sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Contra-Ordenação Leve

Meti o pé na argola. Assumo. Estoicamente.
Estava a fazer asneiras e o senhor bófia estava a ver.
Fui multada e bem multada.

Irrita-me, no entanto, dois pequenos pormenores: enquanto eu esperava sentadinha no meu veículo que o bófia escrevesse o auto de contra-ordenação, TODOS os veículos que passavam naquela estrada estava a fazer EXACTAMENTE A MESMA INFRACÇÃO que eu. Todos. Sem excepção. Coisa que fiz questão de frizar ao moina. Que estava de costas para o centro do acontecimento. Que fez questão de me dizer que a eles não viu e a mim, sim.
Ok. Viva a justiça material.

Outro aspecto que me irrita é que sou incapaz de corromper.
Incapaz.
Pensei em 1000 maneiras de lhe oferecer um almoço, de lhe pagar um café, de lhe oferecer o dinheiro da multa para que ele fosse comprar um leitão para a família. Só que só me ocorriam palavras fragrantes que indiciam a prática de crime de corrupção activa. Ora, a minha pessoa não pode ter cadastro ou não poderá trabalhar, o que excluiu automaticamente esta possibilidade.

Tentei a via da subtileza. Oh, senhor agente, por favor, estou tão atrasada para um julgamento... (esta parte tem o seu quê de verdade, só não estava era atrasada...) Podia ser que o moina ainda pensasse que era juiz e me deixasse ir à minha vida. Porém, o caramelo achou que eu era nova demais para ser juiz ou que era mais uma Advogadazinha armada em parvinha e não me ligou nenhuma.

Já desesperada, tentei a via do flirt. Bati as pestanas, sacudi o cabelo dos ombos, pus olhar de Bambi atropelado, arranjei o melhor sorriso.
Aí pareceu resultar. O estúpido ficou com cara de parvo, atrapalhou-se todo e ainda arranjou maneira de deixar cair o chapéu no chão, nem sei bem como.

Só que nessa altura já eu tinha pago a multa e já tinha o auto de contra-ordenação na mão. Já nada havia a fazer. Merda para mim e para o meu timing da gaita.

Parecendo arrependido, esboçou um sorrisinho, deu-me dois dedos de conversa de chacha, todo dengoso, desejou-me um 'dia excelente e felicidades' e mandou parar o trânsito para me deixar sair da berma para a estrada.
Foda-se, merda, puta, porra!

Moral da história: para a próxima, dispo-me. Haja o que houver.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Ver Vamos

Estou sobejamente curiosa para saber o sairá daqui.
Pena que ainda demore quase dois meses a chegar.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

NonsenseTalking XXXI

- Aqueles gajos têm uma vida do caraças...
- Só não consigo perceber de que é que vivem... Não trabalham, não fazem nada...
- Vivem ... Vivem... Sei lá! O gajo vive ali encafuado com a mulher, levanta-se de manhã, dá uma queca, vai tomar o pequeno-almoço, dá uma queca, almoça, dá uma queca, vai tomar banho, dá uma que...
- 'Tá bem, porra! Mas vive de quê?
- Sei lá! Vive feliz, é o que é...
- ...

Eu Não Digo??!!

Adriana Xavier, a 'abraça-bófias'
Não me venham cá com histórias, nem com lamechices, nem com palavrinhas doces, nem com histórias de encantar.

Não há almoços grátis. Não há pessoas boas e fofinhas por dá cá aquela palha. Não há gente com uma mensagem de amor que quer passá-la sem nada em troca. Não há inocentes.
E isto nada tem que ver com a conversa mole do ai, que já houve, mas o mundo agora mudou muito e já não há nada como no meu tempo. Nada disso. Nunca houve bondade na humanidade, fomos sempre uns animalejos porcos e incapazes de praticar qualquer acto genuíno. Antes não se falava, não se ouvia, nada se sabia de coisa alguma, é a única grande diferença.

Teorias hobbezianas à parte, não me surpreendeu por aí além que esta moça, a tal de Adriana Xavier, a que se foi agarrar ao polícia na manifestação de há 15 dias, depois de um suposto gesto de humanidade e bondade, se tenha ido despir e falar em paz e amor no mundo.

Mesmo bastante mais nova que eu, a rapariga ainda se deve lembrar do tempo das Miss Universo, Miss Galáxia, Miss Pizza de Anchovas ou Miss Uma Trampa Qualquer, e deve ter ficado entranhado naquela cabeça de cabelinho arruivado que era muito giro dizer banalidades como 'queria mesmo acabar com a guerra', ou 'o que mais desejo é espalhar a mensagem de paz pelo mundo', enquanto de posa para a fotografia com as peles a descoberto.

Ó miúda do senhor!
Mas quem é que pensas que estás a embarretar?
Crês que ninguém te topa?!
Eu, que nenhuma fé tenho na humanidade, vi que logo que isto era fruta a mais.
Confessa lá, de uma vez por todas, que te foste agarrar ao bófia porque ele era giro e bom nas horas.

Quem é que a pode levar a mal?

O senhor não fazia bem o meu estilo; sou mais de cabelos a atirar para o comprido, ligeiramente sebosos, barba de três semanas e barriga de cerveja. Homens muito musculados causam-me alguma urticária na orelha esquerda. Mas eu sou anormal, não conto.

Vá, toca mas é a dar outra entrevista. Pode continuar nua, mas desta vez diga que sentiu um calor inesperado nas partes baixas da alma e o bófia estava mesmo ali à mão.
Fica melhor para a sua imagem de jovem sem medo.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Thank (some) god for the rain!

Estou Desgraçada

Perdi o coisinho-que-liga-o-MP3-ao-computador-e-que-dá-para-carregar-a-bateria-e-sincronizar-músicas.
Revirei tudo e não encontro.
O que deve significar que deve estar algures perdido dentro do carro, que é uma central de lixo tóxico com rodas.
O que significa que nunca mais o vejo.

Porra...

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Mas Qu'é Isto?

Cerimónia de entrega dos prémios Emmy 2012.
Categoria Sinistralidade Rodoviária:



Julianne Moore
Nem consigo encontrar palavras. Parece uma embalagem de mostarda.


Christina Hendricks
Só vejo mamas a tentar fugir ao regime apertado daquele decote e uma pancinha saliente.
Fosse uma outra qualquer que saísse à rua nestes trajes, não faltaria quem a apelidasse de gorda; como é esta gaja, já é sexy. Ok.

Ginifer Goodwin
Não sei o que será mais sinistro, a gaja, o cabelinho de rato ou o vestido horrendo...

Cinema LXXI

Confesso que não sou grande fã de Woody Allen, apesar de ser incontornável que o senhor tem filmes de culto, dotados de uma visão extraordinária.
Não é o caso de Para Roma, com Amor.
Uma amálgama de histórias, umas com piada, outras sem sentido nenhum que, no conjunto, não ajudam em nada na construção de uma espinha dorsal do filme.
Já vi (muito) melhor.

Leituras LXII

Este foi um dos melhores livros que tive o privilégio de ler.
Cem Anos de Solidão é denso, profundo, repleto de sofrimento, angústia e, claro, uma solidão cortante que salta das páginas directamente para o peito do leitor.
Extraordinário.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ironicamente...

Gosto das pessoas que dizem númaro.

Gosto quase tanto delas como gosto das que dizem 'miga.

Qualquer Dia Vou Presa

É mais forte que eu.
Assim que uma coisinha começa a correr mal ou a dar erro, a primeira coisa que faço é escrever um e-mail ou pegar no telefone e reclamar.
Não tenho calma nenhuma; depois de tentar 1000 vezes fazer uma coisa e dar sempre o mesmo erro estúpido, o impulso que vem acima é sempre o da reclamação, da manifestação e da denúncia da opressão dos mais fracos e oprimidos.
Normalmente, apanho sempre gente com uma paciência infinita e vocação para santo e, no meio de sorrisinhos amarelos, lá me dão uma solução qualquer.
Solução essa que poderia ter sido muito bem descoberta pela minha pessoa se ocupasse o meu tempo a procurar e a pensar em alternativas em vez de barafustar como uma dona de casa a quem venderam a carpete errada.

Moral da história: utilizar sempre o Firefox em vez da merda do Internet Explorer. Os erros simplesmente desaparecem.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Isto Só a Mim ...

Estou farta desta gaita deste calor a toda a hora.

Quase no fim de Setembro e nem uma única chuvada, nem uma folha no chão, nem uma brisa para refrescar.
Nada.

As colecções Outono-Inverno estão aí e estão cheias de coisas interessantes, mas só de pensar em comprar camisas com mangas, calças de tecido e casacos compridos, começam-se-me logo os afrontamentos.

Não tarda nada estamos na época das castanhas, que tanto gosto e que fazem o meu rabo parecer um camião TIR com excesso de carga, e não as posso comer sob pena de me dar uma coisa má.

Bolas, já nada é como antigamente, diz a velha que em mim habita.

Críptico

Cheguei à conclusão de que muito provavelmente não vai acontecer, por isso o melhor é ir pastar para outro sítio.

Conversa de Saloia

Isto é que têm sido uns dias de queixume, maledicências e difamação, ahn ... ?!

Apetece-me Grandemente Ser Porca # 23

Toda a gente sabe que gosto tanto desta gaja como de levar com um atiçador em brasa pelo nariz acima.

Tudo nela me irrita. A pose falsa, a cara de estúpida, a mania que é diva, a música duvidosa, o estilo que fingiu inventar, a postura de new-genaration-hypster.
Era pegar num taco de baseball e esmurrar-lhe os focinhos até não sobrar mais nada.

Por isso é com grande agrado que constato que o nariz da moça não só é falso como é defeituoso até à 15ª geração.
E ainda consegue ser vesga.

Como é que isto chega a ser capa da Vogue, senhores, como?!

Mais Um Dia, Mais Uma Voltinha

Se há coisa que tira anos de vida a um ser é conduzir.

Não porque não se goste, não porque seja particularmente difícil ou estupidamente fácil que não dê gozo nenhum.

Apenas porque há outras pessoas que também conduzem.
E conduzem tão mal, valha-me um deus qualquer...

Ultimamente, pegou a moda de andar devagar nas auto-estradas e vias rápidas. Sim senhor, a segurança em primeiro lugar, a gasolina está cara, temos demasiadas mortes nas estradas.

Porém, há regras a cumprir. Nomeadamente o dever de circular sempre na faixa mais à direita.
O que, claramente, não acontece desde que alguém se lembrou de inventar que era fixe termos estradas com três faixas.

Tuga que é tuga anda na A2 à velocidade porreirinha de 60km na faixa do meio.

Ora, isto é deveras chato para quem, a cumprir o Código da Estrada, usa as faixas do meio ou da esquerda para ultrapassar e é obrigado a travar a fundo para não se esborrachar na traseira de um qualquer anormal que resolve fazer um piquenique a baixa velocidade nas estradas.

Quando antes eram só os velhotes que andavam a pisar ovos na estrada e a fazer uma fila que nunca mais acabava, parece que agora toda a gente aprendeu a andar devagarinho.
Velhos e novos, uniram-se alegremente para fazer a vida dos outros num inferno.

Se a esta moda juntarmos a nova tendência de pisar traços continuos para passar para a faixa do lado e a de não utilizar a luz do pisca quando se muda de direcção, percebe-se que a actividade de conduzir é sobejamente perigosa e desenvolve uma certa apetência para estar constantemente com a mão na buzina e cabeça de fora da janela a dizer palavrões.


Isso ou ter um AVC, que vem dar ao mesmo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Porra Para Mim

O problema de se ingerir iogurte de melão (quem foi o urso que inventou isto?) é que se fica uma tarde inteira a arrotar a pastilha elástica duvidosa.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Apetece-me Grandemente Ser Porca # 22

Muito bonito o gesto da menina, queria passar uma mensagem, queria fazer algo de diferente para fazer passar a sua ideia de make love, not war.
O comportamento desta jovem fez a alegria dos media e fez-nos, aos que lá estiveram e aos que ficaram em casa, pensar no ideal por detrás da movimentação popular.
Louvável, de facto.







Ninguém me tira da cabeça que ela se foi abraçar ao bófia porque achou que ele era jeitoso.
Mas eu sou labrega, claro.

Ai Sim?

Desgraçadamente, hoje houve um indivíduo que teve o azar de se ter esborrachado contra o separador central da Ponte 25 de Abril. Para comemorar o seu feito, decidiu espalhar óleo na estrada, de forma a partilhar com os seus concidadãos a alegria de ter arruinado o seu orçamento familiar.

Tradução: havia uma puta de uma fila que nunca mais acabava.

No meio da fila, havia um senhor taxista, muito afoito, que resolveu não deixar passar um vulgar mortal para a faixa reservada aos autocarros, com medo que lhe ocupassem o lugar na fila que não andava.

O vulgar mortal entendeu que o taxista era um idiota com a mania que a Centro Sul é toda dele e resolve encostar a cremalheira do seu veículo à traseira do taxi, só para assustar.

Vem o taxista em fúria e começa a mandar vir ferozmente com o condutor, dando murros no vidro do carro do vulgar mortal enquanto este, calmamente, lhe faz uma caralhada bem arregaçada.

O que é que o senhor taxista resolve fazer?
Aproveita uma pequena brecha no trânsito caótico para se enfiar dentro do seu taxi, disposto a barrar a passagem ao vulgar mortal. Muito cioso da sua condição de contribuinte cumpridor, imagina-se que devia querer chamar a autoridade para o vingarem do vulgar mortal desavergonhado.

Porém, tal senhor sem vergonha era mais lesto que o velho taxista e, aproveitanto a dita brecha, mete a primeira, acelera e some-se no meio da bruma de CO2. O velho senhor ainda tentou ir atrás dele mas, num repente, a fila faz avançar os 89 500 habitantes de Almada, que estavam todos na rua. E o final da história perdeu-se.

A minha pessoa que assistia a estes interessantes acontecimentos mesmo atrás, ainda levou com duas buzinadelas enquanto esperava, muito indignada, no meio de um iogurte líquido e um cigarro, que os dois parvalhões supra descritos acabassem a história à pancada.



Fiquei deveras desiludida.

Sou uma suburbana com sede de sangue.

E você?

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Cinema LXX

De chorar a rir.
Vale mesmo a pena.
Ide ver!

Eu Fui


Finalmente este país acorda.
Para pôr fim à indecencia e à pouca vergonha de roubar quem trabalha (palavras de avó).

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Ai Sim? - Ilustração do Post Anterior



Era a isto que me referia.

Ai Sim?

'Bardamerda' foi uma expressão que sempre me fascinou.

Quando era pequena e ouvia, inadvertidamente, a conversa dos adultos e alguém, desesperado pelas circunstâncias ou simplesmente aborrecido, mandava não sei quem bardamerda, era certo e sabido que a minha pessoa tinha pela frente uma tarde de adivinhação de vento que, em dialecto de avó, queria dizer rir até doer a barriga por motivo nenhum e acontecer uma desgraça a seguir.

Ora eu, que conhecia bastante bem o vernáculo merda, ficava muito espantada quando a palavra minha acompanhada desse tal 'barda' que, apesar de não conhecer de lado nenhum, conferia a uma simples merda qualquer o estatuto de felicidade na forma do riso fácil.

Ainda hoje me deu, em pleno horário de expediente, um ataque de riso por causa de uma video qualquer, visto numa página online de um qualquer jornal, em que um qualquer senhor usou esta expressão.
E fiquei agarrada à barriga de tanto rir, no meio de papéis e processos, códigos e jurisprudência, a quem não mandei bardamerda porque estava o Padrinho na sala ao lado.

E você?

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Nunca Mais!

Convenceram-me, já nem sei como, a ir almoçar a um desses botecos da Herba-não-sei-das-quantas, que servem uns batidos XPTO equivalentes em proteínas a bife com batatas fritas.

Fazem a pessoa sentar-se, no meio de salamaleques e conversa da treta, e enfiam-lhe pela goela abaixo uma quantidade industrial de chás de folhas paridas de uma árvore qualquer.

Para drenar, dizem eles.
Para limpar o sistema, alegam.
Para fazer bem a uma célula escondida no fundo do fígado, comentam.

(Pois sim, e querem-me convencer que estas gaiteiras não vão lá todas para ver o menino de olho azul e sorrisinho Pepsodente que, muito educadamente, as atende com paciência infinita e dá conversa a todas sem excepção.

Ai que não é nada disso, vamos porque é saudável, porque faz perder peso e tira as toxinas dos calcanhares.

Com certeza. E eu sou o Cavaco Silva...)

Seguidamente, apresentam o almoço em si.

Um copo de batido cheio de uma peçonha sinistra que contém as tais proteínas equivalente a um camião TIR de batatas com bacalhau.
O batido nem é mau; é doce, com a textura certa, bem confeccionado. Um óptimo passatempo para se ter numa esplanada à beira mar.

O pior é que se esquecem de que o 'equivalente a proteínas' não é o mesmo que proteínas esmifradas para dentro de um copo a fingir que é almoço.
Às quatro da tarde, já estava cheia de fome. Tendo em conta que almocei duas horas antes, não rendeu nada.
E assim se passa uma tarde com o estômago colado às costas, a viver às custas de bolachas e café.

Tudo porque a inteligência não dá para mais.

Apetece-me Grandemente Ser Porca # 21

Crendo já me ter pronunciado anteriormente sobre esta temática, não gostaria de deixar de dizer que me irrita solenemente que pessoas que não conheço de parte alguma me tratem por tu, assim que trocam comigo duas palavras de cumprimento.
Irrita-me.
Não andei com estas pessoas na escola.
Trato com deferência e boa educação toda a gente que me é apresentada.
Não trato ninguém como se estivessemos todos na taberna a jogar às cartas e a beber brandy mel, em amena cavaqueira.
Não é uma questão de pedantismo, é uma questão de igualdade. Se eu trato respeitosamente, porque insistem em tratar-me como se fossemos todos da mesma aldeia?

Caracinhas, pá...!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Apetece-me Grandemente Ser Porca # 20

Não me apetece trabalhar.

Será que tal facto também é susceptível de incidência de imposto, à luz das novas medidas de austeridade?

Happy Birthday!

Eu, que não sou nada dada a lamechices, pieguices e fofuras do género, que abomino toda a espécie de demonstrações pegajosas de sentimentos e coisas afins, só por um dia, deixo de lado essa minha faceta para celebrar um dia importante.
Porque há datas inesquéciveis e imperdíveis. Tal como as pessoas que se celebram.

Àquele Que Nos Governa

Estou preocupada, Sr. Primeiro-Ministro. Muito preocupada.

Não sei como estará este país daqui a um ano, quando V.Exa. e a sua trupe de malabaristas levar por diante a sua cruzada de meter a mão no bolso dos contribuintes.

Não sei o que acontecerá às famílias, sobrecarregadas com impostos, desempregados e mais pobres.
Não sei o que acontecerá às empresas, sem condições para investir. Não sei o que acontecerá ao sistema nacional de saúde e à escola pública. Não sei o que será de todos os que aqui habitam.

O que fará com os profissionais liberais, quando tiverem que descontar mais de 30% do seu rendimento?
O que fará com os trabalhadores dependentes, a quem aumentou tudo menos o rendimento?
O que fará com as pessoas que auferem o salário mínimo? Vai deixá-los ir à 'sopa dos pobres', para terem o que comer?
O que fará com os funcionários públicos? Vai enfiá-los a todos no Campo Pequeno, quando já não os puder extorquir e dispensar?
Vai criar emprego? Vai obrigar as empresas a investir nessa área com o dinheiro que poupam com a descida da TSU? Ou vai fechar os olhos enquanto essas empresas assobiam para o lado e arrecadam esse lucro?
O que é que vai fazer, Sr. Primeiro-Ministro, quando descobrir que a fórmula mágica do Orçamento não resulta enquanto não reduzir a despesa? Qual é o seu plano?

Eu sabia bem qual era o meu.
Finalizar o meu percurso profissional, trabalhar para arranjar poupanças para investir num projecto que tinha imaginado há anos, ser mãe antes dos 30 anos.
Por sua causa, não vou poder fazer nada disso.
Sabe-se lá se terei dinheiro para pagar a taxa que me pedem para a agregação na Ordem...
Também não vou ter clientes, porque os tempos não estão para ir ao advogado e, como tal, não vou arranjar dinheiro nem investir.
E também não vou ter filhos porque não os poderei alimentar, quanto mais educá-los convenientemente.

Assim, de repente, a minha vida foi toda ao ar.
Já reparou?
Quantas mais vidas vai mandar pelos ares? Quantas famílias vai votar à miséria e ao desemprego, ao sacrifício?

Não sei se estará recordado, há pouco mais de um ano atrás, V.Exa. e o seu partido de idiotas acéfalos deixou cair o governo que estava no poder porque o país não poderia suportar mais austeridade. Queriam poleiro, tão somente isso. Com a sede de poder, não quiseram saber o que teriam de fazer; fizeram-se ao caminho e chegámos até aqui.

Também isto foi culpa do Sócrates, Sr. Primeiro-Ministro?
A irresponsabilidade e insensibilidade social a que chegámos, a miséria, o desemprego, a calamidade económica, tudo isto é responsabilidade do anterior governo? Pense lá bem...

Só lhe tenho a agradecer, Sr. Primeiro-Ministro.
A sua estratégia é absolutamente brilhante.
Os meus filhos, que não vão existir, também lhe agradecem.

Agora, se me permite, e respeitosamente, veja se lambe algum sabão, só lhe faz bem.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ca Pouca Vergonha

Estou a ficar um bocado cansada de ver toda a gente a casar, a ficar noivo e a baptizar os rebentos.
Não sei se será por ser moda ou porque, pura e simplesmente, estou a ficar velha e as pessoas que me rodeiam também, mas é cansativo ver tanta cagança com estes eventos.








E não me convidam para as festas, só me mandam as fotografias para cima.
Borregos!

Ai Sim?

Principiei um 'mealheiro Louboutin' com moedas de cêntimo.
Vou demorar cerca de 200 anos até conseguir ter uns chinelos.

E você?

Leituras LXI

Não deixa de ser levemente irónico ter acabado de ler um livro cuja temática versa sobre o terrorismo no dia de hoje...

Ironias à parte, o que dizer deste livro?
Tinha potencial para ser uma história fantástica; tem uma temática excelente, um leque de personagens completo e complexo, uma escrita fluída e bem estruturada.

Porém, o autor estraga tudo com a ideia que tem em si vincada de que é o Dan Brown da nova geração. Esquece-se que não é, nem chega lá perto.
Nunca Dan Brown escreve com a arrogância de Daniel Silva, nem com a pretensão de tudo saber.

Acresce, ainda, o erro mais comum dos que escrevem sobre a Mossad e os Israelitas: tratam-nos como coitadinhos, como mártires, como atrasadinhos que não tiveram outro remédio senão partir para a guerra. Ou seja, descaracterizam a instituição e o país, dando a ideia de que não passam de idiotas, que no fundo são maus e fazem maldades, e se divertem a fazer guerra.

Ora, a quem como eu, mete impressão tratarem aquelas pessoas como se fossem demónios disfarçados de ovelhinhas 'tadinhas (não sou nada pró-Israel, pois não?), confesso que me deu uma certa vontade de atirar o livro para o canto.
Passando por cima deste pequeno pormenor, há que dizer que o fim podia ter sido mais bem imaginado e que não vale a pena o autor se dar ao trabalho de tentar deixar a história em aberto quando o faz à laia de Dragon Ball: não percam o próximo episódio porque nós também não.
Fraquinho.

In Memory Of

Há 11 anos que o mundo mudava e nunca mais voltava a ser o mesmo.
Em memória dos que tombaram.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Eu Sou Extremamente Corajosa!

A primeira coisa que faço quando, inadvertidamente, entra um abelhão na minha sala é ir a correr chamar toda a gente para o matar/abrir a janela para o deixar sair e ir fumar um cigarro.

Ai Temos Novas Medidas de Austeridade?

Quando disse que a decisão do Tribunal Constitucional (a que determinou a inconstitucionalidade dos cortes de subsídio exclusivamente na Função Pública) tinha sido politicamente influenciada e que quem decide naquele Tribunal é instrumentalizado pela cor política predominante, não faltou quem me chamasse reaccionária e o caraças a sete.

Então e agora, já perceberam a jogada ou é preciso fazer uma ilustração para acompanhar o texto?

... Ainda Ontem Estava Naquele Fim de Mundo e Agora Já Estou Cá

- Num mísero fim-de-semana, consegui ser picada por mosquitos atómicos em dois sítios;

- Consegui ouvir uma velha a dizer para a outra, no meio da procissão, 'fecha a mala que há quem não esteja com a devoção';

- Ainda tenho a língua a arder da pimenta que metem no leitão;

- Ainda me dói o figado devido à quantidade industrial de ovos moles que consumi em dois dias;

- Consegui ser cravada, forte e feio, pela comissão de festas depois de três tentativas inglórias para me extorquir.

Voltei, Voltei, Voltei de Lá...

Voltei.
Sobrevivi à terra dos bimbos e gentinha tola.

Ao passar Coimbra ainda pensei em voltar para trás, mas depois já estava tão longe que mais valia levar com um leitão assado na pinha do que gastar um depósito de gasolina por coisa nenhuma.

Nada de novo no universo dos parolos de bigodinho duvidoso.
Vai tudo à missa a horas, vai tudo pegar ao andor a horas, vai tudo cheio de devoção ouvir o padre, vai tudo com o fatinho a feder a naftalina.

De vez em quando, as novidades surgem, que também, porra!, não é aquilo um fim de mundo tão grande como aqueles paspalhos de Lesboua o fazem crer.

A família cresceu e recentemente há um acrescento novo.
Um pequeno ser, nascido há 4 míseros dias, que não é parecido com ninguém, todo cheio de rugas, pequeno como um gnomo, magrinho que só ele, feio que dói.
Como todos os bebés de dias, aliás; a partir dos 3 meses, quando começarem a engordar e a sorrir, e a atirar papa por todos os lados com as suas mãozinhas rechonchudas, é que ficam giros. Agora só parecem umas coisas vindas de um sítio escuro e húmido.

Pois que não senhor, que é o menino mais lindo do mundo, como ele não há igual, os outros bebés que nascem é que são monstros, o nosso é o melhor, já está inscrito em Harvard, vai ser Primeiro-Ministro.

Ainda bem que gostam os filhos que põem no mundo. Fico deveras contente que os amem até mais não haver e que não façam deles delinquentes por falta de amor e apoio, mas isto é demais.
Parece que nunca ninguém pariu um filho (ai que foi tão difícil, meu deus), parece que nunca ninguém teve um bebé nos braços (ai que coisa mai linda), parece que nunca ninguém deu de mamar (ai que nosso senhor me ajude).

É assim naquela terra.
Nem sei por que me espanto.
Já devia saber que criança que nasça ali nada fará mais na vida do que ser extraordinário desde a hora em que nasceu, nem que seja só por ser herdeiro de uma plantação de batatas...

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Não há palavras para o expressar convenientemente; esta música é perfeita em todos os sentidos. Muito bom.

Do Existencialismo III

Facto 1: Os homens são uns idiotas incapazes de ver quando alguma coisa corre mal ou está fora do sítio. São incapazes de perceber uma subtileza, incapazes de ter sensibilidade própria de um humano, incapazes de perceber a verdade material dos factos nem que esta dançasse nua na sua frente, usando apenas um abafador de chá, como dizia o outro.

Facto 2: As mulheres são incapazes de dizer abertamente o que as incomoda, de dizer o que acham que não está bem, de falar sem pejo daquilo que lhes mete espécie. Absolutamente convencidas de que o homem não faz mais que a sua obrigação em reparar em coisas básicas e que todo o individuo normal e inserido num meio social saudável deveria reparar, arranjam uma cara de mula coxa que esconde o segredo último para a libertação dos quatro cavaleiros do Apocalipse. À simples pergunta 'O que foi?', vem imediatamente aos lábios a formulação daquele 'Nada' que é a versão mais curta de 'Nada que consigas ver com essa tua mente pequenina e mirrada, para estúpido não te falta nada'.

Facto 3: Contra isto, batatas.

Hoje Está um Belo Dia para...

Ter uma valente alergia à volta dos olhos, que me deixa com uns olhos de Rocky Balboa depois de um combate.

(Para aqueles seres que gostam sempre de chamar a atenção para as maleitas dos outros, não, não levei porrada do homem, sou uma pessoa com pele de papel.)


quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Inimputabilizem-me, Por Favor!

Acabei de escrever uma carta para o Eu do futuro.

O que é isto senão um sinal de inimputabilidade latente?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Nada a Fazer - XIV

É impressão minha ou este tal de Gotye tem bom aspecto como o caraças?
Com aquele arzinho de Jesus-I-don't-give-a-shit-Cristo, quase com um letreiro na testa com 'sou europeu, ya?!', entra já no top das benfeitorias.
Très bien!

Ó Pra Mim a Passar-me da Carapuça



Hoje não dá para mais.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Quem Me Manda Ser Estúpida - Parte 161164818

Quem manda despachar todo o trabalho de uma assentada para depois ficar a olhar para o tecto armada em totó?

Ai a Porra - Volume Não-Sei-Das-Quantas

nota: a imagem corresponde ao fim de mundo infra mencionado

De cada vez que penso que vou ter de me deslocar àquele fim de mundo, começa-se-me a dar a travadinha na narina direita.

A verdade é que ninguém me raptou, enfiou num poço escuro, apontou um revolver à cabeça e me obrigou a ir.
A bem da verdade, a ideia até foi minha...

No entanto, já me arrependi. Só de pensar naqueles atrasadinhos mentais todos, com os fatinhos da colecção de 88/89 a feder a naftalina porque só o tiram no dia da festa, a enumerarem as propriedades que têm e a glorificar os seus filhos que são melhores que toda a gente à face da terra, só penso em atirar-me de uma das chaminés do Palácio da Vila.
Quando me lembro que aquela gente não faz mais nada senão falar mal uns dos outros e invejar o vizinho, só me dá vontade de me deixar cair da Pena abaixo.
Quando me lembro que aqueles matarruanos, com pronúncia de bicho e bigode de 3 meses (que acham muito sexy, coisa que lá se pronuncia chéxi), parecem trolls que nunca viram gente que habita abaixo do Mondego e perguntam logo se viemos de Lesboua e têm sérias dificuldades em andar sem que pareçam que têm três ou quatro vassouras enfiadas pelo cu acima, só me dá vontade de pegar num lança-chamas e arrasar aquela merda toda.

Depois de me dar vontade disto tudo é que me lembro que já disse que ia, portanto agora já não posso voltar atrás.

Mas, que catano!, quem me manda ser ursa?!

Mas Qu'é Isto?

Vão desculpar-me a linguagem, mas que caralho se passa no Benfica?!
Vai o Witsel, vai o Javizinho, vai o Nolito, foda-se, vai tudo, o que é que aqueles idiotas pensam que estão a fazer??
Não têm juízo? Não têm noção?

Foda-se mais esta merda; este ano mamamos com o quarto lugar, que é para abrir.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Críptico

Factos com os quais a minha pessoa viveria muito melhor sem saber que, de facto, existem. Temos pena.
A confirmação dos mesmos não serve para mais nada senão para fundamentar a minha descrença na podridão do Homem e basear a minha perpectiva hobbesiana da vida.
Não obstante, nada me espanta.

Por outro lado, não há nada que me dê mais gozo do que ter razão.
Há dois anos que andava a pedir que ma dessem.
Hoje foi o dia.

E nada mais virá depois, portanto, não vale a pena acrescentar mais nada.

Coisas que Vejo por Aí # 4

Quem é pobre tem que saber viver.
E saber viver, neste caso, é arranjar pechinchas em cada esquina para poder poupar.
Ora, poupança é palavra que o senhor que inventou o IKEA, não só a loja, mas todo um conceito por detrás da marca, conhece muito bem e que faz questão de a aplicar.
Não satisfeita de ter lá comprado tudo o que é mobília e apetrecho do meu lar (note-se que ninguém me paga para fazer publicidade ao IKEA), descobri recentemente que tomar o pequeno-almoço neste espaço é bom e barato.
Por uns míseros 120 cêntimos, leva-se um pote de comida e ainda café à descrição.
Tudo o que está na imagem está disponível por este preço.
Bom demais para ser verdade, dirão alguns; se calhar, a manteiga está rançosa, o pão tem 15 dias de existência e o ovo deve ter sido posto lá para o século XIX, dirão outros.
Nada disso!
Tudo fresquíssimo, cheiroso e magnífico!
Vale mesmo a pena, recomendo vivamente.

Aaahh, o que eu adoro ser pobre para descobrir estas coisas...

Back To Work II

Na mesma senda, apraz dizer que as férias trazem sempre novidades boas e parece (parece, só, que não há cá pão para malucos) que até o penteado novo (sim, cortei a melena outra vez, desta vez a valer) cai  nas boas graças destes medievais conservados em formol.
Menos mal.

Back To Work

Vá, que aqui ninguém ouve, confesso que até já sentia algumas saudades do cheiro desta casinha cheia de monstros civilistas.