Se habitualmente, este é o ultimo dia de ferias, mais que não seja pelo simbolismo do último dia do mês tipico das férias, fica uma música que grita sol e praia. para recordar e fechar em beleza o tempo de férias. Para não haver dificuldades em entender o inglês de terras do sul :
Traveling in a fried-out combie
On a hippie trail, head full of zombie
I met a strange lady, she made me nervous
She took me in and gave me breakfast
And she said,
Do you come from a land down under?
Where women glow and men plunder?
Cant you hear, cant you hear the thunder?
You better run, you better take cover.
Buying bread from a man in brussels
He was six foot four and full of muscles
I said, do you speak-a my language?
He just smiled and gave me a vegemite sandwich
And he said,
I come from a land down under
Where beer does flow and men chunder
Cant you hear, cant you hear the thunder?
You better run, you better take cover.
Lying in a den in bombay
With a slack jaw, and not much to say
I said to the man, are you trying to tempt me
Because I come from the land of plenty?
And he said,
Oh! do you come from a land down under? (oh yeah yeah)
Where women glow and men plunder?
Cant you hear, cant you hear the thunder?
You better run, you better take cover.
Enjoy, Men at Work "Down Under"
AS
Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Tipicamente, o fim do Verão
7 Demónios
Fraca. Inútil. Disparatada. Descaracterizada.
Porque ainda acreditas. Porque não aprendeste nada. Porque o teu discernimento, aquele que existe, é ridículo e digno de um trisémico. Porque em momento algum te manténs fiel ao que és e ao que tens.
Nada do que viste até agora te serviu para aprenderes o que quer que fosse. Não és mais do que um poço de contradições, sem fundo, sem escada de regresso ao topo, escuridão e vazio. Um nada.
Querias o quê? Ser algo que não és? Fingir que podes ser mais do que a miséria que se vê?
Nunca conseguiste, paz de espírito falta em grandes quantidades na tua alma escurecida, não consegues ver além do que existe, és demasiado idiota. Porque no fundo sabes o que vales, sabes que o que se vê é uma capa de açúcar, falsa, ilusória, que só engana os outros, não a ti. Sabes que o que se vê não é rasgo de genialidade, não é especial, não é extraordinário, não é diferente. Não é nada. És mais uma na multidão sem rosto, mais um pormenor que passa despercebido. Porque sabes que não tens nada que te destaque, e que estás condenada a ser mais uma na vida dos que passam por ti. Nada tens, nada és.
Olha para ti. És ridícula. És vergonhosa. Ages como se fosses a melhor de todos, a mais inteligente, que não tem defeitos. Desprezível. Nojo de ti, que nem assumir que não és diferente de tudo o que já se viu consegues. Falas dos outros, fazes igual. Critíca-los, cometes os mesmos erros. Despreza-los por aquilo que são, és igual. No fundo, sabe-lo. Lá bem no fundo das tuas entranhas, sabes que não consegues ultrapassar nada o que seja dito ou feito pelos outros, mas resolves envolver-te nessa figura superior. Cheia de falhas, qualquer um vê através de ti. Nem salvaguardar o que resta de ti consegues.
O que pensas que andas a fazer? A viver uma vida de sonho? Não a mereces. Não fizeste por merecê-la. Não lutaste, não te sacrificaste, não perdeste. Ganhaste sempre, de mão beijada, sem glória, sem esplendor, sem esforço. Nada. Não há mérito, não há merecimento. Refugiaste-te na dor antiga, naquela que não te larga, nem a queres tu largar, aquela que de certa forma, te dá conforto e consolo. Sem ela, ficavas sem nada. Que serias tu sem ela? Ainda menos do que és. Amas desesperadamente o calor das lágrimas que te caem no rosto, a única forma de te sentires viva. E tu sabes isso. Sabes que não lutas por nada porque o que está perdido não te podem tirar. E esse é mais um tijolo para juntar a parede da vergonha que te rodeia. Não mereces. Tu sabes isso.
Fugitiva. Amedrontada. Cobarde. Não consegues admitir que tens mais alguma coisa dentro de ti para além do que se vê. Até nisso és o mais triste dos seres. Quando poderias superar-te, ganhar a batalha aos teus medos, derrotá-los de uma vez por todas, o que fazes tu? Quando poderias finalmente vencer, lutar, sacrificar-te, o que fazes? Escondeste. Negas. Rejeitas. Desprezas o que de bom nasce em ti, escondes e retrais o que toda a gente procura. Recusas a existência da única coisa que se aproveita em ti. Sabes isso, mas mesmo assim, insistes. Continuas a ser o que sempre foste, até nas alturas que são menos negras. Nem consegues tirar partido do que é, de facto.
O que andaste a fazer nos últimos anos da tua vida? Pairaste no ar, pairaste por aí, sem objectivos, sem nada que te prendesse. E mesmo assim, acomodaste-te, deixaste ficar, deixaste que fosse, só pelo conforto da apatia, só pelo medo de tirar as correntes. Pairaste pela vida, pela tua e pela dos outros, sem deixar marcas, sem imagens, sem cor, sem memória. O que significou, afinal? Alguma vez quiseste o que tiveste? Alguma vez sentiste o que viveste? Alguma vez choraste por mais alguma coisa que pelo teu conformismo? Alguma vez foste o que dizes que és, só para te convenceres a ti mesma? Não. Achavas que conhecias tudo até aí, crias que nada pudesse fugir ao controlo da tua experiência e da tua sagacidade. Mentira! Não fizeste o que prometeste a ti mesma, mais um erro. Tu sabes isso.
E agora?
O que é isso que tens nas mãos? É aquilo que estavas a espera, não é? É aquilo do qual fugiste anos a fio, mas que agora te cercou, te emboscou, e não te deixa em paz. É aquilo que tirou todas as correntes, aquilo que te mostrou o que não conseguias ver, o que nem sabias que poderias suportar. E não podes.
Porque és fraca e vulnerável. Porque te adoenta, e te mata, e te consome, e te enlouquece, e te inebria os sentidos, e te faz querer mais. E sentes que não sabes viver para além disso, sentes que não pensas em mais nada, que não vês mais nada, que não sabes o que é nem donde veio, mas sabes o efeito. Sabes o que provoca. Sabes que te enlouquece, sabes que te dói. Sabes que te dói mais do que mil fantasmas, mais do que mil amarguras, mais do que mil sombras do passado, mais do que mil terramotos e tufões que possam existir dentro de ti. Porque isto existe, isto é real. Sabes que é mais forte, que é mais, que não acaba. Só não sabes de onde veio. Nem para onde vai, e aqui termina o conforto da tua dor tépida, porque chega algo superior que te atira por terra e te deixa sozinha no meio do ardor, do calor, da loucura. Chega o que de alguma forma esperavas, como uma utopia, como inatingível, mas que nunca pensaste que aguentarias. E não aguentas. E não respiras, e não dormes, e não vives. Sentes. Mas nem mostrar consegues, nem fazer ver que estás no limite, que tudo te pesa, mais!, que amas o que sentes e amas o nome por que chamas. Tu sabes.
Porque és fraca, inutil, disparatada, descaracterizada.
AS
E agora?!...
Nada vês...
E no entanto tudo parece lúcido; mais que lúcido, vivíssimo! A realidade altera-se, o espaço que te circunda expande-se, tudo cresce, tudo se modifica, nada é estável, e a espiral que emerge dentro de ti transforma-se à medida em que as coisas à tua volta se tornam cada vez mais ininteligíveis. Abismo. Dissipa-se o sentido de tudo aquilo que conhecias, o caos instala-se, está tudo escuro, verdadeira babel. Desapareceu o norte, e o sol, pelo qual sempre te guiaste, perdeu todo o seu préstimo porque a viagem é inaudita, é inédita. Nada do outrora te poderá ajudar porque o desconhecido implantou-se.
E no meio do aturdimento em que te encontras apercebes-te que paraste.
Pões as mãos à cabeça e furiosamente puxas cabelos, arranhas-te, feres a própria pele e com toda a violência arrancas as roupas que tens no corpo; já não te pertencem, não são tuas, nem tão pouco te dizem nada. Não te reconheces.
Quando finalmente arranjas forças para inspirar sofregamente uma lufada de ar, eis que vomitas! Sentes necessidade de o fazer, apenas porque sim. Como que se de um ritual se tratasse, algo que tens de praticar para expelir tudo de mau e errado que conspurcaste durante décadas e que sem notares te corroeu por dentro, e que te desviou de ti mesmo. Pus acre e fétido.
Parabéns! Desligaste-te dos dogmas, quebraste os grilhões que lá estiveram sempre mas que nunca te apercebeste. Ou melhor, apercebeste-te. Tinhas mesmo que o fazer, sob pena do marasmo em que vivias te levar trágica e inevitavelmente à morte. Até seres peso morto, traste sadicozinho errante.
Estiveste em transe. Nasce agora como rebento novo, tábua rasa ávida de saber e de ser finalmente alguém. Percebe que o crepúsculo foi só um passo e que te cabe a ti construir um mundo novo.
A chuva parou. O sol aparece...diferente.
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
A Carta II
Volto de férias, e qual não é a minha surpresa ao saber que andaste mais uma vez na farra com as tuas belas amigas. Amigas que não te ensinam nada a não ser como cultivar o que elas melhor são : paranóias. A tua capacidade para escolher amizades já viu, definitivamente, dias melhores, e deixa-me que te diga que nunca foste lá muito boa nesse campo. Ou sais para te enfrascar, ou sais para te lamuriar, e não sei qual delas será a pior.
Diz lá o que queres. Tenho mais que fazer.
Já chega.
Tens o que queres, e o que não querias, porque era bom demais para ti, também tens. De que te queixas, afinal? De não teres nada que fazer? É mentira. De não teres ninguém que te oiça? Mentira, também. De estares frustrada? Com quê, afinal?
Já sei que é muito giro esta busca insistente pelo mais além, a busca da perfeição, a eterna insatisfação. Já sei que és adepta da filosofia. E o que é que eu tenho a ver com isso? Só para te ouvir, com as parvoíces que as companhias te dizem?
Esquece. Não tenho perfil para educadora de infância. Ao contrário de ti, que parece que te encaixas bem como dona de casa amargurada, choramingas e qualquer dia, hipocondríaca.
Eu diria que o problema é o mesmo de antes.
Eu não perdoo. E tu também não, por isso é que estou aqui.
Se o teu objectivo é chegar aos 80 anos e perceber que não deste tanto quanto podias, nem viveste tanto quanto querias, estás no bom caminho. É isso mesmo que se deve fazer, guardar tudo para si, viver de paranóias que te toldam a vista e não te deixam aproveitar o que de bom que tens. Porque tens.
Vá lá, só mais um esforço. Não me obrigues a ser sempre uma besta contigo. Deixa-me elogiar-te, nem que seja só por uma vez.
São só duas. Duas palavras. E acabam-se as noites de borga com gente que não presta.
Cumprimentos,
Inocência
É acreditar que se pode fazer tudo sozinho quando não se sabe onde se está nem para onde se vai.
É o mesmo que ir levantar o capô do carro quando este avaria sem perceber nada de mecânica.
É a inocência no seu estado mais puro.
E que tal deixarem as coisas vir a si, ver como é, de facto, a situação, e depois, perante facto concretos, decidir, por ideias no lugar, ponderar, tirar conclusões?
Que tal esperarem para ver até onde se vai, para poderem ter a experiência, e não ir a com a ideia de que tudo o que vem por aí já esta predefinido?
Isto é a verdadeira natureza da inocência.
Não é só a cantiga do bandido que está em causa e que assombra as mentes incautas.
É a ideia de predefinição no seu auge que faz com que queiram resolver tudo como melhor sabem. Mas como não sabem nada o que há-de vir, também não podem fazê-lo de imediato. Não se pode exigir a clarividência de 40 anos, com uma vivência curta.
E ser inocente também é ver as coisas assim. Não é mau racionalizar, mas coisas as há que não permitem esse tipo de esquema mental.
Virgens do mundo nem sempre percebem isto.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
.I.
Ela está impávida e serena. Não, não está; mas é isso que transparece. O corpo nu bem delineado dela, impediu que o seu rosto fosse o mais importante. Foi ocultado pela luxúria nos olhos dele que preferiu ver o corpo, e ignorar a alma.
Vem, vai, vem, vai.
A cabeça dela está a mil...a tarefa hercúlea que lhe foi posta em mãos torna-se possível com a alienação do pensamento, a frugalidade do costume.
Pensa no vazio...não! Pensa no outro. Com quem querias estar.
Transforma a indiferença em paixão, a vergonha em afecto ardente.
Exacerba a lascívia, entrega-te ao pecado capital. Tudo passa.
Mon sang dans tes veines...
Por instantes uniram-se e rendeste-te à loucura; privaram-te da inocência e não pensaste nas consequências.
Consequências? Pff..que interessam as mazelas que eventualmente te deixou no corpo, as chagas que ficaram de quando te arranhava, batia, espancava, abusava, violava, rasgava e dilacerava? Pensa no outro. No outro que ele nunca será, porque não é nem metade do que devia ser.
Sai. Sai dela. Sai de dentro dela!
Tu! Corta o laço ténue que te liga a ele de uma vez por todas.
És melhor, és mulher! Livra-te dos teus demónios! Enfrenta-os! Aprende a escolher o que é bom para ti! Já! O outro...o outro...
Se ele te usou, seja. Se te tratou como um pedaço de carne, se te profanou e eventualmente te jogou fora...ignora. Não penetrou no mais importante. Nada significou para ti se não invadiu o teu âmago...ao contrário do outro.
Cala-te e entrega-te a coisas maiores! Segue! Agora vem a vida...o primeiro dia da tua nova vida! Sem ele...com o outro.
Esconde a raiva que te assola. Foste lixo nas mãos dele, nada mais que reles cisco. Sim, pontapeou-te, enxovalhou-te...manchou-te, e tu aguentaste tudo. Resignaste-te.
Mas não mostres!
Cala-te!
E nunca lhe digas o quanto detestaste ser só mais uma, um troféu para esfregar na cara de quem passava. A capa de cortesã japonesa respeitável encobria a verdade: que nada mais eras para que ele que uma desprezível rameira.
E pensa que também não és inocente.
Tarefa cumprida. Lei da vida: usar e ser usado...e avançar. Agora larga-o.
terça-feira, 28 de agosto de 2007
1970 (Retrato)
A minha geração, já se calou, já se perdeu, já amuou,
já se cansou, desapareceu, ou então casou, ou então mudou
ou então morreu: já se acabou.
A minha geração de hedonistas e de ateus, de anti-clubistas,
de anarquistas, deprimidos e de artistas e de autistas
estatelou-se docemente contra o céu.
A minha geração ironizou o coração, alimentou a confusão
brincou às mil revoluções amando gestos e protestos e canções,
pelo seu estilo controverso.
A minha geração, só se comove com excessos, com hecatombes,
com acessos de bruta cólera, de morte, de miséria, de mentiras,
de reflexos da sua funda castração.
A minha geração é a herdeira do silêncio,
dos grandes paizinhos do céu,
da indecência, do abuso.
E um belo dia fez-se à vida,
na cegueira do comércio
A minha geração é toda a minha solidão, é flor da minha ausência, sonho vão,
aparição, presságio, fogo de artifício, toda vício, toda boca
e pouca coisa na mão.
Vai minha geração, ergue a cabeça e solta os teus filhos no esplendor do lixo e do descuido, deixa-te ir enquanto o sabor acre da desistência vai
corroendo a doçura da sua infância.
Vai minha geração, reage, diz que não é nada assim,
que é um lamentável engano, erro tipográfico, estatística imprecisa, puro preconceito, que o teu único defeito é ter demasiadas qualidades e tropeçar nelas.
Vai minha geração, explica bem alto a toda a gente que és por demais inteligente, para sujar as mãos neste processo, triste traste de Deus.
De fingir que o nosso destino é ser um bocadinho melhor do que antes.
Vai minha geração, nasceste cansada, mimada, doente, por tudo e por nada, com medo de ser inventada
O que é que te falta, agora que não te falta nada?
Poderá uma pobre canção contribuir para a tua regeneração ou só te resta morrer desintegrada?
Mas minha geração, valeu a t’apaça, até teve graça, tanta conversa, tanta utopia tonta, tanto copo, e a comida estava óptima! O que vamos fazer?
Não chega a ser a minha música preferida do momento, daí que não partilhe convosco a versão áudio. É a minha letra preferida. JP (GêPê) Simões, numa descrição com alguma mágoa da geração que o viu nascer.
SB
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Horas Iluminadas
Podia lembrar-me de tudo o que anda cá dentro, e soltá-lo cá para fora, mas não quero.
Podia dormir sem sonhos, podia caminhar noite fora, podia ficar sentada a olhar, simplesmente, mas não quero.
Hoje fico por aqui, e espero. Espero que nada disto vá embora, que fique indefinidamente, que me deixe assim por tempo indeterminado. Porque não podia ser melhor. Quem me dera ter o que é preciso para mostrar e demonstrar.
Hoje espero pela hora em que dedicar a melhor música de todo o sempre, aquela em que ficou impresso tudo o que alguma vez poderia ser dito, e mesmo sentido, aquela cuja perfeição a nada se iguala, aquela que iluminou o poeta quando foi composta.
Vai chegar a hora.
domingo, 26 de agosto de 2007
?
SB
sábado, 25 de agosto de 2007
Rein Regen
Alguém, encostado num canto desses, espera que a chuva passe ou, pelo menos, um sinal dos céus para poder chegar ao destino em segurança e sem ter que passar a noite a chá e comprimidos.
Nos ouvidos e na mente, tudo o que foi ouvido, tudo o que foi dito. Algumas palavras que não faziam sentido, nem se coadunavam nem com ideias nem com os sentimentos existentes. Farrapos de conversas que vão e voltam, sem que se tornem verdadeiras por serem discutidas. Havia medo, insegurança, havia a eterna angustia da espera e da distancia. Havia também a vontade, o impulso, o vigor e a força do que está presente, não mais latente. Havia, mais do que qualquer outra coisa, a força do que está de facto presente, do que é sentido, que dominava, que era maior que tudo. E havia o sentimento de impotência, de frustração por não conseguir mostrar que aquilo era verdade, era a verdade. Por ser cobarde e sempre receosa do que pudesse vir, por não conseguir nem dizer nem mostrar a dimensão, nem a profundidade, nem a cor, nem o ardor, nem a saudade constante, nem nada do que havia, lá dentro. Não havia maneira nenhuma de provar, sequer demonstrar que era sincero, verdadeiro, genuíno, sem nada que o suplantasse.
Olhou para o céu plúmbeo, já não sabia se à espera que a chuva parasse, se à procura de respostas e soluções.
Não ia esperar mais. Não ia ficar na segurança do inerte, à espera que a providencia ( ou o que quer que fosse ) decidisse mandar-lhe sinais de certezas e confortos.
As gotas grossas da atmosfera líquida ensopavam-lhe as roupas, colavam-lhe o cabelo ao rosto, lavando odores de velhos fantasmas, levando consigo, finalmente, a angustia, a falta de confiança, os suores frios de dores antigas.
Ecoava-lhe nos ouvidos a música do dia anterior, do dia presente. Como se uma multidão a cantasse, como se um coro lha dedicasse. Como se a massa de gente que a entoava a apoiasse, a aplaudisse, cantando a plenos pulmões os acordes mais belos da canção. Como se não estivesse sozinha.
Gotas frias misturavam-se com outras quentes, que lhe escorregavam da cara, aquecendo a pele, antes fria e rígida. Podia não ter toda a segurança existente, mas já tinha alguma. Podia não saber como demostrar, mas sabia que ia tentar, sabia que podia fazer com que o que não conseguia expressar falasse por si. Podia não ser para sempre, mas era o mais forte que alguma vez poderia ter imaginado, previsto, sequer, querido. O mais forte alguma vez sentido.
E as gotas tépidas misturavam-se com o riso descontrolado, que fazia vibrar corpo e alma.
Louca? Talvez.
Fully Fixed
não é das bandas que mais aprecie, nem sequer pelo estilo. Mas esta música está sublime, qualquer coisa de divino. Não podia deixar passar. Podia ter-me sido cantada há 3 meses atrás, porque não se podia adequar mais. Só não foi entoada, but I was fixed.Completely.
Stills truth today as it was then.
AS
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Depois da tempestade ... num copo de água
Ok, continuo com um síndrome adolescente qualquer que continua latente e que salta cá para fora quando nada o faz prever. Lamento imenso esta estranha forma de vida, que me faz ligar demais a pormenores que não querem dizer nada, e que não são nada mais que isso, pormenores, detalhes insignificantes, que parecem monstros quando olho para eles. As pessoas que sofrem de anorexia olham-se ao espelho e vê-se obesas e disformes quando não passam de esqueletos andantes ; eu sofro do mesmo mal, apenas projectando os adamastores nas coisas do tamanho de formigas. Lamento não conseguir exprimir isto para além do abstracto, mas já é difícil assumir que se tem paranóias, quanto mais dizer alto e bom som que são por causa de coisas ridículas, sem nexo, ridicularidades tão sobejamente idiotas que mais valia que me risse delas, e não que as chorasse.
Ok, continuo presa a inseguranças que já não são próprias da minha idade, e que no fundo, sou uma criancinha indefesa que precisa de colo de vez em quando. Uma miúdinha que é capaz de ficar mais chateada com coisas minusculas do que com grandes tragédias. Uma idiotazinha demoníaca.
Um dia que cresça, faço uma festa.
AS
Rosenrot e o que mais vier
Porque isto hoje não está nada bom. Poupem-me, por favor, às discussões académicas sobre rótulos musicais e lutas de egos exacerbados.
A voz deste senhor... a música que sai das mãos destes génios ...
Só melhora com isto.Se melhorar.
AS
A estas horas com estas questões existenciais ...
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Consta ...
Eu diria que o autor é estúpido e não sabe, simplesmente, escrever, nem expressar-se convenientemente, e seria o único responsável pela perturbação que sucede. Quem não sabe escrever, não se arma naquilo que não é, e não faz asneiras. Fica quietinho no seu canto, sob pena de dar azo a tareias de meia-noite.
Também pode acontecer que, de facto, percebam o texto, mas, convencidos de que são o supra-sumo da interpretação literária, apontam as razões escondidas por trás das palavras, o que se quis realmente dizer por baixo dos véus de figuras de estilo, a verdadeira mensagem contida no que esta a vista, razões essas que acabam por ser sempre as que se aproximam menos da verdade. Curioso, e ao mesmo tempo, engraçado, quando se conseguem ouvir as teorias mais mirabolantes acerca de uma coisa tão pequena, como seja um mísero texto. Inventam, esmiuçam, teorizam, inventam mais um bocado até se convencerem a si mesmos que não podiam estar mais correctos. Era isto mesmo que queria dizer, como sou bom na caça ao tesouro!
Nesse caso, reformularia e diria que o autor deve ter um gozo tremendo ao ver as alminhas
todas em polvorosa, ao tentarem desesperadamente descortinar algo que lhes é desconhecido. Diria que se deve descascar a rir ao ver a tentativa falhada de todos de ver o que não é perceptível, nem ao próprio, e que mesmo de fora, insistem em ser seres letrados e vislumbrar os tumultuosos mistérios por trás de umas quantas linhas escritas em dias em que a visão se tolda.
Tal autor nunca gostou tanto de Fernando Pessoa, nem da sua frase “Ser compreendido é prostituir-se“.
AS
Isto sim é lamechas, mas é lindo
Edith Piaf - La Vie En Rose -1954. Lamento, mas éum dos meus guilty pleasures. O francês é a única língua no mundo que está autorizada a dizer coisas piegas...e ainda assim soam sempre tão bem.
Des yeux qui font baiser les miens,
Un rire qui se perd sur sa bouche,
Voila le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose.
Il me dit des mots d'amour,
Des mots de tous les jours,
Et ça me fait quelque chose.
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause.
C'est lui pour moi. Moi pour lui
Dans la vie,
Il me l'a dit, l'a jure pour la vie.
Et des que je l'apercois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat
Des nuits d'amour à ne plus en finir
Un grand bonheur qui prend sa place
Des enuis des chagrins, des phases
Heureux, heureux a en mourir.
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose.
Il me dit des mots d'amour,
Des mots de tous les jours,
Et ça me fait quelque chose.
Il est entré dans mon coeur
Une part de bonheur
Dont je connais la cause.
C'est toi pour moi. Moi pour toi
Dans la vie,
Il me l'a dit, l'a jure pour la vie.
Et des que je l'apercois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat
Voilá l'amour!
SB
O amor é cego
Incompreensível, sim. Inevitável também. É uma lamechice pegada e de uma pirosada fatal, mas faz todo o sentido. Há qualquer coisa que nos tolda a vista, tudo parece fantástico, soberbo, encantador, mágico e por uns tempos achamos realmente que aquelas histórias de amores perfeitos são verdadeiras, e yupi! aconteceu-nos a nós. “Ele completa-me”, “Somos um só” (não me obriguem a usar a expressão almas gémeas, senão vomito). Irrita e é ridículo.
Giramos e pairamos numa mentira que nos impede de ver claramente o que de facto se passa. O reality-check não vem, demora, demora, demora e o platonismo chega a um nível tal que só vemos o que queremos ver; é a personificação de tudo o que é virtuoso, tudo o resto é irrelevante. Ao palminho de cara associámos a sensibilidade que ele não tinha e a inteligência que nunca possuirá. E tudo porque bebemos a poção envenenada e nos recusámos a ver o sapo que ele foi e toda a vida será.
Uma, duas três vezes. Desculpámos, perdoámos e eventualmente pedimos nós desculpas por coisas que nem sequer fizemos. Rebaixámo-nos e anuímos a tudo porque achámos que ele valia a pena. Levámos à letra a velha máxima cristã de perdoar tudo e mais alguma coisa; demos a outra face e demo-nos mal.
E no caminho perdemo-nos. Tudo aquilo que sempre fomos acabou por se desvanecer, única e exclusivamente porque acreditávamos piamente que a solução seria uma “leve adaptação”. A pequena transformação levou a discutir músicas idiotas que não conseguimos perceber, a dissertações sobre desportos que não dominamos e a longas conversas sobre coisa absolutamente nenhuma, perfeitamente justificáveis, porque hey! Ele é lindo!
Lamento, mas chega o dia fatídico em que BASTA! Não é isto que queremos ser, nem é isto que queremos para nós. O amor não é isto. A cegueira tem limites. Alvíssaras ao dia em que vimos a luz e seguimos em frente! Acabou o jogo das feromonas dançantes. Fecha o pano. Fim.
SB
A Carta
Lamento não ter dado noticias ultimamente. Tenho andado ocupada, muito trabalho, demasiados afazeres, não tenho tido tempo para me ocupar de ti e da tua estupidez flutuante. Até pensei que estavas bem sem mim, que não precisarias tanto da minha ajuda e dos meus conselhos neste momento, mas já percebi que não me posso fiar na tua capacidade de te aguentares sozinha sem fazeres asneiras. Tal como uma criancinha de 5 anos, não se te pode deixar sem vigilância, que arranjas logo maneira de partir 3 ou 4 vasos, comer a terra, e ainda te cortares nos cacos. Estava mesmo para te mandar pastar, e tirar umas férias, ir até à praia, apanhar sol, cultivar o bronze, e deixar-te às aranhas com as tuas paranóias.
Mas, também eu tenho consciência – oh sim, não és só tu! – e de facto não consigo voltar costas e ir para as Maldivas estando tu cheia de macaquinhos no sótão.
Não, não vou. Deixo isso para quem goste de te bajular, para os teus amigos bêbedos e acéfalos. Não te vou passar a mão pelo pêlo, não vou ser fofinha, nem dizer aquilo que queres ouvir. Não gosto assim tanto de ti, não faço questão da tua companhia, não tenho porque te mentir ou ser simpática.
Sabes, não te custa muito seres minimamente razoável. Basta usares os neurónios que te restam das viagens ao mundo dos fumos que dão para rir. Não perdes nada, não te cai nenhum pedaço, não és menos pessoa por causa disso, por pensares um pouco nas coisas, e porque não, dizê-las de uma vez, em vez de ficares a remoe-las tempos sem fim. Para quem apregoa que gosta tanto de dizer tudo e mais alguma coisa na cara de toda a gente, e que gosta tanto de não guardar nada para si, estás a fazer uma figura muito estúpida. Abre a boca de uma vez.
Duas palavras, cara amiga, duas palavras apenas.
Mudam tudo e tiram-te o peso de cima, um peso que criaste e que não precisava de existir. Mas já que assim quiseste, não é assim tão difícil livrares-te dele. Basta abrir a boca e falar. Só duas palavras. Nada mais.
Ninguém morre, tu deixas-me ir de férias em paz, e tens mais anos sem risco de doenças coronárias.
Deixa-me ir de férias, sê um adulto responsável e diz, que não é por isso que alguém te respeita menos.
E para a próxima, não me incomodes com coisinhas tão estúpidas. Já que fazes tantos disparates sem me consultares, também não deves precisar assim tanto de ouvir aquilo que te digo.
Duas palavras.
Cumprimentos,
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Gostar de cinema
SB.
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Fazer o quê?
Adoro gentinha que chafurda no que já passou a procura de algo que lhes dê uma luz sobre como sair da encruzilhada em que se meteram, por vontade e consciência própria. Adoro gente que acha bonito cismar em coisas que afinal não deviam ter corrido bem assim, deveria ter sido mais ao lado, e tal. Adoro gente com pena delas mesmas, que se refugia no e se ... , por dá cá aquela palha.
Alminhas destas nascem para me atazanar o juízo. Pessoínhas destas nascem para não saberem o que é não pensar em coisas sem utilidade. Pensar no que poderiam ter feito é bom, mas não tão exaustivamente que deixem de viver. Para viveram na eterna paranóia do poderia ter sido diferente.
Pois, mas não foi. E agora? Morre-se por errar? É tão mau aprender com o que se faz? É mau quando se fica parado no tempo.
Assimilar e passar à frente. Aceitar que nem sempre há perfeição no que se faz e se diz. Lembrar de não fazer de novo. Quem sabe?
Não, o que é giro é escoicinhar na lama, e chafurdar em lágrimas de crocodilo.
Fazer o quê?
Follow the yellow brick road
Quanto mais claro se avista o futuro, mais obscuro parece o caminho que sigo. Pezinhos de lã, cautela! E mesmo assim o alerta constante não é suficiente. Sei para onde quero ir, mas não sei como lá chegar. A estabilidade que tanto almejo um dia alcançar não vem, não chega e nada parece indicar que eventualmente chegará.
Ia escrever sobre ti, mas não tenho mais nada a dizer. Não penso muito em ti,sabes? Sou egoísta e considero-te apenas mais um caminho; a tua presença só me faz pensar em mim, no que é melhor para mim e se és, de facto, o melhor para mim.
Não sei.
Não sei, nem faço tenções de descobrir. Não é em ti que está a minha felicidade. Correcção: estabilidade. Encontrei-te no caminho e simplesmente decidi parar. Acho que és mais uma daquelas encruzilhadas: eu estava em dúvida (sempre, sempre em dúvida), tu estavas lá e eu limitei-me a trazer-te comigo. Mas não parei por ti ou sequer porque te julguei merecedor de uma oportunidade. Não! Quis dar uma oportunidade, sim, mas a MIM! De uma vez na vida tentar algo de novo, de inaudito, de arrojado.
Por isso, por agora podes fazer a viagem comigo, enquanto me entendo e me descubro. Talvez o dicionário e as enciclopédias não sejam a chave para desvendar o que sinto. Talvez não existam sequer palavras que o descrevam e talvez sejas tu aquilo que eu de facto estou a precisar.
Não te aprecio pelo que és, nem tão pouco te dou o valor que hipoteticamente possas merecer. Estou a usar-te para crescer, de uma forma podre, reles e totalmente vulgar. Mas não peço perdão, nem me perco em comiserações e sentimentos altruístas e prosaicos de compaixão, carinho- amor se quiseres.
Que eu me engane acerca de ti. Conheçamo-nos; percorre o caminho comigo. Até à nova encruzilhada.
SB
Pergunta 6
R: Desengane-se quem confiou cegamente na veracidade da premissa. A imaginação não é tão fértil quanto isso e a inspiração por vezes escasseia (aliás nota-se!). Onde é que estão as Tágides quando preciso delas? Quer dizer, aqui para nós, acho que rogar a um bando de ninfas tontas não é bem a minha colher de chá e só funcionava mesmo com Camões. Terão que se contentar com as poucas vezes que Tália desce sobre mim.
SB
Pergunta 5
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Pessoas e Gente
Há quem atire com a porta, tropece no tapete, parta um copo ou dois, sem pedir desculpa ou sequer limpar os cacos.
Há quem chegue à propriedade dos outros, sem respeito por nada, ponha os pés em cima da mesa, não use base para copos, fume de janela fechada e ainda deixe as beatas fora do cinzeiro.
Pessoas assim deixam um rasto de destruição e parvoíce avulsa por onde quer que passem. Pessoas assim, caóticas e com a eterna mania de saberem tudo sobre qualquer coisa, mesmo que não tenha interesse nenhum, chegam e declaram seu o território alheio. Não deixam nada de bom, só estragam o que já existe. Não constróem nada, ainda se dão ao luxo de críticar o que está feito. Acham-se o máximo de tudo,mas são podres, no fundo. Nem são pessoas de todo, são restos, estilhaços, destroços, não são nada que procuram coisa nenhuma.
Não é o caso.
Há pessoas que entram de mansinho, calmamente, sem barulho, sem perturbação. Que não invadem espaço de ninguém, que respeitam o que está presente, que não atiram com portas nem deixam a roupa espalhada pelo chão do quarto.
E ainda constróem alguma coisa com os restos, não de vidros partidos, mas do que ficou dos outros. Pedaço por pedaço.
Há pessoas assim.
Só conheço uma. Já voltou.
Diz que é uma espécie de contrapost
Regresso dos confins do país real, onde tudo se resume a feijoadas, leitão assado e canecas de vinho tinto, e onde encher a boca para dizer “Tenho três hectares de terra por cavar” é dizer trivialidades. Porém, vou-me abster de tecer qualquer tipo de comentário acerca do que se passa em terras acima do Mondego, até porque acabaria por repetir o que todos já sabem que digo de cada vez que volto de semelhantes territórios. Hoje até me sinto pacífica, porque acabei de assistir à união de duas alminhas campónias que se amam muito, e não quero estragar o clima de romantismo provinciano que paira no ar à minha volta, e por isso não escrevo mais nada acerca do que vi. ( até porque, além de não interessar um pepino verde, como diz alguém muito estúpido, mas com umas saídas engraçadas de quando em vez, ia arruinar a imagem inocente que muito boa gente tem acerca das aldeias perdidas por esse país fora)
Agora, voltar com os pés doridos das horas que passei a fugir de gente que me queria levar à força para a pista de dança, e deparar-me com uma não menos que comovente declaração de irmandade deste calibre por parte da minha blogmate, era o que menos podia esperar, e não vale menos que levar uma paulada na cabeça, porque estou igualmente zonza.
Para quem a conhece, isto seria o equivalente a pensar que andou a fumar daquilo que dá para rir ; que vem a ser uma lamechice destas, vindo de uma pessoa que detesta essas declarações de sentimentos de forma fofa e querida, à laia de S. Valentim antecipado? Uma parvoíce de quem bateu com a cabeça em sítios pouco próprios.
Não para mim, que a conheço de ginjeira, e sei que nada disto foi azo de fumaças ilegais ou traulitadas nas hastes.
Não me vou repetir, ela já disse tudo. Duas pessoas que não podiam ser mais diferentes, que se dão como se fossem iguais. Tudo passa, nós ficamos. Já foi afirmado antes, volta a ser reiterado agora. Não podia ser mais verdade. Sic.
Foi tudo, claro, fruto de tempo perdido, em que nada havia mais para fazer do que dissertar sobre quem regressa em três míseros dias. Em vez de se esticar ao sol, não!, qual quê! Disserta sobre quem passa o dia a não poder vê-la a frente.
Irónico, no mínimo …
Vai continuar assim, até porque este blog tem que viver de qualquer maneira, mesmo que as administradoras sejam umas bêbedas atrasadas mentais e sentimentalonas, como é o caso.
AS
domingo, 19 de agosto de 2007
Au Revoir Simone
Eu gosto delas...têm uma voz calmíssima, tranquila, quaseangélica. Já cá andam desde 2003 e têm vindo a crescer na cena alternativa.Annie Hart, Heather D’Angelo, e Erika Forster: a minha banda preferida quando quero bronzear até à exaustão- uma toalha de praia, um bom livro e esta irónica "Sad Song".
SB
sábado, 18 de agosto de 2007
Compropriedade
Patrão fora, dia santo na loja...
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Nightwish - Nemo
Dos melhores de Nightwish, para 3 dias de afastamento. Não, não é "metal azeiteiro" , é do que melhor se faz por terras nórdicas.
Enjoy.
AS
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
O Rei do Rock
Fica esta gente na História por coisas destas...1
SB
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Desculpem lá, mas hoje acordei ao contrário
Para qualquer lado que me vire, lá estás tu. A qualquer lado que vá, estás presente. Não descolas, não desapareces, não vais à tua vida, ficas sempre. À espera do próximo palpite, à espera da próxima opinião, à espera do próximo acontecimento que venha para poderes dar a tua honrosa e majestosa opinião.
Como se alguém ta pedisse! Já reparaste o quão ridícula te tornaste? Já viste aquilo que és? Já paraste para ver que o teu apogeu é comentar, chafurdar, imiscuir, censurar, e que para além disso não há mais nada? Já viste que não és mais nada que uma víborazinha estúpida, fútil e mesquinha que faz dos outros a sua vida?
És ridícula.
Patética.
Triste.
Metes-me pena. E nojo. Porque não sabes pôr-te no teu lugar, nem sabes quando parar, quando ver que ninguém pediu o teu parecer para nada.
Lembro-me de ti, antes, no antigamente. Não eras assim. Eras cheia de vida, cheia de tudo. Não havia maldade, não havia futilidade. Eras aquela que eu conheço. Essa foi-se embora, ficou o pior. Aquilo que os outros fizeram de ti. Aquilo que os deixaste fazer de ti. Até nisso és idiota.
Estou farta de ti. Da tua inveja, do teu ciúme, da tua estupidez. E do facto de, no fundo, seres um estilhaço, um resto de pessoa, que não é nada nem consegue ser coisa nenhuma, disfarçando os podres para ninguém ver, para que ninguém saiba, para poder falar como se fosse a melhor de todos.
Estou farta de estar rodeada de gente como tu, que parece que nasceu para sentenciar a vida dos outros e mandar considerandos para cima de tudo e de todos.
Estou farta de ti.
Não sei
Vou dissertar sobre o facto de ter chovido de manhã em pleno agosto?
Não me parece.
Escrevo sobre o facto de ser feriado por alguma causa esotérica de que desconheço o significado?Não me apetece.
Gritar para a tela palavras sobre como perder 40% dos neurónios a ver televisão num feriado? Também não quero.
Fazer o que então?
Lamentar-me até à exaustão de como a minha vida é uma palhaçada jurídica?Proferir palavras desagradáveis acerca de umas pessoas que me enchem os pacovás de uma maneira estúpida?
Praguejar até me doer os ouvidos dos impropérios?
Também não quero. Já esta tudo cansado de saber que anedotas jurídicas é o que mais há por aqui. Pessoas que me enchem os pacovás é o que não faltam por aí, e a seu tempo levam com elas todas. E já estou farta de praguejar ; passo a vida toda a fazê-lo, preciso de uma pausa.
Hoje é um daqueles dias em que ficar a olhar para o tecto é o que mais me apetece fazer. Olhar a imensidão branca, pensar no vazio, odiar as manchas por estragarem a perfeição do nada no meu tecto.
AS
Regina Spektor - Samson (Lollapalooza 2007)
É sempre bom poder contar com os tipos do You Tube. Eles bem dizem que isto mais tarde aparece no blog, mas é mentira, tudo mentira!!!! Clara frustração da tutela da confiança. Mas já telefonei aos senhores e o problema resolveu-se. Acho que é desta: regina Spektor, Samson. Apreciem.
SB
terça-feira, 14 de agosto de 2007
O bom do Lollapalooza
Regina Spektor- Samson. Há melhores no Begin to Hope...mas esta música ao vivo...a inveja! o ódio! a pobreza! ahahahahaha!
SB
Pergunta 4
R: Não fazemos a menor ideia. Eventualmente celebraremos as datas especiais, se não nos esquecermos delas é claro. Por datas especiais entenda-se: aniversários,feriados, o Dia do Bob, a Festa do Monstro, e montes de festividades que eventualmente nos apeteça celebrar e partilhar convosco. Natal, Páscoa e coisas do género extremamente convencionais serão ignoradas. É fixe é agarrar nelas, não lhes ligar ponta, e fazer coisas novas.
SB
Pergunta 3
R: Não! Isso seria estúpido! Isto não é um namoro lamechas, sentimentalão e pirosérrimo em que se contam todas as dias, horas, minutos e segundos, nem é nenhum programa dos Alcoólicos Anónimos em que cada dia que passa é importante.
SB
Ecos
Chega a hora em que fingir que nada se passa não esconde já coisa nenhuma. Todo o esforço que até agora se fez para contornar, sobreviver, aguentar foi todo em vão. Tudo converge agora para um único pensamento.
Tudo o que tentei camuflar, tudo o que tentei delicadamente esconder com palavras doces e pensamentos felizes, transforma-se num monstro, de olhos assassinos e enormes garras, que dilaceram o meu peito a cada palavra que escrevo.
Grito, choro, bato-me, arranho-me, tentando afastar o que dói. Não consigo. Continua cá. A pulsar, presente, vivo, dominante. Não se dissipa, não se dissolve, não acaba. Vive.
Chega a hora em que nada mais me faz sentido. E porque não consigo sentir isto de forma menos intensa, de maneira a não ser tão doloroso? Porquê? Porque nada é menos intenso, menos sentido, menos ferido?
Chegou a hora e o dia em que tudo o que é racional deixa de fazer sentido. Chegou o dia em que nada mais me prende aos pensamentos positivos e bonzinhos, de ver tudo de forma cor de rosa.
Chegou o dia, e a hora em que ver as coisas como elas realmente são é a única hipótese.
Sinto a falta, e dói-me como tudo. Como milhões de facas que se espetam em mim, que perfuram a carne, que rasgam até sobrar nada. Consome-me. Não sei o que pensar. Não sei lidar com isto.
O que é isto afinal?
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Também não é para perceber ...
Caríssimos, não é no andar a procura do que quer que seja que vão encontrar o que pretendem. Numa casa de saúde psiquiátrica ou na farmácia, talvez. Não é por isso que alguém vos dá mais valor.
Adorados, não precisam de marcar posição nenhuma porque provavelmente já todos sabem do que são capazes e do quão idiotas e desesperados parecem. Não tenham tanto trabalho, não vale mesmo a pena.
E, estimados cidadãos, também não precisam de fingir algo que não são. Está na frente dos olhos ; não será necessário parar para verificar factos que já estão explicados. Já foi percebido que neurónios foi o que faltou no momento da vossa concepção. Não é preciso ir mais longe.
Assim, deixem lá aquilo que os outros fazem, porque não vos diz respeito de maneira nenhuma. Deixem lá a vida alheia e preocupem-se com a vossa existência, que já deve exigir algum esforço para ser descortinada.
Se alguém quisesse que tomassem essa posição, ter-vos-ia pedido. Mais que isso, se fossem realmente bons em alguma coisa, já não teriam necessidade de se imiscuírem, porque seriam aceites automaticamente. Se já tiveram essa oportunidade e foram postos de parte, quer dizer alguma coisa, não?
AS
domingo, 12 de agosto de 2007
Eu não estou bem aqui
Não te sei decor ainda. Sobretudo não te consigo perceber. Deslindar o certo do errado, distinguir o bem do mal, definir as traves mestras pelas quais é correcto guiar-me. Num momento tudo me soa a falso, a lixo, a mentiras obscuras, a subterfúgios que não consigo entender. Noutros, o que me dizes é mel, aquelas palavras doces que só tu, versátil da língua sabes proferir...e bem...
Não me decido acerca de ti. Mal te conheço. Correcção: tenho pavor de te conhecer a sério, porque o meu medo catalogou-te. És um monstro!
Não por nada do que faças em concreto, mas porque prefiro ver primeiro o que há de mau em quem me entrego, mesmo que momentaneamente, em ti..ainda que ínfimo. A tua complexidade assola-me permanentemente; és um labirinto e eu sou incapaz de te percorrer, de sequer tentar chegar ao fim...Nunca pertencerei ao teu mundo porque um dia decidi desistir de ti.
Odeio-te porque magoas demais. Odeio-te mais porque o bem que fazes arranja sempre maneira de suplantar e fazer esquecer a maldade. Agridoce. E no entanto o meu vício de ti não pára.
Cresce, incha, insufla e aumenta paulatinamente...
esses olhos serão o meu fim...! A eles não digo que não...nunca!
Odeio-te! Não, odeio-me a mim porque não sei parar, porque me tornei dependente de ti. Porque hoje sou aquilo que mais desprezo: um ser amorfe, uma alma coitada, incapaz de estar sozinha.
Odeio-te porque perdi todo o meu sentido de individualidade, o norte, as traves mestras; Odeio-te porque o não saber quem és, faz com que eu já não saiba quem sou.
100 anos de Torga
Recomeça....
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...
Miguel Torga
Talvez tenha ficado conhecido como um avarento de trato difícil e carácter duro, mas nada lhe tira o génio e a veia humana que imprimiu desde sempre na sua obra. Negando a qualquer deus qualquer louvor, transpunha para a condição humana, mesmo finita e limitada, um poder quase sobrenatural de transformação e imposição à própria Natureza, transformando o ser humano em criador e propagador da vida e do natural.
Dava ao homem um protagonismo digno de verdadeira adoração, de verdadeiro louvor.
Morre em Janeiro de 1995, deixando uma marca de genialidade na literatura portuguesa do século XX.
Leva consigo o nome de Adolfo Correia Rocha, ficando Miguel Torga como legado mais importante.
AS
sábado, 11 de agosto de 2007
Mot du jour
SB
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Pink Floyd - Wish You Were Here
Grande música, grande banda. Nada do que escreva lhes faz realmente justiça.
Quanto à música, não podia ser mais apropriada.
Ao que faz falta e devia estar mais perto.
AS
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Eat your heart out
Pêra, Uva, Tangerina, Ananás
Parece que não saiu de cena, só a nomenclatura mudou um pouco.
Toda a santa gente enche a boca para chamar puta à outra gente pecadora. Ninguém se cansa de juntar estas quatro letras e anunciar um julgamento em praça pública, seja de quem for.
E não só para censurar terceiros ; também para as mais variadas situações do dia a dia, o insulto fashion é sempre este.
Perdeu o autocarro? “Olha que puta de sorte!”
Foi ultrapassado pela direita? “Que filho da puta!”
Alguém vestiu uma camisola foleira até dizer chega? “Olhem só como aquela puta vai vestida!”
Moda nacional! Encher a boca e dizer puta serve para tudo, para definir o que não tem definição possível, para expressar desagrado, ou, como em aldeias perdidas nos confins do país, como conheço uma ou duas, puta é tudo o que mexe.
Isto já para não mencionar a típica interpretação tuga da expressão, no que concerne denominações de via maternal, em que parte tudo para a tareia porque se ofendeu mortalmente a progenitora. Força de expressão, é-vos familiar, alminhas do senhor? Já que é tão up to date designar a abreviatura de prostituta na sua forma mais vulgar para tudo o que vêem, e já que banalizam tanto o adjectivo, porque insistem em oferecer porrada quando ouvem o famigerado : “Oh seu filho da puta!”?
Sabem, o intuito da expressão é ofender directamente o agente, e não a matriarca da família! Por isso, se querem partir para a pancadaria, façam-no porque vos insulta, e não porque chama nomes à mãezinha querida.
“Chamar nomes” é uma actividade um tanto ou quanto divertida ( quando há razões para isso ), e limitar isto a uma única expressão, quando há tantas outras que se podem usar, é no mínimo pouco original. Há tantos palavrões giros e que dão vontade de rir, porquê ficar só num?
Em vez de correr atrás de um puto no recreio, ou em vez de esmurrar as ventas de algum cidadão porque foram proferidas palavras profanas sobre a mãe, há que puxar pelo melhor do vocabulário, e vá de empregar da melhor maneira a nossa língua, duma forma despreocupada e divertida.
Muito melhor do que vulgarizar a expressão “olha que filho de uma grande puta” quando alguém se lembra de passar com o carro por cima de uma poça de água e molhar o transeunte que vai descansadinho no passeio.
AS
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Vidas
Para quê cansar o cérebro com estudos e preocupações jurídicas quando se pode ganhar 7 euros à hora a limpar aquilo que os outros sujam?
Para quê preocupar-me, sequer, em terminar um curso com uma boa média, para quê matar a cabeça a tentar sobreviver sem cair em depressão num Antro, em que todos parecem fazer de propósito para ver os outros cair?
Nada disso!
Lavar escadas, varrer e aspirar, limpar o pó, lavar mais escadas.
E trazer para casa um ordenado chorudo. E, com um bocado de sorte, só declarar o ordenado mínimo. Onde anda o Fisco quando o contribuinte precisa dele?
Vou tão deixar-me da pesca e dedicar-me à vida fácil de limpeza de escadas ...
AS
Típico II
Nada.
Só o facto de logo hoje que tenho que fazer está um lindo dia de sol. Hoje! Tanto a fazer, esticada ao sol numa praia qualquer, tinham logo que me engatar para trabalhos supérfluos.
Quando há tempo e disponiblidade para fazer tudo o que o verão pede, chove.
Quando há que fazer, sol brilhante, dia espectacular.
Não, isto não é previsao metereológica. Não é aproveitar a bloggoesfera para dissetar sobre o estado do tempo em geral.
Poupem-me às críticas sem fundamento.
Isto serve somente para salientar o quão jocosa pode ser a minha exitência.
Não jurídica, temporariamente.
AS
terça-feira, 7 de agosto de 2007
(Des)Evolução
Ou não.
Se calhar estou completamente equivocada e isto de progredir é uma treta imoral que nos enfiam na mente, como obra do demo, para nos corromper e devorar a alma.
Talvez o que seja mesmo correcto, e que nos leve, de facto e realmente, à perfeição seja o continuarmos puros de espirito, como quando ainda andávamos no 7º ano.
Talvez o melhor seja manter tudo como então. Os mesmos hábitos, os mesmos gostos, as mesmas amizades, o mesmo quadro mental. Se calhar é mesmo bom ser assim, sem maldade, sermos todos meninos de coro, que lavam os dentes antes de dormir e não dizem palavrões, não se dão com gente “má”, não fazem nada que não devam.
Ser assim é que deve ser realmente. Não sair, porque é coisa de gente sem tino; usar as mesmas roupas da mãe, porque sai mais barato e ao menos é decente ; gostar de ouvir boysband e babar para cima dos mesmos actores que se achavam “bonzões” aos 13 anos ; só se dar com gente do mesmo nível ( note-se que isto significa mais gente igual ao descrito ) ; ainda pensar que curtir, fumar, beber e divertimento são sinónimos de pecado, prevaricação, satanás e inferno. Calçar as pantufas e ficar a vegetar em frente à televisão a ver “O Preço Certo”, ir para a cama às 22h, religiosamente, achar que as meninas más é que saem e têm vida, continuar a pensar que, um dia, vai haver um dinamarquês qualquer que vai entrar pelo quarto dentro, raptar a donzela em questão e levá-la a dar uma volta no seu cavalinho branco ; esta, esta é a vida ambicionada! Nada que uma formação académica completa e todas as vivências que a frequência universitária podem proporcionar, nada disso! Esta é a vida que todos queremos. Só que não o sabemos ainda.
Por isso é que ainda se horrorizam quando alguém se ri, quando alguém fala, quando alguém pega num cigarro, quando alguém, distraidamente, vive.
Fora desta concha de saudosismo pelo que foi o 9º ano, fora deste mundo a cheirar a bafio e a velho, fora do que se chama estagnação. Aos 20 anos.
AS
Fazes falta
SB
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Previsão Significativa
SB
Típico ...
Era o primeiro dia de férias em que finalmente tinha tempo para me estender um pouco ao sol, ser picada por um ou dois mosquitos, ficar da cor de um tomate com uma hora de sol.
Era a primeira vez que, no meu mísero e curto tempo de férias, ia até à praia.
E o que acontece?
Chove. Ventania descomunal. Nem se vê o sol.
Depois de um ano inteiro a necessitar deste descanso, depois de dias a fio, ainda a trabalhar, de calor abrasador, chega o dia em que se pode finalmente aproveitar o tempo livre, de forma indolente e tipicamente veraneante.
O que acontece?
Chove.
A minha vida é uma anedota jurídica. Sem margem para qualquer dúvida.
AS
O Verão como ele é (mesmo!)
Pois.Agosto, infelizmente, ó gente que simplesmente não faz um caracol, não é quando o homem quiser e não é a alegar escravatura no trabalho, a rezar a todos os santinhos e sindicatos existentes, e a implorar por mais uns diazinhos que vai fazer a entidade patronal sentir pena de vós. E é nestes momentos em que desesperam por férias (mesmo que seja já no dia 1 de Setembro) e que lamentam o vosso fraco poder de argumentação, que se podem lembrar que nem tudo é bonito em Agosto:
1- Sim, é bom estar na praia, mas quantos de nós não têm pena de nunca ter tido um workshop sobre “Como enfiar correctamente um chapéu de sol na areia”? É extremamente lúdico para quem vos rodeia (a sério que é), mas correr praia fora atrás de um chapéu que parece possuído pelo demónio não é agradável. Transtorna e dá mau aspecto.
2- O tuga é pobre. Arrastões à parte, não leva nada de valor para a praia. Como tal, sendo impensável dispender qualquer maquia em comida, excepto se a criancinha berrar incessantemente por um Epá, via de regra, virá a lancheira de casa com toda uma panóplia de comes e bebes, sendo que a maior parte não cabe, nem tão pouco deve estar dentro de uma lancheira deste tipo. Só não trazem o frigorífico porque não cabe no carro. O horror! A tragédia! O escândalo! é ver famílias inteiras a lutar pela última perna de frango.
3- “Iste lá na France na é nade assím”. Sim, os emigrantes. Flagelo social de descontentes Manéis e Marias, respectivos petizes Pierre José e Vanessa Jacqueline e o seu Mercedes 250 TD. E mais não digo...
4- A quantidade de gente que desconhece o conceito de praias de nudistas e que acha que o que é bom é para se ver SEMPRE! Mamas e afins não devem necessariamente ver a luz do dia, nem apanhar sol em qualquer altura e em qualquer lugar. Há que zelar pelas noites bem dormidas...pesadelos com visões do inferno durante o resto do ano são dispensáveis.
Depois desta incursão, trabalhar até parece mais agradável, não?
* Não, este blog não faz parte de nenum lobby ambientalista. É só porque zelamos pelos membros dos nossos leitores. Sabemos de fonte segura que uma dentada de tubarão aleija bastante...
O bom da Psicanálise
Pode não ser a colher de chá de muita gente.
Pode não ser o maior vulto da psicanálise. ( mas é, lamento )
Mas Freud tinha razão em muito do que dizia. Muita razão.
É verdade é que nem todos temos que guiar a vida por aquilo que fazemos na cama.
Porém, casos os há em que as teorias freudianas se aplicam sem excepção. Raros os casos. Mas existem.
Conheci um deles. E aprendi uma coisa interessante. O sexo realmente guiava a vida daquele cidadão. Era a coisa mais importante da sua vida, era ponto fulcral e nuclear. Girava tudo à volta da mesma questão. Inconscientemente.
Aprendi que ter a mania que se é superior aos outros, que se tem sempre razão, que se sabe mais que a maioria, que gabar-se até à exaustão, que se pode pisar em toda a gente, que se pode impôr a tudo e todos, e que passear pela rua como se se fosse o melhor de todos os homens, pode querer significar que se tem grandes problemas, grandes complexos. Poderá ser sinal de que enormes confusões ebulem naquele cérebro claramente afectado. Meus caros, casos assim e Freud seria uma boa ajuda e o sucesso da terapia garantido.
Pode ser sinal de que algo não está bem a nível das intimidadas, que se tem qualquer tipo de bloqueio, de complexo ( claramente justificado ), que o inconsciente se esforça por tentar colmatar de outras formas, normalmente sendo um gabarolas e uma besta do pior.
Freud diria que tal comportamento é uma forma de substituição daquilo que não se tem no campo sexual, por qualquer tipo de vergonha, de pressão social ou preconceito.
Freud nunca o viu de calças na mão, senão ainda se ria ao reiterar o diagnóstico, recomendando imediata cirurgia plástica, se vivesse no tempo dela.
Aposto que Freud nunca teve um falocapto como paciente. Mas seria um objecto de estudo magnifico.
AS
domingo, 5 de agosto de 2007
Live fast, die young
Sempre quis escrever umas linhas sobre a Marylin Monroe. Melhor, sempre quis perceber o fascínio, a adoração; tentar deslindar o je ne sais quoi que atraiu e ainda atrai tudo e todos. É a maior estrela de cinema de todos os tempos, e faz hoje 45 anos que morreu.
oh...porque é que os homens preferem as loiras...
SB
All That's Done It's Forgiven
“Coisas” que ainda não devem ter visto a luz, nem conseguido passar para o outro lado. Teimosamente, querem ficar deste lado, tentado imitar a vida que tiveram, tentando, simplesmente, continuar como se nada tivesse acontecido. Como se continuassem vivos.
Outro dia, aconteceu-me. Estava muito bem descansadinha, e aparece-me um coiso destes. Queria voltar à vida que sempre teve. Queria que eu servisse para lhe recordar os tempos áureos, e que o andasse a bajular, como tinha feito antes. A conversa, a mesma de sempre : não consigo ir-me embora, ainda me lembro de ti, ainda gosto que me bajules.
E o raio do coiso era insistente, não me largava ; corria atrás de mim, deixava cair pedaços de carne podre em cima da minha cama, puxava-me por um pé enquanto tentava dormir. Ia eu puxar da moca que guardo sempre atrás da porta, não vá o diabo tecê-las, para lhe dar com ela na cabeça, para ver se o matava de vez, quando me lembrei que, afinal, até tenho em mim algo de objectora de consciência e que o uso de armas e violência para o quer que seja era coisa que me fazia um certa espécie. Mesmo que seja para afastar algo que, na realidade, não existe de facto.
Lembrei-me que o coitado até merecia ouvir uma homilia gira sobre deixar ir, sobre esquecer, e deitar uma pedra sobre o assunto. Se calhar, até o podia sentar na minha mesa, oferecer-lhe um café e um cigarro, e explicar-lhe que estava a assombrar a pessoa errada. Logo eu, que sou pouco dada a esse tipo de esoterismos.
Foi o que fiz. Sem negar nada do passado, sem denegrir nada do que aconteceu, sem nunca me esquecer da importância do coiso quando era pessoa. Apenas explicando que não acredito na vida além-túmulo, nem em qualquer facto ( ou o que seja ) que faça voltar dos tombados. E que a vida seguia, independentemente de quem morresse. A minha seguiu, já não me sinto ligada àquilo que partiu. O coiso deveria fazer o mesmo e deixar de vir interromper o meu sono.
Abri a porta e deixei-o sair. Não sei se finalmente entendeu, se assimilou a natureza da situação, ou sequer se os coisos têm essa capacidade de entendimento.
Como alguém, não muito inteligente, diga-se, um dia me ensinou, tenho direito a preservar a memória do meus mortos. Tão somente isto. Nada mais.
Vi-o partir, como quem olha para um prédio em ruínas, que antes foi uma grandiosa obra, mas sem a parte da angústia. Apenas partiu.
Não lhe senti a falta.
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