quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Uma pessoa chega a ser tudo.
Estúpido.
Chato.
Incompetente.
Inteligente.
Simpático.
Estupor.
Cabrão.
Há dias em que se é ou umas, ou outras, às vezes tudo ao mesmo tempo, tantas outras, uma só em grandes proporções.
Há dias em que se é o apêndice, sem direito a nome ou personalidade jurídica ou reconhecimento público, fadado a ser uma incorporação para o resto da vida.
Há dias em que se existe, simplesmente, sem direito a que mais ninguém saiba da existência, levando-a para os caminhos da apatia, da escuridão, do nada.
Há dias em que se é o ser mais estúpido e inútil do mundo, aquele quem os restantes têm vontade de bater com uma marreta, de enfiar um balázio no meio dos olhos, qualquer outra forma de lhes ser retirado rapidamente da frente uma criatura tão repelente.
Porque uma pessoa chega a ser tudo. Se não for num só dia, é numa existência.

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