Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
George Michael
Não podia deixar de assinalar a minha profunda e sincera tristeza pelo desaparecimento do músico.
Isto porque, para além da inegável qualidade do trabalho e do enorme talento, a verdade é que, segundo lendas que pairam na minha família, parece que devo a existência a este senhor, que fez uns belos álbuns com umas belas músicas ao som das quais fui concebida (iuuuu, sinistralidade on sight).
Resta a memória que, essa, com toda a certeza não se desvanecerá dado o imenso legado deixado às próximas gerações.
Espero que o vosso Natal tenha sido bom. O meu foi para lá de porreiro, com as montanhas de comida habituais e o convívio bonacheirão dos familiares que sobram.
Apraz especialmente contatar que aquele mito de, assim que nascem os putos, os pais deixam de receber presentes é falso. Absolutamente falso!
Será melhor não deitar muitos foguetes, que este foi só o primeiro ano...
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
Queixume Pós Gestacional #5
Não é segredo para ninguém que sou uma ferverosa apoiante do sistema nacional de saúde.
Toda a vida me servi dele. Toda a vida fui bem tratada, bem atendida, a tempo e com resultados bastante positivos.
Nunca me coibi de fazer boa publicidade ao serviço público e confesso que sempre tive algumas dúvidas quanto à idoneidade de uma pessoa que falasse mal gratuitamente desta instituição.
Não digo que não existam problemas, que existem e são bastante graves, ou que as pessoas não têm de que se queixar. Não é verdade; há muito ainda que fazer e muito o que melhorar. Apenas, até à data, não tinha tido qualquer experiência no sistema nacional de saúde que não fosse boa.
Até levar o puto ao centro de saúde de Almada para fazer o teste do pézinho.
A começar pelo facto de ter que se agendar o dito teste, o que para uma coisa que tem de ser feita até ao 6º dia de vida dos petizes e haver mais bebés em Almada que couves numa horta, faz imenso sentido.
Mas o que mete mesmo nojo é o escrutínio a que nos sujeitam.
Assim que, respondendo ao que me foi perguntado, disse que tinha sido seguida, durante a gravidez, por obstetra em clínica privada foi o descalabro.
Quando disse que tinha parido no Hospital de Cascais em vez de no bendito Garcia de Orta, foi o fim. Parecia que, ao invés, havia dito que nunca fui ao médico durante os nove meses e que tinha dado à luz numa casa de banho pública.
Fui sujeita a uma série de perguntas invasivas da minha privacidade, acerca das minhas escolhas e dos profissionais que me tinham seguido. Tiveram a lata e o descaramento de me perguntar inclusivamente o porquê de ter feito semelhantes opções.
Como não ficaram de todo contentes com as respostas, mas que é isto, gente que vai ao médico onde quer, mudaram o alvo da atenção para o rapaz e fizeram-lhe uma inspecção digna do Dia da Defesa Nacional.
Escusado será dizer que implicaram com tudo: com o peso, com a roupa que trazia vestida, com o tamanho da fralda, com o modo como pousámos o ovo com o miúdo lá dentro. E fizeram questão de frizar que a minha pessoa estava a amamental mal, sem querer saber se tinha leite ou não (a verdade é que não tinha e, duas semanas depois, a merda do leite sumiu-se para nunca mais voltar, mas isso não era importante para aquela vacaria).
Resumindo, tudo fizeram e disseram para que nos sentissemos os piores pais do mundo, em especial, a porca da mãe que não tinha nada que ir parir do outro lado do rio e de arranjar a obstetra que lhe apetecia, mas onde é que isto já se viu.
Portanto, puta que pariu esta merda toda.
Anda uma pessoa, no seu inocente socialismo, a dizer maravilhas do sistema de saúde que o Estado arranjou para depois lhe calharem estas escanchadas de merda, velhas como a terra que nunca nas suas vidas miseráveis devem ter frequentado um curso de enfermagem que não fosse um dado nas Novas Oportunidades (com todo o respeito pelas Novas Oportunidades), que fodem a cabeça o pessoal mais que imberbe nestas andanças da maternidade.
Deveria ter pena delas, que não conhecem mais da vida que aquilo que a revista Maria lhes mostra ou aquilo que as pessoas dos bairros problemáticos de Almada lhes trazem, mas não tenho. Porque aposto que com as pessoas do bairro não falam elas assim, que ainda há respeito pelas classes desfavorecidas. Pelas classes mais ou menos é que não há respeito nenhum.
Para o caralho com as gentinhas de merda.
Cada vez que penso que tenho que lá voltar para porras de vacinações e o caralho, até fico com cólicas em sítios que nem sabia que era possível ter cólicas. Ainda hoje, quando fomos ao passeio das vacinas dos dois meses, uma daquelas charolesas me perguntou se já tinha marcado a consulta e que pediatra é que tinha escolhido para o puto. E tu com isso, ó desocupada dum raio? És tu que marcas as consultas ou estás à espera de me dar lições de deveres maternais? Se calhar estavas à espera que levasse o miúdo ao médico de clínica geral que atende 56747463 crianças por dia e não toma atenção a nenhuma, como o que vocês aí têm, em vez de o levar a um pediatra, não?
Foda-se mais a isto.
Toda a vida me servi dele. Toda a vida fui bem tratada, bem atendida, a tempo e com resultados bastante positivos.
Nunca me coibi de fazer boa publicidade ao serviço público e confesso que sempre tive algumas dúvidas quanto à idoneidade de uma pessoa que falasse mal gratuitamente desta instituição.
Não digo que não existam problemas, que existem e são bastante graves, ou que as pessoas não têm de que se queixar. Não é verdade; há muito ainda que fazer e muito o que melhorar. Apenas, até à data, não tinha tido qualquer experiência no sistema nacional de saúde que não fosse boa.
Até levar o puto ao centro de saúde de Almada para fazer o teste do pézinho.
A começar pelo facto de ter que se agendar o dito teste, o que para uma coisa que tem de ser feita até ao 6º dia de vida dos petizes e haver mais bebés em Almada que couves numa horta, faz imenso sentido.
Mas o que mete mesmo nojo é o escrutínio a que nos sujeitam.
Assim que, respondendo ao que me foi perguntado, disse que tinha sido seguida, durante a gravidez, por obstetra em clínica privada foi o descalabro.
Quando disse que tinha parido no Hospital de Cascais em vez de no bendito Garcia de Orta, foi o fim. Parecia que, ao invés, havia dito que nunca fui ao médico durante os nove meses e que tinha dado à luz numa casa de banho pública.
Fui sujeita a uma série de perguntas invasivas da minha privacidade, acerca das minhas escolhas e dos profissionais que me tinham seguido. Tiveram a lata e o descaramento de me perguntar inclusivamente o porquê de ter feito semelhantes opções.
Como não ficaram de todo contentes com as respostas, mas que é isto, gente que vai ao médico onde quer, mudaram o alvo da atenção para o rapaz e fizeram-lhe uma inspecção digna do Dia da Defesa Nacional.
Escusado será dizer que implicaram com tudo: com o peso, com a roupa que trazia vestida, com o tamanho da fralda, com o modo como pousámos o ovo com o miúdo lá dentro. E fizeram questão de frizar que a minha pessoa estava a amamental mal, sem querer saber se tinha leite ou não (a verdade é que não tinha e, duas semanas depois, a merda do leite sumiu-se para nunca mais voltar, mas isso não era importante para aquela vacaria).
Resumindo, tudo fizeram e disseram para que nos sentissemos os piores pais do mundo, em especial, a porca da mãe que não tinha nada que ir parir do outro lado do rio e de arranjar a obstetra que lhe apetecia, mas onde é que isto já se viu.
Portanto, puta que pariu esta merda toda.
Anda uma pessoa, no seu inocente socialismo, a dizer maravilhas do sistema de saúde que o Estado arranjou para depois lhe calharem estas escanchadas de merda, velhas como a terra que nunca nas suas vidas miseráveis devem ter frequentado um curso de enfermagem que não fosse um dado nas Novas Oportunidades (com todo o respeito pelas Novas Oportunidades), que fodem a cabeça o pessoal mais que imberbe nestas andanças da maternidade.
Deveria ter pena delas, que não conhecem mais da vida que aquilo que a revista Maria lhes mostra ou aquilo que as pessoas dos bairros problemáticos de Almada lhes trazem, mas não tenho. Porque aposto que com as pessoas do bairro não falam elas assim, que ainda há respeito pelas classes desfavorecidas. Pelas classes mais ou menos é que não há respeito nenhum.
Para o caralho com as gentinhas de merda.
Cada vez que penso que tenho que lá voltar para porras de vacinações e o caralho, até fico com cólicas em sítios que nem sabia que era possível ter cólicas. Ainda hoje, quando fomos ao passeio das vacinas dos dois meses, uma daquelas charolesas me perguntou se já tinha marcado a consulta e que pediatra é que tinha escolhido para o puto. E tu com isso, ó desocupada dum raio? És tu que marcas as consultas ou estás à espera de me dar lições de deveres maternais? Se calhar estavas à espera que levasse o miúdo ao médico de clínica geral que atende 56747463 crianças por dia e não toma atenção a nenhuma, como o que vocês aí têm, em vez de o levar a um pediatra, não?
Foda-se mais a isto.
sábado, 3 de dezembro de 2016
My Name Is Fulla Shit
Estou a ter um dia particularmente desinspirado.
Significa tão somente que tenho uma série de impropérios e queixumes para deitar cá para fora e não consigo arranjar uma maneira minimamente airosa para o fazer.
Quem é que estou a tentar enganar? O que queria mesmo era escrever um texto mega encriptado a exorcisar uns males que para aqui andam.
Falar mal, portanto. Queria dizer um monte de alarvidades cá sobre coisas e não me apetecia muito que quem lesse percebesse exactamente a quem me refiro ou a quem me refiro.
Apetecia-me, afinal, ser cobarde e deixar camuflado todas as parvoíces que tenho vontade de dizer. Como é meu apanágio, no fim de contas.
Porém, hoje não sei se consigo.
A verdade é que estou um bocado chateada. Tudo porque subitamente me vi próxima de uma avestruz, não na literalidade da palavras, como é óbvio, que até costumava apreciar mas que, pelo comportamento demonstrado ao longo de sei lá quantos anos, passei a não gostar nada. Antes até tolerava; atribuía o comportamento estranho à excentricidade da personalidade. Agora acho só estúpido. Provavelmente sempre foi assim; à minha pessoa só agora é que bateu.
Não gosto lá muito que me mintam.
Também não aprecio muito que me façam de estúpida, contando mentiras que facilmente se descobrem. Requer-se de quem mente que a mentira seja minimamente engenhosa para que o interlocutor não descubra a mentira. E esse engenho até é algo meritório, requer muita imaginação e argúcia. Agora percebo que não há engenho nenhum, é mesmo só estupidez e vontade de fazer os outros de otários.
Tenho um certo problema com a má educação, também. A inconveniência das conversas é coisa que me causa alguma comichão no olho esquerdo. Estar à mesa a mandar bitaites idiotas e a fazer juízos de valor do comportamento alheio é coisa para me causar alguma confusão. Abancar na casa dos outros sem ser convidado dá-me uma imediata vontade de começar a servir chá laxante. Tanto ou tão pouco que obriga quem recebe a colocar o abancador delicadamente na rua, recorrendo a um mecanismo tão velho quanto (pensava) eficaz de "olha desculpa lá mas tenho que sair" (da minha própria casa, atente-se!). Mas o que me tira mesmo do sério é a ilustre resposta a esta tirada que pode surgir aos mais incauto dos idiotas que ainda se dão ao trabalho de ser educados: Então podes ir que eu fico aqui.
Ahn?!
Ficas na minha casa enquanto eu me vou embora???
A sério? Terei ouvido bem?!
Pensava eu que teria ouvido todas as tiradas de má educação aquando do meu casamento, em que tive oportunidade de ouvir toda a estupidez humana no que quis respeito a exigências (vejam só...) dos convidados. Afinal, estava profundamente enganada. Ainda estava mais para vir.
Portanto, só me resta praguejar e mandar vir.
Quésta merda, caralho?!
Lá que não tenhas apanhado o suficiente em pequeno não te dá o direito de esfregar a má educação nas trombas dos outros, esperando que todos reconheçam a majestade do gesto.
Acabou-se a parcimónia.
Porque se me acabou a paciência.
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Teorias do Homicídio Qualificado
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Queixume Gestacional #4
É sobejamente conhecido - comprovado por essa ciência em ascensão, a sabedoria popular - que a gravidez deixa sequelas no corpo da mulher.
E não me refiro ao cu gigante, às pregas na barriga, às estrias e às mamas mais moles que pudins. Essas são as alterações "normais". Refiro-me às alterações estranhas, enfim, coisas que antes eram mais que adquiridas e mais que solidificadas. Começo a achar que a conversa de cabeleireiro afinal sempre era verdade... Sabem, aquela conversa fiada de "ai quando nasceu o meu Sidónio passei a gostar de favas de escabeche quando antes nem as podia ver" ou "Depois de ter a minha princesa deixei de precisar de usar óculos".
Estes mitos urbanos... Serão, afinal, verdade?!
Tudo isto para expressar uma dúvida que me assola.
Não tenho bem a certeza que toooodos os meus sapatos terão encolhido depois de muitos meses sem serem usados ou então passei a usar o número acima, o que não só é extremamente embaraçoso como me cria um problema desgraçado dado que não tenho calçado que me sirva decentemente.
Foda-se mais a isto.
E não me refiro ao cu gigante, às pregas na barriga, às estrias e às mamas mais moles que pudins. Essas são as alterações "normais". Refiro-me às alterações estranhas, enfim, coisas que antes eram mais que adquiridas e mais que solidificadas. Começo a achar que a conversa de cabeleireiro afinal sempre era verdade... Sabem, aquela conversa fiada de "ai quando nasceu o meu Sidónio passei a gostar de favas de escabeche quando antes nem as podia ver" ou "Depois de ter a minha princesa deixei de precisar de usar óculos".
Estes mitos urbanos... Serão, afinal, verdade?!
Tudo isto para expressar uma dúvida que me assola.
Não tenho bem a certeza que toooodos os meus sapatos terão encolhido depois de muitos meses sem serem usados ou então passei a usar o número acima, o que não só é extremamente embaraçoso como me cria um problema desgraçado dado que não tenho calçado que me sirva decentemente.
Foda-se mais a isto.
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Do Estabelecimento da Maternidade
domingo, 27 de novembro de 2016
Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve
Completamente viciante.
Scarrow é excelente a envolver o leitor de tal maneira na narrativa que o transporta para o cenário das batalhas, tanto e de tal forma que não poucas vezes fiquei surpreendida por, olhando à minha volta após a leitura de mais um capítulo, continuar neste século.
Muito, muito bom.
Scarrow é excelente a envolver o leitor de tal maneira na narrativa que o transporta para o cenário das batalhas, tanto e de tal forma que não poucas vezes fiquei surpreendida por, olhando à minha volta após a leitura de mais um capítulo, continuar neste século.
Muito, muito bom.
Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve
Boring.
Boring.
Boring.
Não sei como consideram este homem um grande autor...
Moral da história: nunca escrevas por encomenda.
Muito fraco.
Boring.
Boring.
Não sei como consideram este homem um grande autor...
Moral da história: nunca escrevas por encomenda.
Muito fraco.
Leituras nº ... Qualquer Coisa Serve
Ora bem, este foi particularmente penoso de acabar.
Já tinha ficado com a ligeira sensação no último, mas neste foi absolutamente gritante: acho que a autora está a perder a mão para a escrita... Para a escrita de qualidade, pelo menos.
A história continua mais ou menos interessante, mas as partes mortas fazem com que o leitor tenha vontade de se atirar de uma ponte, tamanho o tédio que provoca.
Também não ajuda grande coisa o facto de haver personagens retrógradas, atrasadas mentais, paternalistas e completamente obtusas constantemente na ribalta, bem como o rumo estúpido que as personagens decentes tomam. Um desperdício.
Esperemos que o próximo seja um pouco melhor.
Já tinha ficado com a ligeira sensação no último, mas neste foi absolutamente gritante: acho que a autora está a perder a mão para a escrita... Para a escrita de qualidade, pelo menos.
A história continua mais ou menos interessante, mas as partes mortas fazem com que o leitor tenha vontade de se atirar de uma ponte, tamanho o tédio que provoca.
Também não ajuda grande coisa o facto de haver personagens retrógradas, atrasadas mentais, paternalistas e completamente obtusas constantemente na ribalta, bem como o rumo estúpido que as personagens decentes tomam. Um desperdício.
Esperemos que o próximo seja um pouco melhor.
Qualquer Semelhança com a Realidade é Pura Coincidência - The Final Chapter
Mais ou menos encriptada. Muitas vezes, menos. Tinha um ódio de estimação que, apesar das minhas inúmeras tentativas, tinha que manter discreto sob pena de destabilizar a harmonia entre os meus pares. Apesar de todos os sinais de alarme. Apesar de ser óbvio para o mais cego dos homens. Apesar de ser mais evidente que uma ratoeira à frente do nariz.
Durante todo este tempo, fui sempre a embirrante, a má, a pouco tolerante.
Tudo porque não conseguia aceitar um outro ser humano na minha esfera de conhecidos. Tudo porque todos os meus instintos gritavam que aquela pessoa não valia nada. Acabei por falhar redondamente; não consegui fazer incidir alguma luz que fosse na situação e esclarecer quem de direito.
O tempo acabou por me dar razão. Tal como havia previsto logo no início. Cheguei a escrever sobre isso várias vezes aqui. Que este dia haveria de chegar. Que eu sabia das consequências que traria uma pessoa de merda tão próxima. Que soube desde o início o termo que haveria de chegar.
Chega ao fim este tempo. Com ele, chega ao fim também esta longa série de memes e videos sobre mandar pessoas para o caralho e afins. Ainda tinha muitos posts do género preparados, para o futuro. Não os vou eliminar; vou, antes, reciclá-los para outras ocasiões que certamente não irão faltar.
Por agora, chega.
Por agora.
Tinha razão. Tive-a desde sempre. Não é que ganhe alguma coisa com isso, que não ganho absolutamente nada, mas sempre fico com a esperança que da próxima vez haja mais respeito pela minha mísera visão do esquema das coisas.
FODE-TE, SEU FILHO DE UMA PUTA RELES.
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Teorias do Homicídio Qualificado
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Queixume Pós Gestacional #3
Amamentar é muito bom e muito bonito, barato e limpo, cria um elo único entre mãe e filho, já para não falar nos inúmeros benefícios para a saúde do bebé.
Lengalenga já mais que batida, não é?
Mais um dos dogmas que se aprende nas aulas de preparação para o parto e que se tivermos vontade de o questionar temos direito a um bilhete só de ida para uma palestra de evangelização dos índios, a cura dos leprosos e uma conferência que demonstra como as mães que não amamentam vão parar a um lugar muito especial no inferno.
Pois eu digo que sim senhora, ainda bem que o meu Puto beneficia com o meu líquido mamário, mas ter um bezerrinho de quatro e muitos quilos pendurado em mamilos que mais parecem feitos de carne picada, que puxa e morde sem cerimónias se o líquido não sai conforme a sua vontade, anda às cabeçadas à pobre mama e ainda lhe dá uns socos com o seu pequeno punho cerrado (esta é nova há cerca de 2 dias...) é sinal que as desgraçadas já deram o seu melhor, que está na hora de irem para a reforma e ficarmos todos por aqui, que ficamos muito bem. Porque simplesmente não há leite. Assim como assim não é bem o leite que o alimenta (vivam os suplementos!) porque se fosse não teria passado os 5 primeiros dias da sua vida a gritar de fome, como um desalmado.
Puta que pariu a amamentação. Doem-me as mamas a toda a hora e o Puto, tenho a certeza, ja está farto da fonte meia seca.
Fora com as mamas, vivam os biberões!
Agora que já tirei isto do meu sistema, já posso ir à minha vida.
Lengalenga já mais que batida, não é?
Mais um dos dogmas que se aprende nas aulas de preparação para o parto e que se tivermos vontade de o questionar temos direito a um bilhete só de ida para uma palestra de evangelização dos índios, a cura dos leprosos e uma conferência que demonstra como as mães que não amamentam vão parar a um lugar muito especial no inferno.
Pois eu digo que sim senhora, ainda bem que o meu Puto beneficia com o meu líquido mamário, mas ter um bezerrinho de quatro e muitos quilos pendurado em mamilos que mais parecem feitos de carne picada, que puxa e morde sem cerimónias se o líquido não sai conforme a sua vontade, anda às cabeçadas à pobre mama e ainda lhe dá uns socos com o seu pequeno punho cerrado (esta é nova há cerca de 2 dias...) é sinal que as desgraçadas já deram o seu melhor, que está na hora de irem para a reforma e ficarmos todos por aqui, que ficamos muito bem. Porque simplesmente não há leite. Assim como assim não é bem o leite que o alimenta (vivam os suplementos!) porque se fosse não teria passado os 5 primeiros dias da sua vida a gritar de fome, como um desalmado.
Puta que pariu a amamentação. Doem-me as mamas a toda a hora e o Puto, tenho a certeza, ja está farto da fonte meia seca.
Fora com as mamas, vivam os biberões!
Agora que já tirei isto do meu sistema, já posso ir à minha vida.
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Do Estabelecimento da Maternidade
Então e prendas de Natal?
Como será bom de ver, este ano descuidei-me à grande e ainda não tenho metade do ofertório adquirido. Diz que tive um Filho e não tenho tido oportunidade de pensar em porras que fazem o pessoal gastar dinheiro.
Mas agora não posso mais fingr que o mundo lá fora não continua a avançar.
Ideias, anyone?
Como será bom de ver, este ano descuidei-me à grande e ainda não tenho metade do ofertório adquirido. Diz que tive um Filho e não tenho tido oportunidade de pensar em porras que fazem o pessoal gastar dinheiro.
Mas agora não posso mais fingr que o mundo lá fora não continua a avançar.
Ideias, anyone?
Donald Trump?!
Esperei estes dias todos para ver se os americanos se tinham enganado ou se o dia das mentiras tinha chegado mais cedo, mas afinal nada mais me resta que não seja render-me às evidências.
Está tudo louco...
Está tudo louco...
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
Queixume Pós Gestacional #2
As aulas de preparação para o parto são aquele fenómeno que, por volta das 25/30 semanas de gestação, atingem as futuras mães em cheio nas trombas e que as mergulha em oceanos de angústia e profundo sofrimento.
Deverei fazer estas benditas aulas? Servirão para alguma coisa? Há algum local mais apropriado que outro para tomar estas lições?
Por via das dúvidas, e apesar de ter lido tudo e mais um par de botas acerca do tema, achei por bem frequentar um curso desses, só para que não olhasse, um dia, para trás e me arrependesse amargamente de conhecimento que deveria ter adquirido e, em vez disso, fiquei em casa a enfardar chocolate.
Sim, as aulas de preparação são boas e ensinam de facto muita coisa acerca de cuidados dos rebentos, de potenciais perigos e coisas que temos que passar a fazer, de acções de emergência que possamos ser obrigados a tomar.
Sim, um qualquer centro de saúde de um qualquer grande centro urbano tem um curso muito decente de preparação para o parto. O mesmo não se diga das pessoas que o frequentam, mas isso fica para outro post, que tenho muito que dizer acerca do tema.
Sim, as aulas de preparação para o preparam efectivamente para o momento do parto, com explicações detalhadas sobre as técnicas de respiração e relaxamento. E exercícios sobre o tema. Muitos, muitos exercícios. Exercícios em grupo, a solo, com o pai, com o canário e com o presidente da República. Tudo muito lindo, muito bem ensinado e muito bem aprendido.
Uma gaja, assim que domina a técnica, pensa: "Ya, que ça foda esta merda, afinal isto é fácil. Se a minha avó pariu e casa, eu, com toda esta performance espectacular, vou fazer um brilharete e parir o puto em cinco minutos."
Sou a maior e a mim não me vai acontecer nada de mal. Certo?
Errado.
O maior perigo das aulas de preparação para o parto é o excesso de confiança que transmite à grávida. Faz com que tudo pareça fácil, com que tudo dependa, afinal, da concentração, do esforço mental, da vontade. Faz com que uma pessoa acredite, de facto, que as dores de parto são uma coisa relativa, que não são assim tão fortes quanto isso e que se, afinal de contas, uma pessoa sente mais dor que aquela que é capaz de suportar, é porque não se está a concentrar devidamente e está a respirar mal.
Ora, com a licença da mesa, o caralho, é o que é.
Quem frequenta estas aulas leva também uma lavagem cerebral sobre os benefícios do parto normal (faz parte) e fazem com que tudo pareça tão cor-de-rosa e tão simples que 1) parece que nunca, em tempos idos mas não tão longínquos quanto isso, as mulheres morriam no parto; 2) as mulheres de hoje em dia são umas mariquinhas mimadas sem vergonha nenhuma que não aguentam uma dorzinha de nada no pipi.
E isto, meus caros, é o maior engodo que estas aulas oferecem.
Transparecem e vendem a ideia de que o parto é sempre, e em qualquer circunstância exequível, desde que a mulher esteja a fazer tudo bem, a respirar melhor ainda e a concentrar-se devidamente em fazer descer o bezerro pela coisa abaixo.
Esqueçam. Sim, as aulas ajudam bastante e ensinam muitas coisas que livro nenhum ensina, mas na hora em que a dor é excruciante e absolutamente paralizante, em que já se está para lá de qualquer reforço de epidural, a concentração e a respiração vão direitinhas para o caralhinho que as foda porque, meus caros amigos, poucas dores haverão piores que as dores de parto (principalmente se forem como as desta boa mãe de família, que se alojaram no fundo das costas).
E contra isto, batatinhas.
Tirando isso, ter filhos é porreiro e tal.
Deverei fazer estas benditas aulas? Servirão para alguma coisa? Há algum local mais apropriado que outro para tomar estas lições?
Por via das dúvidas, e apesar de ter lido tudo e mais um par de botas acerca do tema, achei por bem frequentar um curso desses, só para que não olhasse, um dia, para trás e me arrependesse amargamente de conhecimento que deveria ter adquirido e, em vez disso, fiquei em casa a enfardar chocolate.
Sim, as aulas de preparação são boas e ensinam de facto muita coisa acerca de cuidados dos rebentos, de potenciais perigos e coisas que temos que passar a fazer, de acções de emergência que possamos ser obrigados a tomar.
Sim, um qualquer centro de saúde de um qualquer grande centro urbano tem um curso muito decente de preparação para o parto. O mesmo não se diga das pessoas que o frequentam, mas isso fica para outro post, que tenho muito que dizer acerca do tema.
Sim, as aulas de preparação para o preparam efectivamente para o momento do parto, com explicações detalhadas sobre as técnicas de respiração e relaxamento. E exercícios sobre o tema. Muitos, muitos exercícios. Exercícios em grupo, a solo, com o pai, com o canário e com o presidente da República. Tudo muito lindo, muito bem ensinado e muito bem aprendido.
Uma gaja, assim que domina a técnica, pensa: "Ya, que ça foda esta merda, afinal isto é fácil. Se a minha avó pariu e casa, eu, com toda esta performance espectacular, vou fazer um brilharete e parir o puto em cinco minutos."
Sou a maior e a mim não me vai acontecer nada de mal. Certo?
Errado.
O maior perigo das aulas de preparação para o parto é o excesso de confiança que transmite à grávida. Faz com que tudo pareça fácil, com que tudo dependa, afinal, da concentração, do esforço mental, da vontade. Faz com que uma pessoa acredite, de facto, que as dores de parto são uma coisa relativa, que não são assim tão fortes quanto isso e que se, afinal de contas, uma pessoa sente mais dor que aquela que é capaz de suportar, é porque não se está a concentrar devidamente e está a respirar mal.
Ora, com a licença da mesa, o caralho, é o que é.
Quem frequenta estas aulas leva também uma lavagem cerebral sobre os benefícios do parto normal (faz parte) e fazem com que tudo pareça tão cor-de-rosa e tão simples que 1) parece que nunca, em tempos idos mas não tão longínquos quanto isso, as mulheres morriam no parto; 2) as mulheres de hoje em dia são umas mariquinhas mimadas sem vergonha nenhuma que não aguentam uma dorzinha de nada no pipi.
E isto, meus caros, é o maior engodo que estas aulas oferecem.
Transparecem e vendem a ideia de que o parto é sempre, e em qualquer circunstância exequível, desde que a mulher esteja a fazer tudo bem, a respirar melhor ainda e a concentrar-se devidamente em fazer descer o bezerro pela coisa abaixo.
Esqueçam. Sim, as aulas ajudam bastante e ensinam muitas coisas que livro nenhum ensina, mas na hora em que a dor é excruciante e absolutamente paralizante, em que já se está para lá de qualquer reforço de epidural, a concentração e a respiração vão direitinhas para o caralhinho que as foda porque, meus caros amigos, poucas dores haverão piores que as dores de parto (principalmente se forem como as desta boa mãe de família, que se alojaram no fundo das costas).
E contra isto, batatinhas.
Tirando isso, ter filhos é porreiro e tal.
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Do Estabelecimento da Maternidade
domingo, 13 de novembro de 2016
terça-feira, 8 de novembro de 2016
Queixume Maternal
Tenho para mim que o meu Puto pressente os momentos em que preciso de ir à casa de banho ou que, pensando que finalmente sossegou e que está a dormir tranquilamente, já estou enrolada no sofá, com um livro na mão, pronta a tirar os meus minutos de paz.
Porque é precisamente nesses momentos que decide abrir as goelas e mostrar aos mundo o poderio dos seus pulmões.
Estou absolutamente convencida que, quando assim berra, não quer nem precisa exactamente de coisa nenhuma; só quer ver se não desapareci num buraco pela terra abaixo e se o vou acudir quando tiver, sei lá, um macaco no nariz ou coisa assim.
Tirando isso, é muito fofinho.
Porque é precisamente nesses momentos que decide abrir as goelas e mostrar aos mundo o poderio dos seus pulmões.
Estou absolutamente convencida que, quando assim berra, não quer nem precisa exactamente de coisa nenhuma; só quer ver se não desapareci num buraco pela terra abaixo e se o vou acudir quando tiver, sei lá, um macaco no nariz ou coisa assim.
Tirando isso, é muito fofinho.
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Do Estabelecimento da Maternidade
Chupa!
O melão da CMTV pelo facto de o Sr. Dias ter decidido, antes de se entregar às autoridades, conceder uma entrevista à RTP é impagável.
Não sei se o homem terá grandes atenuantes ou não, mas já merece algum respeito só pelo facto de não se ter vendido a uma televisão medíocre, que pratica um jornalismo medíocre e baseado em mentiras e boatos.
Já se está mesmo a ver que, nos próximos dias, vá, anos, vão andar a cruxificar o homem em praça pública...
Não sei se o homem terá grandes atenuantes ou não, mas já merece algum respeito só pelo facto de não se ter vendido a uma televisão medíocre, que pratica um jornalismo medíocre e baseado em mentiras e boatos.
Já se está mesmo a ver que, nos próximos dias, vá, anos, vão andar a cruxificar o homem em praça pública...
Oh Yeah
Devo ter o único marido que, feita uma lista manhosa e dadas umas recomendações às três pancadas, regressa a casa com TUDO o que foi pedido, nas exactas quantidades, das exactas marcas, no timing correcto, quando é preciso.
E, para isso, não há preço.
E, para isso, não há preço.
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quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Queixume Pós Gestacional
Estou viva!
Para além de ser a primeira coisa que me apraz dizer, é com enorme satisfação que apresento ao mundo o puto mais giro do mundo, o meu! (fotos mais tarde, ok?)
Tentando retomar onde deixei, depois de um mês e tal de repouso, no passado dia 20 de Outubro, pari uma abobrinha fofa e felizmente saudável. Não foi propriamente um passeio no parque e sobre isso dissertarei mais tarde, ainda estou demasiado traumatizada para me pôr a dissecar pormenores de parto, mas, e saltando já para os finalmentes, correu tudo bem e o Puto nasceu são e perfeitinho.
Têm sido dias de adaptação e descoberta, de convívio com o choro, a fome e a fralda suja. Coisas as há que desconheço ainda por completo, coisas que provavelmente nunca vou descobrir e outras coisas nas quais já me ajeito relativamente bem. Vamos andando, como dizem os velhos. Tudo é novo para mim. Tudo é gigante, monstruoso e deveras assustador. Vamos andando.
Para já, o Puto é giríssimo (nem sei bem como, os recém nascidos são, geralmente, horrososos... se calhar é só por ser o meu...) e porta-se mais ou menos bem.
Mais desenvolvimentos nos próximos dias.
Para além de ser a primeira coisa que me apraz dizer, é com enorme satisfação que apresento ao mundo o puto mais giro do mundo, o meu! (fotos mais tarde, ok?)
Tentando retomar onde deixei, depois de um mês e tal de repouso, no passado dia 20 de Outubro, pari uma abobrinha fofa e felizmente saudável. Não foi propriamente um passeio no parque e sobre isso dissertarei mais tarde, ainda estou demasiado traumatizada para me pôr a dissecar pormenores de parto, mas, e saltando já para os finalmentes, correu tudo bem e o Puto nasceu são e perfeitinho.
Têm sido dias de adaptação e descoberta, de convívio com o choro, a fome e a fralda suja. Coisas as há que desconheço ainda por completo, coisas que provavelmente nunca vou descobrir e outras coisas nas quais já me ajeito relativamente bem. Vamos andando, como dizem os velhos. Tudo é novo para mim. Tudo é gigante, monstruoso e deveras assustador. Vamos andando.
Para já, o Puto é giríssimo (nem sei bem como, os recém nascidos são, geralmente, horrososos... se calhar é só por ser o meu...) e porta-se mais ou menos bem.
Mais desenvolvimentos nos próximos dias.
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Do Estabelecimento da Maternidade
quinta-feira, 29 de setembro de 2016
Queixume Gestacional #9
Pois que continuo por aqui, sem grande coisa para fazer, mas a tentar, mesmo assim, manter-me ocupada com as mais variadíssimas coisas, como croché e aprendizagem de origami.
É mentira, mas podia muito bem ser a mais absoluta das verdades, se não preferisse andar sempre à procura de mais roupa para lavar, dedicar-me à decoração de interiores - actividade essa que o meu Ilustríssimo Marido apelida de trocar os potes de sítio - ler e ver todos os filmes e séries que passam na televisão. Um autêntico programa de idosa, nem mais. Até estou ligeiramente viciada na Miss Marple, por isso já se pode ver o tamanho da decadência.
Esta semana, eu e Esposo celebrámos dois anos de casamento. Para festejar em grande, organizámos um dia em cheio, que passou por ir petiscar a uns sítios em Lisboa para lá de bons entre outras actividades lúdicas.
Ora, a minha pessoa pode estar grávida até à rotunda da Centro Sul, mas não deixa de ser a mesma vaidosona que sempre foi. Maneiras que achei conveniente e bom de ver vestir a melhor farpela que neste momento consigo arranjar (uma coisa parecida com uma tenda de circo) e apostar forte e feio nos acessórios, a modos que para disfarçar o facto de parecer um hipopótamo com problemas de tiróide. E, de uma certa forma nostálgica e verdadeiramente bimba, e à semelhança do que fiz no ano passado, alguns acessórios que usei no dia do casamento propriamente dito voltam a sair à rua.
Sucede, porém, que com algumas nuances. Este ano não consegui usar muito tempo a pulseira. Anel de noivado nem pensar - já a aliança foi arrumada no cofre há umas belas semanas atrás.
Mas nada me deixou mais entristecida do que não poder calçar os meus ricos sapatinhos prateados. Quer dizer, calçar ainda é como o outro, anda com eles nem que quisesse, dado o tamanho descomunal dos meus cascos. De maneira que voltei às minhas lindas sabrinas tamanho 41 que adquiri recentemente e foi um pau.
Foda-se mais a isto.
Não há direito...
É mentira, mas podia muito bem ser a mais absoluta das verdades, se não preferisse andar sempre à procura de mais roupa para lavar, dedicar-me à decoração de interiores - actividade essa que o meu Ilustríssimo Marido apelida de trocar os potes de sítio - ler e ver todos os filmes e séries que passam na televisão. Um autêntico programa de idosa, nem mais. Até estou ligeiramente viciada na Miss Marple, por isso já se pode ver o tamanho da decadência.
Esta semana, eu e Esposo celebrámos dois anos de casamento. Para festejar em grande, organizámos um dia em cheio, que passou por ir petiscar a uns sítios em Lisboa para lá de bons entre outras actividades lúdicas.
Ora, a minha pessoa pode estar grávida até à rotunda da Centro Sul, mas não deixa de ser a mesma vaidosona que sempre foi. Maneiras que achei conveniente e bom de ver vestir a melhor farpela que neste momento consigo arranjar (uma coisa parecida com uma tenda de circo) e apostar forte e feio nos acessórios, a modos que para disfarçar o facto de parecer um hipopótamo com problemas de tiróide. E, de uma certa forma nostálgica e verdadeiramente bimba, e à semelhança do que fiz no ano passado, alguns acessórios que usei no dia do casamento propriamente dito voltam a sair à rua.
Sucede, porém, que com algumas nuances. Este ano não consegui usar muito tempo a pulseira. Anel de noivado nem pensar - já a aliança foi arrumada no cofre há umas belas semanas atrás.
Mas nada me deixou mais entristecida do que não poder calçar os meus ricos sapatinhos prateados. Quer dizer, calçar ainda é como o outro, anda com eles nem que quisesse, dado o tamanho descomunal dos meus cascos. De maneira que voltei às minhas lindas sabrinas tamanho 41 que adquiri recentemente e foi um pau.
Foda-se mais a isto.
Não há direito...
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Do Estabelecimento da Maternidade
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Rien `a Faire
Continuo por aqui, fazendo qualquer coisa no meio do caminho.
Por exemplo, estou a tentar há cerca de 7 dias concluir uma porra de um recurso que não tem pés nem cabeça. Certo é que ainda tenho tempo mas, pelo sim, pelo não, não vá o tédio e a preguiça apoderarem-se de mim, lá vou escrevendo umas palavrinhas de cada vez. O que me apetecia mesmo era mandar o caraças do recurso pela janela fora, tamanhos são os fundamentos que se encontram, mas sempre é melhor que olhar para o tecto sem fazer um rabo de um boi.
Estou também a tentar, há cerca de 4748938 dias, acabar de lavar e passar toda a roupa do petiz. Porém, cada vez que penso que vejo o fundo ao tacho e que aquela sim, é a última máquina que faço, há sempre uma avestruz que me oferece mais qualquer coisinha para o menino (não estou a ser mal agradecida, atenção) e toca de lavar tudo, por tudo a secar, esperar que seque devidamente e ir passando tudo a eito. Por este andar, devo ter texteis para ir vender à feira da Ladra quando o puto for para a escola.
Tenho também lido livros daqueles mesmo bons e visto filmes daqueles para lá de espectaculares, mas o meu jeitinho para trabalhar com aparelhos tecnológicos que não sejam computadores da pré-história, como aqueles a que estou habituada, é obviamente fora de série, por isso nem as imagens do que leio e vejo sou capaz de pespegar aqui, portanto, bardamerda.
Fora isso, tudo jóia.
Por exemplo, estou a tentar há cerca de 7 dias concluir uma porra de um recurso que não tem pés nem cabeça. Certo é que ainda tenho tempo mas, pelo sim, pelo não, não vá o tédio e a preguiça apoderarem-se de mim, lá vou escrevendo umas palavrinhas de cada vez. O que me apetecia mesmo era mandar o caraças do recurso pela janela fora, tamanhos são os fundamentos que se encontram, mas sempre é melhor que olhar para o tecto sem fazer um rabo de um boi.
Estou também a tentar, há cerca de 4748938 dias, acabar de lavar e passar toda a roupa do petiz. Porém, cada vez que penso que vejo o fundo ao tacho e que aquela sim, é a última máquina que faço, há sempre uma avestruz que me oferece mais qualquer coisinha para o menino (não estou a ser mal agradecida, atenção) e toca de lavar tudo, por tudo a secar, esperar que seque devidamente e ir passando tudo a eito. Por este andar, devo ter texteis para ir vender à feira da Ladra quando o puto for para a escola.
Tenho também lido livros daqueles mesmo bons e visto filmes daqueles para lá de espectaculares, mas o meu jeitinho para trabalhar com aparelhos tecnológicos que não sejam computadores da pré-história, como aqueles a que estou habituada, é obviamente fora de série, por isso nem as imagens do que leio e vejo sou capaz de pespegar aqui, portanto, bardamerda.
Fora isso, tudo jóia.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Queixume Gestacional #8
E pronto, como não havia mais nada que fazer, nem mais em que pensar, entenderam por bem deixar-me a repousar.
Maneiras que estou de baixa, assim numas férias um tanto forçadas.
Isto porque parece que a piscina que aloja o meu rebento está a ficar sem água e, segundo o que me informaram, não é lá muito bom. Portanto, toca de vir para casa, descansar e hidratar para manter o bezerrinho o maior tempo possível no forninho.
Escusado será dizer que estou profundamente emocionada.
Ando sempre a inventar coisas para fazer para não cair no tédio da indolência e da ansiedade. Até agora tem corrido bem, mas deve ser só porque só passaram dois dias.
Resta saber o que vou fazer no resto do tempo...
Coçar-me, provavelmente.
Maneiras que estou de baixa, assim numas férias um tanto forçadas.
Isto porque parece que a piscina que aloja o meu rebento está a ficar sem água e, segundo o que me informaram, não é lá muito bom. Portanto, toca de vir para casa, descansar e hidratar para manter o bezerrinho o maior tempo possível no forninho.
Escusado será dizer que estou profundamente emocionada.
Ando sempre a inventar coisas para fazer para não cair no tédio da indolência e da ansiedade. Até agora tem corrido bem, mas deve ser só porque só passaram dois dias.
Resta saber o que vou fazer no resto do tempo...
Coçar-me, provavelmente.
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Do Estabelecimento da Maternidade
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Queixume Gestacional #7
Hoje é um dia triste, a juntar aos dias tristes que ultimamente me têm calhado em sorte.
Hoje actua no Coliseu dos Recreios uma das minhas bandas favoritas, Nightwish, e não vou poder estar presente.
Tudo porque as andorinhas que organizaram o espectáculo não têm lugares sentados nem fazem excepções para quem está grávida até às orelhas, como diz o meu Ilustre Esposo.
E eu, coitadinha de mim, que pareço a Mãe Terra de tão grande que estou, com os meus cascos inchados a níveis elefânticos, não tenho condições de suportar duas ou três horas de concerto, mais o tempo de espera, mais as filas, mais os empurrões e o possível moche que possa haver, ainda para mais depois de um dia de trabalho em cima do pêlo.
E tenho pena, muita pena. Tenho a certeza que será um concerto incrível, absolutamente memorável e que deixará saudades, mais que não seja porque estes caramelos têm a mania de vir a Portugal de dez em dez anos.
Enfim, o que é a parentalidade senão um sem fim de sacrifícios em nome do bem estar dos rebentos?
(Se o puto me sair a ouvir música pop, vai haver barafunda, caralho!)
Hoje actua no Coliseu dos Recreios uma das minhas bandas favoritas, Nightwish, e não vou poder estar presente.
Tudo porque as andorinhas que organizaram o espectáculo não têm lugares sentados nem fazem excepções para quem está grávida até às orelhas, como diz o meu Ilustre Esposo.
E eu, coitadinha de mim, que pareço a Mãe Terra de tão grande que estou, com os meus cascos inchados a níveis elefânticos, não tenho condições de suportar duas ou três horas de concerto, mais o tempo de espera, mais as filas, mais os empurrões e o possível moche que possa haver, ainda para mais depois de um dia de trabalho em cima do pêlo.
E tenho pena, muita pena. Tenho a certeza que será um concerto incrível, absolutamente memorável e que deixará saudades, mais que não seja porque estes caramelos têm a mania de vir a Portugal de dez em dez anos.
Enfim, o que é a parentalidade senão um sem fim de sacrifícios em nome do bem estar dos rebentos?
(Se o puto me sair a ouvir música pop, vai haver barafunda, caralho!)
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Do Estabelecimento da Maternidade
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
Ai Sim?
Tenho a infelicidade de trabalhar num escritório em que o patronato, depois de ter, durante as férias, deixado crescer uma barbinha sinistra, com a mania que é hipster, a meio do dia, atira com os sapatos e as meias para um canto e anda de chanatas de praia, para trás e para a frente, todo contente porque é bué rebelde.
E você?
E você?
Miss You So Much
Ainda não me consegui habituar.
Já passou uma semana e tenho sempre a sensação de o estar a ver em toda a parte. Quando olho de novo, afinal, era só um saco tombado a um canto, uma sombra de um casaco, uma partida que o cérebro pregou.
Ainda o oiço a esgravatar a caixa da areia ou a arranhar o sofá e os tapetes. Só para depois perceber que é só o frigorífico a fazer um barulho qualquer ou a vizinha de cima a andar pela casa ou as obras do 4º andar.
Ainda estou à espera de o ver pendurado na banheira quando puxo a cortina do duche para o lado.
Ainda vou todos os dias espreitar debaixo das mesas, no assento das cadeiras, e acho sempre que o vejo lá deitado a dormir. Só para depois perceber que nem mesmo querendo o consigo ver de novo.
Não me consigo habituar.
Não consigo compreender o que se passou.
Não consigo.
Ainda não consigo.
Já passou uma semana e tenho sempre a sensação de o estar a ver em toda a parte. Quando olho de novo, afinal, era só um saco tombado a um canto, uma sombra de um casaco, uma partida que o cérebro pregou.
Ainda o oiço a esgravatar a caixa da areia ou a arranhar o sofá e os tapetes. Só para depois perceber que é só o frigorífico a fazer um barulho qualquer ou a vizinha de cima a andar pela casa ou as obras do 4º andar.
Ainda estou à espera de o ver pendurado na banheira quando puxo a cortina do duche para o lado.
Ainda vou todos os dias espreitar debaixo das mesas, no assento das cadeiras, e acho sempre que o vejo lá deitado a dormir. Só para depois perceber que nem mesmo querendo o consigo ver de novo.
Não me consigo habituar.
Não consigo compreender o que se passou.
Não consigo.
Ainda não consigo.
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Lado Contrário do Espelho
terça-feira, 6 de setembro de 2016
Nonsense Talking ... Nº Qualquer Coisa
(Depois de, à vontade, uns dez minutos a conversar, o cliente olha para mim, muito admirado)
- Ah, a Dra. está grávida?!
- Não, é um problema de gases.
- Oh... a sério?!
- Não, claro que não, homem! Estou grávida, sim!
- Ah, bem me parecia.
Um génio, este...
- Ah, a Dra. está grávida?!
- Não, é um problema de gases.
- Oh... a sério?!
- Não, claro que não, homem! Estou grávida, sim!
- Ah, bem me parecia.
Um génio, este...
Queixume Gestacional #6
A verdadeira merda toda desta situação é que, não obstante, continuo com uma fome de loba e só consigo desocupar a mente de coisas negras e tristes se pensar em queijadas.
Daquelas desta terra, que vêm embrulhadas em papel pintalgado.
Às vezes tão secas que parece que foram ao forno duas ou três vezes até ficarem tipo cortiça.
Daquelas que são cada vez mais pequenas e cada vez que se abre um pacotinho só apetece pegar nas putas das queijadas e pregar com elas nas ventas de quem as vendeu.
Queijadas da terra do demo, portanto.
Merda para mim.
Daquelas desta terra, que vêm embrulhadas em papel pintalgado.
Às vezes tão secas que parece que foram ao forno duas ou três vezes até ficarem tipo cortiça.
Daquelas que são cada vez mais pequenas e cada vez que se abre um pacotinho só apetece pegar nas putas das queijadas e pregar com elas nas ventas de quem as vendeu.
Queijadas da terra do demo, portanto.
Merda para mim.
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Do Estabelecimento da Maternidade
domingo, 4 de setembro de 2016
sábado, 3 de setembro de 2016
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
I Love You, Lenine
Entre todos os dias estranhos que já passei, nunca nada se assemelha aos dias de perda.
Perda.
Essa palavra estúpida, tão vaga e ao mesmo tempo tão tenebrosa, que aprendi a temer mais do que qualquer outra coisa, mais do que o fim da minha própria existência.
Perda.
Esse vazio avassalador, essa montanha russa de desespero e solidão. Essa porta negra que se abre e nunca mais se fecha.
Perda.
Ontem perdi um amigo. Um grande amigo. O melhor dos amigos. Estava destinado a ser também o melhor amigo do meu filho por nascer. Estava destinado a ser a nossa imagem de marca para toda a vida. Estava destinado a ser o dono da nossa casa para todo o sempre. Mas partiu antes de tempo, muito antes do tempo dele e muito, muito antes do que pudéssemos esperar. De repente veio a doença que não pudemos prever e, num ápice, veio a morte, que o envolveu no seu abraço, o tocou com as suas enormes asas e o levou, levou para longe, para longe de mim, para longe da casa que era dele, para longe de todos nós, que o amávamos como se fosse um igual.
Ontem perdi um familiar, dos mais próximos. Um familiar equivalente a pai, mãe, marido, filho, avós que já não tenho, irmãos que nunca tive. Perdi o primeiro fruto de amor, construído por mim e por Ele, a primeira pedra do nosso lar. Perdi aquele que estava destinado a ser a primeira companhia da outra parte de nós que está a chegar. Desculpa, Filho, que te privei do conforto, do carinho e do calor do nosso felpudo, que te teria adorado e teria adorado mordiscar-te os pés, acordar-te cedo para brincar ou enfiar-te o nariz húmido no ouvido logo pela fresca.
Ontem perdi uma parte de mim. E agora só resta vazio e solidão onde ele um dia esteve. Vagueio pela casa à sua procura, tão grande sem a sua presença pequenina, só encontro restos onde ele tocou, onde ele brincou e onde um dia dormiu sossegadamente. Ele esteve aqui e agora partiu. Foi-se. Foi-se embora para sempre, para um lugar muito, muito longe, para um sítio para o qual não o posso acompanhar, onde não o voltarei a ver. Foi descansar longe da sua casa, longe dos sítios que sempre conheceu, longe de mim. Longe de mim.
Ontem pedi ajuda. Olhei para cima e pedi ajuda, pela primeira vez em muitos anos. Um sinal, pensei, um milagre, um só milagre e eu converto-me, passo a seguir e a adorar quem quer que me esteja a ouvir. Por favor. Mas ninguém ouviu. Ninguém quis saber. Ninguém veio em meu auxílio, nem meu nem dele, que se finou com todo o peso do sofrimento do mundo nas suas costas pequeninas. Ninguém veio porque não havia ninguém para vir. E eu, que quis acreditar, por um minuto, um segundo que fosse que havia compaixão e amor no universo e que tudo o que a racionalidade me diz seria tudo mentira, fui enganada e deixada à minha sorte. Bem aventurados os que têm fé, porque nunca estão verdadeiramente sozinhos, têm sempre a esperança consigo.
Ontem perdi-me. Perdi-o. Para sempre. E eu, que já sofri tantas perdas, a quem já foram roubadas tantas presenças importantes, que assisti ao sofrer e definhar de tantas pessoas boas e de uma riqueza extraordinária que preencheram a minha vida de uma forma única, nunca me senti tão derrotada, tão devastada, tão sozinha, tão impotente e tão miserável como hoje.
Hoje. Hoje a vida parece continuar. Aparentemente, apenas. Para mim, parece que parei no tempo, num tempo negro, fundo, insondável, incerto, interminável, onde algures, no fim dessa estrada, está ele e a sua presença que já não posso sentir, apenas recordar.
Adeus, meu amor pequenino.
Adeus, Lenine.
Perda.
Essa palavra estúpida, tão vaga e ao mesmo tempo tão tenebrosa, que aprendi a temer mais do que qualquer outra coisa, mais do que o fim da minha própria existência.
Perda.
Esse vazio avassalador, essa montanha russa de desespero e solidão. Essa porta negra que se abre e nunca mais se fecha.
Perda.
Ontem perdi um amigo. Um grande amigo. O melhor dos amigos. Estava destinado a ser também o melhor amigo do meu filho por nascer. Estava destinado a ser a nossa imagem de marca para toda a vida. Estava destinado a ser o dono da nossa casa para todo o sempre. Mas partiu antes de tempo, muito antes do tempo dele e muito, muito antes do que pudéssemos esperar. De repente veio a doença que não pudemos prever e, num ápice, veio a morte, que o envolveu no seu abraço, o tocou com as suas enormes asas e o levou, levou para longe, para longe de mim, para longe da casa que era dele, para longe de todos nós, que o amávamos como se fosse um igual.
Ontem perdi um familiar, dos mais próximos. Um familiar equivalente a pai, mãe, marido, filho, avós que já não tenho, irmãos que nunca tive. Perdi o primeiro fruto de amor, construído por mim e por Ele, a primeira pedra do nosso lar. Perdi aquele que estava destinado a ser a primeira companhia da outra parte de nós que está a chegar. Desculpa, Filho, que te privei do conforto, do carinho e do calor do nosso felpudo, que te teria adorado e teria adorado mordiscar-te os pés, acordar-te cedo para brincar ou enfiar-te o nariz húmido no ouvido logo pela fresca.
Ontem perdi uma parte de mim. E agora só resta vazio e solidão onde ele um dia esteve. Vagueio pela casa à sua procura, tão grande sem a sua presença pequenina, só encontro restos onde ele tocou, onde ele brincou e onde um dia dormiu sossegadamente. Ele esteve aqui e agora partiu. Foi-se. Foi-se embora para sempre, para um lugar muito, muito longe, para um sítio para o qual não o posso acompanhar, onde não o voltarei a ver. Foi descansar longe da sua casa, longe dos sítios que sempre conheceu, longe de mim. Longe de mim.
Ontem pedi ajuda. Olhei para cima e pedi ajuda, pela primeira vez em muitos anos. Um sinal, pensei, um milagre, um só milagre e eu converto-me, passo a seguir e a adorar quem quer que me esteja a ouvir. Por favor. Mas ninguém ouviu. Ninguém quis saber. Ninguém veio em meu auxílio, nem meu nem dele, que se finou com todo o peso do sofrimento do mundo nas suas costas pequeninas. Ninguém veio porque não havia ninguém para vir. E eu, que quis acreditar, por um minuto, um segundo que fosse que havia compaixão e amor no universo e que tudo o que a racionalidade me diz seria tudo mentira, fui enganada e deixada à minha sorte. Bem aventurados os que têm fé, porque nunca estão verdadeiramente sozinhos, têm sempre a esperança consigo.
Ontem perdi-me. Perdi-o. Para sempre. E eu, que já sofri tantas perdas, a quem já foram roubadas tantas presenças importantes, que assisti ao sofrer e definhar de tantas pessoas boas e de uma riqueza extraordinária que preencheram a minha vida de uma forma única, nunca me senti tão derrotada, tão devastada, tão sozinha, tão impotente e tão miserável como hoje.
Hoje. Hoje a vida parece continuar. Aparentemente, apenas. Para mim, parece que parei no tempo, num tempo negro, fundo, insondável, incerto, interminável, onde algures, no fim dessa estrada, está ele e a sua presença que já não posso sentir, apenas recordar.
Adeus, meu amor pequenino.
Adeus, Lenine.
quarta-feira, 31 de agosto de 2016
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
Cinema Nº ... Coiso
Sem nada de extraordinário no argumento, ganha pelas excelentes interpretações, em especial a da Jonah Hill, que é um actor de mão cheia.
Muito bom!
Muito bom!
segunda-feira, 22 de agosto de 2016
quarta-feira, 10 de agosto de 2016
Agosto, esse Mês de Facturação Intensa
Tão intenso e trabalhoso que o normal é ir à cozinha lanchar (leia-se, enfardar meia melancia) e, olhando lá para fora, para o jardim, ver o patronato a trepar o muro para ir comer as amoras pretas do topo do silvado. E o raio da fixação pelas amoras... Quando é que chega a caganeira, para me poder rir?
Contra isto, meus amores, batatinhas.
Contra isto, meus amores, batatinhas.
Salty as Fuck #12
Entretanto, nesta bela comarca de gente completa e absolutamente demente:
- Resolvem deixar as janelas todas abertas durante o dia de maneira a que a casa, que até costumava padecer de ser fria no verão, está tão quente que podia fritar um ovo em cima de cada secretária. Não tive outro remédio senão ir comprar uma ventoinha para evitar entrar em combustão espontânea, e agora somos muito felizes juntas, ora topem lá;
- A nossa administrativa, coitadinha, é muito boa moça, mas não podia ser mais daqui, não sei se será do ar da serra se das quantidades industriais de queijadas que terá consumido em tenra infância, dá-lhe uma travadinha de vez em quando e tem de sair porta fora a correr para ir resolver um assunto qualquer, maneiras que andamos sempre à procura dela por todos lados sem nunca a encontrar, o que é sempre bom;
- Aquela avestruz idiota a que tive um dia a infeliz ideia de chamar patrono rendeu-se aos encantos da silly season e anda pelo escritório fora, depois de uma manhã a surfar (sim, é verifico), de calções, t-shirt e chanatas, com a barba por fazer e cheio de sal no cabelo, tanto e de tal maneira que pensei que fosse um drogado a pedir esmola para a dose e já tinha tirado uma moeda da carteira para lhe dar e tudo, vejam só;
- Não contente em parecer um mitra pedinte, ainda foi inspecionar o jardim e descobriu uma silva cheia de amoras. Uma pessoa normal e avisada não teria feito mais nada senão admirar a beleza das bagas e ido à sua vida, mas aquela avantesma não. Não, não senhor. Vá de comê-las, como é bom de ver. Amoras. Selvagens. Não lavadas. QUENTES do sol. Obviamente quando (reparem que empreguei o quando e não se) apanhar a caganeira da vida, não me vou coibir de rir a bandeiras despregadas;
- Ainda não descobriram (apesar de aprovarem o mapa de férias de toda a gente, atenção) que ainda me faltam dois dias de férias e que estão encostados ao feriado da próxima semana. Também não sou eu que os vou recordar de semelhante facto, com toda a certeza. Aproxima-se barafunda...
Enfim, espuma dos dias em terras do demónio.
Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve
Não me recordo de me ter custado tanto terminar um livro como este.
provavelmente só demonstra que sou demasiado estúpida e que não percebo a maior parte da subtiliza do humor.
Provavelmente.
Achei isto tão enfadonho e tão mortiço, só raras vezes tendo genuína piada que arranjei todos os pretextos e mais alguns para protelar o fim da leitura.
Not quite my cup of tea.
provavelmente só demonstra que sou demasiado estúpida e que não percebo a maior parte da subtiliza do humor.
Provavelmente.
Achei isto tão enfadonho e tão mortiço, só raras vezes tendo genuína piada que arranjei todos os pretextos e mais alguns para protelar o fim da leitura.
Not quite my cup of tea.
Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve
Já tinha saudades de ler Gregory, do estilo da escrita, da forma como constrói a narrativa, dos pormenores históricos riquíssimos, da forma imprevisível que arranja sempre para terminar a obra.
Venha o próximo, que a curiosidade já mata.
P.S. - Só depois de acabar este livro é que percebi que é, afinal, um que incorpora uma série e que já tinha lido, inclusivamente, o primeiro volume da saga (podia dizer que é das hormonas, mas não vale a pena inventar, porque é mentira, sempre fui estúpida). O que só abona em favor da autora, que soube passar por cima das convenções de escrever um romance juvenil (bela merda) e retomar a sua escrita inteligente.
Venha o próximo, que a curiosidade já mata.
P.S. - Só depois de acabar este livro é que percebi que é, afinal, um que incorpora uma série e que já tinha lido, inclusivamente, o primeiro volume da saga (podia dizer que é das hormonas, mas não vale a pena inventar, porque é mentira, sempre fui estúpida). O que só abona em favor da autora, que soube passar por cima das convenções de escrever um romance juvenil (bela merda) e retomar a sua escrita inteligente.
Cinema Nº ... Coiso
Não terá sido das melhores comédias a que assisti, mas não está mal de todo.
O elenco, exceptuando a Anna
Kendrick, é fraquinho que mete dó, as piadas muito sequinhas e o final muito previsível.
Razoável, vá.
O elenco, exceptuando a Anna
Kendrick, é fraquinho que mete dó, as piadas muito sequinhas e o final muito previsível.
Razoável, vá.
Estou de Volta
Por ora.
Daqui a pouco já me vou embora outra vez.
Mas enquanto não há mais nada que fazer, trabalha-se um bocadinho. Ou finge-se que se trabalha, que acaba por ir dar ao mesmo, tendo em conta a silly season que se atravessa.
E está um calor da porra, já agora.
Daqui a pouco já me vou embora outra vez.
Mas enquanto não há mais nada que fazer, trabalha-se um bocadinho. Ou finge-se que se trabalha, que acaba por ir dar ao mesmo, tendo em conta a silly season que se atravessa.
E está um calor da porra, já agora.
sexta-feira, 15 de julho de 2016
Queixume Gestacional # FODA-SE
Chegou o dia.
Sabia-o próximo.
Sabia-o mais que provável.
Sabia-o inevitável.
Não me consigo, no entanto, habituar tão rapidamente à ideia como gostaria.
Faço um esforço e não me sai nada.
Faço um apelo a todas as minhas forças - afinal, haverão coisas piores a caminho!
Faço, juro que faço.
Mas é difícil. Tão difícil...
Não consigo apertar a toga.
Sabia-o próximo.
Sabia-o mais que provável.
Sabia-o inevitável.
Não me consigo, no entanto, habituar tão rapidamente à ideia como gostaria.
Faço um esforço e não me sai nada.
Faço um apelo a todas as minhas forças - afinal, haverão coisas piores a caminho!
Faço, juro que faço.
Mas é difícil. Tão difícil...
Não consigo apertar a toga.
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Do Estabelecimento da Maternidade
Seis anos passados e voltamos sempre ao mesmo.
A mesma conversa.
O mesmo queixume.
As mesmas porras estúpidas sempre a acontecerem.
Este foi o caminho que eu escolhi, é o que digo constantemente a mim própria, um mantra pegajoso que me leva a compreender os perigos dos caminhos da auto-comiseração.
Eu escolhi este caminho. Eu escolhi este lugar. O que equivale a dizer, eu escolhi ficar.
E escolhi mal. Vejo isso agora, assim como vi há um ano atrás, ou dois, ou quatro, ou mesmo há seis.
E a minha vida, pelo menos a profissional, acaba por ser um reviver intenso de umas quantas músicas do Tony Carreira - quão triste pode ser um fenómeno destes?!
A vida que eu escolhi - não sei se é ou não um título de uma canção deste senhor, mas já ouvi esta frase algures e tenho a certeza que é dele. Tradução: mama e não chores, que é para aprenderes a não fazer escolhas de merda.
O mesmo de sempre - repetição da tradução supra. Não vale a pena dizer mais nada.
Ai destino, ai destino - se bem que não é destino porra nenhuma, já que tive a oportunidade e a deixei passar completamente ao lado. Agora, mais uma vez aguenta sem chorar que é para não seres ursa.
E outras tantas músicas deste afamado senhor que deverão descrever a minha vida como nenhum outro o conseguiu fazer porque, vejamos, é a minha vida e não lhe faltava mais nada senão isto.
Tudo isto porque vou de férias e não tinha nada que ir.
Isto é verídico.
A mesma conversa.
O mesmo queixume.
As mesmas porras estúpidas sempre a acontecerem.
Este foi o caminho que eu escolhi, é o que digo constantemente a mim própria, um mantra pegajoso que me leva a compreender os perigos dos caminhos da auto-comiseração.
Eu escolhi este caminho. Eu escolhi este lugar. O que equivale a dizer, eu escolhi ficar.
E escolhi mal. Vejo isso agora, assim como vi há um ano atrás, ou dois, ou quatro, ou mesmo há seis.
E a minha vida, pelo menos a profissional, acaba por ser um reviver intenso de umas quantas músicas do Tony Carreira - quão triste pode ser um fenómeno destes?!
A vida que eu escolhi - não sei se é ou não um título de uma canção deste senhor, mas já ouvi esta frase algures e tenho a certeza que é dele. Tradução: mama e não chores, que é para aprenderes a não fazer escolhas de merda.
O mesmo de sempre - repetição da tradução supra. Não vale a pena dizer mais nada.
Ai destino, ai destino - se bem que não é destino porra nenhuma, já que tive a oportunidade e a deixei passar completamente ao lado. Agora, mais uma vez aguenta sem chorar que é para não seres ursa.
E outras tantas músicas deste afamado senhor que deverão descrever a minha vida como nenhum outro o conseguiu fazer porque, vejamos, é a minha vida e não lhe faltava mais nada senão isto.
Tudo isto porque vou de férias e não tinha nada que ir.
Isto é verídico.
quinta-feira, 14 de julho de 2016
Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve
Já tinha algumas saudades do 'meu' caríssimo Simon Scarrow.
Como sempre, escrita fluída e límpida, capacidade de descrição no auge, enredo bem esquematizado e deveras intrigante. Continuo a preferir os livros mais recentes, em que todas estas qualidades estão elevadas ao seu expoente máximo mas, como já referi antes, é sempre bom ler a própria evolução de um autor.
Muito bom.
Como sempre, escrita fluída e límpida, capacidade de descrição no auge, enredo bem esquematizado e deveras intrigante. Continuo a preferir os livros mais recentes, em que todas estas qualidades estão elevadas ao seu expoente máximo mas, como já referi antes, é sempre bom ler a própria evolução de um autor.
Muito bom.
terça-feira, 12 de julho de 2016
Queixume Gestacional #4
Nunca.
Mais.
Consumo.
Açúcar.
Na.
Minha.
Vida.
Sim, fui fazer o teste de curva glicémica.
Sim, juro que nunca mais como merdas doces.
Nunca.
Mais.
Mais.
Consumo.
Açúcar.
Na.
Minha.
Vida.
Sim, fui fazer o teste de curva glicémica.
Sim, juro que nunca mais como merdas doces.
Nunca.
Mais.
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Do Estabelecimento da Maternidade
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Campeões, Caralho!
E eu, patriota muito fraquinha, que não acreditei que pudessem chegar tão longe nem que fossem ganhar alguma coisa, chorei como uma criança nos últimos dois minutos, quando o árbitro deu o apito final, quando o nome de Portugal foi gravado na taça e quando o capitão levantou o caneco na tribuna, com toda a gente aos saltos, numa imagem que irá durar para sempre.
quinta-feira, 7 de julho de 2016
Queixume Gestacional #3
Depois de 3 meses a vomitar as tripas, eis que chega a fase da fome de loba.
Comer.
Comer.
Comer.
E depois ficar enjoada como uma pescada e ficar horas em poder ver comida.
Para depois voltar tudo ao mesmo.
No fim, já devo ter mais 30kg.
Merda para mim.
Comer.
Comer.
Comer.
E depois ficar enjoada como uma pescada e ficar horas em poder ver comida.
Para depois voltar tudo ao mesmo.
No fim, já devo ter mais 30kg.
Merda para mim.
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Do Estabelecimento da Maternidade
terça-feira, 5 de julho de 2016
Um Coiso Qualquer
Dou por mim muitas vezes a pensar porque razão não me dão ouvidos mais vezes.
Não que tenha sempre razão.
Não que a queira ter.
Não que seja ponto de honra que as pessoas me oiçam e sigam aquilo que digo sem questionar e sem pestanejar.
Nada disso. Até porque já discorri longamente sobre esta temática.
Apenas me irrita sobremaneira quando aquilo que avisei acaba por acontecer.
E fica tudo com cara de cu, a olhar para o ar, como se o acontecimento fosse de uma estranheza igual a um elefante a conduzir um camião TIR em plena autoestrada.
Mas não estava na cara?
Mas não era obvio?
Mas era preciso ter uma inteligência acima da média para perceber?
Ora foda-se mais a isto.
Nem sei para que me ralo.
Querem foder-se para aí todos? Força!
Querem acreditar nas alminhas boas que existem? Óptimo!
Querem cair na mesma esparrela de sempre? Olha ca bom.
See if I care.
sexta-feira, 1 de julho de 2016
Queixume Gestacional #2
Tirando os três primeiros meses um pouco nauseados, não me tenho podido queixar muito das mazelas que minha nova condição me reserva.
Porém, há bem pouco tempo, a nova condição apercebeu-se que tenho pés e tornozelos e não achou bem; deve achar pouco estético, se calhar pouco higiénico ou simplesmente inútil.
Maneiras que resolve atacá-los como se não houvesse amanhã.
Maneiras que deixei de ter pés e tornozelos, agora tenho trambolhos.
Maneiras que agora sou praticamente uma idosa e tenho um banquinho debaixo da secretária (que mais não é que o troley dos julgamentos, deitado) para colocar os pés, em permanência.
Maneiras que a minha posição para ver televisão passou a ser sentada no sofá com as perninhas esticadas sobre uma almofada, em cima da mesa de apoio.
Maneiras que tenho algum pudor em usar calcas justas ou leggings porque os meus trambolhos vêem-se à distância e não há ninguém, mas ninguém mesmo que, vendo o meu estado interessante, não me venha a correr guinchar aos ouvidos "Tás tão inchada, filha". (eu sei, seus cabrões, eu sei!)
Maneiras que é isto.
Porém, há bem pouco tempo, a nova condição apercebeu-se que tenho pés e tornozelos e não achou bem; deve achar pouco estético, se calhar pouco higiénico ou simplesmente inútil.
Maneiras que resolve atacá-los como se não houvesse amanhã.
Maneiras que deixei de ter pés e tornozelos, agora tenho trambolhos.
Maneiras que agora sou praticamente uma idosa e tenho um banquinho debaixo da secretária (que mais não é que o troley dos julgamentos, deitado) para colocar os pés, em permanência.
Maneiras que a minha posição para ver televisão passou a ser sentada no sofá com as perninhas esticadas sobre uma almofada, em cima da mesa de apoio.
Maneiras que tenho algum pudor em usar calcas justas ou leggings porque os meus trambolhos vêem-se à distância e não há ninguém, mas ninguém mesmo que, vendo o meu estado interessante, não me venha a correr guinchar aos ouvidos "Tás tão inchada, filha". (eu sei, seus cabrões, eu sei!)
Maneiras que é isto.
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Do Estabelecimento da Maternidade
segunda-feira, 27 de junho de 2016
Bye, Game of Thrones!
Parece que ainda agora começou... passou num instante.
Pessoalmente, esta deve ter sido das melhores temporadas da série. Tanto pelo facto finalmente se poder ver para onde segue a história, tanto também (e, confesso, esta é a melhor parte, pelo menos para mim) pelo facto de não haver aldrabices e a história simplesmente seguir uma linha contínua sem estupidez à mistura.
Daquilo que li sobre este último episódio (sim, eu vou propositadamente à procura de spoilers) vai ser bom. Muito bom.
O problema será, como sempre, a longa espera de 10 meses que ainda teremos até à próxima temporada.
Já quanto ao ilustre (not) George R.R. Martin, que está desde 2011 a embarretar os seus fãs ao transmitir-lhes que está a escrever o próximo livro, espero que vá levar bem no meio do olho do seu gigante traseiro. Quem me dera poder fazer uma promessa solene em como nunca mais leria mais nada dele nem nunca iria ler mais nenhum livro da saga A Song of Ice and Fire, que era o que o nojento merecia, mas não vale a pena; já se sabe que não vou cumprir, não é verdade?
Amostra de Gato - XXX
E depois há esta miséria que, vingando-se de ter estado um fim-de-semana sozinho, resolve alapar o seu peludo cu no lavatório, logo pela manhã, quando uma pessoa precisa desesperadamente de se despachar...
Da Passeata
Pois que estive em Serralves e achei um piadão.
As exposições são magníficas e o espaço exterior é qualquer coisa de extraordinário.
Vale muito a pena.
Apetece-me Grandemente Ser Porca 55
Tenho para mim, mas mesmo só para mim, que não são coisas que se andam aí pela rua fora a badalar, e eu que até gosto de ingleses e até gosto de badalar, que a 'resposta' popular a este referendo não é mais do que um resquício de desculpa para justificar o xenofobismo e chauvinismo que, lamento, mas estes caros amigos sempre tiveram um bocadinho, contra quem acham que não deve estar na terra deles.
Mas isso sou só eu, claro.
Mas isso sou só eu, claro.
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Comentário Jurídico da Latrina,
Posição Doutrinária
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve
Este deve ter sido o livro com a história mais triste que tive oportunidade de ler.
Não me recordo de ficar tão angustiada com a miséria, tristeza e sofrimento de personagens como as de Esteiros. Talvez Levantado do Chão tenha tido um efeito semelhante, mas aí, que me perdoem, o génio de Saramago colmata qualquer miséria.
Não é o caso deste; a miséria é mesmo real e está à porta de qualquer um.
Depois ainda estranham que seja de esquerda...
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Queixume Gestacional #1
A primeira coisa que fiz quando descobri que carregava uma nova vida na minha pança foi deixar de fumar.
E por acaso, nos primeiros tempos, e para minha própria surpresa, foi coisa que não me custou nada; de um dia para o outro, a bolsa do tabaco foi arrumada numa gaveta, juntamente com os 257895 isqueiros e nunca mais pensei no assunto. O que, para quem fuma há 15 anos, foi um feito e tanto.
Claro que nessa altura passava meio dia com a cabeça enfiada na pia a vomitar todo o conteúdo do estomago até ao sangramento, sendo que a outra metade era passada enjoada como uma pescada, evitando até beber porque até a porra da água me dava vómitos. Portanto, pensar em fumar não estava nos meus planos mais próximos.
E nisto entrei no 2º trimestre. Deixei de ter vómitos, deixei de ter enjoos, deixei de parecer uma bulímica em fase aguda. E continuei a deixar os cigarros de lado.
Porém, sinto a falta do tabaco como se não houvesse amanhã.
Quando ninguém está a ver, ganhei o hábito de esgueirar-me para as salas dos meus colegas fumadores e enfiar o nariz nos maços de tabaco que guardam nas gavetas ou deixam em cima das mesas, inalando profundamente aquele aroma divino, matando, com o nariz, as saudades dos tempos em que me armava em chaminé da siderurgia.
Nunca mais acendi um cigarro. Nunca mais dei uma passinha que fosse.
E, porra, tenho tantas saudades.
Há uma avestruz aqui no escritório que teima comigo que eu devia fumar porque assim passo a vida ansiosa e isso passa para o puto. Ainda me explicarão convenientemente esta teoria... Não fumo na mesma. O meu guilty pleasure passa agora por cheirar ao longe, muito ao longe, o fumo que os outros expelem. Whatever.
Porém, nunca o tabaco me fez tanta falta como quando tenho picos de trabalho e preciso severamente de me concentrar.
Por exemplo, agora; tenho uma merda dum recurso para acabar, chato, enfadonho, difícil, sem fundamento.
A inspiração não vem. Antes, ia lá fora, fumava dois ou três cigarros e quando me voltava a sentar, em frente ao computador, sabia mais ou menos o que escrever.
Agora, levanto-me e vou lá fora na mesma, mas dou três voltas ao jardim e volto para dentro, frustrada e completamente vazia de novos pensamentos jurídicos.
Moral da história: ainda surgirá uma nova teoria médica em que, para além de associarem o tabaco a uma data de malefícios para a saúde, ainda o vão relacionar com uma inteligência maior e descoberta de novas invenções ou qualquer porra que o valha.
Podem crer.
E por acaso, nos primeiros tempos, e para minha própria surpresa, foi coisa que não me custou nada; de um dia para o outro, a bolsa do tabaco foi arrumada numa gaveta, juntamente com os 257895 isqueiros e nunca mais pensei no assunto. O que, para quem fuma há 15 anos, foi um feito e tanto.
Claro que nessa altura passava meio dia com a cabeça enfiada na pia a vomitar todo o conteúdo do estomago até ao sangramento, sendo que a outra metade era passada enjoada como uma pescada, evitando até beber porque até a porra da água me dava vómitos. Portanto, pensar em fumar não estava nos meus planos mais próximos.
E nisto entrei no 2º trimestre. Deixei de ter vómitos, deixei de ter enjoos, deixei de parecer uma bulímica em fase aguda. E continuei a deixar os cigarros de lado.
Porém, sinto a falta do tabaco como se não houvesse amanhã.
Quando ninguém está a ver, ganhei o hábito de esgueirar-me para as salas dos meus colegas fumadores e enfiar o nariz nos maços de tabaco que guardam nas gavetas ou deixam em cima das mesas, inalando profundamente aquele aroma divino, matando, com o nariz, as saudades dos tempos em que me armava em chaminé da siderurgia.
Nunca mais acendi um cigarro. Nunca mais dei uma passinha que fosse.
E, porra, tenho tantas saudades.
Há uma avestruz aqui no escritório que teima comigo que eu devia fumar porque assim passo a vida ansiosa e isso passa para o puto. Ainda me explicarão convenientemente esta teoria... Não fumo na mesma. O meu guilty pleasure passa agora por cheirar ao longe, muito ao longe, o fumo que os outros expelem. Whatever.
Porém, nunca o tabaco me fez tanta falta como quando tenho picos de trabalho e preciso severamente de me concentrar.
Por exemplo, agora; tenho uma merda dum recurso para acabar, chato, enfadonho, difícil, sem fundamento.
A inspiração não vem. Antes, ia lá fora, fumava dois ou três cigarros e quando me voltava a sentar, em frente ao computador, sabia mais ou menos o que escrever.
Agora, levanto-me e vou lá fora na mesma, mas dou três voltas ao jardim e volto para dentro, frustrada e completamente vazia de novos pensamentos jurídicos.
Moral da história: ainda surgirá uma nova teoria médica em que, para além de associarem o tabaco a uma data de malefícios para a saúde, ainda o vão relacionar com uma inteligência maior e descoberta de novas invenções ou qualquer porra que o valha.
Podem crer.
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Do Estabelecimento da Maternidade
Até Metem Nojo
Chamam àquilo jogar?!
Foda-se, vão-se lavar por baixo!!!
Deviam ter perdido; era de maneira que se acabavam logo as peneiras.
Foda-se, vão-se lavar por baixo!!!
Deviam ter perdido; era de maneira que se acabavam logo as peneiras.
Cinema Nº ... Coiso
Não costumo desgostar dos filmes que este senhor faz. Normalmente são profundos e têm sempre uma ideia original a suster a coisa.
Não é o caso deste.
Não que as cenas de foda não estejam boas, que estão, e bem realizadas e tudo mais
; mas a história subjacente é fraquinha e assaz insípida, o que faz com que o filmes seja, afinal, um filme pornográfico como tantos outros só que realizado por um gajo francês e sobejamente conhecido.
O que é uma pena.
Não é o caso deste.
Não que as cenas de foda não estejam boas, que estão, e bem realizadas e tudo mais
; mas a história subjacente é fraquinha e assaz insípida, o que faz com que o filmes seja, afinal, um filme pornográfico como tantos outros só que realizado por um gajo francês e sobejamente conhecido.
O que é uma pena.
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Nonsense talking Nº ... Qualquer Coisa
- Sr. Y, não se esqueça que amanhã é o dia do julgamento. Esteja lá a horas para falarmos um pouco antes, está bem?
- Sim, Dra. Fique descansada.
(no dia seguinte:)
- Estou, Dra.? Já estou aqui.
- Aqui, onde?
- Na esquadra.
- Na esquadra?!
- Sim, então hoje não é o dia do julgamento?
- Mas o julgamento não é na esquadra, Sr. Y!
- Ai não? Então é onde?
- No tribunal, Sr. Y.
- Aaaaaaahhhh. Está bem, então vou lá ter, Dra.
- Sim, Dra. Fique descansada.
(no dia seguinte:)
- Estou, Dra.? Já estou aqui.
- Aqui, onde?
- Na esquadra.
- Na esquadra?!
- Sim, então hoje não é o dia do julgamento?
- Mas o julgamento não é na esquadra, Sr. Y!
- Ai não? Então é onde?
- No tribunal, Sr. Y.
- Aaaaaaahhhh. Está bem, então vou lá ter, Dra.
Nonsense Talking Nº ... Qualquer Coisa
(conversa via SMS com cliente)
- Sr. Y, envie-me por favor nome e morada completa da testemunha.
- Vou já mandar, Dra.
(envia o nome mas a morada está incompleta)
- Sr. Y., falta o código postal.
- Meu ou dele?
- Sr. Y, envie-me por favor nome e morada completa da testemunha.
- Vou já mandar, Dra.
(envia o nome mas a morada está incompleta)
- Sr. Y., falta o código postal.
- Meu ou dele?
quarta-feira, 15 de junho de 2016
Informação Dramática
Daqui a um mísero mês, devo já estar de férias.
E o resto, interessa muito pouco.
E o resto, interessa muito pouco.
Qualquer Semelhança com a Realidade é Pura Coincidência - parte 52º
Mesmo assim à bruta.
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Teorias do Homicídio Qualificado
quinta-feira, 9 de junho de 2016
Queixume do Fim-de-Semana Prolongado
Não haverá com certeza sentimento mais português do que andar aos pulinhos pela casa fora, todos contentinhos e alegres, só porque amanhã é feriado.
E se é feriado, não se trabalha.
E se não se trabalha, vai tudo a correr esticar-se ao sol.
E se vai tudo a correr esticar-se ao sol, normalmente vão todos abancar na Margem Sul.
E se vão todos abancar para a Margem Sul, significa que, para aqueles que lá vivem, é deveras chato e ninguém lá pode estar.
E é muito aborrecido. É uma merda, vá.
Toda a gente às cotoveladas uns aos outros, nas filas para os gelados, nas filas para as bebidas, nas filas do trânsito, e nas filas para a casa-de-banho. Mais os putos a berrar, mais os animais a jogar à bola, mais uns idiotas a correr entre toalhas que atiram areia para cima de toda a gente, mais aqueles que levam aqueles cãezinhos minúsculos para a praia, mais todo o santo povo no mesmo sítio ao mesmo tempo.
Vão para o caralho, foda-se.
Tomara que chova.
E se é feriado, não se trabalha.
E se não se trabalha, vai tudo a correr esticar-se ao sol.
E se vai tudo a correr esticar-se ao sol, normalmente vão todos abancar na Margem Sul.
E se vão todos abancar para a Margem Sul, significa que, para aqueles que lá vivem, é deveras chato e ninguém lá pode estar.
E é muito aborrecido. É uma merda, vá.
Toda a gente às cotoveladas uns aos outros, nas filas para os gelados, nas filas para as bebidas, nas filas do trânsito, e nas filas para a casa-de-banho. Mais os putos a berrar, mais os animais a jogar à bola, mais uns idiotas a correr entre toalhas que atiram areia para cima de toda a gente, mais aqueles que levam aqueles cãezinhos minúsculos para a praia, mais todo o santo povo no mesmo sítio ao mesmo tempo.
Vão para o caralho, foda-se.
Tomara que chova.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
Ao Vivo e a Cores
E agora, para algo completamente diferente, um momento de verdadeira felicidade.
Não que seja meu hábito pespegar aqui as minhas trombas, até porque não desejo de forma alguma ser processada por gente que ganhou glaucomas à minha custa, mas este é um episódio particularmente especial.
Este senhor enorme que insiste em rodear-me com o seu bracinho é Simon Scarrow.
Simon Scarrow é autor de vários livros que já tive o privilégio de ler (e mandar bitaites a seguir aqui, como é meu apanágio) e um dos melhores autores da actualidade no que toca ao romance histórico, pelo que obviamente que não poderia perder a oportunidade de lhe pedir um ou dois autógrafos (pedi 3, na realidade).
Não é senhor de grandes falas (ou é muito tímido ou incrivelmente mal educado), mas é simpático o bastante para deixar-se fotografar ao lado de uma idiota com o sorriso mais estúpido alguma vez visto.
Têm de me perdoar; para além das hormonas que abundam no meu corpo e que operam as mais diversas transformações no meu cérebro já de si desguarnecido, não é todos os dias que se conhece um escritor predilecto.
Não que seja meu hábito pespegar aqui as minhas trombas, até porque não desejo de forma alguma ser processada por gente que ganhou glaucomas à minha custa, mas este é um episódio particularmente especial.
Este senhor enorme que insiste em rodear-me com o seu bracinho é Simon Scarrow.
Simon Scarrow é autor de vários livros que já tive o privilégio de ler (e mandar bitaites a seguir aqui, como é meu apanágio) e um dos melhores autores da actualidade no que toca ao romance histórico, pelo que obviamente que não poderia perder a oportunidade de lhe pedir um ou dois autógrafos (pedi 3, na realidade).
Não é senhor de grandes falas (ou é muito tímido ou incrivelmente mal educado), mas é simpático o bastante para deixar-se fotografar ao lado de uma idiota com o sorriso mais estúpido alguma vez visto.
Têm de me perdoar; para além das hormonas que abundam no meu corpo e que operam as mais diversas transformações no meu cérebro já de si desguarnecido, não é todos os dias que se conhece um escritor predilecto.
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Comentário Jurídico da Latrina
Touch Da Fishy
Lá está, para inimputável só me falta mesmo a sentença...
Qualquer Semelhança com a Realidade é Pura Coincidência - parte 50º
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Teorias do Homicídio Qualificado
Mais do Mesmo
A parte boa de ver "Game of Thrones" nesta temporada é que como não há livros onde basear a série, basicamente não há nada que aldrabar, visto que está tudo por fazer e tudo por dizer.
O que para mim é óptimo, diga-se.
Era deveras chato para a minha pessoa estar constantemente a espumar da boca ao ver todas as alarvidades que inventavam e todas as barbaridades que faziam acontecer sem o mínimo de adesão à realidade descrita na obra.
Assim é muito mais fácil e, diga-se, muito mais aliciante; o que antes era só uma adaptação de uma obra extraordinária tornou-se agora uma série quase extraordinária em si.
Nada mau.
Nada mau, mesmo
O que para mim é óptimo, diga-se.
Era deveras chato para a minha pessoa estar constantemente a espumar da boca ao ver todas as alarvidades que inventavam e todas as barbaridades que faziam acontecer sem o mínimo de adesão à realidade descrita na obra.
Assim é muito mais fácil e, diga-se, muito mais aliciante; o que antes era só uma adaptação de uma obra extraordinária tornou-se agora uma série quase extraordinária em si.
Nada mau.
Nada mau, mesmo
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Piadas de Propriedade Privada,
Posição Doutrinária
O Sr. Presidente
Entretanto, o Ti Marcelo, todo contente por ser finalmente Presidente da República (e, porra, há muito tempo que não via uma pessoa tão feliz por ocupar um cargo público) já começou a fazer das suas.
Ai e tal tenho dúvidas sobre as barrigas de aluguer.
Exacto, ponham um padreca a decidir sobre estas coisas, ponham e quando deram por isso estamos de volta aos tempos em que a interrupção voluntária da gravidez também era proibida.
Enfim, com este ser naquele cargo, diria eu, é, desafortunadamente, o mínimo que se pode esperar...
Ai e tal tenho dúvidas sobre as barrigas de aluguer.
Exacto, ponham um padreca a decidir sobre estas coisas, ponham e quando deram por isso estamos de volta aos tempos em que a interrupção voluntária da gravidez também era proibida.
Enfim, com este ser naquele cargo, diria eu, é, desafortunadamente, o mínimo que se pode esperar...
I'm Back Again ... Naturally
Não me lembro de ter feito tamanho interregno neste espaço.
Meses havia que escrevia pouco, meses havia que escrevia demais, só coisas parvas maioritariamente. Mas escrevia sempre alguma coisa, mais que não fosse vinha cá postar uma música ranhosa qualquer, daquelas que costumo ouvir. Nestes últimos tempos, nem isso.
Pensava em mil coisas para escrever, mas acabava por nunca o fazer. A azáfama do dia-a-dia também não ajudou grande coisa, e havia sempre alguma coisa mais premente que vir ao espaço que me acompanha já há quase 9 anos, sem nunca me falhar. E eu acabei por lhe falhar.
Porém, tive um bom motivo. Um grande motivo.
Um motivo que me tira o folego e me enche ainda de surpresa. Um motivo que me faz ter mais medo do que alguma vez tive e, simultaneamente, me faz sentir mais adulta e completamente diferente do que tenho sido até agora.
Quem é que estou a tentar enganar?
Preciso de me queixar e de expiar todos os meus temores e nada melhor do que recorrer ao depositário de parvoíces que tem sido um belo escape ao longo de todos estes anos.
Preciso de exorcizar todo o queixume de batalhar dentro de mim para sair antes que me deixe louca. Haverá razão melhor para voltar?
Volto um pouco mais pesada, já está bom de ver.
Mas é um peso bom. Muito bom.
Meses havia que escrevia pouco, meses havia que escrevia demais, só coisas parvas maioritariamente. Mas escrevia sempre alguma coisa, mais que não fosse vinha cá postar uma música ranhosa qualquer, daquelas que costumo ouvir. Nestes últimos tempos, nem isso.
Pensava em mil coisas para escrever, mas acabava por nunca o fazer. A azáfama do dia-a-dia também não ajudou grande coisa, e havia sempre alguma coisa mais premente que vir ao espaço que me acompanha já há quase 9 anos, sem nunca me falhar. E eu acabei por lhe falhar.
Porém, tive um bom motivo. Um grande motivo.
Um motivo que me tira o folego e me enche ainda de surpresa. Um motivo que me faz ter mais medo do que alguma vez tive e, simultaneamente, me faz sentir mais adulta e completamente diferente do que tenho sido até agora.
Quem é que estou a tentar enganar?
Preciso de me queixar e de expiar todos os meus temores e nada melhor do que recorrer ao depositário de parvoíces que tem sido um belo escape ao longo de todos estes anos.
Preciso de exorcizar todo o queixume de batalhar dentro de mim para sair antes que me deixe louca. Haverá razão melhor para voltar?
Volto um pouco mais pesada, já está bom de ver.
Mas é um peso bom. Muito bom.
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Posição Doutrinária
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Today's Mood ou a Ronda do Queixume
Hoje é daqueles dias em que só me apetece pegar num taco de baseball e começar a distribuir fruta coim ele pelas pinhas de todas as avestruzes com quem tenho o azar de me cruzar constantemente e que, desafortunadamente, fazem parte do meu quotidiano.
E contra isto, um batatal inteiro.
quinta-feira, 7 de abril de 2016
Lolão
Não é que seja espectadora assídua do Walking Dead, mas dei por mim a ver a parte final do episodio final da última temporada, aquela de que todos falam porque, afinal, não se sabe quem é que foi assassinado.
No entanto, na minha mente torcida, esta era a única imagem que me surgia:
Mas isso sou eu, que para inimputável só me falta a sentença.
No entanto, na minha mente torcida, esta era a única imagem que me surgia:
Mas isso sou eu, que para inimputável só me falta a sentença.
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O Direito tornou-me inimputável
Apetece-me Grandemente Ser Porca # 54
Quando comecei nesta vida, e agora parece que ando nas esquinas a vender o corpo quando, na verdade, só queria dizer quando principiei a minha jornada na judicatura, adorava fazer serviço de rua.
Tudo servia para sair debaixo da asa do patrono, que era chato como a potassa, não que agora tenha deixado de ser, está até pior se for possível tal façanha, a diferença agora é que já me estou positivamente a cagar.
Portanto, conservatórias, notários, finanças, juntas de freguesia, era um festival, corria tudo e fazia tudo para demorar sempre o mais possível; andar na boa vai ela é que é bom.
Agora, cada vez que tenho que ir à rua é um suplício, tamanha a preguiça que sobre mim se abateu. Só de pensar no caminho todo até chegar ao destino, das pessoas que vou ter que ver e aturar, começam-me logo a dar os calores e arranjo todas as desculpas e mais algumas para não ir.
Isto porque, sendo eu um bicho que odeia usar do direito de atendimento preferencial (normalmente sou mal atendida e insultada pela populaça em fúria), cada vez que chego a uma qualquer repartição pública, só há disto:
Tudo servia para sair debaixo da asa do patrono, que era chato como a potassa, não que agora tenha deixado de ser, está até pior se for possível tal façanha, a diferença agora é que já me estou positivamente a cagar.
Portanto, conservatórias, notários, finanças, juntas de freguesia, era um festival, corria tudo e fazia tudo para demorar sempre o mais possível; andar na boa vai ela é que é bom.
Agora, cada vez que tenho que ir à rua é um suplício, tamanha a preguiça que sobre mim se abateu. Só de pensar no caminho todo até chegar ao destino, das pessoas que vou ter que ver e aturar, começam-me logo a dar os calores e arranjo todas as desculpas e mais algumas para não ir.
Isto porque, sendo eu um bicho que odeia usar do direito de atendimento preferencial (normalmente sou mal atendida e insultada pela populaça em fúria), cada vez que chego a uma qualquer repartição pública, só há disto:
Pensamentos que Me Ocorrem Enquanto cabeceio Alegremente em Cima do Expediente
Acaso a sonolência que carrego em mim fosse passível de pagar alguma espécie de imposto, a esta altura do campeonato, já estava insolvente.
terça-feira, 5 de abril de 2016
The Panama Papers
A pior parte, diria eu, de se ser adulta é o cinismo e o descrédito que se tem no mundo e em quem o habita.
Não é que concorde em absoluto com a 'evasão' que estas condutas comportam, mas, quer dizer, é assim tão estranho que os abastados ponham a cheta ao fresco?!
Nunca visto ...
Não é que concorde em absoluto com a 'evasão' que estas condutas comportam, mas, quer dizer, é assim tão estranho que os abastados ponham a cheta ao fresco?!
Nunca visto ...
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Posição Doutrinária
Qualquer Coisa Serve
Sou uma vergonha de uma blogger, essa é a verdade.
Não sou capaz de arranjar meia dúzia de minutos diários para vir aqui escrever uma alarvidades, deixar um post estúpido de gatos, uma música foleira daquelas que só eu consigo ouvir ou simplesmente um 'estou vida, ó para mim aqui tão bela'.
Antes andava sempre nesta vida, a pesquisar porras para colocar aqui, a destilar os meus ódios e a elaborar grandes teorias do queixume para a posteridade.
Não que alguma coisa desse mundo tenha findado; continuo a guardar coisas em pastinhas para colocar aqui mais tarde - só que alguma não cegam a ver nunca a luz do dia; continuo a ter imensos ódios para destilar - apenas elaboro os homicídios na minha cabeça em vez de os escrever; continuo a ter bastante com que me queixar - só que às vezes meto para dentro em vez de mandar umas caralhadas, como devia ser.
Vamos inverter esta tendência, shall we?
Está oficialmente (re)aberta a época da queixinha e dos habitués do estaminé.
Não sou capaz de arranjar meia dúzia de minutos diários para vir aqui escrever uma alarvidades, deixar um post estúpido de gatos, uma música foleira daquelas que só eu consigo ouvir ou simplesmente um 'estou vida, ó para mim aqui tão bela'.
Antes andava sempre nesta vida, a pesquisar porras para colocar aqui, a destilar os meus ódios e a elaborar grandes teorias do queixume para a posteridade.
Não que alguma coisa desse mundo tenha findado; continuo a guardar coisas em pastinhas para colocar aqui mais tarde - só que alguma não cegam a ver nunca a luz do dia; continuo a ter imensos ódios para destilar - apenas elaboro os homicídios na minha cabeça em vez de os escrever; continuo a ter bastante com que me queixar - só que às vezes meto para dentro em vez de mandar umas caralhadas, como devia ser.
Vamos inverter esta tendência, shall we?
Está oficialmente (re)aberta a época da queixinha e dos habitués do estaminé.
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Comentário Jurídico da Latrina,
Posição Doutrinária
terça-feira, 29 de março de 2016
segunda-feira, 28 de março de 2016
Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve
Tirando o pequeno pormenor de ter uma letrinha do tamanho de formigas (e de eu estar tão velha que já nem consigo ler um livro com um tamanho de letra a menos sem me queixar), está muito bem.
segunda-feira, 7 de março de 2016
Coisa Mai Linda
Desculpem lá, agora assim esta tirada do nada, mas este penteadinho parte-me toda.
Está mesmo à maneira. Tão lindo que nem sei que lhe diga.
A somar às meias sobrancelhas (presumo que seja moda lá para aquelas bandas, não sei), fica assim qualquer coisa digna de nota.
Pois que calha assim.
Está mesmo à maneira. Tão lindo que nem sei que lhe diga.
A somar às meias sobrancelhas (presumo que seja moda lá para aquelas bandas, não sei), fica assim qualquer coisa digna de nota.
Pois que calha assim.
30, Caralh*
Tenho 30 anos.
30.
30 anos.
Lembro-me de ser pequena, ouvir não-sei-quem dizer que fulano ou sicrano tinha 25 anos e eu achar, coitado, está mesmo velho e com os pés para a cova.
Agora tenho eu 30 anos e parece-me que só agora é que a vida começou. Parece que ainda agora acabei o curso, que ainda agora comecei a trabalhar, qua ainda agora me agreguei à Ordem, que ainda agora me casei. Parece mesmo que ainda tenho vinte e poucos anos e que a vida acabou de começar.
Talvez não. Talvez esteja mesmo a ficar velha, talvez esteja a perder a frescura dos anos. Talvez.
O caminho até aqui não foi nada mau. Espero que o que estará para vir também não seja nada de se deitar fora.
Não sei.
Uma coisa é certa: tenho uma família e uns amigos extraordinários. E essa é a melhor prenda que alguma vez me foi oferecida. A única coisa que pretendo é que assim se mantenha, por muitos e longos anos.
O resto, que ça foda.
30.
30 anos.
Lembro-me de ser pequena, ouvir não-sei-quem dizer que fulano ou sicrano tinha 25 anos e eu achar, coitado, está mesmo velho e com os pés para a cova.
Agora tenho eu 30 anos e parece-me que só agora é que a vida começou. Parece que ainda agora acabei o curso, que ainda agora comecei a trabalhar, qua ainda agora me agreguei à Ordem, que ainda agora me casei. Parece mesmo que ainda tenho vinte e poucos anos e que a vida acabou de começar.
Talvez não. Talvez esteja mesmo a ficar velha, talvez esteja a perder a frescura dos anos. Talvez.
O caminho até aqui não foi nada mau. Espero que o que estará para vir também não seja nada de se deitar fora.
Não sei.
Uma coisa é certa: tenho uma família e uns amigos extraordinários. E essa é a melhor prenda que alguma vez me foi oferecida. A única coisa que pretendo é que assim se mantenha, por muitos e longos anos.
O resto, que ça foda.
sexta-feira, 4 de março de 2016
terça-feira, 1 de março de 2016
Tenho sempre mixed feelings relativamente a "Game of Thrones", já que adoram aldrabar a porra da série toda com historietas estúpidas que nunca na vida foram escritas pelo autos, mas agora que nesta série há a promessa generalizada de que não haverá lugar a aldrabices (porque ainda não há livro) sinto assim uma espécie de saudade da coisa.
Deve passar-me depressa quando Abril chegar, cheira-me...
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Ainda Sobre os Oscars
O Tom Hardy ia bem bom e podre de estiloso, como, aliás, é seu apanágio, mas a porca que levou com ele estava boa era para ir apanhar azeitona.
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