sábado, 12 de abril de 2008

No Singular

Sem eufemismos e rodeios.
A verdade, nua e crua. Somente o que interessa.

Esperanças as há, um dia, que se transformam em grandes pesadelos, que perseguem quem as tem. Sonhos existem que não passam de ilusões e grandes desilusões para quem os constrói. Principalmente quando se chega à conclusão que se quis algo que é demais para ser abarcado por quem é limitado. Principalmente quando não se tem capacidade para ir mais além. Principalmente quando se é estúpido o suficiente para não conseguir ver tal facto logo à primeira.

Não pertenço aqui.

Coisa sobejamente estúpida é haver gente que, na linguagem corrente, não se toca, não se manca, que mesmo sabendo que não pode, continua a fazer como se fosse uma grande personagem. A cobardia nasce do comodismo, de quem não se quer mexer, para não ter trabalho, porque sem o comodismo, sem o calor confortável da apatia e do medo do futuro, não se é ninguém. Porque se não se for cobarde, não se é nada. E não ser nada é ser cobarde.


Porque se é amorfo, porque se é idiota e cretino. Porque não se tem verdadeiramente opinião sobre nada, porque não se destaca. Porque se é diferente. Porque se é burro. E perdem-se anos de vida só no meio de conclusões. Conclusões de que nada servem quando contra os factos de nada vale argumentar. Quem não concorda nem discorda de nada nem ninguém, é como se não contasse. É verdade, não se destaca. Ninguém o vê.

Bem vindos ao mundo da Invisibilidade.


Este é o segredo do sucesso, a fórmula da fortuna. Safe-se quem puder, seja a que custo for. Os quebrados e os vencidos não concorrem com ninguém. Nem sombra fazem. De nada servem. Porque nem são vistos.
Disto se fazem os sonhos. Disto são feitos os trilhos sinuosos da existência. São, sem tirar nem pôr, a escumalha, os pesos mortos, os que não contam, os que sabem fazer coisa nenhuma, os que não são, sequer.


Porque não se pode viver sem saber o que fazer.
Porque é proibido não saber o que se vai fazer no minuto a seguir.
Porque é vergonhoso ser limitado no meio de sumidades.
Porque é um nojo ser-se nada.






AS

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