ter ficado a conversa de ontem melhor escrita. ler este post faria bem a muito boa gente!

Diligentia disse...

mas a boa gente nem sabe o q é um blog, por isso nao é q valha muito a pena
AS

Diligentia disse...

é dizer-lhes na cara, um dia destes!!! ou então dizer-lhe pa vir ler.

SB

Anónimo disse...

"Good girls go to Heaven, bad girls go everywhere" - Creio que Jimmy Steinman escreveu acerca disto há quase 20 anos! Ainda assim, liberdade acima de tudo, "meninas boas" e "meninas más", rótulos atribuídos por insegurança, quando umas querem o que as outras têm...

Diligentia disse...

Nao ha inseguranca nem rotulos para aquilo que esta a frente dos olhos. Private joke que nao tem q ser criticada por quem nao conhece o caso.
AS

Anónimo disse...

Apresento as minhas desculpas então, não era intenção minha meter-me onde não devia.