sábado, 29 de setembro de 2007

Outra vez?

E se não tivesse feito nada do que fez até agora? E se tivesse nascido agora, como seria? Se não conhecesse nada do que vê, se não soubesse identificar nada do que sente, nada do que é?

Seria virgem outra vez? Seria inocente? Seria pura, sem mácula, sem maldade?
Seria de novo aquilo que nunca foi? Pode ser-se aquilo que nunca se foi, só para voltar a ser o que se deseja ser?

E se tivesse feito ao contrário? Se em vez de ter feito o que fez, tivesse feito o oposto? Estaria assim agora? Saberia o que sabe hoje? Teria as mesmas questões, as mesmas dúvidas que tem neste momento?

Provavelmente. Nunca estará satisfeita com nada. A insatisfação e a busca do perfeccionismo ( não da perfeição ) ultrapassariam largamente tudo o que viveu, e nunca seriam suficiente.
Seria virgem outra vez? Para fazer tudo diferente?
Para não se deixar levar nas mesmas cantigas, nem cair nas mesmas armadilhas?
Para quê? Para, fazendo diferente, fazendo o oposto, cair noutros buracos e ouvir outras melodias?

Seria virgem outra vez?
AS

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