quarta-feira, 30 de abril de 2008

F.O.D.E.-M-E

Facto : quem estaria melhor a lavar escadas, ou a fazer qualquer coisa de mais produtivo do que fussar em livros e depois fazer asneiras, é exactamente isso que deveria fazer. Pouparia tempo, neurónios em falta, e ainda conseguiria uma bela preparação física, não a esfregar a barriga com azeite, e sentar-se ao belo sol universitário, mas a trabalhar realmente.


Objectivamente falando : gente há que simplesmente não nasceu para aquilo que faz. Enganou-se, provavelmente, na ficha de ingressão para um sítio qualquer, e desviou-se de uma belo caminho, feliz e despreocupado, trocando-o por um trilho cheio de armadilhas, repleto de acções trapaceiras e comanditas por má vontade. Será assim a existência.


De que valem lamúrias? Para absolutamente nada. Como diz um senhor muito em voga nos dias que correm, e muito acarinhado por bandos de fêmeas desnorteadas por verem um ser de capachinho, a vida que eu escolhi, ou lá como é. Quando nada há a fazer, lamuria-se porque agora já não há tempo nem vontade, e sobretudo, nem coragem para voltar atrás e ir à procura de alguma coisa de produtivo para fazer. Quem escolhe ser cobarde, tem que pagar alguma coisa pelo comodismo confortável, tem que pagar algum preço por estar eternamente com o animal ferido e adormecido dentro do peito, sem vontade de o tirar cá para fora. Ninguém dá nada a ninguém, lá dizem as avós de toda a gente por esse mundo fora, por isso, tudo terá um preço. Paz de alma não tem.


Efectivamente, escutam-se umas conversas. De gente que sabe o como, o quando, e principalmente, o porquê. Gente que sabe o que quer, gente que exercita tudo na perfeição, gente que demonstra que quer, pode e manda. Ou pelo menos parece saber. Tanta leria não deve ser só fachada. Ou deve?


Mediocre : sentenca final. Para quem não pertence, de facto, a lado nenhum, para quem se limita a cumprir os limites e objectivos mínimos, a escapar à tangente de todos os obstáculos, a cair nos buracos mas a sair ilesa da queda, a fazer as coisas por fazer, sem brio, sem brilho nem glória. A passar nos intervalos da chuva, a ser o zé ninguem de sempre, a ser aquilo que ninguem repara. Quantos não serão assim?


Estupidez : porque se sabe o que a casa gasta mas nem se faz nada para mudar a situação, nem se contribuiu em nada para que seja diferente. Porque se é apático e urso, sem vontade de outra coisa senão de ser sodomizado pelas mesmas pessoas, pelos mesmos problemas, pelas mesmas questões existenciais.








Até quando? Até quando se aguenta o que já não se pode ver? Para um dia mais tarde dizer que foi o melhor tempo de uma vida? Para poder dizer alegremente que se tem um canudo na mão quando não se sabe o que fazer com ele? Para quê? Para ter o quê? Até quando se permite a invasão de angustias generalizadas, contagiosas, infecciosas, para se sair com coisa nenhuma?
Até quando?




AS

sexta-feira, 25 de abril de 2008

XI




Esta tem estado presente. Como se invocasse uma memória, que afinal nunca sai do mesmo sítio porque, essa sim, no seu esplendor, está sempre presente. E futuro, porque é isso que significa.
A letra diz tudo, fala por si. Mesmo que não o fizesse, e mesmo que simples palavras não consigam exprimir tudo, fica o sentimento de quem as escreve, que transborda de significado, que ultrapassa todos os limites, que é arrebatador, poderoso, monstruoso.
Porque é. Porque existe.




AS

Liberdade





34 anos.
É sempre bom lembrar que aquilo que se tem todos os dias nem sempre existiu como hoje se conhece. Há que dar o devido valor.
Sempre.


AS

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Os da Escandinávia





O mesmo de quase sempre, mas há alguém que ainda não se esqueceu do que viu sábado passado. Continua viva a memória do que se ouviu e dos que se vislumbrou ; nem por um minuto se dissipou.
É o que sucede quando se espera longos anos para se ver alguma coisa.


AS

domingo, 20 de abril de 2008

I was There





Estive lá, prova mais que provada.
Quem me dera que quem filmou isto estivesse estado quietinho com o raio da câmara...
Enfim, dá para ver quem são, e que ao vivo são os melhores.


AS

Nightwish em Lisboa








Ontem foi uma grande noite.
O Coliseu dos Recreios foi pequeno para receber tanta gente que veio ver das maiores bandas de todos os tempos. Memorável, em todos os aspectos.

Por aqui, que se idolatra os ditos senhores há tempos infindáveis, foi como que um reencontrar de velhos amigos.
Pessoas que se viu grande parte da vida em fotografias, concertos gravados, documentários e acompanhou todos os passos de uma carreira mais que preenchida de peripécias e aventuras, vê-los a menos de 10 metros de distância é como ver, de facto, pessoas sobejamente conhecidas do âmbito familiar tão perto como nunca se julgou possível. Ver rostos tão famosos como um finalmente ao vivo é uma experiencia por demais avassaladora, demasiado gigantesca para ser abarcada e assimilada em 24 míseras horas, quanto mais descrita em meras palavras. Dizer que foi das melhores noites de sempre soa a pouco, dizer que estar a poucos metros do melhor ídolo de sempre também não expressa grande coisa.

Resta, então, salientar que a simpatia não teve limites para aquelas gentes das terras frias da Finlândia, o entusiasmo e a maneira de sentirem o que afinal é o fruto do árduo trabalho que levam é a mesma, seja o último ou o primeiro concerto de uma longa tour. Estiveram como se fosse o primeiro concerto de todos. Superior.

De realçar a grandeza ( o que mais houver ) do senhor dos pianos, e os ténis cor de rosa da senhora da voz. Estiveram no seu melhor, num concerto memorável, e deixam atrás de si verdadeiras saudades, mesmo para quem nunca os tinha visto, mas que sente como se ja os conhecesse há decadas. Estão de parabéns.

Mas há que ter em conta que um espectaculo grandioso não se faz só com as estrelas. Do lado do público, há, diria, o maior dos méritos. Porque a companhia conta tudo, diria que excedeu o melhor. Porque o verdadeiro espectáculo estava na plateia, de mãos dadas com a música, de mãos dadas com a harmonia da melodia.
Do melhor.



AS

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Espertices

Uma palavra nova a juntar ao vocabulário de alguém sem grande cérebro : paciência.

E, a bem da verdade, uma coisa não tem necessariamente que implicar a outra ( leia-se o grande cérebro e a paciência ), mas pode ajudar grandemente.

Quem tem um grande cérebro, pode dar-se ao luxo de não ter paciência, para tudo ou para nada ; afinal, pode. Tem cabeça.
Já o contrario não é bem verdade.
Quem não a tem, até pode ter paciência, por exemplo para tentar lá chegar, mas nada lhe garante que vá conseguir ; afinal, é limitado, e isso nem com acender de velas lá vai.

A isto se resume a existência.





AS

Carta da Conforto

Imagine-se que uma educadora de infância acorda, um dia, dotada de uma constipação, digamos, de caixão à cova. Espirros, dores de cabeça, tosse convulsiva, apenas como exemplo do estado lastimável da senhora. Mesmo assim, sem poder com uma gata pelo rabo, decide ir trabalhar. Não se sabe se por sentimento de cumprimento de dever se por puro altruísmo de querer partilhar os sintomas por todos quando vê durante o dia, o que é certo é que passa o dia rodeada de criancinhas babonas e irrequietas, espirrando e assoando-se alegremente para cima de todas elas.
No dia seguinte, a creche dispensa todos os funcionários do seus serviços, à laia de folga extra, porque não há putos para tomar conta, dado que estão todos a entupir as urgências pediátricas de um hospital qualquer.

O que aconteceu aqui foi efeito de contágio, na sua forma mais simples. Um vírus, um hospedeiro, a pandemia. Efeito de se ficar doente por causa de uma alminha que derrama boa vontade de pôr toda a gente igual a si mesma.
Quantas vezes é que isto acontece, por esse mundo fora?

Sempre. Não há como escapar disto. Se se anda na rua, se se vive, ao fim e ao cabo, está-se necessariamente sujeito às estirpes de qualquer coisa que a pessoa que está ao lado tem a caridade de partilhar. Mas, se for sempre uma reles gripe a ser transferida de umas pessoas para as outras, está-se, até, bem aviado. Afinal, não há nada que um chá quentinho e alguns comprimidos não cure.

Pior mesmo quando algo de mais grave se contrai. Como a estupidez, a burrice, o incontrolável sentido de destruição colectiva, o nervosismo estúpido, a mania que se pode quando afinal nada se sabe. Isto é bem mais difícil de curar que qualquer constipação que lhe apeteça vir minar o sistema imunológico. Para tais maleitas, não há cura no que concerne o hospedeiro, e para os contaminados, enfim, há uma doença passageira, mas que deixa um rasto de destruição à sua passagem. E não há nada a fazer, a não ser não se aproximarem de semelhantes hospedeiros, portadores de uma estupidez galopante e um egoísmo megalómano.

O que resta frisar é a livre e espontânea vontade com que o hospedeiro da doença sai para a rua, com a maior das descontrações. Sem preocupação pelo contágio dos outros cidadãos. Não há culpa em contrahendo que lhe valha. Aqui há mesmo crime.

Hoje foi-se hospedeiro. Dias haverá em que se será, com certeza, mero infectado.




AS

quarta-feira, 16 de abril de 2008

O Papão






Já sei. A banda é sempre a mesma, os videos que fazem têm sempre a mesma temática, são sempre as mesmas fussas que aparecem. Quero lá saber, obcecada já se sabe que sou. Com estes ... coisos, nem sei que lhes chame, é o auge.
Desta vez, não há mãozinhas humanas em videos de monstros maus, como no último que foi postado. É tudo amostrengado.
Esta dá-me a volta à cabeça.


They called me the Leather Apron
They called me Smiling Jack
The Ladies prayed to the heavens above
That I would never ever come back

Can you hear how the children weep?
Chills of fear like a sawblade cutting deep...

Once again there is pain, I bring flames, I bring cold
I'm the Blood Red Sandman coming home
On this unholy night I will make you my own
Blood Red Sandman coming home again
I'm coming home again!

Red drops stain satin so white
The way I sign my name
The neighborhood's pretty dead at night
And I'm the one to blame

Can you hear how the children weep?
Chills of fear like a sawblade cutting deep...

Once again there is pain, I bring flames, I bring cold
I'm the Blood Red Sandman coming home
On this unholy night I will make you my own
Blood Red Sandman coming home again
I'm coming home again!

Scream all you want you won't wake up when you scream
No-one leaves... The Monsterican Dream

Can you hear how the children weep?
Chills of fear like a sawblade cutting deep...

Once again there is pain, I bring flames, I bring cold
I'm the Blood Red Sandman coming home
On this unholy night I will make you my own
Blood Red Sandman coming home again
I'm coming home again!

Once again there is pain, I bring flames, I bring cold
I'm the Blood Red Sandman coming home
On this unholy night I will make you my own
Blood Red Sandman coming home again
I'm coming home again!




Blood Red Sandman, Lordi


AS

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Idiotices

O lema do desgraçadinho é que as coisas andam mal, e isto está mau para todos, e porquê eu que sou tão bonzinho e coitadinho, porque é que estas coisas só me acontecem a mim?
Pois bem, regra geral : Acontecem coisas a quem se mete nelas. O caminho não está traçado, há alguém que tem a régua e o lápis na mão que o vai traçando à medida que o tempo passa. Logo, não há mais ninguém a quem imputar a culpa senão ao azelha do desenhador.
Excepção : Coisas as há que acontecem a quem não as merece. Para quem não acredita na divina proviência, são meras coincidencias. Ou, como se diz por aí, shit happens.




AS

domingo, 13 de abril de 2008

Censurem lá Isto ...




Esta é a cereja no topo do bolo. Bela maneira de finalizar. Ao menos não é um video censurado, que parece que tudo o que deriva da cena mais pesada, tem um grande lápis azul sobre a cabeça.
Prometeu-se que a banda da obcessão voltaria. Cumprido.


Devil is a Loser, Lordi



AS

sábado, 12 de abril de 2008

No Singular

Sem eufemismos e rodeios.
A verdade, nua e crua. Somente o que interessa.

Esperanças as há, um dia, que se transformam em grandes pesadelos, que perseguem quem as tem. Sonhos existem que não passam de ilusões e grandes desilusões para quem os constrói. Principalmente quando se chega à conclusão que se quis algo que é demais para ser abarcado por quem é limitado. Principalmente quando não se tem capacidade para ir mais além. Principalmente quando se é estúpido o suficiente para não conseguir ver tal facto logo à primeira.

Não pertenço aqui.

Coisa sobejamente estúpida é haver gente que, na linguagem corrente, não se toca, não se manca, que mesmo sabendo que não pode, continua a fazer como se fosse uma grande personagem. A cobardia nasce do comodismo, de quem não se quer mexer, para não ter trabalho, porque sem o comodismo, sem o calor confortável da apatia e do medo do futuro, não se é ninguém. Porque se não se for cobarde, não se é nada. E não ser nada é ser cobarde.


Porque se é amorfo, porque se é idiota e cretino. Porque não se tem verdadeiramente opinião sobre nada, porque não se destaca. Porque se é diferente. Porque se é burro. E perdem-se anos de vida só no meio de conclusões. Conclusões de que nada servem quando contra os factos de nada vale argumentar. Quem não concorda nem discorda de nada nem ninguém, é como se não contasse. É verdade, não se destaca. Ninguém o vê.

Bem vindos ao mundo da Invisibilidade.


Este é o segredo do sucesso, a fórmula da fortuna. Safe-se quem puder, seja a que custo for. Os quebrados e os vencidos não concorrem com ninguém. Nem sombra fazem. De nada servem. Porque nem são vistos.
Disto se fazem os sonhos. Disto são feitos os trilhos sinuosos da existência. São, sem tirar nem pôr, a escumalha, os pesos mortos, os que não contam, os que sabem fazer coisa nenhuma, os que não são, sequer.


Porque não se pode viver sem saber o que fazer.
Porque é proibido não saber o que se vai fazer no minuto a seguir.
Porque é vergonhoso ser limitado no meio de sumidades.
Porque é um nojo ser-se nada.






AS

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Wish I Could ...





Para quebrar a assiduidade doentia de estar sempre a mesma banda por aqui ( mas promete-se que volta ).

Não parece que isto está em câmara lenta?
Encontrado no velho baú das memórias, quando falta uma semana para o grande concerto em Lisboa, já com uma nova vocalista. Para recordar que também se evolui.

Wish I had an Angel, Nightwish



AS

Pacto Leonino

Um leão, um burro e uma raposa, feito um pacto entre eles, andaram à caça e depois de terem capturado uma quantidade abundante de peças, o leão encarregou o burro de as dividir.O burro repartiu-as em três partes iguais e ofereceu aos companheiros o direito de escolher. Mas o leão, enfurecido com aquela repartição, rangendo os dentes perante a divisão, devorou-o e impôs à raposa repartir a presa. A raposa, pelo contrário, reuniu as três partes numa só e entregou tudo ao leão sem deixar nada de lado para si.
O leão, então perguntou : "Quem te ensinou a fazer as divisões?"
E prontamente a raposa : "Ensinou-me a experiência do burro."




E disto aprendemos numa Casinha cheia de Monstros Civilistas.
O bom destas fábulas é que está lá tudo tão escarrapachado que as conclusões tratam-se a si próprias.
Fazer o quê?

Sinto-me o burro da história.
Sobre isso, nada a acrescentar.





AS

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ensaio sobre a Loucura

Há gente doida. Há mesmo. Mas isso também não é novidade para ninguém. O problema está em destrinçar e delimitar o que é a doidice, a loucura. Porque a fronteira entre a normalidade e o que é insano é muito ténue.

Quem determina o que é o normal?
Quem garante que a tudo o que se assiste os outros fazerem é normal?
Quem garante que, no silêncio de quatro paredes, não somos todos loucos?
Quem sabe se o que é socialmente aceite, no meio da carneirada, não é loucura?
Só porque todos acham que coisas há que não devem ser postas ao léu, finge-se que não existem. E não será isso também loucura?

Há gente doida. Sempre os houve, não é novidade. Foram sempre excluídos, ostracisados, marginalizados. Sem crédito ou direitos, simplesmente afastados para não causar disturbios, para não incomodar, para não serem vistos, para ninguém ter vergonha deles. Coisa estúpida a fazer, se se for a ver bem.
Mas, e aqueles que passam precariamente no teste da insanidade? O que lhes acontece? São como os outros, são normais. Como ninguém sabe ao certo o que é ser normal, fica tudo na mesma. E esses, os que sobram do misto de loucura e normalidade, os que escapam a uma vida de ostracismo e crueldade são bem vindos à normalidade hipócrita? Resta saber se são eles que estão certos ou os padronizados que estão errados. Ninguém sabe.

Há gente doida ; mas doidos há-os em todo o sítio, e não é facil distingui-los no meio do nevoieiro da existência. São os que vagueiam por ai, a fazer a vida negra à sanidade mental dos outros.
Há gente doida, há mesmo. Mas isso também nao é novidade nenhuma para ninguém.
AS

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Monstrinhos





A obcessão continua.Estendeu-se à banda.
Não há como parar de ouvir.
Enjoy.


Would you love a Monsterman, Lordi

Os Filhos da Mãe

Teve um filho, mas não o queria.
Tentou por diversas vezes livrar-se dele, mas nunca conseguiu. Tentou abandoná-lo, numa rua qualquer, desconhecida, suja e fria, num qualquer caixote do lixo ; mas depois lembrou-se dele, lá sozinho, triste e choroso e voltou para o ir buscar. Tentou mutilá-lo, rasgá-lo, dilacerá-lo, fazê-lo em pedaços, mas em todas as vezes que o fez, tratou-lhe as feridas, ajudou a curar, tratou dele como se fosse importante.
Tentou matá-lo, no meio do desespero de não o querer, de não poder olhar para ele, de sentir que não era mais que um peso morto numa vida que poderia ser plena se ele não existisse. Mas até aí se compadeceu, chorou com ele, pela dor, pela raiva surda, pelo desgosto de ter uma mãe que não gostava dele.
Por mais que o odiasse, por mais que o quisesse morto, nunca se conseguia verdadeiramente desfazer dele, não havia, de facto, nada que a pudesse separar dele. Não o queria, mas tambem não o queria longe. Não gostava dele, mas não queria que se fosse embora. Era um mal necessário à sobrevivencia. Mas estava lá, e não ia embora.
De cada vez que prometia a si mesma que era a última vez, que não aguentava mais, que se ia embora, e o deixava num canto, havia sempre maneira de voltar atrás com a decisão. E voltava tudo ao mesmo.


Moral da história : matar o bicho de raiz para não ficar a agonizar a vida toda. É o que dá não saber nem querer mais nada da vida senão a Judicatura. Os filhos que daí nascem nunca mais morrem.





AS

segunda-feira, 7 de abril de 2008

The Funeral fo Hearts




Pelos velhos tempos.
Há que tempos que não ouvia isto.
Mesmo apropriado.
Academicamente, há um coração morto. Tenta-se que só o cérebro funcione.
Para comemorar o regresso ao Antro depois da notificação da pouca vergonha académica.

Há ainda a melhor das inspirações, o melhor dos sopros de vida. O que vale a pena.


AS

domingo, 6 de abril de 2008

A Espuma dos Dias

Nem calor nem frio, só uma brisa fresca a arrepiar. Amanhã vai chover. E com frases como esta, está pior que os velhos, já a prever o estado de tempo para o dia seguinte.

Há coisas danadas, uma delas é a vida de merda que se leva num sítio onde é suposto aprender, mas em que se desaprende tudo. E há alturas em que não há como desligar, mesmo que seja de uma banalidade como datas e prazos a cumprir, que mesmo insignificantes, são capazes de dar cabo não só do trabalho de meses, como da sanidade mental, colada com cuspo a tanto custo.

E há coisas boas. Há o melhor. Um olhar, um gesto, uma palavra só, que basta para pôr cobro a horas de divagacões paranóicas. O perfume, a pele, o toque. Está tudo cá. Está tudo completo.

Que venham os papéis em que se escreve durante 120 minutos, que venha tudo.

Hão-de levar troco.
AS

O paizinho



Estou simplesmente obececada com esta música.
Não tanto pela letra,que não sei como classificar , mas pela sonoridade. Está demais.
E eles sao bons, muito bons naquilo que fazem.
Mas muita feios.
A provar que a arte se faz independentemente da aparência.


Who's your Daddy, Lordi


Oh! Yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah

All the vixens stand in line
Waiting for my fright night
Be the new flesh for the sacrifice

Screaming out the mating call
I've become the lord of love

I break your will
I'll break your will for good
I treat you like a brute

Who's your daddy,
Say, who's your daddy?
Who puts you in your place?
Who's your daddy,
Bitch, who's your daddy?
Surrender and obey, who's your daddy?

Oh! Yeah, yeah, yeah, yeah

She's a battle-ax in pinstripes
Get ready for your prime time
Max out the triple-X-drive

Screaming out the mating call
I've become the lord of love

I break your will
I'll break your will for good
I treat you like a brute

Who's your daddy,
Say, who's your daddy?
Who puts you in your place?
Who's your daddy,
Bitch, who's your daddy?
Surrender and obey, who's your daddy?

Get down, get down
Lay down, lay down
Stay down, stay down
For daddy

Get down, get down
Lay down, lay down
Stay down, stay down
Uh! Uh!

Who's your daddy,
Say, who's your daddy?
Who's your daddy,
Girl, who's your daddy?
Who's your daddy,
Bitch, who's your daddy?
Who keeps you in line?

Who's your daddy,
Say, who's your daddy?
Who's your daddy,
Girl, who's your daddy?
Who's your daddy,
Bitch, who's your daddy?
Who keeps you in line?

Who's your daddy,
Say, who's your daddy?
Who puts you in your place?
Who's your daddy,
Bitch, who's your daddy?
Surrender and obey, who's your daddy?

Who's your daddy,
Say, who's your daddy?
Who puts you in your place?
Who's your daddy,
Bitch, who's your daddy?
Surrender and obey, who's your daddy?





AS

Hate Holiday People

De momento, odeio toda a gente que vá, pense, sonhe ou programe férias.
Uns, piram-se daqui para fora à socapa e deixam as pendurezas na casa dos outros. Os outros, vingam-se e vá de fazer planos em grande estilo.
Lixa-se quem não pode fazer mais nada senão ficar e definhar.
Não há mais nada para se fazer??
Estamos em Abril!











AS

sábado, 5 de abril de 2008

A Chaminé e o Estabelecimento de Ensino Superior de Colmar

Era uma vez um homem que não gostava do vizinho do lado. Para ter a certeza que lhe fazia a vida num inferno, e pelo caminho, ainda lhe tirava toda a luz e a vista das janelas, contruiu uma chaminé gigantesca no jardim da sua propriedade.

Este homem, para além de doido, violou os limites da boa fé. O que quer que isso seja. Deve ser aquilo que toda a gente enche a boca, como forma de defesa, ou coisa que o valha, mas não faz a mínima ideia do que se trata,

De qualquer das formas, o que se retira é que se espera da outra parte, seja num negócio jurídico ou não, que a boa vontade, pelo menos a seriedade, em que acaba por se traduzir a boa fé, deve acompanhar as partes antes, durante, e até mesmo depois da celebração de todo o negócio. Há é gente que se esquece disso com frequência. Especialmente quem nos ensina estes preceitos. Que devia era levar com eles mortos nas fussas até voltarem a chiar de novo.

Enfim, violências à parte, a boa fé é uma treta. E não existe. E a existir, que a prega não é, de todo, o melhor exemplo dela.
Se se fosse pedir ressarcimento com base na violaçãoo da tutela da confiança, um dos pressupostos da dita e estúpida boa fé, que me diriam?
Que isto não é a da Joana, que fosse mas é pastar, porque desde tempo algum que quem apregoa tem necessariamente que cumprir.

E não é que teriam razão?



AS

quinta-feira, 3 de abril de 2008

À laia de Continuação





Esta música faz-me lembrar o post anterior.
A mensagem transmitida é exactamente o que se pretende dizer com ditadura de higiene mental. Não podia estar mais perfeito.Tinha que ser referida aqui.

They're gonna clean up your looks
With all the lies in the books
To make a citizen out of you
Because they sleep with a gun
And keep an eye on you, son
So they can watch all the things you do

Because the drugs never work
They're gonna give you a smirk
'Cause they got methods of keeping you clean
They're gonna rip up your heads,
Your aspirations to shreds
Another cog in the murder machine

They said all teenagers scare the living shit out of me
They could care less as long as someone'll bleed
So darken your clothes or strike a violent pose
Maybe they'll leave you alone, but not me

The boys and girls in the clique
The awful names that they stick
You're never gonna fit in much, kid
But if you're troubled and hurt
What you got under your shirt
Will make them pay for the things that they did

They said all teenagers scare the living shit out of me
They could care less as long as someone'll bleed
So darken your clothes or strike a violent pose
Maybe they'll leave you alone, but not me

Ohhh yeah!

They said all teenagers scare the living shit out of me
They could care less as long as someone'll bleed
So darken your clothes or strike a violent pose
Maybe they'll leave you alone, but not me

All together now!

Teenagers scare the living shit out of me
They could care less as long as someone'll bleed
So darken your clothes or strike a violent pose
Maybe they'll leave you alone, but not me


My Chemical Romance, Teenagers


AS

A da Intervenção

Paciência não é o forte de gente com feitio retorcido, sejamos francos.
Paciência para fenómenos de outros planetas e mundos simplesmente não existe para gente cujo stock de bondade se esgotou à nascença.
E se há coisa que vale a pena cultivar é a falta de paciência para fenómenos do Entroncamento, terra que afinal é tão simpática mas dada, pelos vistos, à ocorrência de situações pouco vulgares. E, acredite-se ou não, existem muitos fenómenos e aparições estranhas na vida de um estudante universitário.

O último a que assiti foi um fenómeno de ... não sei definir, mas parece que é um misto de síndrome de quem se enganou no caminho para a Faculdade de Psicologia e foi parar à de Direito, e uma psicose de estupidez militante. A verdade é este até seria um caso clínico muito interessante, mas para quem tenha a resignação de a estudar sem enfiar um balázio no meio dos olhos. Ou por quem, efectivamente, se dedique ao estudo de Psicologia, e não da Judicatura, o que até convinha para poder tomar medidas no que ao fenómeno diz respeito.

Dizer, simples e honestamente, gosto tanto de ti como merda, é ser simplista demais, é ser mais basico do que o caso merece. Esborrachar dois bananos no focinho, mais adequado, sem dúvida, mas altamente prejudicial a quem não possa ter cadastro criminal para exercer uma profissão.
Mesmo só observando de fora, até daria vontade de rir se não fosse tão triste, assitir à perda que este país teve aquando do fecho da ala psiquiátrica do Júlio de Matos. A menos que divulguem que não é causa de se estar doido quando se persegue pessoas, por se achar mais que certo que alguém se suicidar daí a 5 minutos, e que urge uma intervenção de salvamento rápida. Ou gente que faz prospecções de entrada a mercados monopolistas, e aqui as noções de economia dão uma ajuda, sabendo que o próprio mercado não suporta mais agentes ( tinha que marcar presença a bela da metáfora ). Ou ainda sentir-se agastado porque alguém interrompe uma conversa banal, porque, de alguma maneira, estanca a cadência de diálogo por 5 segundos, e o sistema bineuronal tem que reiniciar. Mesmo ainda gente que, sendo desocupada, nada mais tem para fazer senão levar e trazer tricas, porque a sombra dos outros incomoda sobejamente.

Seria engraçadíssimo assitir a isto de bandeja, estando longe, mas quando a demêmcia é demais cansa e dá vontade de partir para a violência, mais que não seja verbal.
É como assitir a uma ditadura de higiene mental, para daqui a uns anos, todos vivermos numa sociedade limpa, perfeita e livre de dejectos sociais como pessoas com características de normalidade.

Segundo o próprio fenómeno, isto já seria sinal de insegurança, que é próprio de pessoas esquisitas que têm medo que lhes roubem a posição dentro do grupo social, que Freud explicaria muito bem a situção,e tal, yada, yada, yada.

Pois sim, até poderia ser, de facto, verdade. Mas o que deve relevar aqui é que não há materia de facto, nem controvertida para analisar, dado que não se conhece de parte alguma o objecto mencionado, muito menos dos meandros estranhos e sombrios de onde surgem as situações alienígenas. Não há nada para analisar quando nem sequer existiu qualquer espécie de contacto com o objecto de análise clínica.
É o preço a pagar por se ter feitio estúpido ; tudo o que não presta, vem cá ter. Nada a fazer, é simplesmente a existência.

Das reminiscencias das aulas de psicologia, vem-me à memória uma figura que vale a pena referir : projecção. Ver nos outros aquilo que se é, que se faz e pensa. Não consigo ver nada mais semelhante que isto. Até me parece que o grande Freud não explicaria melhor. Aqui jaz a solução de toda uma parvoíce inventada da cabeça de uns, com contribuição passiva de outros, de todos quantos alimentam esta e todas as palhaçadas que por aí andam.

Ahh, e Psicologia é no edifício ao lado.



AS

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Casos da Vida


- Minha senhora, não tem nada que me dê? Tenho aqui uma conta para pagar e não tenho dinheiro.
- Desculpe lá, mas não pode ser.
- Qualquer coisinha, pode ser qualquer coisinha.
- Já lhe disse que nao tenho nada para si. Não pode ser, desculpe.
- Não tenha má vontade, vá lá, é so qualquer coisinha que tenha, trocos ou assim...
- Já lhe disse que não tenho nada para lhe dar...
- Só uma coisa pequena. Eu dou-lhe troco de 5 euros.


É só a mim qua isto parece de uma lata desmesurada?


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