terça-feira, 21 de agosto de 2007

Fazer o quê?

Gosto das pessoas que ficam a cismar no que devia ter acontecido, e não aconteceu. Gosto quando se põe a filosofar sobre o que deveriam ter feito e não fizera, sobre o que deveriam ter dito e não disseram. Gosto particularmente quando guiam a existência por semelhantes lapsos e ficam como que parados no tempo à espera que as coisas se resolvam e tenham a solução para estes enigmas.
Adoro gentinha que chafurda no que já passou a procura de algo que lhes dê uma luz sobre como sair da encruzilhada em que se meteram, por vontade e consciência própria. Adoro gente que acha bonito cismar em coisas que afinal não deviam ter corrido bem assim, deveria ter sido mais ao lado, e tal. Adoro gente com pena delas mesmas, que se refugia no e se ... , por dá cá aquela palha.
Alminhas destas nascem para me atazanar o juízo. Pessoínhas destas nascem para não saberem o que é não pensar em coisas sem utilidade. Pensar no que poderiam ter feito é bom, mas não tão exaustivamente que deixem de viver. Para viveram na eterna paranóia do poderia ter sido diferente.
Pois, mas não foi. E agora? Morre-se por errar? É tão mau aprender com o que se faz? É mau quando se fica parado no tempo.
Assimilar e passar à frente. Aceitar que nem sempre há perfeição no que se faz e se diz. Lembrar de não fazer de novo. Quem sabe?
Não, o que é giro é escoicinhar na lama, e chafurdar em lágrimas de crocodilo.
Fazer o quê?
AS

Sem comentários: