segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Do Existencialismo

Tive um professor de filosofia que, na senda da matéria a leccionar, dizia que nenhum ser é verdadeiramente livre porque está, necessária e invariavelmente, condicionado à sua natureza e ao espaço que faz parte dela. Lembro-me de ter pensado, então e os pássaros, os pássaros podem voar, podem ir a todos os lugares, sem limites, sem condicionantes, afinal todos os seres humanos têm e sempre tiveram vontade de voar porque é o último limite da liberdade, voar é o último resquício da liberdade que não se tem na terra. Questionado, o homem disse que os pássaros, ao contrário da imagem romântica que o homem lhe dá, estão condenados a voar, condenados a bater as asas para sempre naquilo que é o seu habitat, naquele que é o seu espaço, estão condenados a fazer aquilo para que nasceram, voar, e mais nada. E como os pássaros, todos os seres, inclusive e principalmente, o homem.
Condicionados. Limitados. Castrados.
Em que é que isto se coaduna com a liberdade individual, responsabilidade e subjectividade do homem que advoga o existencialismo? Com a ideia de que cada um é o mestre da sua conduta e do seu destino?
Como se comanda um destino se só existem condicionantes?
É por isto que detesto ser existencialista.
Porque para além de não ter um ser maior nas horas de aperto, esta merda de filosofia não se adapta a nada.
Mas também não consigo ser mais nada.
Sentido que isto faz?
Nenhum.

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