terça-feira, 18 de setembro de 2007

Animais da Quinta

Lixado quando nos tiram o tapete debaixo dos pés, não é? Sensação desagradável … Um misto de espanto e frustração. Porque será? Será porque contávamos já com uma história feliz, toda escrita e desenhada a cor de rosa? Ou porque foi retirada uma oportunidade brilhante para se fazer o que se queria?

E tinha logo que vir alguma coisa cortar os ânimos a uma cena tão gira e tão bem construída, que se imaginou e que se quer por forca que continue igual … Ora bolas, que é preciso ter azar!

Porque é muito mais fácil fingir que não existiu notificação prévia do que aceitar que se contou como garantido cedo demais factos e elementos que nem sequer tinham hipóteses de parecerem garantidos. Porque é tão mais fácil ser coitadinho do que ver que nem sempre tudo é feito como se quer e imagina. Porque é tão mais fácil deixar de lado a mera hipótese de se ser culpado do que apenas, tão e somente, o desgraçadinho.

Só que agora o desgraçadinho não é assim tão desgraçado como isso, e não precisa de andar no gamanço, porque a filha não é tuberculosa nenhuma, nem precisa de ser sustentada. O dito desgraçadinho é tão culpado como o bêbedo que vai na rua e tropeça numa velha cheia de artroses. O desgraçadinho deixou de o ser a partir do momento em que constrói coisas no ar, de cor duvidosa, e que crê realmente que tudo se pode realizar.

Lixado quando nos cortam as vazas … Lixado quando se contou com o que era quase certo, mas o tal quase certo tinha pés e fugiu à socapa. E quando se fica sozinho a ver a galinha e o ovos a irem a vida deles.

Mais engraçado do que puxar o dito tapete, é ainda a cara de indignação que se adivinha na mente destas crianças inocentes. Porque acreditam realmente que o tempo das vacas gordas ainda permitia luxos de se matarem um ou dois vitelos para festarolas.Esquecem-se é que nem toda a gente gosta de aparar os golpes nos vitelos, que tempos de vacas magras também os há, e é preciso poupar.
AS

Sem comentários: