quinta-feira, 3 de abril de 2008

A da Intervenção

Paciência não é o forte de gente com feitio retorcido, sejamos francos.
Paciência para fenómenos de outros planetas e mundos simplesmente não existe para gente cujo stock de bondade se esgotou à nascença.
E se há coisa que vale a pena cultivar é a falta de paciência para fenómenos do Entroncamento, terra que afinal é tão simpática mas dada, pelos vistos, à ocorrência de situações pouco vulgares. E, acredite-se ou não, existem muitos fenómenos e aparições estranhas na vida de um estudante universitário.

O último a que assiti foi um fenómeno de ... não sei definir, mas parece que é um misto de síndrome de quem se enganou no caminho para a Faculdade de Psicologia e foi parar à de Direito, e uma psicose de estupidez militante. A verdade é este até seria um caso clínico muito interessante, mas para quem tenha a resignação de a estudar sem enfiar um balázio no meio dos olhos. Ou por quem, efectivamente, se dedique ao estudo de Psicologia, e não da Judicatura, o que até convinha para poder tomar medidas no que ao fenómeno diz respeito.

Dizer, simples e honestamente, gosto tanto de ti como merda, é ser simplista demais, é ser mais basico do que o caso merece. Esborrachar dois bananos no focinho, mais adequado, sem dúvida, mas altamente prejudicial a quem não possa ter cadastro criminal para exercer uma profissão.
Mesmo só observando de fora, até daria vontade de rir se não fosse tão triste, assitir à perda que este país teve aquando do fecho da ala psiquiátrica do Júlio de Matos. A menos que divulguem que não é causa de se estar doido quando se persegue pessoas, por se achar mais que certo que alguém se suicidar daí a 5 minutos, e que urge uma intervenção de salvamento rápida. Ou gente que faz prospecções de entrada a mercados monopolistas, e aqui as noções de economia dão uma ajuda, sabendo que o próprio mercado não suporta mais agentes ( tinha que marcar presença a bela da metáfora ). Ou ainda sentir-se agastado porque alguém interrompe uma conversa banal, porque, de alguma maneira, estanca a cadência de diálogo por 5 segundos, e o sistema bineuronal tem que reiniciar. Mesmo ainda gente que, sendo desocupada, nada mais tem para fazer senão levar e trazer tricas, porque a sombra dos outros incomoda sobejamente.

Seria engraçadíssimo assitir a isto de bandeja, estando longe, mas quando a demêmcia é demais cansa e dá vontade de partir para a violência, mais que não seja verbal.
É como assitir a uma ditadura de higiene mental, para daqui a uns anos, todos vivermos numa sociedade limpa, perfeita e livre de dejectos sociais como pessoas com características de normalidade.

Segundo o próprio fenómeno, isto já seria sinal de insegurança, que é próprio de pessoas esquisitas que têm medo que lhes roubem a posição dentro do grupo social, que Freud explicaria muito bem a situção,e tal, yada, yada, yada.

Pois sim, até poderia ser, de facto, verdade. Mas o que deve relevar aqui é que não há materia de facto, nem controvertida para analisar, dado que não se conhece de parte alguma o objecto mencionado, muito menos dos meandros estranhos e sombrios de onde surgem as situações alienígenas. Não há nada para analisar quando nem sequer existiu qualquer espécie de contacto com o objecto de análise clínica.
É o preço a pagar por se ter feitio estúpido ; tudo o que não presta, vem cá ter. Nada a fazer, é simplesmente a existência.

Das reminiscencias das aulas de psicologia, vem-me à memória uma figura que vale a pena referir : projecção. Ver nos outros aquilo que se é, que se faz e pensa. Não consigo ver nada mais semelhante que isto. Até me parece que o grande Freud não explicaria melhor. Aqui jaz a solução de toda uma parvoíce inventada da cabeça de uns, com contribuição passiva de outros, de todos quantos alimentam esta e todas as palhaçadas que por aí andam.

Ahh, e Psicologia é no edifício ao lado.



AS

1 comentário:

Diligentia disse...

Esta é directamente para Senayuri

Queira desculpar não ter aceite o seu comentario, mas como lhe vou recordar, nenhuma de nós pode ter cadastro para exercer a profissão para a qual nos estamos a preparar, no caso de sermos acusadas do crime de injuria e ofensas ao bom nome. Ora, como as noticias correm depressa e há sempre gente bufadora no Antro, desejo desligar-me efevercentemente do objecto deste post para não dar azo a mal entendidos.

As minhas desculpas.

AS