quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Last Day Of Freedom

Daqueles dias que nem vale a pena sair da cama porque já se sabe que, no segundo em que o dedo grande do pé toca no tapete ao lado da dita cama., vai haver sarilho.

Nem indo por assuntos de galinhas, frangas e donos de capoeiras, rapidamente se descobre que não se pode estar descansado num canto da estação, a fumar calmamente um cigarro, que vêm logo 3 ou 4 drogados, não pedir tabaco, que tinham aos montes, mas contar a triste vida que levam. E acreditem, era mesmo triste, tão triste que põe uma pessoa a pensar.

Quando se pensa que não pode haver azar, há sempre uma ideia peregrina na cabeça dos outros que faz descarrilar o mais simples dos percursos.
Uma dúzia de escolas primárias enchiam a estação de metro da Baixa-Chiado, com muitos miúdinhos de mãos dadas aos berros mais as professoras que conseguiam berrar mais que eles. Agora que se olha para trás, percebe-se porque é que algumas pessoas são chanfradas e chega-se rapidamente à conclusão que só pode o trauma vir de trás, com tanta gente histérica a dar ordens a putos inocentes que nunca devem ter saído à rua. Vi um miúdo a ser arrastado por uma orelha para aí uns 20 metros porque deitou para o chão um papel de rebuçado. Apesar de ser reconfortante saber que há coisas que nunca mudam, entristece deveras saber que as pessoas que tomam conta dos filhos alheios não passam de ogres, aos quais só faltam as mocas, embora perceba que não precisem verdadeiramente delas porque distribuem alegremente chapadões como quem oferta roupa velha.
E depois enchiam de tal modo os 73745 lanços de escada rolante, de tal modo que não é possível passar, nem mesmo a pedir licença, e é preciso ir a pé. Os 73745 lanços de escada.
Quem raio leva os miúdos a sair em hora de ponta para os transportes públicos, homens do senhor?

Quando se espera uma tarde de amena cavaqueira, descobre-se que a fúria, afinal, não passa com uma mera conversa, e que ainda se sai de lá mais angustiado porque os problemas dos outros também não ajudam nada. Enfim.

No fim de uma aula secante, ainda se tem que levar com comentários sobre o trabalho honesto dos outros, que coitado estava um bocado baralhado porque o trabalho estava bom, estava bem preparado, mas que houve ali uma parte que deixou de se perceber porque misturou muita coisa e mais não sei o quê.

E se fosses levar no cu? Quer dizer, mata-se um ser a trabalhar para os outros estarem a brincar na hora da apresentação, a tirar macacos do nariz, a mandar papéis e a falar como os putos do infantário, e depois ainda vem com conversas instritivas sobre a labuta dos outros. Quando os outros apresentam os trabalhos sentados, de costas para toda a gente e a ler dos apontamentos, está tudo muito bem; quando se tenta fazer uma coisa como deve de ser, é isto. Ainda por cima vindo de uma coisa que nem ler sabe. Reconfortante...

Para finalizar um dia em beleza, nada como ter um carro atravessado atrás da viatura própria, atravancando a saída. E nada como ficar à espera que alguém se lembre que tem a puta do carro no meio do caminho. E de onde vem o senhor, todo indignado, depois de se perder a paciência e buzinar? Do café, onde estava a beber bejecas com uns trolhas iguais a ele. Simpatia.

Se assim caba a vida velha, imagino como será a nova vida que aí vem...

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