quinta-feira, 31 de julho de 2008

Live To Tell The Tale

Sectores da vida humana os há que contabilizam a passagem e a contagem dos anos não pelo método dito normal de começar o ano a 1 de Janeiro e terminar a 31 de Dezembro. Para alguns, o ano começa em meados de Setembro, mesmo Outubro, e acaba lá para o verão com paragens a meio para as festividades próprias. Há um buraco entre o verão e os meados de Setembro em que se tenta esquecer o que se passou no que não é o ano civil, mas outra forma de ano qualquer. E em Setembro volta-se para um início que só se deseja que acabe. E assim se vai passando o tempo, entre os anos que não terminam com o reveillon.

Hoje é o último dia do ano.
Acabam-se todas as tormentas, todos os invernos, todas as primaveras chuvosas. Começa o fosso do descanso que dura até ao outono e que vale por tudo, para esquecer as alturas invernosas. Este foi um ano, ou um semi ano, ou o que quer que seja, atípico. Encontros e desencontros, desilusões, traições, desenganos. Ficou o essencial, o melhor, a chuva lavou o que sobrava de ruínas que se foram amontoando, de outras épocas, de outros anos atípicos. Do que partiu não há saudade, dos amargos de boca só sobram um ligeiro travo desagradável. Não há saudades.

Hoje é o ultimo dia do ano.
E o ano que acaba não tem 12 meses, só 9 ou 10. o que cá estava foi-se embora, sem deixar rasto, sem deixar memória, sem história. Mas ficou o que era importante. Realmente importante.
Passou mais um ano. Chega a altura do fosso temporal ; fora com as filosofias e conclusões profundas.

Sobreviveu-se.



AS

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