segunda-feira, 31 de julho de 2017

Facebook Chalenge

Nada a Fazer XXIII



Para além da mestria e da perfeição do filme, ainda há o casting extremamente bem conseguido, especialmente no que aos Toms Hardys desta vida diz respeito.

Cinema Nº ... Coiso


Este é dos melhores filmes que já vi.
Tudo é novo, diferente, original. A sonoridade, a fotografia, a cor, a visão, o tempo.
Soberbo.
Nolan superou-se. Em tudo.
Spielberg já tem um sucessor para filmes de guerra.


Vou Morrer Sozinha e sem Amigos

Tenho dois amigos que muito prezo lá para os lados de Évora.

Acompanho-os desde os tempos de faculdade, assisti a casamento, nascimento de rebento, baptizado de rebento, ajuntamentos amiúde. Óptimas pessoas, gente afável e simpática ate à 15ª geração.

E, dado que não sou pessoa de arranjar muitos amigos, aborrecem-me as pessoas, fazer o quê?, convém preservar os que tenho e cuidar deles porque certamente não arranjarei mais amigos.


O único problema daquela gente sou eu.
Porque me têm como amiga e dos aniversários daqueles desgraçados nunca me lembro.
Nunca.
Nunca.
Not even once.

Por exemplo, assim que comprei a agenda jurídica fui logo lá escrever as datas, até alarmes no telemóvel pus. Tudo na vã tentativa de parecer menos ursa e lembrar-me efectivamente do aniversário das pessoas que me dizem alguma coisa. Do aniversário dele, ainda fui a tempo. Dela, que foi naquele dia fatídico em que passei um dia inteiro no spa da Conservatória, arranjar sarna para me coçar e a ver as pessoas a andarem à bulha, o tempo que passei a olhar para o telemóvel podia perfeitamente ter ido à agenda ver que dia era.
Estúpida, não fui. E agora faço figura de otária perante quem nunca se esquece do meu aniversário.

Passo aqui a vida a queixar-me da vida e daquilo que os outros me fazem, quando afinal mais vali queixar-me do quão estúpida sou.







Posto isto, E., desculpa.
Feliz aniversário.
Passei 6 horas da minha vida na Conservatória dos Registos Centrais. E tinha senha prioritária. Aliás, a maior parte das pessoas com senhas normais despacharam-se mais rapidamente que eu. Isto porque só havia um único funcionário a atender todos os profissionais forenses, cada um deles a demorar cerca de uma hora a resolver os seus assuntos. Isto, obviamente, não se admite e espero que, das duas, uma: ou resolvem isto rapidamente ou pode ser que rebente lá uma porra de uma bomba cheia de merda dentro.

Maneiras que passei muito tempo à espera, a ler, a fumar, ao telemóvel, a suspirar alto, a dar pontapés na cadeira da frente, a resmungar, a dizer palavrões e a observar as pessoas. Até assisti a uma discussão entre vários utentes e o segurança e depois entre os vários utentes e a chefe de serviço daquela espelunca.

Foi deveras divertido.
Dei por mim a desejar que andassem todos ao estalo só para a minha espera se tornar mais interessante. Agora que penso nisso, acho que desde os tempos de escola que não vejo ninguém a andar à porrada e sendo o ser humano de merda que sou, desejo muitas vezes que as altercações de chacha que todos os dias vejo por aí descambem rapidamente em cenas de pancadaria, só para me poder rir.



Não presto.

A Caroucha que em mim Habita

Estou afónica.
Estado geral da garganta que não significa outra coisa que não seja tenho a voz agarrada ao cu. Coisa que, de há uns anos para cá, me tem acontecido diversas vezes e não sei muito bem porquê.

Portanto, falar comigo transformou-se numa actividade deveras lúdica, para quem me ouve, é certo, porque pareço uma gaja do bairro a mandar vir com a polícia que lhe levou o marido preso.

Vou, pois, continuar a usar o mantra anterior, acrescentando-lhe um "#", que é para ficar à moda:

#merdaparamim

Queixume Pós Gestacional # 16

Há, pelo menos, 9 meses que não ia ao cinema.
9 meses.
9 MESES.
Pelo menos.

Ora isto é, de facto, um fenómeno no qual é preciso atentar. E o fenómeno não será outro senão o do fim da boa vida dos paizinhos quando chegam os rebentos.

Merda para mim, portanto.

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Meanwhile in Egástulo - Parte Terceira

Continuo sem perceber o que é que aquele gajo passa os dias a fazer...

#NãoSejasInácio

Na Conservatória do Registo Civil, diz uma avestruz para a outra, claramente referendo-se à minha pessoa:

 - Aquela senhora chegou depois e já foi atendida. Tem senha prioritária? Mas porquê? Não lhe estou a ver nenhuma deficiência...

Resposta dada: suspirar alto, dizer ai, ai..., revirar os olhos, maldizer a sorte e a falta de conhecimento das alminhas que por este mundo caminham.

Resposta que deveria ter sido dada:

 - Pois é, escanchada do caralho, passei à frente mas não foi por ser coxa, passei à frente porque estou a trabalhar, não estou de férias, como é claramente o seu caso, nem venho acompanhar o maridinho jeitoso, 20 anos mais novo, na recolha de documentos para processo de nacionalidade, como é também, notoriamente, o seu caso. Aliás, acho que a senhora vai, em breve, precisar de um advogado... Pegue lá o meu cartão.


Estava mesmo a abrir a boca para dizer tudo isto a grande velocidade, mas depois ocorreu-me uma série de razões para não o fazer: era má educação, vou ali muitas vezes, as pessoas já me vão conhecendo, parecia mal, não sou nenhuma peixeira, já tenho idade para ter juízo.

Mas a principal razão foi ter-me lembrado de uma pessoa da minha rede de conhecimentos que tem a mania de dizer estas coisas, qual virgem ofendida enfiada num poço de virtudes, e da qual toda a gente começa lentamente a fugir por causa de episódios destes.

Noutras palavras, nunca a frase promovida pela BTV até à exaustão fez tanto sentido...

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Do Estado de Estarrecimento

Apercebi-me mesmo agora que tenho andado a chamar Camelo a um funcionário de Agente de Execução que, afinal, se chama Camilo.

Já percebo o constante mau humor do homem comigo.






Foda-se...

terça-feira, 25 de julho de 2017



E já que se anda numa onda de Linkin Park, esta é a minha preferida.

Queixume Pós Gestacional #15

Estou plenamente convicta que as crianças já deviam nascer com dentes.

Claro que isso implicaria que, ainda na barriga das mães, as mordessem como se não houvesse amanhã.
E claro que isso implicaria também que a amamentação se tornasse impossível: estão a ver uma coisinha de não sei quantos quilos, que não sabe a força que tem, a dar dentadinhas nas mamas enquanto suga o leite?


Mas, ao menos, poupava o sofrimento dos petizes meses mais tarde.

E dava um jeitaço tremendo aos pais, que poderiam dormir mais do que três horas em cada noite, enquanto não estavam a embalar os rebentos com dores na boca.
Fenómeno interessante: quando estão ao colo, não lhes dói nada; assim que são pousados na cama, é vê-los a sofrer horrores com as gengivas em chamas.





Depois não venham cá dizer que as manhas são coisas dos adultos, e não dos bebés.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Fiquei chocada com o falecimento de Chester Bennigton, confesso.

Linkin Park não era propriamente a minha banda favorita, nem nunca foi, mas fizeram parte da minha adolescência e são um marco incontornável dentro do género. Numa altura em que a cabeça não dá para mais, as letras a roçar a auto-comiseração, a injustiça dos marginais e a incompreensão por parte dos pares faziam todo o sentido.


A partida de um artista deixa sempre o mundo, e a música em particular, mais pobres, ainda para mais nas circunstâncias trágicas.

Calou-se uma boa voz, que marcou uma geração inteira e que, não obstante, será sempre recordado e cuja obra perdurará.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Ai Sim?

Constato que sou uma saloia acabada de chegar da província quando fico positiva e verdadeiramente estupefacta com o facto dos autocarros, que na minha terra se chamam carreiras, em Lisboa passarem com uma periodicidade aproximada de 10 minutos.

Isto é, para mim, absolutamente espantoso.

Nunca naquela terra do demónio um autocarro passa com menos de meia hora de espera.
Nunca.
Mas mesmo nunca.
Acreditem porque sou um ser que passou muitas horas da sua vida à espera do autocarro para detrás do sol posto.

Portanto, vir parar à metrópole, andar de autocarro na metrópole e chegar em menos de um fósforo a qualquer local na metrópole é sinónimo de espanto.



E você?

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Apetece-me Grandemente Ser Porca #61

A porca que me mim habita não deixa de sentir um piquinho de felicidade quando nestes dias de verão, em que meio mundo está de férias, a curtir a praia e o sol, começa a chover como se não houvesse amanhã.

Claro que ninguém tem culpa que a minha pessoa não tenha férias, mas não deixo de achar que é extremamente bem feito e profundamente democrático.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Confesso que tenho algumas saudades dos tempos que passei na Comarca da Mitra Land.

Apesar de não querer voltar nem perder muito tempo a pensar naquela abécula obesa, que parece que ficou muito tristonha com a minha partida, vamos todos dizer ooooooohhhhhh que pena, fosses antes para o caralho, e de ter todas as saudades do mundo das pessoas que lá deixei, ainda penso, mais do que devia, é preciso acrescentar, nos tempos bons que tive. Isto antes de ser acometida com as memórias de todas as barbaridades que aquele filho de uma vaca me disse durante todos estes anos, maneiras que depois passa-me logo.

Ai Sim?

É muito triste ser-se estúpido.
Mais triste ainda é ser-se estúpido e andar-se permanentemente a dormir em pé. porque ir à porra da cozinha beber uma porra de um café dá muito trabalho e ainda faz cair os parentes na lama, segundo se ouve dizer.

Por isso é que se passa uma manhã inteira a ligar para um Agente de Execução que, filhadaputa, deve estar de férias, todo esticado na praia e não atende... Pois, não atende porque o número para o qual se está a ligar não é mais que o NIF do desgraçado e não o número de telefone.

A partir de agora, o mote diário passa a ser: beber café antes de começar a trabalhar. Sem falta. Haja o que houver.


E você?

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Está Mesmo Quase!!

Meanwhile in Ergástulo - Parte Segunda

Tenho um patronato tão ilustre, tão ilustre, mas tão absolutamente ilustre que, para se armar em frente ao proletariado, começa a falar espanhol ao telefone como se fosse um conde de um sítio qualquer. Todo recostado na cadeira, perna cruzada, ah e tal sou tão bom que meto nojo. E um bocadinho de dó, vá.

Coisinha idiota e ridícula.
É muito triste andar-se na rua a falar como um cobridor num filme pornográfico, mas enfim.


Por enquanto, ainda só tenho vontade de rir.

Queixume Pós Gestacional # 14

A porra de ter filhos é que os putos ficam doentes, cheios de febre, cheios de pintas, meio tristes, rabugentos, chatos e sem vontade de dormir e os pais não dormem de preocupação.
Quando já se está a ver que não passa, agarra-se em tudo e corre-se para o médico, já a pensar que o menino nunca mais vai voltar a ser o que era antes, já a pensar na tragédia, já a pensar em tudo e mais um par de botas.


Para depois as andorinhas dos filhos chegarem ao pé do médico aos pulos e pinotes, sempre a rir, a fazer gracinhas para toda a gente, com um vigor que parece que acabaram de acordar, só para deixar os pais mal vistos.
Que figurinha triste, deuses...

Raça do puto...



Gosto imenso desta versão pelos Postmodern Jukebox e, maravilha das maravilhas, é perfeitamente adequada às envolvências.


Vai uma pessoa descansadinha, na sua vidinha, a falar para dentro com os seus botões, quando vê um banco de metal, daqueles grandes onde se conseguem sentar diversos cus sem incomodarem ninguém.

A pessoa vê o banco e pensa, é mesmo aqui que me vou sentar a fumar um cigarro. Ainda por cima sem ninguém à volta, sem ninguém lá sentado, é mesmo isto.

E assim fez. Senta-se numa ponta do banco e acende aquela coisa que um dia a vai matar.
Está assim, a pensar na morte da bezerra, quando começam a aparecer outras pessoas e também se sentam no banco.
Sentam-se longe, como está bom de ver, mas mesmo assim a pessoa fumante continua sem incomodar ninguém, visto que o fumo expelido é direccionado para outras paragens.

No entanto, e apesar de entre a pessoa e os outros haver um fosso, como se ninguém se quisesse aproximar e apanhar a peçonha fumegante, começa a ouvir-se uns espasmos, umas tosses estranhas, um constante abanar de mãos, como que para afastar o fumo que não está a ir naquela direcção. Tanto que a pessoa se sente compelida a levantar-se a ir fumar para outro lado.




Quer dizer, EU é que cheguei primeiro, EU é que estou sentada numa ponta do banco, feita leprosa, para não incomodar ninguém, as avestruzes de merda chegam depois e ainda se queixam, quais virgens ofendidas, e EU é que me levanto e me vou embora.


Não me venham falar em democracia nos próximos tempos.

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve


Começou bem e acabou ainda melhor. Scarrow sabe prender o leitor às suas palavras.
Fico deveras contente por constatar que escreve tão bem sobre Napoleão e Wellington como sobre Cato e Macro. Confesso que depois do último que li dele fiquei um pouco decepcionada, achei que escrever sobre temas fora do universo Romano talvez não fosse bem a praia de Scarrow.
Enganei-me redondamente. E ainda bem.

Muito bom!

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Sou, assumidamente, má, porca e mal intencionada, mas adoro, ADORO quando a antiga entidade patronal me liga, o que tem acontecido frequentemente, é preciso dizer-lo sem medos, a perguntar coisas dos processos que eu tomava conta.

É impressionante a quantidade de vezes que aquele homem me liga a perguntar porras que rapidamente descobriria se se desse ao trabalho de abrir as pastas. Ou os códigos, já agora.

Podia ficar contente de saber que, no fim das contas, lhe faço muita falta (fico um bocadinho, vá...), mas fico ainda mais triste - a palavra correcta aqui é fodida - quando percebo que aquela avestruz de merda não sabe nem quer saber dos processos que tem e que o dinheiro que ganhava com eles era todo para ele. Para mim, que os trabalhava e os conhecia, só sobravam as migalhas.


Afinal, devo ter muito pouco com que me entreter nesta nova vida se ainda arranjo tempo para pensar nestas merdas e como isto, afinal, ainda me afecta.




Não sou boa da cabeça.

Não É Por Falta de Vontade

Tenho andado um bocado atarantada com a nova vida, essa é a verdade.

Se antes podia chegar tarde mas tinha que, necessária e obrigatoriamente, sair tarde, agora chego cedo e saio igualmente cedo (pelo menos por enquanto), mas no entretanto não há tempo para grandes pausas.

Pausas nenhumas, a bem da verdade.

Aqui, não se pára para comer um lanchinho a meio da manhã ou tão pouco a meio da tarde. No outro lado, era um regabofe nesse aspecto, se quisermos ser abonadores da verdade, havendo, claro!, o reverso da medalha: ficar a trabalhar pela noite dentro e ouvir bocas do patronato sobre a quantidade de comida que consumíamos (que nem sequer era do escritório, era nossa) e em como esse facto influenciava as contas da água por causa das vezes que íamos, a seguir, à casa de banho. Bolas, ao escrever isto é que me apercebo das enormidades que ouvi ao longo destes anos todos... Enfim, adiante.

Não se vai para a sala uns dos outros alapar o cu e conversar. Quer dizer, até se vai, mas é de fugida porque há sempre alguém a passar e a ouvir a conversa, ainda para mais, e porque o chão é todo alcatifado, não se ouvem os passos, maneiras que estar a falar mal do patrão ou a conspirar para tomar esta porra de assalto e estar quem manda mesmo atrás é o pão nosso de cada dia. No outro lado, também, agora que me lembro disso... A única vantagem era que o chão era de madeira e quando se ouviam passos era ver-nos a fugir como as baratas da chuva.

Não há cá pausas para cigarros, a não ser que se queira levar com trombas do patrão o resto da semana. Esta, confesso, foi uma facada no meu coração. Muito bom para a minha saúde, claro, mas muito mau para o meu vício. Não há janelas abertas porque simplesmente não se abrem as janelas no centro de Lisboa, como fizeram questão de me dizer logo no primeiro dia, por causa dos pombos, que gostam de entrar pelas casas dentro e espalhar a sua peçonha onde tocam. Num escritório tão grande, em que há mais do que uma sala vazia, ninguém se lembrou de fazer de uma delas uma bela sala de chuto, só para fumadores. A bem da verdade, só para mim, que sou a única que fuma. Já percebi porque é que não há sala de fumo, tudo bem.

Maneiras que o pessoal aqui trabalha ininterruptamente, sem levantar a cabeça, sem se desviar do objectivo e sem se distrair com coisa alguma. O que é bom. Acho que nunca fui tão produtiva. (quer dizer, agora não estou a produzir, mas é só porque estamos sem sistema informático)


Nem tudo é mau, portanto.