Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Ano Velho
Já está perto o fim do ano.
Passou a correr, pelo menos nesta última parte do ano.
Tantas e tantas vezes me queixei da vida, que não tinha nada para fazer, que era inútil, um parasita, uma verme sugador dos recursos parentais, e agora, só me apetece queixar das malditas horas a que me levanto, do trabalho que tenho para fazer, do sono que nunca vai embora por mais cafés que beba.
Inevitavelmente, tudo muda. Não há controlo sobre as voltas do mundo.
Enfim.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Feliz Natal!
Bona Mater Familias deseja a todos um grande e feliz Natal!
Encerramento das festividades neste blog nos próximos dias.
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Confissões de Quem Não Tem Férias na Semana do Natal
E porquê?
Porque as pessoas são previdentes e gostam de passar esta época no conforto do lar, e marcam uns dias de férias para esta altura.
E porquê?
Porque esta é uma época tramanda para andar na rua, está frio, e chuva e vento, e tal, é muito melhor ficar com o cu no fofo do que fazer pela vida.
Enfim, vidas...
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Pergunta (s) do Dia
Ninguém trabalha?
Não, pelos vistos, ninguém trabalha.
Logo, não há trânsito.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Confissão é o reconhecimento que a parte faz da realidade de um facto que lhe é desfavorável e favorece a parte contrária
Pergunta do Dia
Pode ser uma hipocrisia, mas a verdade é que toda a gente responde da mesma maneira, mesmo que tal signifique mentir com quantos dentes possui na boca.
Crê-se que somente a partir de uma certa idade é que as pessoas perdem a vergonha de mostrar que não estão bem perante os outros, e respondem à pergunta com um "Olhe, muito mal", seguido de uma conversa interminável, de conteúdo cheio de queixumes e palavras cansadas de outra estirpe, normalmente sobre doenças, sintomas e afins, choradinho sobre a vida difícil, sobre a desgraça que se abate sobre a cabeça.
Antes disso, mentem.
Até porque ninguém tem nada a ver com os assuntos privados de cada um.
Pergunta-se se as pessoas não achariam que as outras pessoas, às quais perguntam se estão bem, se respondessem com a verdade, não as achariam ligeiramente perturbadas...
Parece que houve Terramoto esta Madrugada
Toda a gente fala nisto e não posso comentar.
Há umas semanas quando dei o alarme de terramoto, porque tinha a mesa de cabeceira a andar de um lado para o outro, toda a gente me chamou maluca e disseram que estava a sonhar.
Quando há acção a sério, estou a dormir.
Ora bolas.
Digno de Filme
Toda a gente se atira para as bermas e para cima das faixas ao lado para deixar passar os senhores que iam cumprir a lei e a ordem.
Dá-se conta que se é um ser desvastado pelo Direito em geral quando se dá pela coisa de pensar que tipo de responsabilidade do Estado poderia ou não haver se alguém se esborrachasse por causa do desvio que teve de fazer devido à pressa dos senhores moinas.
Enfim...
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Querido Pai Natal - Adenda
- Telemóvel - depois de anos de existência em comunhão, o telemóvel que possuía resolveu viajar para o mundo onde não há ecrã, só teclas. Logo, não dá para fazer nada, nem programar o alarme. Logo, preciso mesmo de um.
Carry On My Wayward Son
Ouvi esta música num episódio de Sobrenatural, e apaixonei-me.
O video não tem muita qualidade, mas compreende-se porque já é antigo.
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry no more
Once I rose above the noise and confusion
Just to get a glimpse beyond this illusion
I was soaring ever higher
But I flew too high
Though my eyes could see I still was a blind man
Though my mind could think I still was a mad man
I hear the voices when I'm dreaming
I can hear them say
Masquerading as a man with a reason
My charade is the event of the season
And if I claim to be a wise man, well
It surely means that I don't know
On a stormy sea of moving emotion
Tossed about I'm like a ship on the ocean
I set a course for winds of fortune
But I hear the voices say
No!
Carry on, you will always remember
Carry on, nothing equals the splendor
The center lights around your vanity
But surely heaven waits for you
Carry on my wayward son
There'll be peace when you are done
Lay your weary head to rest
Don't you cry (don't you cry no more)
Abstraiam-se das figuras dos músicos, por favor.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Acontece II
- os carros não arrancam com a 3ª engatada
- pelos vistos, é permitido andar de máximos ligados à noite no meio de uma 2ª Circular atafulhada de carros
- apesar de os computadores já não serem a pouca vergonha que eram, se não se salvar o trabalho, ele vai com os porcos
- os telemóveis também morrem e deixam um vazio no coração dos donos.
- podem pedir-se indemnizações basicamente por causa do caralho mais velho
- não tenho tema para o trabalho de Ordenamento Administrativo
Ai, ai...
The Sacrament
Porque no trânsito não há nada para fazer a não ser olhar para o tecto do carro, ouve-se música.
Encontrei um cd da Idade da Pedra de uma banda que sempre constou do meu espólio, desde as idades-pitas, e que foi recordado entre o percurso sempre amoroso do IC19.
Já me tinha esquecido das músicas que lá constavam.
Esta é uma delas.
Querido Pai Natal
Mas quero presentes, mesmo assim, porque sou filha de gente, como todos, e Natal é tempo de boa vontade entre os homens, e se não for, passa a ser. Se todos usufruem do capitalismo e do materialismo, porque não eu?
Assim sendo, gostaria:
1) Sapatos - é uma coisa que faz falta para que as pessoas não andem com os pés no chão. Além disso, a modernidade trouxe um ou dois modelos que realmente enchem o olho, e agora que sou obrigada a andar sempre como se fosse para um encontro com o Presidente da República devido à profissão, agradecia uns tamancos para me empoleirar. Desde que sejam a atirar para o preto e redondos, que sapatos de bico não servem para nada a não ser para matar baratas nos cantos das salas.
2) Livros Jurídicos - uma das desvantagens de ter sido aluna de Direito Público é que os meus livros e códigos da parte privada da Judicatura encontram-se todos desactualizados. Enfim, dizem que é uma mania da lei, que gosta de inovar e está sempre a mudar.
3) Gato - tenho saudades do meu, que se mudou para a Quinta das Tabuletas no Natal passado, deixando uma marca na alma e uma substituta de merda, que para além de maluca, ainda me bufa e se atira a mim.
4) Fuzilamento do Queixinhas - quanto mais tempo passa, mais o odeio. Está sempre onde estou de uma maneira ou de outra, e não há maneira de me livrar dele. Nem o romance com a subalterna o cura, bolas!
5) Perceber como funcionam certos artigos do Código Civil - como os animais ferozes e maléficos, as sebes vivas e o estilicídio. Não sei para que servem.
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Só se Estraga uma Casa
No momento em que tudo parece bem, e há sinais que indicam que Queixinhas vai para o Ultramar, ao mesmo tempo surgem outras notícias.
Parece que anda romance no ar. Com o Queixinhas. Não eu, bolas! Mas parece que ninguém tomou muita atenção às aulas de Administrativo em que se falava das relações entre superior hierárquico e subalterno.
Como é possível que uma pessoa se vá conspurar desta maneira de livre e espontânea vontade...
domingo, 13 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
First Day
- 9 horas quer dizer 9h15, a atirar para as 9h20.
- ter superiores hierárquicos não significa que tenhamos que tratar por senhor doutor.
- ter superiores hierárquicos não quer dizer que os conheçamos.
- mulheres nuas são vírgulas na vida de uma pessoa.
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Last Day Of Freedom
Nem indo por assuntos de galinhas, frangas e donos de capoeiras, rapidamente se descobre que não se pode estar descansado num canto da estação, a fumar calmamente um cigarro, que vêm logo 3 ou 4 drogados, não pedir tabaco, que tinham aos montes, mas contar a triste vida que levam. E acreditem, era mesmo triste, tão triste que põe uma pessoa a pensar.
Quando se pensa que não pode haver azar, há sempre uma ideia peregrina na cabeça dos outros que faz descarrilar o mais simples dos percursos.
Uma dúzia de escolas primárias enchiam a estação de metro da Baixa-Chiado, com muitos miúdinhos de mãos dadas aos berros mais as professoras que conseguiam berrar mais que eles. Agora que se olha para trás, percebe-se porque é que algumas pessoas são chanfradas e chega-se rapidamente à conclusão que só pode o trauma vir de trás, com tanta gente histérica a dar ordens a putos inocentes que nunca devem ter saído à rua. Vi um miúdo a ser arrastado por uma orelha para aí uns 20 metros porque deitou para o chão um papel de rebuçado. Apesar de ser reconfortante saber que há coisas que nunca mudam, entristece deveras saber que as pessoas que tomam conta dos filhos alheios não passam de ogres, aos quais só faltam as mocas, embora perceba que não precisem verdadeiramente delas porque distribuem alegremente chapadões como quem oferta roupa velha.
E depois enchiam de tal modo os 73745 lanços de escada rolante, de tal modo que não é possível passar, nem mesmo a pedir licença, e é preciso ir a pé. Os 73745 lanços de escada.
Quem raio leva os miúdos a sair em hora de ponta para os transportes públicos, homens do senhor?
Quando se espera uma tarde de amena cavaqueira, descobre-se que a fúria, afinal, não passa com uma mera conversa, e que ainda se sai de lá mais angustiado porque os problemas dos outros também não ajudam nada. Enfim.
No fim de uma aula secante, ainda se tem que levar com comentários sobre o trabalho honesto dos outros, que coitado estava um bocado baralhado porque o trabalho estava bom, estava bem preparado, mas que houve ali uma parte que deixou de se perceber porque misturou muita coisa e mais não sei o quê.
E se fosses levar no cu? Quer dizer, mata-se um ser a trabalhar para os outros estarem a brincar na hora da apresentação, a tirar macacos do nariz, a mandar papéis e a falar como os putos do infantário, e depois ainda vem com conversas instritivas sobre a labuta dos outros. Quando os outros apresentam os trabalhos sentados, de costas para toda a gente e a ler dos apontamentos, está tudo muito bem; quando se tenta fazer uma coisa como deve de ser, é isto. Ainda por cima vindo de uma coisa que nem ler sabe. Reconfortante...
Para finalizar um dia em beleza, nada como ter um carro atravessado atrás da viatura própria, atravancando a saída. E nada como ficar à espera que alguém se lembre que tem a puta do carro no meio do caminho. E de onde vem o senhor, todo indignado, depois de se perder a paciência e buzinar? Do café, onde estava a beber bejecas com uns trolhas iguais a ele. Simpatia.
Se assim caba a vida velha, imagino como será a nova vida que aí vem...
O mesmo de Sempre
Por mais que se tente, que se esforce, que se dê tudo o que se tem, a galinha vizinha vai continuar a ganhar todas as competições, a ser a melhor, a ter cabeça de génio, enquanto que a franga cá do sítio é sempre a mesma merda.
Desde que a galinha vizinha chegou que não há descanso, só há comparações.
Desde que a galinha fantástica apareceu, a franga passou de bestial a besta em 3 segundos.
Desde que a galinha brilhante surgiu, a franga é relegada para segundo plano, para ser a enteada .
Nunca vi ninguém a fazer estas figuras com as galinhas dos outros.
Muito menos a fazer isto às frangas caseiras.
Qualquer dia canso-me e deixo mesmo de escrever em críptico; talvez nesse dia haja uma revolução frangueira.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Diligentia é uma Exibicionista
Doces não de faltarão.
Andanças culinárias que resultaram nisto.
Não são pinhões, são amêndoas.
Oh deus, um blog culinário...
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Miséria
Será possível que com a quantidade de pessoas que andam pelas ruas ainda não haja uma ruptura total de stocks de tudo o que é comprável?
Por mais que se fusse um dia inteiro nas lojas, falta sempre qualquer coisa, não há o meu nº, não era bem isto que eu queria comer, tem espinhas, não gosto?
Bolas...
Das Sucessivas Entrevistas Para Trabalhar Para Um Qualquer Que É A Vergonha Da Profissão
Agem como se toda a gente tivesse a obrigação de largar tudo o que têm em mãos para ir atender os desejos de suas majestades.
E ainda, como diz um progenitora que eu cá sei, andam a fazer pouco de quem trabalha. Tudo é feito à revelia, tudo é feito com pouca honestidade e depois ainda se tem que ouvir as desculpas esfarrapadas para o que está mal feito. Mas os outros continuam a ter que largar tudo para ir atender os senhores.
Fosse eu a fazer uma coisa assim e caía o Carmo e a Trindade, e ainda era capaz de tremer a Baixa e o Rossio.
Mas não.
Como são os outros, e são os que têm a posição de superioridade, há que comer e calar.
Isso é que era bom.
domingo, 6 de dezembro de 2009
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Questões Existenciais II
Exemplo 1 : quando um membro da família, a cair de podre, pergunta pela enésima vez, o que se está a fazer presentemente. Quando se responde que se está a fazer mestrado, ouve-se de volta qué isso e para que serve? Depois da explicação, percebe-se que o idoso ficou na mesma e larga aquilo que tem vontade de dizer desde o início, que mestrado é uma maneira de não fazer nada.
Resposta que se devia ter dado, sem hipótese de contraditório : ando a roubar e a vender-me nas ruas para um dia mais tarde ter dinheiro para abrir uma casa de putaria só minha e ter negócios escuros de outras estirpes.
Exemplo 2 : quando se tenta, em conjunto, decidir um lugar para calma e alegremente jantar e trocar prendas de Natal com os amigos do costume, mas ninguém chega a um consenso porque o que é sugerido tem espinhas, serve a carne crua, servem animaizinhos inocentes, tem baratas, tem casca.
Solução : cada um leva uma marmita com a sua comida preferida pré-aquecida e juntamo-nos num parque de merendas.
Exemplo 3 : quando surge um episódio de herpes labial, como se diz nos panfletos da farmácia, há sempre um estupor que se ri.
Resposta pronta : havias de ter mas era um herpes de 15 dias no rêgo do ass, para ver como elas te mordem.
Pergunta do Dia
Resposta:
Não há.
Este é um dos grandes mistérios da vida.
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Licença sabática para um trabalho que já devia estar feito e outro que nem sequer se pensou.
A existência inteira feita de esperas, depois dos feriados, não sei dizer, depois logo se vê, depois falamos.
Vidas
Tanto tempo que se passa a dizer mal de certas aplicações virtuais de certos catálogos de gente, também eles virtuais e depois é só vê-los agarrados às galinhas que não põem ovos e às aboboras que não crescem.
É como ter um Tamagochi.
Miséria
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Questões Existenciais
Queixinhas
Como só me apetece cortá-lo aos cubos e metê-lo dentro de uma 123...
Como desejo ardentemente encontrá-lo sozinho num corredor escuro, e não seria para o afagar, mas para lhe fazer coisas que fariam com que Dexter fosse um menino de escola ao meu lado...
E no entanto tenho que levar com ele, em todos os lugares, já não se pode andar descansado que vem logo aquela aventesma chatear e empestar o ar com a sua peçonha.
Porco.
Presunçoso.
Seboso.
Cão.
Palhaço.
Como odeio aquele homem...
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
Chulice
É só um bocado de cartão com cores dobrado a meio!
Observação
Hoje
Isto é como dar de comer e beber fartamente a um condenado à morte, uns minutos antes da execução da pena. A esperança acaba com o resto.
Nova Aquisição
Oh sim, é mesmo o que parece.
Oh yeah, é mesmo para enfiar nos cornos.
E sim, comprei para usar nas festividades.
Rammlied
Para ilustrar o post anterior.
Não se prendam pela parte inicial e passem à frente uns bons 4 minutos, que os portugueses, filmes não é com eles.
Se Não Sabes Rezar, Para Que Te Ajoelhas?
Entro numa loja, como se de último recurso se tratasse, sempre a fugir à multidão e a preguejar entredentes. Até que pus os olhos no escaparate e aquela passou a ser a melhor loja de sempre.
Encontrei isto,
que é como quem diz Pussy, single do novo disco de Rammstein ( que por acaso já consta na minha esfera de presentes mais que certos ). Estava ali tão só, tão carente, tão a chamar por mim, que não resisti a agarrar nele e a levá-lo para casa, para o juntar a toda a minha colecção de singles de dita banda que tenho, que é como quem diz, todos.
Apesar de não ter ainda ouvido grande coisa do novo trabalho, sim, porque sou boa menina e não fui chafurdar no que me hão-de dar, tenho resistido até à febre, levei para casa, toda contente. Quer dizer, levei até à viatura, que por acaso dispõe da tecnologia que permite ouvir antes de chegar à habitação.
Não me desiludi. Obviamente que Pussy é um intro comercial, uma música 'orelhuda', que chama a atenção, uma forma de promover o disco. Mas é totalmente a la Rammstein. Tem o cheiro deles, tem o sabor deles. Principalmente na segunda música que o cdzinho minúsculo ofertava. E ainda ganhei um poster.
Ouvir aqueles senhores é como reencontrar amigos de longa data, que mesmo não se vendo há tempos consideráveis, têm sempre conversa, têm sempre o que mostrar, o que contar.
Ouvi-los é como ouvir uma música esquecida à muito, como recordar, como voltar a vê-los mais uma vez.
Perguntei-me muitas vezes se me arrenpenderei algum dia de não ter ido ao Pavilhão Atlântico no dia 8 de Novembro para os ver.
Perguntei-me até ao dia que encontrei o single naquela loja manhosa e o fiz meu.
Como disse algures, sem qualquer ponta de mentira, de romantismo ou até exagero, Rammstein não é simplesmente uma banda. É uma espécie de religião, uma coisa que vem de dentro, uma coisa chamada música. Por todas as fases que uma existência providencia, Rammstein está em todas elas. É uma doença e simultaneamente uma cura.
Arrepender-me-ei de não os ter ido ver, mais uma vez?
Não.
Ao ouvi-los, percebi que não estaria certo ir ver sem ter ouvido, sem ter sentido, sem ter batido cá dentro primeiro. Não estaria certo ir sem saber cantar, nem sequer trautear as melodias que tanto trabalho deram a fazer ( literalmente ).
Não me perdoaria ir tão pobremente preparada para um encontro com os meus velhos e mais fiéis amigos.
Nem eles me perdoariam, se alguma dia pudessem saber.
Não há mais nada que fazer...
Em Mora.
Ah, ah.
Ai Sim?
E você?
sábado, 28 de novembro de 2009
Diálogos
- O quê?
- O preço.
- Para quê?
- Para dar.
- A quem?
- A uma instituição.
- Qual?
- Uma que ajuda.
- Ajuda quem?
- Não sei.
- Ok, pode ser.
Xmas Shopping II
Hoje, toda a gente resolveu não ir trabalhar para se ir enfiar num qualquer shopping, levando tudo atrás de si. Já não pode um ser com uma tarde livre andar a fazer compras que vêm logo milhões de gentes. Mas o pior nem é isso, milhões de gentes ainda se atura; porque raio é que esses milhões de gentes têm que trazer para o meio das compras toda a família que possuem?
E porquê, meu deus, têm que levar para o meio do inferno das compras os malditos carrinhos de transporte de crianças?
A sério, crianças pequenas, nas compras de Natal??!
Não se está mesmo a ver que querem tudo o que vêem e depois quando lhes dizem que não pode ser desatam num berreiro desalmado?
Não se está mesmo a ver que isso é uma espécie de tortura para os pequenos?
Ai coitadinhas das pessoas que não têm onde deixar os filhos.
Pois.
Com a quantidade de serviços disponíveis para o efeito, acho difícil arranjar uma solução, pois...
E se não trouxessem a família inteira para o meio da rua, já tinham onde deixar os rebentos. Pelo menos não atropelavam ninguém com a merda dos carrinhos, e não faziam aquele ar de indignação como se toda a gente à face da terra tivesse que saber que os carrinhos-transporta-putos-alguns-dos-quais-quase-do-tamanho-de-ogres têm prioridade em todas as vias de acesso e também o direito subjectivo a abalroar o que lhes aprouver.
Francamente.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
terça-feira, 24 de novembro de 2009
Quem diria?
Chama-se Braga Brommfleet, e ascendeu recentemente ao topo das tabelas com o seu inovador sistema de marcação de beaters.
In O Quiddicht através dos Tempos, Kennilworthy Whisp ( quer dizer, J.K.Rowling)
É sempre bom saber.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Pergunta do Dia
a) Porque são uns chicos-espertos que têm a mania que conduzem velozmente e depois nem sabem qual dos pedais do carro é o acelerador.
b) Porque são estúpidos e gostam de empatar o trânsito. De propósito.
c) Porque acham que a faixa do meio é a que melhor permite um bom vislumbre da paisagem circundante.
d) Porque acham giro que com tantas faixas à escolha dê para andar na que se quiser.
e) Porque sim.
f) Todas as anteriores.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Ai Sim?
E você?
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
O que não acontece todos os dias
Depois de percorrer três vezes a mesma rua, sempre à chuva, sem conseguir dar com o raio da porta pretendida, depois de praguejar alto e bom som, de perguntar a quatro ou cinco idosos o caminho, que costumam saber sempre onde tudo fica, mas que tinham ar de nem saber onde estavam, lá se acha o dito sítio, percebendo de imediato que se passou as três vezes que se percorreu a rua mesmo rente ao lugar.
Largando pingos de água por toda a parte, ser esbaforido entra por ali dentro, com todo o rubor do mundo na cara, dá de caras com um senhor cheio de enfeites e pulseiras de todos os feitios,com a perna traçada de tédio e raiva às pessoas que não sabem ver horas, tira os pertences ao ser, leva-os para um canto escuro e manda sentar.
Cheia de vergonha do aspecto que traz, com ar de mendiga a contrastar fortemente com o chão e paredes impecáveis, senta-se numa cadeira com escabelo incorporado, enquanto o cabelo é mergulhado numa pia e encharcado com todos os produtos do mundo.
E depois, o senhor cheio de enfeites e pulseiras de todos os feitios mete-lhe as mãos no cabelo, com arte, sabedoria, mestria, paixão. E depois senta o ser esbaforido, que olha com tristeza o seu rosto pintalgado de vermelho, gatinho e vestígios de leite, e puxa, e repuxa, e volta a puxar a melena indomável, até ao fim, quando já parece uma toalha de seda, e o rosto já não parece o de uma pedinte.
E ser esbaforido, que agora é um ser eufórico, tem vontade de beijar o senhor cheio de enfeites e pulseiras de todos os feitios, pelo magnífico trabalho.
Oh deus, como sou fútil.
Prémio Arco-Íris
Diálogos
A dita caixinha serve para ofertar no Natal, sendo fruto de uma ideia peregrina para uma pessoa de dificil gosto.
- Ai que estou indecisa. Não sei qual delas levo. Não me pode dar uma ajuda? - pergunta criatura a uma trabalhadora da loja, muito simpatica.
- Com certeza.
- O que lhe parece? Não sei de qual gosto mais.
- Hummm. É para oferecer?
- É, sim.
- Prenda de Natal?
- Pois.
- E a pessoa pinta-se?
E qual o fundamento de oferecer tal coisa se a pessoa não se pintasse?
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Xmas Shopping
Não, não é para o Natal, é para quem a comprei.
Suspiro.
Sim, para o Natal, por favor.
Não se pode andar a fazer compras de Natal sem que as senhoras das lojas o digam, porque é crime público. Só elas, e apenas elas têm a competência para decretar o tempo de compras. Para se poderem queixar magnificamente que o trabalho dá cabo delas nos dias 22 e 23 de Dezembro quando todo o povo sai à rua para gastar o subsídio.
E depois corre-se tudo á procura daquelas coisas - leia-se calças, camisas, vestidos, sapatos - que se viu naquela loja ainda no fim de setembro e já tudo desandou, já tudo tem uma nova amostra da colecção de Inverno, já nada está no sítio devido, foi tudo comido!
Não me venham cá com histórias; comprar com antecedência é garantir que não se escolhe em segunda mão.
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Saga Luz e Escuridão
Por todo o lado só se vêem livros e mais livros sobre a temática, uns que todos conhecem, outros clássicos, outros de autores que enriqueceram à conta das personagens com dentinhos aguçados, outros que só de olhar para a capa da vontade de proibir a liberdade de expressão. Enfim, para todos os gostos, para todas as medidas de personalidades, para todos os bolsos ( uns mais que outros... ).
De repente, tudo o que é gente leu alguma coisa sobre vampiros nos últimos tempos, e anda-me tudo de cabeça às voltas por causa do Robert Pattinson, ou lá como se chama o Cedric do Harry Potter... Por estas bandas, também se leu qualquer coisa sobre vampiros, mas sem nunca chegar a pegar no motivo do vendaval vampírico, que é como quem diz Stephenie Meyer e a sua saga Luz e Escuridão, basicamente por duas razões, uma de preservação de neurónios, outra por já saber o que a casa gasta.
Como boa menina, li há uns tempos Nómada, da mesma autora, para ficar com uma ideia da escrita e do estilo da senhora, para não falar mal gratuitamente só porque se arma em intelectual.
O resultado foi desastroso. Não é que a senhora escreva mal, até tem jeito para prender o leitor, para o fazer virar febrilmente as páginas, tentando chegar ao fim da história. O problema é exactamente o conteúdo, que é zero, principalmente em Nómada, que não tem nada para contar a não ser que o mundo foi invadido por aliens que se montam no rabo dos humanos e passam a ser eles, e entretanto há uma rapariga que resiste. E de resto não há mais nada.
Tinha-se toda a relutância em gastar tempo e dinheiro a ler mais livros que falem do nada. E a febre continuava, e depois chegaram os filmes adaptados, e já vem outro a caminho. Perde-se a paciência, e ainda por cima nem se pode participar no “debate” porque nem falar mal se pode...porque não se conhece.
Graças aos queridos R. e R., que me livraram de uma vida apartada de vampiros, da pobreza, porque comprar aqueles livros todos era bancarrota na certa e da ignorância, leu-se tudo de uma assentada.
Er... enfim, é qualquer coisa melhor que Nómada. Não que a história faça muito sentido, vampiros e tal, mas tem quase aquele envolvimento a la Potter, dos mitos inseridos na vida normal de todos os dias, dando a sensação que poderia ser real. O elemento bom da escrita da autora está lá, é cativante, prende o leitor até ao fim. Não é muito profunda, mas não se crê que isso seja importante para a novela em questão.
Já as personagens, algumas são de se lhe tirar o chapéu, em alguns casos, outros, de se lhes enfiar o chapéu pela cabeça abaixo e mandá-los conduzir um camião a seguir.
Desde quando é que existem vampiros vegetarianos e bonzinhos? Só mesmo para se poder dizer que ele, vampirão, é o bom da história... São vampiros, a natureza deles é atacar pessoas porque precisam de comer, não me parece que alguém levasse a mal se o fizessem, bolas!
Bella Swan é uma maricas, sedenta de atenção e amor ( depressa, um balde, vou vomitar ) e uma cobardolas do pior, que está sempre prestes a desfalecer quando a acção está no auge, já para não falar na quantidade de vezes em que arranja maneira de cair num buraco. Gosta tanto do vampirão que mal consegue respirar, que morre sem ele, que a sua alma se despedaça ( réplica do vómito ), em resumo, uma galinha tonta; depois de ser transformada em vampira, é a maior. Toda boa, confiante, contida, madura, forte e poderosa... tanta coisa com os vampiros recém-nascidos serem maus e incontroláveis, que andam por aí a morder e a arranhar toda a gente, e depois a senhora é mansa que nem um cordeiro, porque se controla e sabe que não o deve fazer... Uau.
Já o vampirão, Edward, é outro galinha, sempre a protegê-la de tudo e mais alguma coisa, parece mais pai dela que qualquer outra coisa.
E depois há o lobisomem, Jacob, aquela personagem que merecia um tacho de água a ferver pelas ventas abaixo... a sério, quem é que cria uma personagem tão estúpida, céus??? Cheio de fanfarronice, idiota e sem miolos; ainda me hão de explicar se Bella gostava tanto do vampirão, qual é a cena com o lobisomem? Quase morreu quando Edward a abandona, pois vai-se logo pendurar no pescoço do outro, e fica triste por magoá-lo, fica toda dividida e faz um grande drama quando tem de escolher entre os dois.
Escolher entre os dois??? Mas então e o amor infinito pelo vampiro? Pois.
A melhor parte disto é que quando ela é transformada em vampira, o lobisomem é só amiguinho e mais nada... e ainda no que diz respeito ao lobo malcheiroso, vai-se logo apaixonar pela filha de Bella e Edward mal ela nasce ( uma coisa qualquer relacionada com instinto animal, que se manifesta quando menos se espera ), que tem um nome estrambólico, mesmo que cresça rapidamente, não era de esperar que alguém lhe chegasse a roupa ao pêlo? Mesmo a sério, para o matar a pô-lo a andar da história? Bella ainda tenta fazê-lo, mas depois dá em coisa nenhuma, porque matar é errado e la-la-la. Ora bolas, raio de moralismo estúpido!
Mas o moralismo idiota toma o grande destaque no que toca a sexo.
Nunca se viu tanto preconceito implícito; aquela conversa do tradicionalismo do vampiro, que tem cento e tal anos, serve muito bem para camuflar o preconceito e o cinismo, podre, falso do americano típico. Muito liberais, tão à frente, tão modernos, e depois sexo só depois do casamento, transmitindo o que realmente pensam numa história educativa para jovens mentes. Hipócritas dum raio! Só há cenas verdadeiramente ardentes depois do casamento, quando as duas almas se unem como iguais... Nem se sabe como as personagens sobreviveram às aulas de educação sexual na escola...
No fim, quando a história se encaminha para a acção, pura e dura, tudo se resume ao diálogo, e ao sacrifício de Bella.
Aqui, crê-se que a autora leu Harry Potter de mais, e que se inspirou vergonhosamente no poder do amor e do sacrifício do feiticeiro inglês adaptando-a alegremente à história da vampira palerma.
E viveram felizes para sempre, claro está.
Enfim, assim caminha a literatura vampiresca.
O conceito não deixa de ser interessante, e é sempre bom ler sobre as fantasias mais negras na cabeça de um escritor.
Não dá para esquecer que é um livro para jovens, mais que não seja pelas mensagens escondidas de moral e bons costumes, pela pouca profundidade de algumas personagens, pela previsibilidade do final.
É a vampiragem nas ruas.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
É bem feito, pois!
Como se já não bastasse a estupidez intrínseca, há que vestir uma camisa demasiado curta com umas calças com a cintura demasiado descaída, de tal maneira que não é possível sentar-se ou baixar-se para apanhar qualquer coisa que caiu no chão sem mostrar o rego e a roupa interior ao mundo.
Coisas que acontecem quando se escolhe a vestimenta de olhos selados de sono, a estupidez paga-se com o riso escarninho na cara dos outros. É bem feito.
Ora, quem havia de encontrar-se, justamente, no Antro, quando se transporta no corpo semelhante apelo à parvoíce?
Lollipop. Lawrence of the Labia. ( personagem do Antro, conhecida pelo assedio e pela barriguinha nojenta de 9 meses a pender do único fatinho que possui.) Quem não percebeu, comunique.
Está um ser, a tentar ser descansadinho e discreto, para não dar azo a regos à mostra, a vestir o casaco cobridor de poucas decências, para não ir lá para fora fumar em pelota, quando o raio do casaco resolve fugir e obrigar a uma ginástica que tem como resultado a pança toda à mostra, mais um bocado das costas e sabe deus o que mais.
Envergonhada até à mais remota geração de antepassados, olha-se em volta, para ver se ninguem viu o descalabro.
Qual quê! Já Lawrence of the Labia, encostado ao balcão do bar, como uma pega à espera na esquina, com os olhos em bico e um fio de baba pendente do canto da boca, como um cão, viu tudo e prepara-se para seguir também lá para fora, para ver se há mais strip tease barato.
Tudo por causa de umas reles calças.
Raio de existência.
terça-feira, 10 de novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
Pois
Principalmente, a desilusão vem das pessoas mais inesperadas.
O que se torna realemente triste é que, de alguma forma, já se esperava, já se sabia, já se contava.
O que não deixa de ser irónico é a altura do campeonato.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Rammstein - Pussy
É uma vergonha, mas a censura existe.
Não sabem ver as coisas além da pouca vergonha, estas mentes deslavadas.
Ainda não me decidi se vou vê-los ( de novo ) no domingo ou não... É o que faz a falta do vil metal-
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
The Bonfire Night
The Gunpowder Treason and Plot,
I know of no reason
Why the Gunpowder Treason
Should ever be forgot.
Guy Fawkes, Guy Fawkes, t'was his intent
To blow up the King and Parli'ment.
Three-score barrels of powder below
To prove old England's overthrow;
By God's providence he was catch'd
With a dark lantern and burning match.
Holloa boys, holloa boys, let the bells ring.
Holloa boys, holloa boys, God save the King!
And what should we do with him? Burn him!
Li e Gostei
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Triste e Redonda Verdade II
Até dá gosto ver.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Preso por ter cão, preso por não ter...
Se se disser que as pessoas são intrinsecamente más e que muito raramente têm uns pequenos rasgos de bondade, porém o que salta à vista é a maldade pura, é-se um descrente, um péssimista, um otário, um condenado a acreditar no fracasso.
Então, em que é que ficamos?
Poder-se-á expressar um opinião sem que nos venham logo cair em cima?
Poder-se-á pensar no que se quiser sem que sejamos escorraçados da sociedade?
sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Diálogos
- A quê?
- Uma minuta, um esboço, um rascunho de um contrato. Assim como um modelo...
( ligeiro rubor que invade o rosto da senhora )
- Ah... sim...pois...
- Não me pode mostrar?
- Er... posso, sim...
- Pois...
- Mas para que quer isso?
- Para dar uma olhadela, só para me familiarizar.
- Ah, sim, claro!...E para quê?
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Era um Creme pá Alma, ou lá o qu' é...
E, tivesse eu um creme desses, seria capaz de o aplicar, ou teria de desistir porque não conseguia encontrar onde o pôr?
Curariam as rugas, apagariam os sulcos criados, os cortes profundos?
Pena que não exista tal bálsamo.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
domingo, 25 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Clap, Clap, Clap!!!!!
Muito bem!
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
O Dogma
É ainda mais triste quando se percebe que andámos anos a fio enganados, enrolados na mentira, acreditando piamente que o que nos ensinavam era real, e mais importante, correspondente àquilo que acontece na prática.
Quando se descobre que assim não é, mesmo que tudo nos tenha preparado para tal, para o mundo frio e cruel que há lá fora, não deixa de ser um facto dificil de assimilar. A inocência já lá vai há muito, porém existe sempre uma esperança que assim não seja, ou que, vá-se lá saber porquê, se consiga mudar alguma coisa ao redor com os actos quotidianos.
É mentira.
Mentira.
Mentira.
Tudo falso, tudo podre, tudo sem brilho, tudo corrupto, tudo destituído de integridade. É somente esta a verdade, que ninguém se iluda.
O último reduto de esperança acaba de cair. Partiu-se, quebrou-se.
Quanto tempo mais até tudo mostrar a sua verdadeira face?
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Mais um
Quando se entra, já está tudo cheio, e é-se obrigado a espremer a si mesmo e aos outros para arranjar um sítio minimamente vago onde agarrar um varão, um apoio de assento, uma argola ou os cabelos de alguém, e rezar para que não venha nenhuma senhora gorda a querer passar sabe-se lá para onde.
Não se sabe bem porquê mas quanto mais avantajado é o cu, maior a tentação de o esfregar por tudo o que é gente no transporte público para chegar a um destino que só o próprio conhece e que não facilita em nada a sobrevivência naquele espaço, onde parece que ninguém gosta de sabão e água.
Vai-se em pé, que é como quem diz, com uma mão a suster todo o peso do corpo, que a outra tem os livros, e os dois pés que deus ofertou estão animadamente a balançar no ar graças à perícia de condução do senhor que vai ao volante, que acha muito mais proveitoso ir a coçar o nariz com uma mão e com a outra a gesticular, enquanto insulta primorosamente um político qualquer, e isto tudo, durante a conversa com uma senhora de abundante cabelo pintado de amarelo, que masca pastilha elástica como se fosse uma batedeira em movimento perpétuo.
E tudo isto enquanto se descreve a eterna curva de uma rotunda. Se se tiver sorte, várias, porque se vive numa zona de franca expansão populacional, logo o primeiro passo para criar condições é fazer rotundas à doida.
Enquanto isto, já não se tem braço, que ficou agarrado àquela argola, ou pedaço de plástico dobrado em dois, ou qualquer coisa, as pessoas sentadas confortavelmente, olham para quem vai de pé e quase a morrer com ar de regozijo.
Não conseguem evitar.
Gostam de ver os outros a sofrer, a desejar que alguém lhe ceda o lugar, a pensar em como estão confortáveis enquanto aqueles ali já deram sete cabeçadas contra o vidro e outras tantas contra a cabeça da velha cheia de sacos de compras.
E como é bom ser superior, nem que seja por causa de um lugar num autocarro.
Nestes momentos, todos os que vão sentados se apercebem porque chegou Hitler ou Napoleão tão longe; com certeza que não deve ser desagradável de todo ter semelhante sentimento de poder a toda a hora e instante...
É exactamente o mesmo que apanhar o autocarro em hora de ponta...
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Coisas de Uma Existência
A quantidade de CV's que se mandam para todo o sítio e mais algum, e vem uma carta, paga com o dinheiro do contribuinte, a avisar que se recebeu o dito CV.
Obrigado, minha senhora, pela simpatia, mas não era preciso. Calculei que tivesse chegado ao destino, não era preciso dar-se ao trabalho.
Enfim...
A Burra do Século
Este é o video do momento. Por mais que o assunto já canse na televisão, é só passar os olhos pela web para ver que isto ainda dá alguns frutos.
Já longamente se discorreu sobre a estupidez da atitude e da protagonista, mas não custa reiterar. Sim, esta senhora deve muito pouco à inteligência e à cultura, ela e as outras que se sentam naquele programa duvidoso, dizendo alarvidades e futilidades sem fim. Sim, esta senhora, para além de sonsa, é preconceituosa. Sim, esta senhora tem a mania que é comediante, mas tem tanto de entertainer como um coveiro.
E depois, muito arrependida e chocada com o impacto que isto teve veio retratar-se com isto :
Pede desculpa num minuto pela estupidez que andou a espalhar pelas ruas para aí em dez. E ainda vem com aquela lata gigantesca, com aquela cara de parva, que tem avô e tio e bisavó português, que se sente muito ligada ao país...Sim, minha senhora, tem tudo a ver. Ter avós portugueses é sinónimo de se andar a insultar uma terra que, feita tola, ainda a recebe de braços abertos e a considera uma estrela.
Ora, ora, minha senhora...
Não tem vergonha?
Mas deixe estar, como diz uma avó que eu cá sei, bem portuguesa, por sinal, as acções ficam com quem as pratica.
O que é mais estúpido ainda é que, passando os olhos pelo YouCoisoTube, onde estão inúmeros destes videos, ainda se podem ler os comentários das gentes do país natal desta senhora que a apoiam, que dizem ainda pior dos portugueses, que aplaudem freneticamente uma acção insultuosa destas.
Dá que pensar...
Em vez de andarmos todos a falar mal da senhora, devíamos era pagar na mesma moeda.
Pegávamos numa zinha qualquer e íamos de câmara em punho fazer umas reportagenzinhas a uns sitios lindos que os Brasil tem, e umas realidades porreiras, e pode ser que haja mais gente envergonhada.
Hã, que tal? Patriótico, não?
Incrível...
Não se pode sair de casa sem contar com a esperteza alheia em investigação profissional na áera da cuscuvilhice aguda.
Não se pode andar na rua descansado sem que venha alguém que saiba de tudo o que é feito.
-Ah, a mestranda..., seguido de um desdenhoso tch! quando se fala na dita área do mestrado.
Pois, um mestrado em judicatura de árvores e passarinhos é subitamente mais importante e interessante que um estudo aprofundado do direito público.
Futuramente, fico avisada que, no dia em que me dedicar ao crime ou começar a sair com senhores de 3ª idade com vista a obter as suas fortunas em testamento, sou logo apanhada, condenada em primeira instância sem possibilidade de recurso e escorraçada da sociedade.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Oh Yeah
Parece que, afinal, cada um sempre tem aquilo que merece.
Parece que, afinal, quem é mau sempre se fode.
O Antro trabalha em maneiras misteriosas.
É realmente uma pena existir um Ministério da Justiça que regista num sistema central as infracções cometidas pelos cidadãos porque haveria muito que discorrer sobre este fenómeno.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Como diria um que eu cá sei...
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
É O Que É
Há-os de várias estirpes e espécies, de todos os tamanhos e feitios, para todos os gostos e tendências.
Há os passarinhos, fofinhos e pequenos, que chilreiam alegremente enquanto saltitam pelo chão à procura de alguma migalha perdida.
Há os passarões, porcos e transmissores de doenças, que abundam em todos os sítios em que existam casas e carros onde cagar em cima.
E depois há as aves de agoiro. Aquelas existências que, onde quer que se vá, estão sempre, mais que não seja para ocupar o espaço e lançar a confusão.
Para onde quer que uma pessoa se vire, lá vem ao fundo do corredor, agitando as suas peninhas vaidosas, espalhando a peçonha, lembrando que uma boa oportunidade pode sempre ser estoirada quando se recordam coisas do passado.
Lembram que já sabem de onde se veio e para onde se vai. E mesmo que tenham que fazer, não faz mal, há que estar presente para recordar aos outros que possivelmente não vai correr bem e que se vai falhar. Redondamente.
Empestam o ar, truncam as expectativas e os sonhos, existem para preencher um espaço que seria de uma outra pessoa por mérito próprio, mas que desgraçadamente foi ocupado por este passarão, ditador de um destino negro para as almas.
Quantas vezes mais se verão estes seres?
Quantos existirão por aí?
Quantos existirão para cada um de nos?
Quando morrerão?
Estar-se-á a falar de passarões ou pessoas?
Quem sabe?
Triste e Redonda Verdade
domingo, 11 de outubro de 2009
Dia de Reflexão?
Já é de madrugada, não é?
Já se pode dizer que não se tem vontade de aturar aquele senhor que manda comer queijadas, pois não?
E já não se está mesmo a ver quem nos vai calhar na rifa, não é?...
sábado, 10 de outubro de 2009
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Enfim
Muito estranhas, a bem da verdade.
A conclusão que se pode tirar é a de que quem vive não regula bem da cabeça e faz o que pode para que a pessoa que está imediatamente ao lado também não jogue com todo o baralho.
Ou talvez seja melhor dizer que anda tudo no mundo a tentar comer o máximo que pode, e se for possível, ainda ir tirar umas lascas ao prato do vizinho.
Ou ainda há a possibilidade de se quererem todos comer uns aos outros, que andam todos aqui para se lixarem, mas essa já é demasiado cliché.
A verdade é que se passa da maior euforia para o mais profundo desespero sem sinais sinais de doença bipolar.
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
AAAAAHHHHHHHHHHHHH!!!!!
Eis senão quando, quem aparece?
Madeixas.
Madeixas vem a sair do Antro com ar de quem já chateou seiscentas e quarenta e sete pessoas e fez perder, pelo menos, três quartos de hora na fila da secretaria a setecentas e oitenta outros pobres seres, muito chateado porque ainda tem que ir para casa de transportes, logo ele, filho de gente rica.
Madeixas sente vontade de desentalar as partes íntimas das calças de ganga, que o estavam a apertar há horas, só que no início ainda era agradável, agora é que já não.
Madeixas, sem vergonha, mete a mão na braguilha, alça a perna como os cães, puxa e desentala a genitália.
Com toda aquela gente a passar na rua.
Quem é que vinha mesmo de frente?
Diligentia, pois claro...
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Diálogos
- Fui picada por um mosquito e tenho uma infecção monstra.
- Mosquito? Deixe ver.
- Pois claro.
- Ai que feio que isso está! Levou alguma pancada?
- Não, não levei, isto é a picada! Está infectado!
- Mas está roxo!
- Foi por isso que cá vim.
- Ah!
E já agora...
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Parabéns à República
domingo, 4 de outubro de 2009
Verídico!
Um dia, C, cabeleireira de pessoas, vai o estrabelecimento comercial de A fazer um penteado ao seu canídeo e não paga, ao que A responde da mesma forma, indo ao cabeleireiro de pessoas de C e não pagando.
Tragicamente, depois deste episódio, B é dado como desaparecido de casa de A, que chora muito. A avista B dentro de um jipe e ainda corre para o apanhar mas já não vai a tempo.
A recebe, depois, um pedido de resgate de B no valor de 2500€.
Quid juris?
E depois os jovens é que são doidos...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Toma Lá, C*brão!
Tanto que quase não vê as curvas.
Tanto que quase se espeta.
Não que o senhor em causa fique especialmente ferido de morte, mas ao menos a frustração de haver incompetência espalhada pelas ruas esvai-se um pouco.
Piadas Jurídicas
Fica tudo a olhar com cara de cão, claramente a pensar em fumos que dão para rir.
Para além de tudo o que tem feito ( em boa verdade, continua a fazer ), o Direito torna as pessoas mentecaptas aos olhos dos outros.
É triste.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
O Senhor Que Mora Em Belém
Quem são, afinal, os dirigentes do partido do governo que fizeram não-sei-o-quê a alguém?
Quem é que colou o senhor Presidente ao PSD?
Quem pressionou quem?
Quem manipulou o quê/quem?
Porquê tanta celeuma se depois ninguém é claro naquilo que diz?
Porque se fazem queixinhas ao povo se depois o próprio povo não percebe o que está a ser dito?
Fale-se claramente; se não é para dizer, não vale a pena estar a fazer comunicados misteriosos à laia de sou muito mau e poderoso.
Se é para ninguém perceber, que avisem que comunicados criptícos é mais estilo destas bandas.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Ora bolas...
Chama-se Madeixas.
Para quem não é conhecedor da personagem, Madeixas é o ser sentado do lado de lá do vidro de um espaço de atendimento ao público, que tem claramente a percepção que quem lá vai é só com o intuito de o fazer perder tempo.
Não tem é a noção do tempo que faz perder.
Qual é o sentido e utilidade de uma pessoa que serve para resolver problemas e despachar papelada se não sabe o que está lá a fazer?
Qual é a utilidade de uma pessoa, funcionário de secretaria de faculdade, se não sabe responder às perguntas? Até teria desculpa se fosse novo no serviço, mas não; é uma coluna do Antro. Uma coluna rachada e prestes a cair.
Ai isso não sei, é aqui com a minha colega do lado, trate com ela.
Então, porque não disse logo?
Se não sabe, o que estará ele ali a fazer?
terça-feira, 29 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
A quem servir a carapuça II
- Aaaaaiiiii!! Muito mau!! Eu conheço um primo de uma colega da uma tia de um cunhado da minha avó que foi lá e morreu, 'tadinho! Apanharam-no logo à entrada da Lua, roubaram-lhe a carteira, baixaram-lhe as calças e toca de o sodomizar, e depois morreu de urticária por causa da poeira lunar! Muito mau!
Ah pois é!
sábado, 26 de setembro de 2009
XXVIII
Não que tenha muito a ver. Na verdade, não tem nada, muito pelo contrário.
Porém...
Esta música passou na rádio num momento particularmente especial. Inesquecível.
Como todo o tempo que tem passado.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Tempo da Outra Senhora
Estamos a ser vigiados.
Tenham medo.
Muito medo...
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Amanhã é dia de São Sobrenatural
Qualquer dia, canso-me e deixo de escrever em críptico
Dá.
Dá vontade de partir as trombas a pessoas até lhes deixar todos os ossinhos da cara feitos em pó.
Oh sim, aquelas pessoas que "mandam e desmandam, fazem todos andar ao sabor dos seus humores, amuam e voltam a ficar bem, são ingratas e esquecidas, mandam boquinhas maldosas e inventam mil histórias para verem os outros sofrer, incapazes de um gesto de amizade e, como se não bastasse, ainda apresentam o velho mas nunca cansativo número da vítima incompreendida, ultrajada e vilipendiada por todos, coitadinhos, uns mártires do senhor", e que, com toda a certeza, terão grandes problemas mentais que explicarão toda esta tramóia, ainda não foram atropeladas por nenhum camião.
Continuam vivas, de saúde e a foder o juízo aos outros.
Porque os outros tentam por tudo que as coisas corram bem, que seja tudo perfeito, dentro do possível, agora que a existência mudou, têm ainda que levar com a loucura de quem nada tem para fazer a não ser desestabilizar.
Não há respeito.
Não há ponta de compreensão.
Não há o mínimo de apreço e decência.
Simplesmente, não há.
Isto Só Aqui
Ora, parece que os munícipes do concelho de Sintra, talvez por serem muitos, talvez por haver demasiados problemas, recorrem com frequência ao dito programa, da SIC, para fazer valer os seus direitos, que de outra forma parecem não ter solução à vista. Queixam-se à televisão quando já se fartaram de queixar à autoridade competente, que nada fez, ou simplesmente fingiu nada ver.
Confrontado com a situação de muitas vezes ter que se justificar perante as câmaras sobre os problemas, que de facto existem, mas para os quais ninguém se mexe para solucionar, o senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra mostrou-se indignado com a frequência das visitas dos jornalistas do programa ( Nós Por Cá ). Achou o Senhor Presidente que já eram demais as visitas em busca de resposta para os problemas dos seus munícipes, e que em vez de o visitarem para se queixarem e o confrontarem com questões bicudas por explicar, deviam era, senhores jornalistas, visitar o concelho para comer uma queijada ou um travesseiro, quem sabe comer um leitãozinho de Negrais, beber um vinho de Colares, ou sentar o rabo na Piriquita a bebericar ginger ale, em vez de virem chatear o senhor Presidente com essas coisinhas pequenas.
Ora, ora, senhor Presidente...
Não tem vergonha?
Em vez de se dedicar à profissão de guia turístico, devia era resolver, de facto, os problemas levantados em vez de mandar as pessoas comer pastéis. Devia esforçar-se para, pelo menos, fingir, que se preocupa com o cargo que ocupa e com as questões inerentes a ele. E não sentir-se indignado quando o confrontam com assuntos que já deviam estar mais que resolvidos. Porque não é mais que a sua obrigação.
Talvez seja tempo de lembrar, senhor Presidente, que há que governar o município em vez de andar a comentar futebol.
Talvez seja tempo de lembrar que, se o confrontam tanto, é porque estão coisas por fazer.
Talvez seja tempo de ter consciência que, se as pessoas se queixam, não é verdadeiramente para o chatear; é porque o seu dever não está cumprido.
Ou não é?
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Sim, isto é Real - IV
Daqueles que dão logo 3000€ por se acertar numa letra, que o dinheiro anda por aí sem fazer nada e tem de ser dado a qualquer preço. e tal. Como diz uma que eu cá sei, isto é fazer pouco de quem trabalha.
Assim, surge no concurso em causa uma pergunta, simples, a que duas concorrentes deveriam responder correctamente.
Ora, as duas senhoras respondem com números, porque a pergunta exigia como resposta uma data. Uma delas responde 1847. A outra diz 1974.
Qual era a pergunta?
Em que ano foi implantada a República em Portugal?
Sim, isto é mesmo real.
Sim, estamos muito mal.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
domingo, 20 de setembro de 2009
Subtilezas
Paizinho, o espelho do lado do condutor está a abanar como doido. Podes ver o que se passa?
A tradução é :
Paizinho querido, parti o espelho com as minhas próprias mãos ao tentar virá-lo para dentro, já tentei de tudo, mas aquela merda não encaixa. Por favor, não grites.
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Ai a política, a política...
Não há vergonha nenhuma na política nacional.
Também, ao que parece, não mais nada para fazer.
Não está em curso uma campanha eleitoral? Não têm com que se ocupar?
Francamente...
A quem servir a carapuça
Reformulando, há gente sem vergonha absolutamente nenhuma na puta da cara.
Mandam e desmandam, fazem toda a gente andar ao sabor dos seus humores, amuam e voltam a ficar bem, têm grandes problemas mentais que certamente desculparão toda esta dança, são ingratos e esquecidos, mandam boquinhas maldosas e inventam mil histórias para verem os outros sofrer, são incapazes de um gesto de amizade e, como se não bastasse todas as minhoquices, ainda há o velho mas nunca cansativo número da vítima incompreendida, ultrajada e vilipendiada por todos, coitadinhos, uns mártires do senhor.
Quantos haverá por esse mundo fora?
Certamente um número considerável.
Porquê, então, existir apenas uma pessoa a ter que levar com isto?
Porque é que há só um desgraçado que atura este concurso de dança para esquizofrénicos?
E depois ainda ousam falar em justiça, senhor!
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
E por falar em...
Minha senhora, poderá ter muitos outros talentos, mas o de se fazer engraçadinha não está, definitivamente, contemplado.
Descontraia, é só uma brincadeira!
Feitiozinho...
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Como Foi Isto Arranjado?
Vejamos, por exemplo, a Dra. Manuela Ferreira Leite.
Não quer o TGV. Não quer, porque não, porque é caro, porque não temos dinheiro, porque não podemos esbanjar, porque estamos em crise.
Tudo bem, até aqui. Cada um saberá o que defende, há que ser coerente com as políticas e projectos do partido para o futuro.
E onde é que entram os espanhóis?
Ah, os espanhóis são maus, e porcos, e gandins, e só cá vêm para bater na gente, e matar a gente, e chupar o dinheiro da gente. Toda a gente sabe que os grandes problemas deste país são todos da responsabilidade dos espanhóis.
O que nunca se tinha reparado é que Portugal não é, afinal, uma província de Espanha. Ai não? Não se sabia, há quanto tempo foi isso? Pensava-se que eram uns vizinhos mal encarados, uma espécie de senhorios maldosos ou assim. E desde quando é que é assim?
Não se sabia que ainda tínhamos que levar com aquela frase lapidar de Espanha nem bom vento nem bom casamento, ou não estivesse o preceito um pouco ultrapassado.
Sim, os espanhóis tem interesse em construir o TGV até à fronteira. Mas os portugueses também. Ou acham que o dinheirinho fica cá a ganhar pó? Sim, os espanhóis podem não ser as melhores pessoas do mundo, só pensam nos interesses deles; todos os países fazem o mesmo. É preciso não esquecer que as negociações, em varias áreas, com os ditos porcos espanhóis, são também para ajudar a desenvolver este quadradinho à beira mar plantado. Que bem precisa. Além disso, se fossemos esperar que tivéssemos dinheiro, que não estivéssemos em crise, que pudéssemos investir sem ponderar os custos, ainda vivíamos em grutas e andávamos todos nus.
Que me lembre nunca houve dinheiro para nada, esteve-se sempre em crise, sempre com grandes défices, sempre com grandes percentagens de desemprego, com baixa produtividade. Com todas aquelas coisas que alegram os dias de toda a gente quando se levanta. Nunca houve um dia sequer em que a ideia base fosse estamos muita bem. Se fossem perguntarem pela rua fora no melhor dia de todos, todos haveriam de responder está mau.
Portanto, Sra. Dra., olhe para a frente.
Diz uma tira de BD, a melhor de sempre, Mafalda, de Quino, que o "problema dos velhos é que vêem o futuro com a nuca".
Explica muita coisa, não?
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Uau!!
sábado, 12 de setembro de 2009
O Cancro vestido de Gala
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
A sério, que merda vem a ser esta?
Uma revista que se auto intitula moderna, futurista, que proclama ter renovado o perfil feminino na sociedade, ajudando e aconselhando as fêmeas a usarem o que têm para conquistar o seu lugar no mundo. Uma revista do século XXI, para mulheres de mente aberta, independentes, decididas...
E, lá para o meio, há uma tirada assim:
Para recuperar um namorado que anda desaparecido ou não telefona, escreva o nome dele por baixo de uma vela rosa. Acenda e espere!
Lá para os lados do 7º ano, revistas juvenis tinham secções inteiras dedicadas à feitiçaria de vão de escada para resolver todo o tipo de coisas. Era comum, estava na moda. E também era direccionado a cabecinhas bem mais frescas e verdes do que o público alvo da dita revista feminina.
Onde está a credibilidade de uma publicação com "dicas" destas?
Onde fica a expectativa das pessoas que a leiem com trampa desta?
Saber-se-á das dificuldades de uma editora em pôr nas bancas todos os meses novidades e assuntos cativantes, mas será preciso recorrer ao Alcina Lameiras style para segurar leitores?
Se a memória não falha, num passado não muito distante, uma publicação da mesma revista revelava o que, em anos incontáveis de existência, tinham sido os piores conselhos dirigidos à plateia feminina, de onde se destacava, claramente e sem qualquer sombra de dúvida, o dever de plantar uma cebola num vaso de cada vez que se arranjava um namorado novo, para que desse força à relação.
Ora, quem, num momento exactamente anterior, que é como quem diz, na revista do mês passado, afirma, como quem não teme, que fazer inveredar por caminhos de feitiçaria, tiradas directamente das páginas da SuperPop de 1997, não era a melhor solução para colocar as mulheres na vanguarda da sociedade, estará agora confiante que quem lê, para além de esquecer o que leu, vá a correr encher a casa de velas rosa com papeluchos lá debaixo para fazer voltar um tipo que nem se digna a ligar?
Pois sim.
Moral da história : quem lê o que não presta, habilita-se a encher o cérebro com areia.
Sim, está bem. Toda a gente enche a boca para dizer mal e apelidar de frivolidade as revistas femininas, mas a verdade é que, de uma maneira ou de outra, vão lá todas enfiar o nariz, nem que seja numa sala de espera de dentista.
Ver frases como a supra citada é que não.
Se não têm do que falar, deixem em branco. Fica melhor.
Aquilo que é, e mais nada
Desde o berço até à cova, trabalho duro. Pelo meio, nada.
De todos os sonhos, nem um sobrevive para contar a história, morreram todos pelo caminho sinuoso, sem regresso. Ou será que alguma vez chegaram a nascer?
Não se esperneia, há que calar.
De todos, o pior. Não havia nada mais a escolher que fosse mais podre. Pois foi esse mesmo o eleito.
Descrença.
Desrespeito.
Despeito.
De que vale?
Puta que te pariu.
Assim é
Nem se vai entrar por áreas pantanosas; havendo liberdade de ir ajoelhar onde mais lhe aprouver, cada um saberá o que faz.
Mas, chegará a longa mão da religiosidade tão longe quanto chega a decisão sagrada de escolher governantes?
Chegará o campo do obscurantismo a ser tão negro que influencia a consciência do que deveria estar a salvo de quaisquer flutuações?
Haverá que remexer no que de mais profundo possui a alma democrática?
Até onde chega a cegueira de quem conduz almas?
Até onde vai a estupidez de quem ajoelha?
terça-feira, 8 de setembro de 2009
domingo, 6 de setembro de 2009
Pergunta do Dia
Porque não conseguem aguentar a sua vidinha miserável sem olhar para a dos outros com uma dor de corno tão grande que chega a causar urticária.
Porque não descansam enquanto não estragam o que os outros têm para, assim, serem iguais.
Porque são nojentas, pobres almas perdidas e quebradas, que sujam o conceito de amizade.
Porque são iguais a si mesmas.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Here We Go
Pergunta-se o que acontece a uma selecção nacional que não tem jogadores portugueses suficientes para jogar como deve ser...
'Ya!
Há um certo Telejornal, às sextas-feiras, num certo canal, com uma certa senhora jornalista que gosta de primar pela originalidade de apresentação e enveredar pelos caminhos do comentário político.
Há um senhor Primeiro Ministro que se queixou, uma ou duas vezes, que o certo Telejornal, no certo canal, com certa senhora jornalista lhe fazia uma perseguição sem precedentes, que falava mal dele, que era uma caça ao homem, uma pouca vergonha.
Até que um dia...
Quem manda no certo canal resolve cancelar o dito Telejornal com a dita senhora.
O que sucede?
2+2=5
Tente-se, então, a lógica aristotélica:
O Telejornal foi mandado cancelar.
O Primeiro Ministro não gosta do Telejornal.
O Primeiro Ministro mandou cancelar o Telejornal. Porque não gosta dele.
Fácil, não? Assim se chega rapidamente à conclusão de que o Primeiro Ministro é mauzão que faz o que bem entende e manda os opositores para a Bastilha, para que morram lá e sejam comidos pelos ratos, que aqui ninguém fala mal de mim, mas qué isto, eu é que sei.
Exacto.
Porque toda a gente sabe que o Primeiro Ministro é mentecapto, para além de parvinho e idiota, e vai fazer mesmo um espalhafato destes praticamente à boca das urnas para causar um furacão e pôr em causa a eleição dele mesmo.
Exacto.
Porque o Governo anda a dormir e vai fazer pressão anti-democrática, que é como quem diz, cala aí a boca de quem não gosto, que este país já anda com a rédea solta desde 74.
Exacto.
Porque o senhor Primeiro Ministros escolhe mesmo agora, na altura em que anda tudo sensível por causa das eleições, tentar calar alguém à força toda, para dar nas vistas, topas?, porque antes não fazia mal falarem dele.
Ah, mas espera lá, que o dito Telejornal tinha umas informações muito importantes sobre o caso Freeport.
Ah, então está bem, a culpa é do Primeiro-Mauzão-Ministro que persegue os inocentes portadores da verdade.
Qual verdade?
É que quem assiste àquele Telejornal pode ficar informado sobre muita coisa, mas sobre o caso Freeport, ui!, aquilo é um desatino!
O Sócras é culpado no Freeport
Ah! De quê?
Não sei, mas que é culpado, lá isso é de certeza.
Incrível.
Belisca-se o bracinho de um telejornal pouco idóneo, e a culpa é do Governo. Exerce pressões, o malandro. Porque a empresa detentora da estação não manda na televisão, pois. Quem manda é o Governo, mau e tirano, que controla tudo, tudo!
Clap, clap, clap! Uma salva de palmas para a oposição, que tão brilhantemente se soube aproveitar de uma situação destas!!! Porque obviamente ter argumentos, mesmo que parvos, para descredibilizar o Governo é muito mais importante que ter ideias e empenhar-se na campanha.