E chega um homem, apressado pelas escadas acima, de pasta na mão. Tem na mão uma folha com nomes, que vai lendo, como se anunciasse os números dos porquinhos que vão ser abatidos no matadouro para fazerem deles todas as espécies de iguarias.
É feio, o homem, mirrado, pequeno, de olhos deformados, encaixados atrás de uns óculos ridículos que tentam mostrar alguma modernidade e espirito fashion a quem não o tem.
É pequeno, o homem, as calças compridas demais fazem foles à volta dos tornozelos antes de caírem em cima dos sapatos. E aqueles óculos ... Por detrás deles, estão olhos que só vêem, nem observam, nem vislumbram nada, apenas limitam-se a derramar as suas enormes e demoníacas pestanas nas linhas do papel. Sem nunca as ver, de facto.
E os leitõezinhos entram, um a um. Saem como se nada fosse, iguais ao que eram antes de entrar. Só não sabem é que já não levam as entranhas, foi-lhes tudo extraído, indolor e suavemente. Sem darem conta.
Lá dentro, na sala da matança, um calor infernal. Uma cadeira e uma mesa, umas folhas de papel, livros de pontas gastas. E o homem com uma faca castanha, que não é faca, mas sim caneta, vai fazendo perguntas sem pestanejar os olhos demoníacos. E aqueles óculos ...
E no fim, vai o homem com o mesmo papel, falar do que fez aos leitõezinhos. No fim é que se percebe como a caneta se transformou em foice e esventrou os estômago cor de rosa, e fez o sangue escorrer mesa abaixo, formando um rio de quilómetros.
E os porquinhos saem de lá, cor de rosa como sempre. Mas sem nada lá dentro.
Aqueles olhos, aqueles óculos, ficam como se nada fosse. O vermelho do sangue reflectem-se neles, ou então talvez não seja isso, talvez o brilho vermelho lá tenha estado sempre, só que ninguem o viu antes, até àquela hora.
E vai-se embora o homem.
Ficam os leitões a olharem estupidamente uns para os outros, cor de rosa e com os focinhos estúpidos a farejarem em volta.
Mas o homem já lá não está. Foi subir a bainha das calças.
É feio, o homem, mirrado, pequeno, de olhos deformados, encaixados atrás de uns óculos ridículos que tentam mostrar alguma modernidade e espirito fashion a quem não o tem.
É pequeno, o homem, as calças compridas demais fazem foles à volta dos tornozelos antes de caírem em cima dos sapatos. E aqueles óculos ... Por detrás deles, estão olhos que só vêem, nem observam, nem vislumbram nada, apenas limitam-se a derramar as suas enormes e demoníacas pestanas nas linhas do papel. Sem nunca as ver, de facto.
E os leitõezinhos entram, um a um. Saem como se nada fosse, iguais ao que eram antes de entrar. Só não sabem é que já não levam as entranhas, foi-lhes tudo extraído, indolor e suavemente. Sem darem conta.
Lá dentro, na sala da matança, um calor infernal. Uma cadeira e uma mesa, umas folhas de papel, livros de pontas gastas. E o homem com uma faca castanha, que não é faca, mas sim caneta, vai fazendo perguntas sem pestanejar os olhos demoníacos. E aqueles óculos ...
E no fim, vai o homem com o mesmo papel, falar do que fez aos leitõezinhos. No fim é que se percebe como a caneta se transformou em foice e esventrou os estômago cor de rosa, e fez o sangue escorrer mesa abaixo, formando um rio de quilómetros.
E os porquinhos saem de lá, cor de rosa como sempre. Mas sem nada lá dentro.
Aqueles olhos, aqueles óculos, ficam como se nada fosse. O vermelho do sangue reflectem-se neles, ou então talvez não seja isso, talvez o brilho vermelho lá tenha estado sempre, só que ninguem o viu antes, até àquela hora.
E vai-se embora o homem.
Ficam os leitões a olharem estupidamente uns para os outros, cor de rosa e com os focinhos estúpidos a farejarem em volta.
Mas o homem já lá não está. Foi subir a bainha das calças.
AS
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