Obrigar pobres almas a alcançar a vida eterna pelo caminho dos pecados fáceis de palrar, mas difíceis de cumprir, carregadas de cinismo e falsa honestidade, é trilhar um caminho sinuoso, cheio de pedras, relevos e urtigas com sandálias de salto agulha.
Porque não apelar às capacidades próprias, as ideias solitárias que tomam forma nas mentes e que levam o homem mais longe, a alcançar a perfeição inconstante que nunca permanece, porque quando lá se chega ela já partiu ; porque não deixar ao critério de cada um, com ideias, sentimentos e valores próprios, a decisão do que fazer, de viver eternamente ou ir para o cemitério, porque não deixar fazer sem reprimir, sem obrigar, sem restringir, sem manipular, sem tendenciar, sem macular o cérebro dos outros com dogmas?
Qual quê ...
Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Sanitarium
Surge esta música à memória, já nem se sabe muito bem porquê.
A banda não faz parte do rol habitual, nem cai no saco das preferências, mas ainda se é do tempo em que estava muito em voga, e era o auge do ser mau e tal e ouvir Limp Bizkit.
Hoje, as melodias são outras, mas há interpretações que não se esquecem.
Esta é a tal. Na qual se excederam, se superaram, inesquecível. À parte da parvoíce do vocalista, que não sobressai de outra maneira, a interpretação de um clássico digno de respeito, de uma banda de igual respeito e peso.
Sanitarium, Metallica, by Limp Bizkit
O 10 Mandamentos - parte X
Não cobicar as coisas alheias
Aqui, já estará a expressão alheio mais bem utilizada. Porque cobiçam-se, exactamente, as coisas dos outros, as coisas, os bens materiais, não as mulheres ( ou os homens ) vistas como uma mera propriedade.
Porém, qual seria o problema de cobiçar alguma coisa se não se pretende, de facto, sonegá-la ao seu proprietário? Querendo cobiçar significar querer para si o que não possui, desde quando é que isso quer dizer que se vá pôr a mão na propriedade privada do próximo? Seria mais logico que esta premissa estivesse incluida no não roubar, não como ideia autónoma, mas como uma especie de preliminar do acto de privar o alheio do uso da coisa.
Aqui, já estará a expressão alheio mais bem utilizada. Porque cobiçam-se, exactamente, as coisas dos outros, as coisas, os bens materiais, não as mulheres ( ou os homens ) vistas como uma mera propriedade.
Porém, qual seria o problema de cobiçar alguma coisa se não se pretende, de facto, sonegá-la ao seu proprietário? Querendo cobiçar significar querer para si o que não possui, desde quando é que isso quer dizer que se vá pôr a mão na propriedade privada do próximo? Seria mais logico que esta premissa estivesse incluida no não roubar, não como ideia autónoma, mas como uma especie de preliminar do acto de privar o alheio do uso da coisa.
O 10 Mandamentos - parte IX
Não cobiçar a mulher alheia
E o homem, pode-se? Podem as mulheres cobiçar o homem alheio? Não está escrito, em princípio, poder-se-á fazer, certo? O que não é proibido pode fazer-se, correcto? E porque não podem os homens cobiçar mulheres alheias? Então e se for o homem o alheio e a mulher livre, já se pode? E porque haverá discriminação neste capítulo, se homem e mulher são iguais? É de menor ou maior gravidade conforme a cobiça seja efectuada por homem ou mulher? É mais ou menos desculpável se for um homem ou uma mulher a fazê-lo? Porque será que se diz alheio? Alheio lembra que é de outra pessoa. Mas de outra pessoa, o que exactamente? A mulher? O homem? São mercadorias, bens, coisas que têm dono? Nunca devem ter ouvido falar em preencher conceitos indeterminados, com certeza ...
E o homem, pode-se? Podem as mulheres cobiçar o homem alheio? Não está escrito, em princípio, poder-se-á fazer, certo? O que não é proibido pode fazer-se, correcto? E porque não podem os homens cobiçar mulheres alheias? Então e se for o homem o alheio e a mulher livre, já se pode? E porque haverá discriminação neste capítulo, se homem e mulher são iguais? É de menor ou maior gravidade conforme a cobiça seja efectuada por homem ou mulher? É mais ou menos desculpável se for um homem ou uma mulher a fazê-lo? Porque será que se diz alheio? Alheio lembra que é de outra pessoa. Mas de outra pessoa, o que exactamente? A mulher? O homem? São mercadorias, bens, coisas que têm dono? Nunca devem ter ouvido falar em preencher conceitos indeterminados, com certeza ...
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
W.
Mesmo para quem ache que se trata de um documentário, desengane-se, nem é nem tem pretensão de ser.
Mas é bom, destaca-se por dar uma visão da presidência americana, não só de prismas a que o cidadão comum não tem acesso, como uma outra visão do homem, 43º Presidente dos Estados Unidos.
Recomenda-se.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
2635 Rio de Mouro
Para além de ser mesmo o código postal da zona, há que ter em conta e encher-se de um certo orgulho quando a terra natal é retratada. Seja em que situação for ...
domingo, 26 de outubro de 2008
Enfim ... Exposição Felina Mundial, Outra vez
sábado, 25 de outubro de 2008
XVII
Provavelmente, esta será das melhores músicas de amor alguma vez concebida. Se não for, anda lá perto, como tudo, depende, nada é unilateral nem unânime.
Diz tudo, porém. Tudo o que apraz dizer na data a celebrar, ela conta. Tudo o que se pode sentir, todos os dias, ela diz. Tudo o que pode existir, ela tem.
Porque nunca te perdi é dizer e sentir ao mesmo tempo que pára um mundo inteiro quando alguém aflora ao pensamento.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Porque Neva no Inferno
Esta música esteve para saltar cá para fora nos últimos dias. Não chegou antes porque já não havia memória de a haver postado ou não, de tal maneira que corre o andamento jurídico, ou pouco jurídico, dependendo da perspectiva, que já nem se encontra a gaveta da memória, se está cheia de asneiras e lixo, se está vazia ou com restos de coisa alguma.
Agora, fica aqui, independentemente de já ter descansado por estas paragens, com relevo para a ventania no cérebro despido e deserto do blogger.
Mesmo que o video mostre uma realidade negra, feiosa, vá, cheia de monstrinhos maus e meninas atrevidas que mandam missivas simpáticas ao adamastor que dali a um minuto as vai devorar, o final acaba por ser de esperança, e mostra que afinal os monstros também têm um ligeiro toque de complacência, compaixão e admiração por quem também os admira e se sacrifica por eles, como a senhora da animação.
Porém, a música em nada se coaduna com a imagem. A desilusão, a dor e angústia estão patentes, nos acordes, na voz, na letra.
Não há finais felizes. Não há salvamento da menina à última da hora por uma nova geração de príncipe encantado, monstro, à falta de melhor palavra usa-se a que já foi repetida vezes sem conta, não há nada melhor do que reforçar a ideia , se mal ficar mal permanece, não há salvação.
Chafurde-se, então. É essa a ideia subjacente.Ou não? Será antes o velho cá se fazem cá se pagam? Talvez. Mas de quem a escreveu, compôs, a quem lhe empresta a voz.
Não de quem a ouve, de quem a lê, de quem a sente. Há mais a ressalvar do que pratos que se servem frios, esses não se comem afinal, são mais enfiados pela goela abaixo a toda a força, para quê, não se podia pedir gentilmente, que será feito das boas maneiras. Também ninguém pede licença para lixar o próximo. Ninguém pede por favor antes de atazanar o juízo a alguém. Ninguém pede desculpa por ter pisado a alma. Ninguém faz sem querer, se o fazem é porque estão a mentir, querer quer-se sempre, o resultado é que pode calhar mais ao lado por azelhice do fazedor. Mas querer, quer-se sempre.
You did the trick
I didn't see it coming
I did not hear a sound
Though you were quick
I will not be forgiving
You won't be waiting for my return
I promise baby - You'll burn
Now it snows in hell
This is the day foretold till death do us apart
Now it snows in hell
I've gone away but I've got you in my heart
All frozen and scarred
Your life goes on
And it's infuriating
How did you not get caught
Your deed will spawn
A fate beyond your making
You won't be waiting for my return
I promise baby - You'll burn
Now it snows in hell - We're done masquerading
This is the day foretold till death do us apart
Now it snows in hell - No you won't be waiting
I've gone away but I've got you in my heart
All frozen and scarred
You shouldn't visit me at my grave
My hands will grab you through the dirt
I giveth - I taketh away
Witness my rebirth from the devils churn
Hell - We're done masquerading
This is the day foretold till death do us apart
Now it snows in hell - No you won't be waiting
I've gone away but I've got you in my heart
All frozen and scarred
Hell - We're done masquerading
This is the day foretold till death do us apart
Now it snows in hell - No you won't be waiting
I've gone away but I've got you in my heart
All frozen and scarred
It Snows In Hell, Lordi
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
O 10 Mandamentos - parte VII
Não levantar falsos testemunhos.
Que é como quem diz não-andes-para-aí-a-espalhar-o-que-te-contaram-ou-o-que-ouviste-dizer-porque-mais-tarde-ou-mais-cedo-toda-a gente-vai-saber-que-foste-tu-que-disseste-e-mesmo-que-não-o-tenhas-feito-passas-a-ter-sido.
Que é como quem diz não-andes-para-aí-a-espalhar-o-que-te-contaram-ou-o-que-ouviste-dizer-porque-mais-tarde-ou-mais-cedo-toda-a gente-vai-saber-que-foste-tu-que-disseste-e-mesmo-que-não-o-tenhas-feito-passas-a-ter-sido.
O 10 Mandamentos - parte VII
Não roubar.
Presume-se que se queira afinal dizer não roubar coisas. E quem rouba a paz de espirito, a inocência, a decência espiritual, a dignidade alheias, também peca?
Presume-se que se queira afinal dizer não roubar coisas. E quem rouba a paz de espirito, a inocência, a decência espiritual, a dignidade alheias, também peca?
O 10 Mandamentos - parte V
Não matar.
E ter vontade, conta como pecado? Há tanta gente que podia morrer atropelada por um camião, ou cair num buraco sem fundo, ou ir bater com a cara numa poça de ácido sulfúrico ... mesmo que nunca se vá passar à acção, até porque é crime e o cadastro é aborrecido. Mas a vontade está lá.
E ter vontade, conta como pecado? Há tanta gente que podia morrer atropelada por um camião, ou cair num buraco sem fundo, ou ir bater com a cara numa poça de ácido sulfúrico ... mesmo que nunca se vá passar à acção, até porque é crime e o cadastro é aborrecido. Mas a vontade está lá.
Os 10 Mandamentos - parte IV
Honrar pai e mãe.
Pois claro. Fazer por esquecer os conflitos geracionais e as ideias medievais que se tentam incutir nos filhos, à força. Fazer por esquecer quando eles não esquecem que nos sustentam ate bem tarde. Fazer por esquecer.
Pois claro. Fazer por esquecer os conflitos geracionais e as ideias medievais que se tentam incutir nos filhos, à força. Fazer por esquecer quando eles não esquecem que nos sustentam ate bem tarde. Fazer por esquecer.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
All Day Long
Acordar e ligar logo o rádio tem disto ; fica-se com as músicas permanentemente no ouvido e não há mais nada que saia da boca senão o trautear da dita melodia.
Ironicamente, a ideia que a música transmite acaba por passar da fantasia para o mundo real e de repente, com tudo de pantanas, começa a chover.
Só que ainda é Outubro.
Guns n'Roses, November Rain
sábado, 18 de outubro de 2008
Os 10 Mandamentos - parte III
Guardar domingos e festas santas
Isto toda a gente faz.
Para aqueles que não podem esfregar a barriga com azeite todos os outros dias da semana, adaptam a premissa no domingo e ficam na cama até o sol ir bem alto, comer o cozido à portuguesa da avó e passar o resto do dia em pijama em frente à televisão. Já os dias santos, apesar de o programa de festas ser o mesmo, acaba por ser diferente de alguma maneira ; aos domingos, ainda se sabe porque se fica em casa. Nos dias santos, duvida-se grandemente. Se já nos feriados se fica a descansar porque se comemora o aniversario de uma revolução qualquer, custará muito mais lembrar porque se tem direito a um descanso extra num dia santo. Tem-se e pronto, quem quer saber porque se tem folga da azáfama diária? É descanso, é de graça e acaba por aí a justificação.
Excepto no Natal, que as rabanadas e as prendas falam mais alto.
E na Páscoa, que se está em crise, não é altura de se andar a desperdiçar amêndoas.
Isto toda a gente faz.
Para aqueles que não podem esfregar a barriga com azeite todos os outros dias da semana, adaptam a premissa no domingo e ficam na cama até o sol ir bem alto, comer o cozido à portuguesa da avó e passar o resto do dia em pijama em frente à televisão. Já os dias santos, apesar de o programa de festas ser o mesmo, acaba por ser diferente de alguma maneira ; aos domingos, ainda se sabe porque se fica em casa. Nos dias santos, duvida-se grandemente. Se já nos feriados se fica a descansar porque se comemora o aniversario de uma revolução qualquer, custará muito mais lembrar porque se tem direito a um descanso extra num dia santo. Tem-se e pronto, quem quer saber porque se tem folga da azáfama diária? É descanso, é de graça e acaba por aí a justificação.
Excepto no Natal, que as rabanadas e as prendas falam mais alto.
E na Páscoa, que se está em crise, não é altura de se andar a desperdiçar amêndoas.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Lá Longe
As coisas que vêem à mente...
Neste caso, as músicas do arco da velha que saltam da arca bafienta que se tem debaixo da cama.
I hear the drums echoing tonight
But she hears only whispers of some quiet conversation
Shes coming in 12:30 flight
The moonlit wings reflect the stars that guide me towards salvation
I stopped an old man along the way
Hoping to find some long forgotten words or ancient melodies
He turned to me as if to say, hurry boy, its waiting there for you
Its gonna take a lot to drag me away from you
Theres nothing that a hundred men or more could ever do
I bless the rains down in africa
Gonna take some time to do the things we never had
The wild dogs cry out in the night
As they grow restless longing for some solitary company
I know that I must do whats right
Sure as kilimanjaro rises like olympus above the serengeti
I seek to cure whats deep inside, frightened of this thing that Ive become
Hurry boy, shes waiting there for you
Its gonna take a lot to drag me away from you
Theres nothing that a hundred men or more could ever do
I bless the rains down in africa, I bless the rains down in africa
I bless the rains down in africa, I bless the rains down in africa
I bless the rains down in africa
Gonna take some time to do the things we never had
Africa, Toto
Porque os anos 80 foram demais.
O 10 Mandamentos - parte II
Não invocar o santo nome de deus em vão
Invocar o nome de uma inexistência leva a pessoa por caminhos infernais, portanto. E invocar uma nulidade ou, quem sabe, uma anulabilidade, dá direito a penitencia?
Invocar o nome de uma inexistência leva a pessoa por caminhos infernais, portanto. E invocar uma nulidade ou, quem sabe, uma anulabilidade, dá direito a penitencia?
O 10 Mandamentos - parte I
Amar a deus sobre todas as coisas
Amar uma coisa que não existe, ou que existe para afastar os medos das pessoas, desprotegidas e sozinhas neste mundo desprovido de sentido, acima de tudo o resto, anulando a pessoa é das maiores manifestações de inteligência e evolução de pensamento. Ao pé disto, o período renascentista e o seu contributo para o crescimento da humanidade foi uma nódoa na história, uma época que é necessário apagar não só dos livros, como das mentes.
Amar uma coisa que não existe, ou que existe para afastar os medos das pessoas, desprotegidas e sozinhas neste mundo desprovido de sentido, acima de tudo o resto, anulando a pessoa é das maiores manifestações de inteligência e evolução de pensamento. Ao pé disto, o período renascentista e o seu contributo para o crescimento da humanidade foi uma nódoa na história, uma época que é necessário apagar não só dos livros, como das mentes.
Já que insistem ...
Este senhor é sexy. Pelo menos, na fotografia, parece. Ou será que quer parecer?
Não há certeza nesta matéria, mas o facto é que dá vontade de dizer que ele é, de facto, sexy. O olhar, a expressão facial, a pose, tudo respira sensualidade.
Afinal, o Orçamento de Estado para 2009 é maravilhoso, bem pensado, forte para combater a crise internacional, cheio de aspectos fantásticos, com tantos rebuçadinhos para todos os quadrantes da sociedade, principalmente para os habituais pagadores das crises, com tantos afagos à carteira do contribuinte e do pobre cidadão comum, com medidas espectaculares para que ninguém se esqueça em quem votar nas próximas eleições. Perdão, isto não era para dizer, era suposto ser a mensagem subliminar. Estragou-se a surpresa.
Por isso é que este senhor é sexy. Consegue fazer uma obra orçamental, defendê-la como se não houvesse amanhã um vendaval de crise que pudesse arruinar as suas previsões e o seu trabalho tão precioso e bem feito, e ainda manter a pose, sem nunca resvalar para as politiquices que aí vêm com as eleições vindouras.
Sexy, não?
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
A melhor banda do Mundo
Shine on you crazy diamond, Pink Floyd
Porque hoje começa o mundo a girar de novo.
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Quem Quer Fotocópias?
Diz-se por aí que uma entidade toda poderosa de fiscalização e zelo pelas condições de segurança, higiene e legalidade para protecção do cidadão comum, veio numa fúria e fechou uma casinha de copiar folhas, num estabelecimento de ensino superior em Lisboa.
Diz-se, ninguém tem a certeza, podem ser apenas boatos ; mas é muito mais fixe chegar a casa e dizer : “ A coisa das fotocópias foi fechada pela ASAE “, dá um ar de importância e transmite a ideia de que se passam grandes coisas, do que praguejar “ Sorte a minha, que está fechado por motivos de força maior ”, que era o que dizia no aviso improvisado na porta.
Já para não falar na comicidade e ironia da situação, uma escola onde se ensinam valores que regem o ordenamento, onde se ensina o funcionamento da judicatura que se quer livre de corrompimentos e fraudes, é exactamente a mesma escola que tem nas suas entranhas um poço de fazer asneiras e defraudar os direitos de autor .
Obviamente, a legalidade e a sua defesa têm que ser assegurados e tal, defende-se o consumidor, o cidadão e também contribuinte, que não deve ser lesado, nem lesado pode ser também o Estado. Pois claro. Esqueceu-se ainda dos pobres estudantes, que recorrem as fraudes para não irem morar para baixo da ponte porque gastaram tudo em livros dos quais só precisam de saber 20 ou 30 páginas no seu todo. Havia que proteger quem precisa de poupar e por isso manda fotocopiar livros ; disso ninguém se lembra. Mas, enfim, há que defender a legalidade.
Onde está a legalidade? Deve ter fugido com a ironia, que jorra ilegalidade a potes no local onde se ensina o basilar das pretensões do amanhã.
Diz-se, ninguém tem a certeza, podem ser apenas boatos ; mas é muito mais fixe chegar a casa e dizer : “ A coisa das fotocópias foi fechada pela ASAE “, dá um ar de importância e transmite a ideia de que se passam grandes coisas, do que praguejar “ Sorte a minha, que está fechado por motivos de força maior ”, que era o que dizia no aviso improvisado na porta.
Já para não falar na comicidade e ironia da situação, uma escola onde se ensinam valores que regem o ordenamento, onde se ensina o funcionamento da judicatura que se quer livre de corrompimentos e fraudes, é exactamente a mesma escola que tem nas suas entranhas um poço de fazer asneiras e defraudar os direitos de autor .
Obviamente, a legalidade e a sua defesa têm que ser assegurados e tal, defende-se o consumidor, o cidadão e também contribuinte, que não deve ser lesado, nem lesado pode ser também o Estado. Pois claro. Esqueceu-se ainda dos pobres estudantes, que recorrem as fraudes para não irem morar para baixo da ponte porque gastaram tudo em livros dos quais só precisam de saber 20 ou 30 páginas no seu todo. Havia que proteger quem precisa de poupar e por isso manda fotocopiar livros ; disso ninguém se lembra. Mas, enfim, há que defender a legalidade.
Onde está a legalidade? Deve ter fugido com a ironia, que jorra ilegalidade a potes no local onde se ensina o basilar das pretensões do amanhã.
Uma Teoria Qualquer ...
Quem chora porque é traído, magoado, trapaceado, alvo de intrigas, deslealdades, perfídias e aleivosias, vai fazer o mesmo aos outros?
Aparentemente. Porque a susceptibilidade de sofrer desaires só serve quando o vendaval vem de fora. Dentro, as coisas são substancialmente diferentes.
Faz-se tudo e quem vem atrás que feche a porta, que importa, não será?
É a velha ( ou nem por isso, mas não por isso menos verdadeira ) teoria do umbigo ; quando são os outros a fazer, quem leva com as consequências é pobrezinho, desgraçado, miserável. Quando é o próprio a exercitar as mesmas actividades no próximo, pode-se porque se ascendeu ao nível da burguesia, arrogante e cheia de vento.
Aparentemente. Porque a susceptibilidade de sofrer desaires só serve quando o vendaval vem de fora. Dentro, as coisas são substancialmente diferentes.
Faz-se tudo e quem vem atrás que feche a porta, que importa, não será?
É a velha ( ou nem por isso, mas não por isso menos verdadeira ) teoria do umbigo ; quando são os outros a fazer, quem leva com as consequências é pobrezinho, desgraçado, miserável. Quando é o próprio a exercitar as mesmas actividades no próximo, pode-se porque se ascendeu ao nível da burguesia, arrogante e cheia de vento.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Anátema
O coração é um músculo, situado no peito do ser humano, ladeado pelos pulmões e protegido por um conjunto de ossos, que serve para bombear o sangue para todo o corpo.
É associado a uma espécie de central de produção de sentimentos, depósito de emoções e fábrica de pensamentos, mesmo sabendo que tudo se passa num outro órgão, situado na extremidade superior do corpo humano que, esse sim, é o centro de tudo.
Porém, e seguindo uma lógica romântica, a imagem de que o coração é o centro da actividade emocional mantém-se. Até porque ajuda a manter a aura de mistério à volta de aspectos que nem sempre se compreendem ; assim, quando as emoções vindas do cérebro são mal entendidas, mal explicadas ou vem tomar um rumo inexplicável e inesperado, para o qual não se encontram motivos, é tão mais fácil chutar a explicação para o campo do coração, que tem razões que a razão desconhece, do que estar a perder horas de sono, tão precioso, a tentar descortinar a essência da coisa. Fica, então, explicado porque se continua a falar em coração como processador único de emoções, acções e pensamentos, como se a ciência não tivesse evoluído e descoberto as reacções químicas e eléctrodos dos neurónios no cérebro.
É compreensível que ainda se associe ao coração a centralidade emocional ; afinal, ele é o primeiro a dar de si quando alguma coisa sucede, ele é o primeiro a sentir o que o cérebro constrói, ele é o primeiro a bater mais depressa nalgum facto acontecente mais agudo, seja de que natureza for. Pode não ser a origem do sentimento, do pensamento, do arrepio, mas é o alvo, o epicentro, o local do acidente quando os factos acontecem. E por tudo lá se dar, o coração é um órgão sensível.
Sensível às mudanças, às palavras, aos gestos e comportamentos, às pessoas, aos factos, à historia, ao futuro, às mentiras, às omissões, às trapaças e faltas de chá, alheias e próprias. Sensível a todas estas circunstâncias, e as que mais existirem, é o órgão, que mesmo passados 1000 anos da idade medieval, continua a ser de alguma forma responsável por tudo o que vem do cérebro e não pode ou não consegue ser racionalizado.
Porém, o estúpido, sensível a tudo o que lhe possam fazer, e que chora anos a fio por coisas que passariam melhor se fossem relativizadas, e que precisa de milhares de curativos para se refazer de arranhões que deixarão, inevitavelmente, cicatrizes, mesmo assim, dá-se ao luxo de, de quando em vez, mudar a rota sem dar cavaco ao portador, deixando-o miserável com as indicações contraditórias recebidas.
De repente, dá-se uma ventania e acaba-se a paz ; vá de mudar o caminho, a perspectiva, os gostos, as pessoas, as vistas, e segue como se nada fosse, como se ainda não há dois segundos tivesse vindo de outro sitio a milhares de km de distancia. Dá-lhe uma inspiração e lá vai, contente da vida, andar por caminhos de cabras quando tem uma auto-estrada disponível, a preferir correr atras do porco quando tem costeletas no supermercado, a andar descalço quando tem sapatos.
E segue o seu rumo sem mais olhar para trás, danando-se o dono, que tem um cérebro funcionante que sabe os perigos que têm os caminhos íngremes e secundários, que tem consciência de que o porco pode não ter sido sujeito a controlo sanitário, que tem conhecimento que andar descalço na rua é doloroso.
No entanto, nada pode fazer ; assim é e assim caminha, sem justificações.
Traidor.
É associado a uma espécie de central de produção de sentimentos, depósito de emoções e fábrica de pensamentos, mesmo sabendo que tudo se passa num outro órgão, situado na extremidade superior do corpo humano que, esse sim, é o centro de tudo.
Porém, e seguindo uma lógica romântica, a imagem de que o coração é o centro da actividade emocional mantém-se. Até porque ajuda a manter a aura de mistério à volta de aspectos que nem sempre se compreendem ; assim, quando as emoções vindas do cérebro são mal entendidas, mal explicadas ou vem tomar um rumo inexplicável e inesperado, para o qual não se encontram motivos, é tão mais fácil chutar a explicação para o campo do coração, que tem razões que a razão desconhece, do que estar a perder horas de sono, tão precioso, a tentar descortinar a essência da coisa. Fica, então, explicado porque se continua a falar em coração como processador único de emoções, acções e pensamentos, como se a ciência não tivesse evoluído e descoberto as reacções químicas e eléctrodos dos neurónios no cérebro.
É compreensível que ainda se associe ao coração a centralidade emocional ; afinal, ele é o primeiro a dar de si quando alguma coisa sucede, ele é o primeiro a sentir o que o cérebro constrói, ele é o primeiro a bater mais depressa nalgum facto acontecente mais agudo, seja de que natureza for. Pode não ser a origem do sentimento, do pensamento, do arrepio, mas é o alvo, o epicentro, o local do acidente quando os factos acontecem. E por tudo lá se dar, o coração é um órgão sensível.
Sensível às mudanças, às palavras, aos gestos e comportamentos, às pessoas, aos factos, à historia, ao futuro, às mentiras, às omissões, às trapaças e faltas de chá, alheias e próprias. Sensível a todas estas circunstâncias, e as que mais existirem, é o órgão, que mesmo passados 1000 anos da idade medieval, continua a ser de alguma forma responsável por tudo o que vem do cérebro e não pode ou não consegue ser racionalizado.
Porém, o estúpido, sensível a tudo o que lhe possam fazer, e que chora anos a fio por coisas que passariam melhor se fossem relativizadas, e que precisa de milhares de curativos para se refazer de arranhões que deixarão, inevitavelmente, cicatrizes, mesmo assim, dá-se ao luxo de, de quando em vez, mudar a rota sem dar cavaco ao portador, deixando-o miserável com as indicações contraditórias recebidas.
De repente, dá-se uma ventania e acaba-se a paz ; vá de mudar o caminho, a perspectiva, os gostos, as pessoas, as vistas, e segue como se nada fosse, como se ainda não há dois segundos tivesse vindo de outro sitio a milhares de km de distancia. Dá-lhe uma inspiração e lá vai, contente da vida, andar por caminhos de cabras quando tem uma auto-estrada disponível, a preferir correr atras do porco quando tem costeletas no supermercado, a andar descalço quando tem sapatos.
E segue o seu rumo sem mais olhar para trás, danando-se o dono, que tem um cérebro funcionante que sabe os perigos que têm os caminhos íngremes e secundários, que tem consciência de que o porco pode não ter sido sujeito a controlo sanitário, que tem conhecimento que andar descalço na rua é doloroso.
No entanto, nada pode fazer ; assim é e assim caminha, sem justificações.
Traidor.
domingo, 12 de outubro de 2008
Swanheart
All those beautiful people
I want to have them all
All those porcelain models
If only I could make them fall
Be my heart a well of love
Flowing free so far above
A wintry eve
Once upon a tale
An Ugly Duckling
Lost in a verse
Of a sparrow's carol
Dreaming the stars
Be my heart a well of love
Flowing free so far above
In my world
Love is for poets
Never the famous balcony scene
Just a dying faith
On a heaven's gate
Crystal pond awaits the lorn
Tonight another morn for the lonely one is born
Tuomas Holopainen, Nightwish
I want to have them all
All those porcelain models
If only I could make them fall
Be my heart a well of love
Flowing free so far above
A wintry eve
Once upon a tale
An Ugly Duckling
Lost in a verse
Of a sparrow's carol
Dreaming the stars
Be my heart a well of love
Flowing free so far above
In my world
Love is for poets
Never the famous balcony scene
Just a dying faith
On a heaven's gate
Crystal pond awaits the lorn
Tonight another morn for the lonely one is born
Tuomas Holopainen, Nightwish
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Will Walk Alone
Fare thee well, little broken heart
Downcast eyes, lifetime loneliness
Whatever walks in my heart will walk alone
Constant longing for the perfect soul
Unwashed scenery forever gone
No love left in me
No eyes to see the heaven beside me
My time is yet to come
So I'll be forever yours
Porque é que tudo o que a música lembra faz sentido? Todo o sentido do mundo?
A salientar mesmo a melodia e todo o travo a desespero que emana dela. Perdoe-se a fraca qualidade do video ( é o que há ).
Mein Herz schlägt nicht mehr weiter
Uma força para-popular tem o costume de dizer que existem 3 coisas na vida de uma mulher : a mala, os sapatos e a melhor amiga.
Conclusões sobre a futilidade plantada na frase à parte, apetece dizer que para além da estupidez crónica estampada, não só em quem em inventou, como também a mesma estupidez de quem pega nela e a comenta para o povo e as crianças verem, apetece mesmo mandar vir.
Apetece dizer que, assim como os chapéus, malas há muitas e são verdadeiramente importantes quando se tem alguma coisa para lá guardar, senão um saco de compras serve muito bem.
Apetece dizer que sapatos são uma perdição, um vício, investimento enorme em objectos que têm como objectivo primordial serem arrastados pelo chão, pisando toda a espécie de porcaria. Gasta-se uma fortuna em coisinhas tão giras, que encaixam perfeitamente nas extremidades inferiores do corpo, como se nunca de lá tivessem saído, para depois levá-los por caminhos sinuosos e estradas de terra batida, cheios de lama e lixo, gastar a sua linda cor e formato em andanças de todos os dias, sem nada para contar a não ser os riscos no verniz, que ficam como cicatrizes, para lembrar ao dono os trambolhões que já deu. Ou então, sapatos que se compram para usar uma vez na vida e ficam a encher-se de pó numa caixa que nunca mais verá a luz do dia, no fundo do armário, desperdiçando o dinheiro gasto e o tempo bom que poderiam ter passado nos pés de quem, por uma vez, corria o trilho do sol.
Apetece ainda dizer que a melhor amiga é fraude eufemística. Se algum dia existiu, morreu algures, não se sabe bem onde. E quem veio para lhe tomar o lugar, também se esqueceu de qualquer coisa num sítio longínquo e voltou atrás para a ir buscar.
De maneira que o caminho que se trilha é com saco de compras sem nada lá dentro, com uns sapatos lindos no meio do entulho e sem ninguém para fazer companhia, porque antes andar contra o vento sozinho do que passear alegremente entre plantas carnívoras.
Os acessórios de moda e a pessoa amiga não fazem a vida de mulher alguma. Quer dizer, em alguma medida, até podem fazer, mas mesmo existindo e tendo a importância que se lhe quiser dar, não contam como existência fulcral.
Falta o essencial que não cabe na mala, nem ajudam a estrada a ser menos acidentada, nem fazem conversa de confidencia e confiança com ninguem. Ou é suposto estes 3 elementos trazerem o essencial? Não seria isso reduzir a vida de uma pessoa a um espectro de futilidade? Onde fica o resto, no meio desta premissa descabida, em que nada mais cabe senão o que se tem na mão, nos pés e ao lado? E para quem caminha num trilho que não este, qual é a alternativa para a estacão?
Sem querer ocupar o lugar de quem se entretenha a pensar longamente sobre as circunstâncias da vida feminina e a parir frases tão eruditas como esta, diria que as 3 coisas na vida de uma mulher se resumem a uma só : paz de espírito.
Porque a paz de espírito enche uma mala inteira e nunca pesa no ombro.
Porque a paz de espírito permite manter os sapatos limpos durante a travessia dolorosa e desgastante.
Porque a paz de espírito substitui por milhões de vezes a presença de outra pessoa.
E porque, depois de chegar a paz de espirito, há mais tempo e disposição para apreciar a mala, sapatos e a conversa com amigos.
Conclusões sobre a futilidade plantada na frase à parte, apetece dizer que para além da estupidez crónica estampada, não só em quem em inventou, como também a mesma estupidez de quem pega nela e a comenta para o povo e as crianças verem, apetece mesmo mandar vir.
Apetece dizer que, assim como os chapéus, malas há muitas e são verdadeiramente importantes quando se tem alguma coisa para lá guardar, senão um saco de compras serve muito bem.
Apetece dizer que sapatos são uma perdição, um vício, investimento enorme em objectos que têm como objectivo primordial serem arrastados pelo chão, pisando toda a espécie de porcaria. Gasta-se uma fortuna em coisinhas tão giras, que encaixam perfeitamente nas extremidades inferiores do corpo, como se nunca de lá tivessem saído, para depois levá-los por caminhos sinuosos e estradas de terra batida, cheios de lama e lixo, gastar a sua linda cor e formato em andanças de todos os dias, sem nada para contar a não ser os riscos no verniz, que ficam como cicatrizes, para lembrar ao dono os trambolhões que já deu. Ou então, sapatos que se compram para usar uma vez na vida e ficam a encher-se de pó numa caixa que nunca mais verá a luz do dia, no fundo do armário, desperdiçando o dinheiro gasto e o tempo bom que poderiam ter passado nos pés de quem, por uma vez, corria o trilho do sol.
Apetece ainda dizer que a melhor amiga é fraude eufemística. Se algum dia existiu, morreu algures, não se sabe bem onde. E quem veio para lhe tomar o lugar, também se esqueceu de qualquer coisa num sítio longínquo e voltou atrás para a ir buscar.
De maneira que o caminho que se trilha é com saco de compras sem nada lá dentro, com uns sapatos lindos no meio do entulho e sem ninguém para fazer companhia, porque antes andar contra o vento sozinho do que passear alegremente entre plantas carnívoras.
Os acessórios de moda e a pessoa amiga não fazem a vida de mulher alguma. Quer dizer, em alguma medida, até podem fazer, mas mesmo existindo e tendo a importância que se lhe quiser dar, não contam como existência fulcral.
Falta o essencial que não cabe na mala, nem ajudam a estrada a ser menos acidentada, nem fazem conversa de confidencia e confiança com ninguem. Ou é suposto estes 3 elementos trazerem o essencial? Não seria isso reduzir a vida de uma pessoa a um espectro de futilidade? Onde fica o resto, no meio desta premissa descabida, em que nada mais cabe senão o que se tem na mão, nos pés e ao lado? E para quem caminha num trilho que não este, qual é a alternativa para a estacão?
Sem querer ocupar o lugar de quem se entretenha a pensar longamente sobre as circunstâncias da vida feminina e a parir frases tão eruditas como esta, diria que as 3 coisas na vida de uma mulher se resumem a uma só : paz de espírito.
Porque a paz de espírito enche uma mala inteira e nunca pesa no ombro.
Porque a paz de espírito permite manter os sapatos limpos durante a travessia dolorosa e desgastante.
Porque a paz de espírito substitui por milhões de vezes a presença de outra pessoa.
E porque, depois de chegar a paz de espirito, há mais tempo e disposição para apreciar a mala, sapatos e a conversa com amigos.
O que diz a Avózinha
Verdades inelutáveis e absolutas, incontornáveis e fiéis a si mesmas, dogmas e frases feitas relativamente à natureza dos homens, no sentido global, claro está, são o tipo de coisas que toda a vida se ouvem dizer sem nunca verdadeiramente se fazerem fé nelas. O que quer que se lhe queira chamar a estas verdades, premissas, frases feitas, bojardas, filosofias, o que é certo é que existem. Assim como a língua mãe é rica em provérbios e dizeres afins carregados de sabedoria, mesmo que ninguem os use, desgraçadamente seriamos todos muito mais felizes se seguíssemos as popularidade, ninguem roubava, matava ou espirrava para cima do vizinho sem partir uma quantidade de bilhas que vão à fonte e lá ficam e infortúnios semelhantes que o disparate comanda, proliferam as ditas verdades sem que ninguem se lembre delas.
Ouvir a avózinha dizer para ter cuidado com os velhos que levam os meninos nos sacos não é tão mentira quanto isso. Escutar a mãe falar dos rapazes maus como demónios negros que saltam a cada esquina para maltratar as meninas inocentes também não foge à verdade. Ou mesmo o paizinho que avisa o filhote como as mulheres conseguem ser todas umas grandes mafiosas que guiam os homens à loucura também não deixa nada a faltar aos factos que existem. Quantas vezes foram proferidos estes dizeres? E quantas vezes são ouvidos?
A bem da dita verdade, não são ouvidas de todo. Porque o mundo é um lugar de filha-da-putice, são todos uns bodes e vêm encher a vida dos outros de miséria e desalento. Porque as mães e pais deste mundo, por melhor que tratem os filhos, nunca deixam de os avisar para o pior que a vida traz ; faz parte da educação destruir as ilusões infantis para as substituir por premissas de desilusão.
Ainda se admiram, as almas inocentes, por estar o mundo cheio de trafulhices e gente imprestável. Deviam estar com certeza a comprar pão e bolinhos quando se deram as importantes lições de vida. E ainda se admiram, mesmo depois de crescer.
E qual seria a conclusão a tirar da descoberta negra e destroçadora de corações? Impermeabilizar a alma e a mente para protecção contra tais situações? Contorná-las com a sabedoria de quem aprende e apreende? Evitar pessoas e momentos que possam trazer dissabores futuros?
Assim não será.
Há que ser sacana para tapar a sacanice. Há que ser tão malvado quanta a maldade impressa nas acções do outro. Há que fazer igual, porque somos todos iguais e a igualdade, entre outros, é dos princípios basilares de tudo. Há que sacanear em primeiro lugar antes que o próximo venha com diligencias maldosas. Há que ser mais papista que o papa. Há que ter menos escrúpulos que os resto do mundo.
Assim será.
Ouvir a avózinha dizer para ter cuidado com os velhos que levam os meninos nos sacos não é tão mentira quanto isso. Escutar a mãe falar dos rapazes maus como demónios negros que saltam a cada esquina para maltratar as meninas inocentes também não foge à verdade. Ou mesmo o paizinho que avisa o filhote como as mulheres conseguem ser todas umas grandes mafiosas que guiam os homens à loucura também não deixa nada a faltar aos factos que existem. Quantas vezes foram proferidos estes dizeres? E quantas vezes são ouvidos?
A bem da dita verdade, não são ouvidas de todo. Porque o mundo é um lugar de filha-da-putice, são todos uns bodes e vêm encher a vida dos outros de miséria e desalento. Porque as mães e pais deste mundo, por melhor que tratem os filhos, nunca deixam de os avisar para o pior que a vida traz ; faz parte da educação destruir as ilusões infantis para as substituir por premissas de desilusão.
Ainda se admiram, as almas inocentes, por estar o mundo cheio de trafulhices e gente imprestável. Deviam estar com certeza a comprar pão e bolinhos quando se deram as importantes lições de vida. E ainda se admiram, mesmo depois de crescer.
E qual seria a conclusão a tirar da descoberta negra e destroçadora de corações? Impermeabilizar a alma e a mente para protecção contra tais situações? Contorná-las com a sabedoria de quem aprende e apreende? Evitar pessoas e momentos que possam trazer dissabores futuros?
Assim não será.
Há que ser sacana para tapar a sacanice. Há que ser tão malvado quanta a maldade impressa nas acções do outro. Há que fazer igual, porque somos todos iguais e a igualdade, entre outros, é dos princípios basilares de tudo. Há que sacanear em primeiro lugar antes que o próximo venha com diligencias maldosas. Há que ser mais papista que o papa. Há que ter menos escrúpulos que os resto do mundo.
Assim será.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Eva
Já não me consigo lembrar se postei esta música em tempos idos ou não. Não interessa.
Releva agora que sentia saudades de a ter por perto.
Naqueles dias em que anda tudo virado ao contrário, Mr. Holopainen faz milagres. Nem sei como é possível viver sem isto. Hoje é claramente exemplo disso.
domingo, 5 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
Novidade
Há que atender ao grande regresso dos Metallica. Voltando às raízes, voltam no melhor estilo.
The Day That Never Comes, Metallica
In Nomine Dei
Meus filhos, procriai sem restrições, dizem as mais altas entidades religiosas. A restrição faz mal ao espírito, à mente e ao corpo. Restrições ao que é natural ao ser humano trazem infortúnios pecaminosos, quebram o que é inerente ao ser natural humano, não deixam que as moléculas hormonais, desenfreadas e saltitonas, façam o seu dever de trazer mais gente ao mundo.
Os impedimentos artificiais não permitem que os homens ( na acepção global da palavra, entenda-se ) cumpram a sua função. Não permitem que haja o genuíno desenvolvimento da espécie, não permitem que se cumpram os desígnios para os quais fomos criados, não permitem a criação, desenvolvimento, a evolução do amor.
Sim, porque amor, meus filhos, é não existirem barreiras entre o presente e o futuro, entre o que somos e o que estamos predestinados a fazer.
Amor é não ter cuidado nenhum e deixar proliferar as doenças que nos passaram as aulas de formação cívica a dizer para tomar atenção e tomar precauções. Amor é deixar a natureza à sua vontade e criar bactérias nos corpos alheios para que tomemos o caminho da não restrição à família. Amor é ter criancinhas aos montes, educadas no espírito do segue o caminho do bem e não uses profilácticos. Amor é deixar que as doenças graves, que não terão cura senão daqui a umas gerações, proliferem alegremente nas pessoas, deixando milhares sem qualidade de vida, com estigmas sociais e vidas miseráveis porque seguiram o caminho do natural. Amor é deixar de usar artificialidades e subsequentemente marcar uma geração de mães e pais solteiros. Porque a moralidade e a vida espiritual assim o exigem.
Moral da historia : este é o século XXI, real, verdadeiro.
O século em que as preocupações sobre outras coisas que não os cuidados de saúde e vida sexual saudável deixam de ter lugar para abrir caminho para o obscurantismo. Este é o século em que as trevas ainda têm lugar. E qual é a solução para quem não quer quebrar a regra do artificialismo? Abstinência? Moralidade falsa? Sexo por telepatia?
E que tal falar do amor, não como forma de pecado, de desvio ao caminho do que quer que se queira chamar bem, mas como forma universal de linguagem? Uma linguagem responsável, em que todos têm um papel a cumprir, em que todos terão o dever de zelar pela saúde de cada um, de todos? Que tal falar no amor natural, ele sim, mas amor naturalmente protegido, responsável, cuidado? Porque não falar abertamente do amor já com a componente protecção incluído, que num mundo perfeito, uma coisa não seria separada da outra?
Que tal falar da família, que tanto se quer proteger e estimar, que tanto se pretende valorizar e estimular, com o incentivo da vontade própria, do que é espontâneo, mas informado, esclarecido, iluminado para a realidade?
Era bom, não?
Os impedimentos artificiais não permitem que os homens ( na acepção global da palavra, entenda-se ) cumpram a sua função. Não permitem que haja o genuíno desenvolvimento da espécie, não permitem que se cumpram os desígnios para os quais fomos criados, não permitem a criação, desenvolvimento, a evolução do amor.
Sim, porque amor, meus filhos, é não existirem barreiras entre o presente e o futuro, entre o que somos e o que estamos predestinados a fazer.
Amor é não ter cuidado nenhum e deixar proliferar as doenças que nos passaram as aulas de formação cívica a dizer para tomar atenção e tomar precauções. Amor é deixar a natureza à sua vontade e criar bactérias nos corpos alheios para que tomemos o caminho da não restrição à família. Amor é ter criancinhas aos montes, educadas no espírito do segue o caminho do bem e não uses profilácticos. Amor é deixar que as doenças graves, que não terão cura senão daqui a umas gerações, proliferem alegremente nas pessoas, deixando milhares sem qualidade de vida, com estigmas sociais e vidas miseráveis porque seguiram o caminho do natural. Amor é deixar de usar artificialidades e subsequentemente marcar uma geração de mães e pais solteiros. Porque a moralidade e a vida espiritual assim o exigem.
Moral da historia : este é o século XXI, real, verdadeiro.
O século em que as preocupações sobre outras coisas que não os cuidados de saúde e vida sexual saudável deixam de ter lugar para abrir caminho para o obscurantismo. Este é o século em que as trevas ainda têm lugar. E qual é a solução para quem não quer quebrar a regra do artificialismo? Abstinência? Moralidade falsa? Sexo por telepatia?
E que tal falar do amor, não como forma de pecado, de desvio ao caminho do que quer que se queira chamar bem, mas como forma universal de linguagem? Uma linguagem responsável, em que todos têm um papel a cumprir, em que todos terão o dever de zelar pela saúde de cada um, de todos? Que tal falar no amor natural, ele sim, mas amor naturalmente protegido, responsável, cuidado? Porque não falar abertamente do amor já com a componente protecção incluído, que num mundo perfeito, uma coisa não seria separada da outra?
Que tal falar da família, que tanto se quer proteger e estimar, que tanto se pretende valorizar e estimular, com o incentivo da vontade própria, do que é espontâneo, mas informado, esclarecido, iluminado para a realidade?
Era bom, não?
Por Outro Lado ...
Justiça seja feita, não é tão mau assim.
Afinal, o país de fascistas camuflados, que vão vivendo de alegres recordações de vidas honestas e asseadas num outro tempo em que tudo era delicioso porque ninguém abria a boca sem ir parar ao Tarrafal, ainda acorda para a vida e julga as acções de meninos maus que gostam de brincar às confrarias de violência e intolerância.
Para quem está por dentro das andanças da Judicatura, confessa-se um pouquinho mais interessado pelo direito penal que faz maravilhas a defender os valores democráticos e de uma sociedade que se quer livre e esclarecida em todas as circunstâncias. Obviamente que os visados não podiam deixar de se considerar perseguidos por uma corja dita maçónica que os persegue com um pau pela rua fora e lhes chama nomes feios.
Por estes lados, crê-se que se ensinou hoje uma lição de enorme valor, em que as palavras bonitas da Lei Fundamental deixaram de ser enfeite para serem trazidas ao palco da actividade real.
Afinal, o país de fascistas camuflados, que vão vivendo de alegres recordações de vidas honestas e asseadas num outro tempo em que tudo era delicioso porque ninguém abria a boca sem ir parar ao Tarrafal, ainda acorda para a vida e julga as acções de meninos maus que gostam de brincar às confrarias de violência e intolerância.
Para quem está por dentro das andanças da Judicatura, confessa-se um pouquinho mais interessado pelo direito penal que faz maravilhas a defender os valores democráticos e de uma sociedade que se quer livre e esclarecida em todas as circunstâncias. Obviamente que os visados não podiam deixar de se considerar perseguidos por uma corja dita maçónica que os persegue com um pau pela rua fora e lhes chama nomes feios.
Por estes lados, crê-se que se ensinou hoje uma lição de enorme valor, em que as palavras bonitas da Lei Fundamental deixaram de ser enfeite para serem trazidas ao palco da actividade real.
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
O Tempo da Outra Senhora
Levanta-se uma criança inocente cedo da sua caminha, nos confins do mundo, para se dirigir ao Antro que tantas vezes a desgostou, pensado que nada mais a surpreenderia num universo atroz e velhaco.
E convicta de que mais nada estaria para vir num espaço em que o tudo pode acontecer é uma verdade absoluta, eis que surge no horizonte um aglomerado de artefactos,mesmo no meio de uma instituição, de si propícia a desaires políticos, pedagógicos e emocionais para os que o frequentam, objectos esses alvo da curiosidade da dita inocente infante.
Qual não seria o espanto, mesmo de quem tudo espera debaixo do tecto que a abriga, quando, chegando mais próximo do conjunto para melhor reparar no que os seus olhos míopes lhe diziam, se depara com um singelo mas não menos digno altar de adoração à figura do último Presidente do Conselho do Estado Novo.
E nada lhe faltava. Um velho lenço bordado, gasto pelo tempo e pelas mãos que o tocaram cobre uma cadeira, onde repousa um quadro com a fotografia do senhor dos óculos de aros de tartaruga, que deve ter ficado bem presente na memória daqueles que tinham idade para assistir ao Conversas em Família, aos domingos à noite, num tempo em que a televisão não conhecia filmes de ficção cientifica ou programas de entretenimento dedicados à dança. Junto à fotografia do professor, uma pequeno texto de agradecimento e louvor ao mesmo, feito pelo simples mas de boa memória, pelos vistos, senhor idoso que se arruma a um canto a vender fotocópias de um tempo há muito ido, onde se enaltece todas as qualidades do tirano, perdão, estadista, sem nunca deixar de fora as imagens imensas de santos, mártires e outros da mesma espécie, como que a iluminar o caminho no além de tão conhecida figura.
Criança tola, que confiara nas glórias da Democracia moderna e no Estado de Direito do seu país nos últimos 34 anos para fazer esquecer os negros anos de obscurantismo e atentados ao livre pensamento, sente-se aturdida e precisa rapidamente de um balde de café e uns quantos pauzinhos daqueles que se acendem na extremidade e se puxa o ar, carregado de substancias bronzeadoras de pulmões, para recuperar.
Então, e as maravilhas do mundo de pensamento livre, do sistema jurídico tão bem organizado e estruturado, que tanto trabalho dá a estudar e a perceber, das leis justas e iguais, o livrinho azul, tão bonito e com ideias brilhantes, que seria suposto ser perfeito e superior a todos os outros actos normativos, onde fica, se há gente que, afinal, sente a falta do tempo da outra senhora, em que tudo era limpo, pobre, honesto, trabalhador? Onde fica a ideologia e a vontade de ser melhor com um novo sistema? Julgarão que a confusão que existiu na madrugada de dia 25 de Abril foi uma grande festa porque nesse dia ninguém queria ir trabalhar? Miudinha insolente, a censurar as ideias os outros, afinal quem é que não deixa expressar quem?
Não é questão de liberdade de expressão, ou de ideias próprias de cada um, ou a quem queiram agradecer por uma vida submissa e triste. Não é censura, o Estado de Direito é como o deus de alguns, tudo permite e tudo perdoa, porque é superior a tudo, a todos ama, e na diversidade reside a riqueza.
É porque é assim que se acaba com a inocência de alguém. E ninguem vê. Passam pelo templo improvisado e nem reparam no que realmente lá está. E ninguem se mostra surpreendido.
Deve ser normal sentir falta de quem nos bate.
E convicta de que mais nada estaria para vir num espaço em que o tudo pode acontecer é uma verdade absoluta, eis que surge no horizonte um aglomerado de artefactos,mesmo no meio de uma instituição, de si propícia a desaires políticos, pedagógicos e emocionais para os que o frequentam, objectos esses alvo da curiosidade da dita inocente infante.
Qual não seria o espanto, mesmo de quem tudo espera debaixo do tecto que a abriga, quando, chegando mais próximo do conjunto para melhor reparar no que os seus olhos míopes lhe diziam, se depara com um singelo mas não menos digno altar de adoração à figura do último Presidente do Conselho do Estado Novo.
E nada lhe faltava. Um velho lenço bordado, gasto pelo tempo e pelas mãos que o tocaram cobre uma cadeira, onde repousa um quadro com a fotografia do senhor dos óculos de aros de tartaruga, que deve ter ficado bem presente na memória daqueles que tinham idade para assistir ao Conversas em Família, aos domingos à noite, num tempo em que a televisão não conhecia filmes de ficção cientifica ou programas de entretenimento dedicados à dança. Junto à fotografia do professor, uma pequeno texto de agradecimento e louvor ao mesmo, feito pelo simples mas de boa memória, pelos vistos, senhor idoso que se arruma a um canto a vender fotocópias de um tempo há muito ido, onde se enaltece todas as qualidades do tirano, perdão, estadista, sem nunca deixar de fora as imagens imensas de santos, mártires e outros da mesma espécie, como que a iluminar o caminho no além de tão conhecida figura.
Criança tola, que confiara nas glórias da Democracia moderna e no Estado de Direito do seu país nos últimos 34 anos para fazer esquecer os negros anos de obscurantismo e atentados ao livre pensamento, sente-se aturdida e precisa rapidamente de um balde de café e uns quantos pauzinhos daqueles que se acendem na extremidade e se puxa o ar, carregado de substancias bronzeadoras de pulmões, para recuperar.
Então, e as maravilhas do mundo de pensamento livre, do sistema jurídico tão bem organizado e estruturado, que tanto trabalho dá a estudar e a perceber, das leis justas e iguais, o livrinho azul, tão bonito e com ideias brilhantes, que seria suposto ser perfeito e superior a todos os outros actos normativos, onde fica, se há gente que, afinal, sente a falta do tempo da outra senhora, em que tudo era limpo, pobre, honesto, trabalhador? Onde fica a ideologia e a vontade de ser melhor com um novo sistema? Julgarão que a confusão que existiu na madrugada de dia 25 de Abril foi uma grande festa porque nesse dia ninguém queria ir trabalhar? Miudinha insolente, a censurar as ideias os outros, afinal quem é que não deixa expressar quem?
Não é questão de liberdade de expressão, ou de ideias próprias de cada um, ou a quem queiram agradecer por uma vida submissa e triste. Não é censura, o Estado de Direito é como o deus de alguns, tudo permite e tudo perdoa, porque é superior a tudo, a todos ama, e na diversidade reside a riqueza.
É porque é assim que se acaba com a inocência de alguém. E ninguem vê. Passam pelo templo improvisado e nem reparam no que realmente lá está. E ninguem se mostra surpreendido.
Deve ser normal sentir falta de quem nos bate.
Res Nullius
Nada de novo se passa no reino da humilde mas honesta humanidade.
A estagnação veio para ficar, e exceptuando as oscilações do mercado de valores e o colapso ( pelo menos aparente ) do sistema financeiro americano, as formigas agitam-se na sua azáfama diária, também designada rotina, sem levantar a cabeça do chão, sem aliviarem o peso das costas. O sol faz companhia, entrecortado por farrapos de nuvem que passam depressa ao sabor do vento.
E nada se passa no mundinho pobre mas honrado dos homens.
E o que sucede, quando, de facto, nada há de novo?
Inventa-se, claro está.
Não há mais nada para fazer, constatação repetitiva.
As mentes fervilhantes de imaginação e brilhantismo arranjam ocupações igualmente belas para as mãozinhas e o cérebro com actividades também elas nobres e engraçadas como tudo. Isto porque andar por aí a fazer a vida negra aos outros, a ser cínico, sacana e mesquinho já está muito visto. Importa inovar, criar e usar a imaginação. Ter ideias giras e espalhá-las ao redor é notável. Espalhar a inteligência, mostrar que se é brilhante em tudo o que se toca, mostrar que se vai mais longe que a maioria é extraordinário, sendo uma capacidade rara.
Mas isso de ser fora de série também já vai sendo corriqueiro. Há que ser estrondoso e estúpido simultaneamente.
Estúpido não, que tira a piada toda ao sentido das palavras, as já escritas e as por escrever. Manhoso. Irritante. Pedante. Maniento. Ser brilhante não chega ; há que estar envolvido em inúmeras façanhas e actividades diversas, não só para mostrar habilidade e versatilidade. Há que passear alegremente pelas ruas do saber mostrando aos restantes mortais que se há alguém capaz de ter um cérebro suficientemente prodigioso para abarcar tanta informação, não será com certeza o Terceiro Estado da intelectualidade. Estúpido, agora sim.
E assim se volta à velha, mas sempre fiel máxima da mesquinhez e vida de cão que se dá ao próximo, que nunca deixa de ser verdade.
Andará o mundo, afinal, tão estagnado? Tão adormecido das maleitas provocadas por quem nele habita?
Na parte financeira, ninguém dorme há já vários dias.
No resto, nasceram a dormir.
A estagnação veio para ficar, e exceptuando as oscilações do mercado de valores e o colapso ( pelo menos aparente ) do sistema financeiro americano, as formigas agitam-se na sua azáfama diária, também designada rotina, sem levantar a cabeça do chão, sem aliviarem o peso das costas. O sol faz companhia, entrecortado por farrapos de nuvem que passam depressa ao sabor do vento.
E nada se passa no mundinho pobre mas honrado dos homens.
E o que sucede, quando, de facto, nada há de novo?
Inventa-se, claro está.
Não há mais nada para fazer, constatação repetitiva.
As mentes fervilhantes de imaginação e brilhantismo arranjam ocupações igualmente belas para as mãozinhas e o cérebro com actividades também elas nobres e engraçadas como tudo. Isto porque andar por aí a fazer a vida negra aos outros, a ser cínico, sacana e mesquinho já está muito visto. Importa inovar, criar e usar a imaginação. Ter ideias giras e espalhá-las ao redor é notável. Espalhar a inteligência, mostrar que se é brilhante em tudo o que se toca, mostrar que se vai mais longe que a maioria é extraordinário, sendo uma capacidade rara.
Mas isso de ser fora de série também já vai sendo corriqueiro. Há que ser estrondoso e estúpido simultaneamente.
Estúpido não, que tira a piada toda ao sentido das palavras, as já escritas e as por escrever. Manhoso. Irritante. Pedante. Maniento. Ser brilhante não chega ; há que estar envolvido em inúmeras façanhas e actividades diversas, não só para mostrar habilidade e versatilidade. Há que passear alegremente pelas ruas do saber mostrando aos restantes mortais que se há alguém capaz de ter um cérebro suficientemente prodigioso para abarcar tanta informação, não será com certeza o Terceiro Estado da intelectualidade. Estúpido, agora sim.
E assim se volta à velha, mas sempre fiel máxima da mesquinhez e vida de cão que se dá ao próximo, que nunca deixa de ser verdade.
Andará o mundo, afinal, tão estagnado? Tão adormecido das maleitas provocadas por quem nele habita?
Na parte financeira, ninguém dorme há já vários dias.
No resto, nasceram a dormir.
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Requiem
Siegfried
Há que salientar a noite de ontem, que jamais sairá da mente de quem a viveu.
Teatro Nacional de S.Carlos, com a continuação da tetralogia de Richard Wagner, apresentou em estreia Siegfried.
Extraordinário.
A originalidade do encenador, Graham Vick, já conhecida superou-se mais uma vez. Em todas as vezes.
Incrível.
Refrescantemente original.
Resplandecente.
E a música, bailando ao som dos gestos sábios do maestro, junta-se às vozes, poderosas, possantes, infinitas, que atravessam a sala, enchendo todo o espaço de uma luz sem nome.
A voz ...
Susan Bullock
AS
Teatro Nacional de S.Carlos, com a continuação da tetralogia de Richard Wagner, apresentou em estreia Siegfried.
Extraordinário.
A originalidade do encenador, Graham Vick, já conhecida superou-se mais uma vez. Em todas as vezes.
Incrível.
Refrescantemente original.
Resplandecente.
E a música, bailando ao som dos gestos sábios do maestro, junta-se às vozes, poderosas, possantes, infinitas, que atravessam a sala, enchendo todo o espaço de uma luz sem nome.
A voz ...
Susan Bullock
AS
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