Sempre fui uma criança patriótica. Desde pequena.
Era ver-me a olhar, na sala da escola primária, embevecida, para o hino nacional, a tentar decorá-lo todo de uma só vez. Sempre achei a bandeira uma coisa magnífica, sempre me encheu de orgulho os grandes homens que fizeram a nossa história.
Sempre achei A Portuguesa a mais bela música alguma vez composta, e olhem que é dificil bater em mestria o senhor Holopainen, sempre considerei que não havia paisagem mais bonita que a deste rectângulo.
Sempre gostei deste cantinho, destas pessoas, destes hábitos e costumes, destas vivência. E não é por ter costela fascista.
Sempre gostei de tudo o que cá havia.
Metia-me um bocado de impressão as pessoas que passavam a vida a falar mal de tudo e mais alguma coisa, dava a sensação que falavam sempre gratuitamente, só por falar, que no fundo as coisas não eram assim tão más, porque, afinal, sempre nos fomos safando mais ou menos, porque no fim do dia, as coisa haveriam sempre de se resolver.
Tinha sempre esperança que não fosse assim tão mau, que afinal valeria a pena esperar para ver, trabalhar mais para não ser tão mau, ir estudando para mais tarde poder ter algum na carteira, ajudar a produzir, fazer qualquer coisa para ajudar a levar isto para a frente.
Hoje, só hoje!, percebi como tenho estado enganada.
Hoje levei uma bofetada com a força e o peso de 25 anos de ilusões.
Este país não vai a lado nenhum. Está podre e corrupto. Não há bandeiras nem hinos bonitos para o salvar.
Este país está condenado ao fracasso. Não há figuras históricas que o salvem pois que os que governam não tem a sensibilidade, a capacidade de fazer para o bem comum nem o sentido de Estado e de país. E a oposição, que devia trabalhar como vigilante das vozes da minoria, faz tudo para ir para o poleiro em vez de se preocupar com o que poderia fazer para melhorar.
Este país não serve para ninguém que tenha vontade de trabalhar, progredir e evoluir. Fecha todas as portas àqueles que têm formação, não dá oportunidades àqueles que querem trabalhar, não permite um trabalho condigno e uma vida decente.
Tudo se faz neste país. Tudo é permitido.
À frente de órgão de utilidade pública, esperem, deixem-me rir primeiro, estão tiranos que pretendem abalar com as estruturas instaladas, ai que lindo, a demagogia, o sonho azul, e que no caminho, arrasam com toda a gente e expulsam o sangue novo daquele que devia ser o futuro para as próximas gerações.
Arbitrários e prepotentes, defendem apenas o próprio umbigo, não se preocupando com legalidades e inconstitucionalidades, que é isso, aqui mando eu e mais nada, quem não quer pode sempre ir-se embora, até agradecemos. Sim, senhor Bastonário, estou a falar de si.
Onde está o Estado, para defender os seus cidadãos?
Onde está o Estado do tal direito democrático, que tanto gostam de apregoar, que deixam que se cometam tantas atrocidades e atropelos à legalidade?
Onde está o Estado, o país, que sabe muito bem onde moro na hora de pagar impostos, mas quando preciso de ajuda, olha para o lado e assobia, fingindo que não me vê?
Este país não tem remédio, nem vai a lado nenhum enquanto continuar a ignorar as atrocidades que todos os dias acontecem aos seus cidadãos, enquanto fechar os olhos ao que fazem todos os dias à novas gerações, enquanto continuar obcecado com a dança das cadeiras do poder, enquanto continuar imenso na corrupção e continuar imerso num mundo autista e desligado do sofrimento dos que se esforçam por sobreviver.
Hoje, depois do impacto da estalada que levei, tive um misto de sentimentos quando a este país.
Tive, simultaneamente, uma espécie de vergonha de ser considerada como parte integrante deste povo que só paga e não bufa, que sofre enquanto trabalha enquanto os que mandam se sentam em cima deles, e uma vontade enorme de me divorciar do país onde fui parida, porque me recuso a ser comida por parva não tendo, no entanto, grandes alternativas.
Bem haja, senhor Bastonário, que todos os dias contribui para tornar este país um pouquinho mais um grande lago de merda que a Standard and Poor's acha que é.
Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
quinta-feira, 31 de março de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Vou Mas É A Pé Nem Que Chegue Lá No Dia Seguinte
Da próxima vez que vir um taxista a queixar-se que está mau e que não se faz dinheiro, que é a crise e o caralho a sete, vai haver porrada.
Onde é que já se viu levarem 4,25€ para fazer uma merda dum trajecto que nem 4km tem?!
Foda-se, cambada de chupistas!
Onde é que já se viu levarem 4,25€ para fazer uma merda dum trajecto que nem 4km tem?!
Foda-se, cambada de chupistas!
segunda-feira, 28 de março de 2011
Qu'é Que Se Come?
Há dias em que o cérebro só trabalha num sentido.
Por mais que se desvie a linha do pensamento para outras coisas, inevitavelmente, há-de sempre de ir parar à ideia fixa que lá está instalada desde manhã.
Por mais que se tente activar o cérebro para trabalhar em vez de gastar neurónios a pensar em asneiras, não senhor, vamos mas é concentrar todos os impulsos eléctricos que existem dentro da massa cinzenta a pensar em parvoíces.
Hoje é o dia de pensar em comida.
Mais propriamente, hoje é o dia de pensar em comida doce.
Por mais que uma pessoa se esforce, vamos mas é fazer qualquer coisa de produtivo, tipo, despachar processos e outros afazeres jurídicos, que há tanta coisa atrasada, não senhor, olha-se para os ditos processos, sim senhor, mas no seu lugar só se vêem chocolates, pãezinhos, compota, torradas com doce de amora, manteiga de amendoim. Não tarda nada ainda dão pelas dentadas nas folhas...
Hoje é dia de comida.
Portanto, isto , isto e isto
passam a toda a hora pela frente dos olhos e só há mesmo pena de ser imaginário, porque ia tudo à frente. Poder-se-ia pensar, assim de repente, que ainda haveria lugar a um inquilino na minha pança, mas não; é só mesmo a estupidez e a gula, esse pecado mortal devastador, a deixar uma pessoa a salivar. São assim os inimputáveis, uns dias umas taras, outros, taras diversas.
Contra isto, já se sabe, batatas, mas por acaso, batatas não quero.
Por mais que se desvie a linha do pensamento para outras coisas, inevitavelmente, há-de sempre de ir parar à ideia fixa que lá está instalada desde manhã.
Por mais que se tente activar o cérebro para trabalhar em vez de gastar neurónios a pensar em asneiras, não senhor, vamos mas é concentrar todos os impulsos eléctricos que existem dentro da massa cinzenta a pensar em parvoíces.
Hoje é o dia de pensar em comida.
Mais propriamente, hoje é o dia de pensar em comida doce.
Por mais que uma pessoa se esforce, vamos mas é fazer qualquer coisa de produtivo, tipo, despachar processos e outros afazeres jurídicos, que há tanta coisa atrasada, não senhor, olha-se para os ditos processos, sim senhor, mas no seu lugar só se vêem chocolates, pãezinhos, compota, torradas com doce de amora, manteiga de amendoim. Não tarda nada ainda dão pelas dentadas nas folhas...
Hoje é dia de comida.
Portanto, isto , isto e isto
passam a toda a hora pela frente dos olhos e só há mesmo pena de ser imaginário, porque ia tudo à frente. Poder-se-ia pensar, assim de repente, que ainda haveria lugar a um inquilino na minha pança, mas não; é só mesmo a estupidez e a gula, esse pecado mortal devastador, a deixar uma pessoa a salivar. São assim os inimputáveis, uns dias umas taras, outros, taras diversas.
Contra isto, já se sabe, batatas, mas por acaso, batatas não quero.
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O Direito tornou-me inimputável
Boa Vida ou Vida Boa?
O melhor desta coisa de ter aulas durante uma parte do dia é que, quando se dá por ela, já são horas de ir embora. O que o tuga faz só para não ter que trabalhar.
domingo, 27 de março de 2011
Next In Line
Então?
O Sócrates é que era mau, não era?
Um péssimo governante, um socialista de merda, um gajo que meteu este país num charco de lodo e areias movediças e que ditou a crise em todos os quadrantes.
O Passos Coelho é que é.
Vai ser um salvador da pátria, ele. Um óptimo Primeiro-Ministro, um exemplo. E está a começar já, mesmo antes de estar no poleiro, perdão, poder.
Privatizar os transportes públicos, a CGD e outras coisinhas que o Estado possui e que só faz é peso no erário público que, coitadinho, é um grande fardo para os contribuintes carregarem, sim senhor, é uma bela ideia.
Pois é, claro que sim!
Então, senhores, da próxima vez que quiserem andar de autocarro, ou comboio ou metro ou outra coisa qualquer e pagarem 5€ de bilhete e 120€ de passe, não se venham cá queixar.
Da próxima vez que quiserem ir ao médico e não tiverem dinheiro, porque agora o serviço de saúde paga-se pelo real valor dele, não se armem em coitadinhos e peçam ajuda ao Estado.
Da próxima vez que quiserem ir para a faculdade, mas pagarem 1000€ só de proprina, porque agora o ensino é ao preço real, nem pensem em abrir a boca para dizerem que está mau.
Da próxima vez que forem ao supermercado e arrotarem com 25% de imposto sobre a cola ou a bejeca que comprarem, não se queixem, nem se atrevam a levantar a voz.
Da próxima vez que quiserem usufruir de um serviço que antes era acessível, mas porque era público era barato, mal gerido e um merda pegada, mas agora é privado e caro e assim não pode ser, que o povo não aguenta, vão, respeitosamente, apanhar no c* para a p*ta que vos pariu, já que têm exactamente aquilo que desejam.
O Sócrates é que era mau, não era?
Um péssimo governante, um socialista de merda, um gajo que meteu este país num charco de lodo e areias movediças e que ditou a crise em todos os quadrantes.
O Passos Coelho é que é.
Vai ser um salvador da pátria, ele. Um óptimo Primeiro-Ministro, um exemplo. E está a começar já, mesmo antes de estar no poleiro, perdão, poder.
Privatizar os transportes públicos, a CGD e outras coisinhas que o Estado possui e que só faz é peso no erário público que, coitadinho, é um grande fardo para os contribuintes carregarem, sim senhor, é uma bela ideia.
Pois é, claro que sim!
Então, senhores, da próxima vez que quiserem andar de autocarro, ou comboio ou metro ou outra coisa qualquer e pagarem 5€ de bilhete e 120€ de passe, não se venham cá queixar.
Da próxima vez que quiserem ir ao médico e não tiverem dinheiro, porque agora o serviço de saúde paga-se pelo real valor dele, não se armem em coitadinhos e peçam ajuda ao Estado.
Da próxima vez que quiserem ir para a faculdade, mas pagarem 1000€ só de proprina, porque agora o ensino é ao preço real, nem pensem em abrir a boca para dizerem que está mau.
Da próxima vez que forem ao supermercado e arrotarem com 25% de imposto sobre a cola ou a bejeca que comprarem, não se queixem, nem se atrevam a levantar a voz.
Da próxima vez que quiserem usufruir de um serviço que antes era acessível, mas porque era público era barato, mal gerido e um merda pegada, mas agora é privado e caro e assim não pode ser, que o povo não aguenta, vão, respeitosamente, apanhar no c* para a p*ta que vos pariu, já que têm exactamente aquilo que desejam.
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Posição Doutrinária
sexta-feira, 25 de março de 2011
Vidas Passadas
Tenho para mim que, numa qualquer vida passada, que de vez em quando salta cá para fora nos momentos mais esquisitos e inoportunos, devo ter sido, algures na poeira dos séculos, um homem.
Mais; devo ter sido um homem que exercia a nobre profissão de pedreiro. Ou trolha, ou ajudante de servente ou qualquer outra categoria de trabalhador da construção civil.
Pois que quando vou na rua, seja de carro, a penantes, de metro, de comboio, ou qualquer outro meio de transporte, e me deparo com algum espécime do sexo masculino que seja interessante, só tenho é ganas de mandar algum piropo estúpido.
Só me dá vontade de virar a cabeça para trás ou para o lado, aclarar e voz e dizer coisas como 'coisa mai´linda', 'era já', 'meu deus que é só saúde', 'sim senhor que coisa maravilhosamente esculpida' e outras asneiras que tais.
Eis que se me sobem uns arrepios eléctricos pelas tripas acima, a alta velocidade, até ao cérebro que, meio confuso, envia estímulos aos músculos da boca, língua e cordas vocais, com o intuito de proferir tamanhas alarvidades, tudo porque vai a passar um ser bem apessoado.
O que vale é que ainda há algum controlo e, com grande esforço, há impedimento de saída de tais expressões verbais. O que faz com que, muitas vezes, me comece a rir no meio da rua, assim, no nada. Da própria idiotice.
Lá está, para inimputável só me falta a sentença.
Mais; devo ter sido um homem que exercia a nobre profissão de pedreiro. Ou trolha, ou ajudante de servente ou qualquer outra categoria de trabalhador da construção civil.
Pois que quando vou na rua, seja de carro, a penantes, de metro, de comboio, ou qualquer outro meio de transporte, e me deparo com algum espécime do sexo masculino que seja interessante, só tenho é ganas de mandar algum piropo estúpido.
Só me dá vontade de virar a cabeça para trás ou para o lado, aclarar e voz e dizer coisas como 'coisa mai´linda', 'era já', 'meu deus que é só saúde', 'sim senhor que coisa maravilhosamente esculpida' e outras asneiras que tais.
Eis que se me sobem uns arrepios eléctricos pelas tripas acima, a alta velocidade, até ao cérebro que, meio confuso, envia estímulos aos músculos da boca, língua e cordas vocais, com o intuito de proferir tamanhas alarvidades, tudo porque vai a passar um ser bem apessoado.
O que vale é que ainda há algum controlo e, com grande esforço, há impedimento de saída de tais expressões verbais. O que faz com que, muitas vezes, me comece a rir no meio da rua, assim, no nada. Da própria idiotice.
Lá está, para inimputável só me falta a sentença.
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O Direito tornou-me inimputável
quinta-feira, 24 de março de 2011
'Tás Aqui Já 'Tás a Achar
Quando há vontade falar, não há fala para ninguém.
Quando a vontade de parlar já voltou, não tenho eu vontade de abrir a boca.
Contra isto?
Nem mais: batatas
Quando a vontade de parlar já voltou, não tenho eu vontade de abrir a boca.
Contra isto?
Nem mais: batatas
E O Povo, Pá?
Neste país de novelas e enredos, tudo se faz e tudo se deixa fazer.
Anda por aí, consta, uma novela dos anos 80, o que seria uma ideia engraçada, não fosse o abandalhamento constante.
Portugal, 1974: uma família de gente rica e poderosa, com uma herdade gigantesca, consegue o seu poderio e boa vida à custa da exploração da massa trabalhadora que mal ganha para comer e para poder sustentar a família. Sem laivos de comunismo, apenas um retrato da realidade da época. Dá-se a revolução e a família tem que fugir do país para não ter que levar com a pouca vergonha que isto se tornou e para não ter que suportar que agora os trabalhadores tenham direitos.
Voltam anos depois, armados em coitadinhos e anjinhos, que foram maltratados, probrezinhos, tiraram-lhes tudo o que conseguiram ao longo da vida, à custa de quem trabalhava e agora vieram estes oportunistas tirar-lhes tudo.
Oh meus amigos, não estou a perceber, afinal o que é que queriam?
Continuar a vida feudal que levavam e os outros que trabalhavam que se lixassem?
Continuar a pôr e a dispôr da vida das pessoas, como se de lixo se tratasse, para poderem continuar a reinar sem leis?
Continuar a explorar quem não tem alternativa para poderem manter as vidinhas ricas?
E ainda vêm fazer novelas disto...
Se na altura do PREC era só utopia e perseguição aos do regime, agora assiste-se ao inverso, já só há pena daqueles que, coitados, tudo tinham porque tudo conseguiram à custa dos outros, e que, meu deus!, tudo perderam porque os outros queriam direitos.
Já está tudo esquecido do que foi feito, já está tudo esquecido do que era mau, agora são todos anjinhos.
Daqui a nada, estamos a beatificar os bufos da PIDE, não?
Vá lá, ainda ser uma televisão privada a fazer estas coisas, em vez da pública, a gastar de forma gloriosa e brilhante o dinheiro do contribuinte, ainda vai sendo uma sorte, nem tudo é mau...
Cavalar
Quando começam a comparar advogados com cavalos e a elogiar o sangue puro que devem ter, começo logo a contar os segundos até aparecer no discurso os advogados que são cavalos e os que são mulas.
Não é preciso bola de cristal para saber o que será dito a seguir, é apenas uma questão de lógica.
Juntar equídeos e advogados na mesma frase, será certo e sabido que terá sempre que aparecer uma mula.
Leituras XXXVI
Escrita maravilhosa, poderosa e de grande qualidade, como é apanágio de Gregory, que deixa o leitor agarrado a cada página, com vontade de chegar ao final e, simultaneamente, com vontade de retardar ao máximo a história para que possa durar mais tempo.
Porém, o final soube a precipitação; se se está a contar a história de uma mulher com uma vida tão rica e cheia de pormenores históricos importantes, não deveria acompanhar-se a personagem até mais longe, até ao final da sua vida?
Fica o gostinho por mais, merecendo uma sequela.
Mesmo assim, muito bom.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Crise Política
Duas pequenas notinhas sobre a crise política:
1) Que feio, senhor Primeiro-Ministro, andar a fazer asneiras à escondidas do senhor Presidente da República, andar a levar e a trazer de Bruxelas, andar feito pau mandado da Frau Merkel e os pacóvios de cá nem saberem de nada! Não tem vergonha de ser parvo, de deitar a perder o trabalho que teve a fazer apertar o cinto a toda a gente para agora, perdoe-me o meu alemão, senhor Primeiro-Ministro, foder tudo sem pejo algum? Francamente!
2) O Dr. Passos Coelho, que se acha tão esperto e que na última hora cresceu 10 cm, não sei se alguém mais reparou, fez chumar o raio do PEC IV porque tinha medidas de austeridade e os tugas, coitadinhos, não podem suportar mais apertos, deixou escapar no seu discurso de reacção à demissão do Primeiro-Ministro que ia implementar medidas de austeridade quando fosse para o poleiro, perdão, poder. Então, Dr., em que é que ficamos, afinal? Consigo, haverão ou não medidas de austeridade? Tem alternativa? Sabe o que vai fazer? Tem competência? Está-se em pulgas para ver aplicada tanta cagança.
1) Que feio, senhor Primeiro-Ministro, andar a fazer asneiras à escondidas do senhor Presidente da República, andar a levar e a trazer de Bruxelas, andar feito pau mandado da Frau Merkel e os pacóvios de cá nem saberem de nada! Não tem vergonha de ser parvo, de deitar a perder o trabalho que teve a fazer apertar o cinto a toda a gente para agora, perdoe-me o meu alemão, senhor Primeiro-Ministro, foder tudo sem pejo algum? Francamente!
2) O Dr. Passos Coelho, que se acha tão esperto e que na última hora cresceu 10 cm, não sei se alguém mais reparou, fez chumar o raio do PEC IV porque tinha medidas de austeridade e os tugas, coitadinhos, não podem suportar mais apertos, deixou escapar no seu discurso de reacção à demissão do Primeiro-Ministro que ia implementar medidas de austeridade quando fosse para o poleiro, perdão, poder. Então, Dr., em que é que ficamos, afinal? Consigo, haverão ou não medidas de austeridade? Tem alternativa? Sabe o que vai fazer? Tem competência? Está-se em pulgas para ver aplicada tanta cagança.
Os Sebosos, os Drogados e os Chungosos
Parece que os homens só têm uma opinião no que concerne outros homens aos quais as mulheres achem piada: não prestam.
Ou porque são chungosos, sebosos e padecentes de outras efermidades terminadas em 'osos', porque têm ar de suíno, ar de cabrão, ar de não sei o quê que inventam na hora, tudo numa tentativa de demonstrar que as mulheres só olham para gajos que não têm interesse nenhum, que são ursos até à 15ª geração, que não são bons nem para as próprias mãezinhas, e depois ainda se queixam que os homens são maus e cabrões, como não hão-de ser se só escolhem gente de merda?!
Assim é.
Pois que mulher que se preze não escolhe um moço bonzinho e delicado, de boas famílias, fofinho e amiguinho, de boas intenções e cheio de amor para dar, escolhe logo o que não presta, o que só quer é ver o interior da cueca, sem compromissos, sem vínculos, sem nada mais que não seja uma bela de uma queca. Isto é uma verdade universal, só se escolhe o que não tem ponta por onde se lhe pegue.
Mesmo sendo verdade, ainda se aplica o in dubio pro reu quando o cabrão vem disfarçado, enganando tudo e todos, vindo a revelar-se, supervenientemente, um traste da pior espécie, mas aí nem há hipótese, ao engano todas vamos.
Quando o gajo é, porém, seboso, chungoso, porcalhão e agressor da própria avó, e isso é facto assente que se vê à légua, só lá vai quem quer, já que o que está na montra será igual às quantidades industriais da mesma matéria que tem no armazém.
Ora, poder-se-ia esperar que os homens pudessem dizer, uma vez por outra, que os outros homens aos quais se pudesse achar alguma gracinha, pois sim, tem bom aspecto.
Não, qual quê!
Vai tudo corrido a rótulo de, vá lá, deixa cá ver, drogado, chungoso e seboso, independentemente de quem seja.
Vejamos.
Quando há uma gaja qualquer que passa na rua, e a dita senhora até tem bom aspecto, leia-se, é boa nas horas, grandes mamas, grande prateleira, toda bem torneada, marchavas já, ó grossa!, mesmo que tenha estampado nas trombas o ar vulgarzeco com que nasceu, e se as mulheres são vacas umas para as outras, nisso se vê, por mais que custe assumir, minhas caras, a gaja é mesmo boa; homem que é homem não o nega, gosta do que vê e mais nada, que está no seu direito, que isto ainda vai sendo um país livre.
Sendo certo que as gajas acham sempre que as outras para as quais um homem olha são umas porcas e umas deslavadas do pior, aqui está o preconceito e maldade de umas mulheres para as outras, esta verdade também se aplica aos homens uns para os outros.
Se uma gaja olha para outro, esse outro é logo um seboso, um drogado, um chungoso de merda.
Sic.
Agora que isto já é matéria assente, só resta acrescentar que as gajas também apreciam olhar só por olhar, apenas para efeitos recreativos, para passar o tempo, para lavar a vista e a alma da vida de stress que têm, só para descontrair, só porque não têm nada que fazer, é um passatempo como outro qualquer, portanto, querem lá saber se o estupor que estão a mirar é pouco lavado, drogado, mendigo, varredor de ruas, cabrão ou anjinho.
Isso interessaria se houvesse vontade de conquista; não havendo e não passando de actividade lúdica, essa merda não interessa para nada e serve apenas para estragar o momento de divertimento e relax que se está a ter, servindo para minar a boa disposição, escangalhando (esta é mesmo à velho) a brincadeira como uma criancinha mimada e mostrando, não só que os homens são tão filhas-da-puta uns para os outros como as mulheres o são entre si, mas também que continuam tão territorialistas como na Idade Média, mesmo que a 'ameaça' seja, tão somente, imaginária
Ou porque são chungosos, sebosos e padecentes de outras efermidades terminadas em 'osos', porque têm ar de suíno, ar de cabrão, ar de não sei o quê que inventam na hora, tudo numa tentativa de demonstrar que as mulheres só olham para gajos que não têm interesse nenhum, que são ursos até à 15ª geração, que não são bons nem para as próprias mãezinhas, e depois ainda se queixam que os homens são maus e cabrões, como não hão-de ser se só escolhem gente de merda?!
Assim é.
Pois que mulher que se preze não escolhe um moço bonzinho e delicado, de boas famílias, fofinho e amiguinho, de boas intenções e cheio de amor para dar, escolhe logo o que não presta, o que só quer é ver o interior da cueca, sem compromissos, sem vínculos, sem nada mais que não seja uma bela de uma queca. Isto é uma verdade universal, só se escolhe o que não tem ponta por onde se lhe pegue.
Mesmo sendo verdade, ainda se aplica o in dubio pro reu quando o cabrão vem disfarçado, enganando tudo e todos, vindo a revelar-se, supervenientemente, um traste da pior espécie, mas aí nem há hipótese, ao engano todas vamos.
Quando o gajo é, porém, seboso, chungoso, porcalhão e agressor da própria avó, e isso é facto assente que se vê à légua, só lá vai quem quer, já que o que está na montra será igual às quantidades industriais da mesma matéria que tem no armazém.
Ora, poder-se-ia esperar que os homens pudessem dizer, uma vez por outra, que os outros homens aos quais se pudesse achar alguma gracinha, pois sim, tem bom aspecto.
Não, qual quê!
Vai tudo corrido a rótulo de, vá lá, deixa cá ver, drogado, chungoso e seboso, independentemente de quem seja.
Vejamos.
Quando há uma gaja qualquer que passa na rua, e a dita senhora até tem bom aspecto, leia-se, é boa nas horas, grandes mamas, grande prateleira, toda bem torneada, marchavas já, ó grossa!, mesmo que tenha estampado nas trombas o ar vulgarzeco com que nasceu, e se as mulheres são vacas umas para as outras, nisso se vê, por mais que custe assumir, minhas caras, a gaja é mesmo boa; homem que é homem não o nega, gosta do que vê e mais nada, que está no seu direito, que isto ainda vai sendo um país livre.
Sendo certo que as gajas acham sempre que as outras para as quais um homem olha são umas porcas e umas deslavadas do pior, aqui está o preconceito e maldade de umas mulheres para as outras, esta verdade também se aplica aos homens uns para os outros.
Se uma gaja olha para outro, esse outro é logo um seboso, um drogado, um chungoso de merda.
Sic.
Agora que isto já é matéria assente, só resta acrescentar que as gajas também apreciam olhar só por olhar, apenas para efeitos recreativos, para passar o tempo, para lavar a vista e a alma da vida de stress que têm, só para descontrair, só porque não têm nada que fazer, é um passatempo como outro qualquer, portanto, querem lá saber se o estupor que estão a mirar é pouco lavado, drogado, mendigo, varredor de ruas, cabrão ou anjinho.
Isso interessaria se houvesse vontade de conquista; não havendo e não passando de actividade lúdica, essa merda não interessa para nada e serve apenas para estragar o momento de divertimento e relax que se está a ter, servindo para minar a boa disposição, escangalhando (esta é mesmo à velho) a brincadeira como uma criancinha mimada e mostrando, não só que os homens são tão filhas-da-puta uns para os outros como as mulheres o são entre si, mas também que continuam tão territorialistas como na Idade Média, mesmo que a 'ameaça' seja, tão somente, imaginária
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Posição Doutrinária
terça-feira, 22 de março de 2011
Nada a Fazer - Vol.VI
Neto/Jel/Nuno Duarte
Cromo repetido, é certo, mas já que está na moda, vale sempre a pena recordar.
Tudo bem que há suspeição, que já antes das andanças do Festival da Canção e demais actividades lúdicas que o trouxeram para a ribalta, era devidamente apreciado por estas bandas.
Seboso ou não, parvo ou não, a verdade é que este rapaz tem 'foda' escrito na testa, de tão sexy que é.
Gosto esquisito ou nem por isso, é novamente verdade que a luta ganhou outro ímpeto.
Lá está, os gadelhudos serão sempre a minha perdição.
Cromo repetido, é certo, mas já que está na moda, vale sempre a pena recordar.
Tudo bem que há suspeição, que já antes das andanças do Festival da Canção e demais actividades lúdicas que o trouxeram para a ribalta, era devidamente apreciado por estas bandas.
Seboso ou não, parvo ou não, a verdade é que este rapaz tem 'foda' escrito na testa, de tão sexy que é.
Gosto esquisito ou nem por isso, é novamente verdade que a luta ganhou outro ímpeto.
Lá está, os gadelhudos serão sempre a minha perdição.
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Benfeitorias Voluptuárias
Toma Lá Que É Democrático!
Mas é que é tão bem feito que até dá gosto.
O fanfarrão-mor, com a mania que é melhor que o resto da humanidade, levou destes senhores o que contar.
Com a mania que é intocável e que pode dizer tudo o que lhe apetece, leia-se falar mal de tudo o que mexe, só porque alguém lhe dá alguma importância, leva na boca dos Homens da Luta. E não chora.
Très bien!
Nonsense Talking XII
- Não tem uma moedinha para a Cais?
- Não.
- Só 50 cêntimos?
- Não tenho, desculpe.
- Só 20 cêntimos, então. Você é tão bonita!
- ... ! E o que é que isso tem a ver?
- Nada.
- Não.
- Só 50 cêntimos?
- Não tenho, desculpe.
- Só 20 cêntimos, então. Você é tão bonita!
- ... ! E o que é que isso tem a ver?
- Nada.
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Piadas de Propriedade Privada
Televisão?
Há pessoas que não percebem que o seu tempo já lá vai e insistem em aparecer constantemente para terem a certeza que nunca mais são esquecidas.
Poderiam ficar na história como grandes figuras, grandes artistas se não insistissem em ter tempo de antena apenas porque sim, sem que tal queira significar dirigirem programas de qualidade.
Poderiam ficar na história como grandes figuras, grandes artistas se não insistissem em ter tempo de antena apenas porque sim, sem que tal queira significar dirigirem programas de qualidade.
Este senhor (Herman José) é disso exemplo.
Ainda se poderiam safar os sketches que até têm alguma originalidade e piada; no entanto, insiste-se em estragar tudo noutros campos.
Qual é o sentido de trazer convidados para o programa se depois estes não podem abrir a boca porque só o apresentador é que fala?
E qual é o sentido que faz, nos raros momentos em que o convidado pode abrir a boca para dizer de sua justiça, o apresentador desvaloriza tudo o que é dito e enche a boca constantemente para se auto-elogiar, pois que já se sabe que ele é que fazia bem, ele é que era, ele é que fazia tudo como deve de ser, um grande artista.
Pois sim, um grande artista, mas isso já foi há anos, a glória de outros tempos não volta.
Ao ter esta atitude de saudosismo desesperadamente egoísta, só mostra que não há lugar na televisão para quem não a sabe fazer sem se auto-promover pelos feitos passados.
E com isto se gasta o dinheiro do contribuinte na televisão pública.
Ainda se poderiam safar os sketches que até têm alguma originalidade e piada; no entanto, insiste-se em estragar tudo noutros campos.
Qual é o sentido de trazer convidados para o programa se depois estes não podem abrir a boca porque só o apresentador é que fala?
E qual é o sentido que faz, nos raros momentos em que o convidado pode abrir a boca para dizer de sua justiça, o apresentador desvaloriza tudo o que é dito e enche a boca constantemente para se auto-elogiar, pois que já se sabe que ele é que fazia bem, ele é que era, ele é que fazia tudo como deve de ser, um grande artista.
Pois sim, um grande artista, mas isso já foi há anos, a glória de outros tempos não volta.
Ao ter esta atitude de saudosismo desesperadamente egoísta, só mostra que não há lugar na televisão para quem não a sabe fazer sem se auto-promover pelos feitos passados.
E com isto se gasta o dinheiro do contribuinte na televisão pública.
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Teorias do Homicídio Qualificado
segunda-feira, 21 de março de 2011
Líbia Guerra
Já começa a ser mania entrar à grande e à francesa no país dos outros com a desculpa que é para derrotar os mauzões que oprimem o povo e sonegam a liberdade.
Essa desculpa já colou muito mal no Iraque, no Afeganistão também, e agora, como não há mais nada para fazer e o mundo até anda jeitoso para se andar à pêra por aí, vá de arranjar uma guerra qualquer para, nós os grandes, podermos governar o petróleo como entendermos, enriquecer à custa do país dos outros e ainda calar o lobby militar que, parecendo que não, governa mais que qualquer presidente.
Ai não, que vamos mas é salvar o povo que, coitadinho, passa fominha e leva nos cornos há décadas, sem liberdade e sem democracia, sem condições de vida, governados por um opressor, um genocida, um desrespeitador dos direitos humanos e nós, como nações evoluídas, temos o dever de intervir e defender os pobrezinhos, que têm tantos pêlos encravados na virilha.
É louvável de facto quererem salvar o povo líbio de um tirano filho da mãe que não faz mais nada senão manter aquele país com mão de ferro deixando margem zero para a liberdade dos cidadãos.
Ainda bem que têm, nações evoluidas, sentimentos tão altruístas para com os outros seres humanos.
Pena é que não se lembraram disso há 30 anos, quando o Sr. Kadhafi se lembrou de ir para o poder. Pena que nas últimas 30 décadas não tenha existido povo líbido, só há meia dúzia de dias, quando começaram a ver que o fornecimento do petróleo podia ficar prejudicado se os rebeldes andassem à pedrada com o governo por mais alguns dias.
Oh, não era essa a vossa ideia?!
Pena também é que não se tenham lembrado de ir à Líbia mais cedo quando o povo sofria em silêncio, vão agora que dão desculpas como o massacre da população para irem fazer o papel de bonzinhos da fita, os heróis mundiais que fazem sempre boa figura.
Boa figura e bons negócios, que nenhum dos países da Aliança Atlântica que para lá foi se vai perder em jogadas humanitárias para ajudar o povo que vão ocupar; o que interessa verdadeiramente é o petróleo e as negociatas comerciais que possam vir em colateral.
Ai mas eles andam a matar inocentes, com armas de exército, com aviação, com bombas, com coisas más, a torto e a direito, meu deus, que raio de pessoas evoluídas seríamos nós que nem impedíamos isso de acontecer?!
Oh meus filhos, mas que almas caridosas que sois!
Caridosas e esquecidas, ou estais olvidados de que os ataques aéreos que tanto gostais de proclamar como massacres são feitos com armamento, vá, aviões de última geração, iguais aos vossos, pronto, que têm aquilo a que se chama um 'ataque cirúrgico', com identificação dos alvos por radar e ultra-som? Quer dizer que não há matagem a eito, é só o que quer dizer. Não que se justifique, mas também não é o que querem fazer parecer.
Queriam que o resto do mundo acreditasse que quando o Kadhafi põe aviões no ar, mata tudo o que lhe aparece, indiscriminadamenre, e quando vocês fazem o mesmo, não, que são fofinhos e especiais de corrida? Ya, right. E são somente vossasmercês que percebem de guerra...
A que é que isto soa senão a estratégia Iraque style?
Tende vergonha na cara, façam as malinhas e vão embora.
Já toda a gente vos topou, a vocês, América-salvadora-do-mundo e ao resto dos abutres que foram lá cheirar a ver se caía alguma coisa nos vossos pratos.
Resolvam os problemas internos que têm e deixem de uma vez o eterno complexo de Harry Potter, a salvar tudo e todos a toda a hora do que não é necessário salvar.
Deixem as pessoas resolver os problemas delas, deixem o povo (pá) sair à rua (pá) e fazer a revolução, à semalhança do que aconteceu nos outros países árabes.
Deixem as nações soberanas governarem-se como quiserem, não andem a impôr a democracia a torto e a direito só porque lhes apetece e há petróleo para explorar, sim?
Isso também é ditadura.
Essa desculpa já colou muito mal no Iraque, no Afeganistão também, e agora, como não há mais nada para fazer e o mundo até anda jeitoso para se andar à pêra por aí, vá de arranjar uma guerra qualquer para, nós os grandes, podermos governar o petróleo como entendermos, enriquecer à custa do país dos outros e ainda calar o lobby militar que, parecendo que não, governa mais que qualquer presidente.
Ai não, que vamos mas é salvar o povo que, coitadinho, passa fominha e leva nos cornos há décadas, sem liberdade e sem democracia, sem condições de vida, governados por um opressor, um genocida, um desrespeitador dos direitos humanos e nós, como nações evoluídas, temos o dever de intervir e defender os pobrezinhos, que têm tantos pêlos encravados na virilha.
É louvável de facto quererem salvar o povo líbio de um tirano filho da mãe que não faz mais nada senão manter aquele país com mão de ferro deixando margem zero para a liberdade dos cidadãos.
Ainda bem que têm, nações evoluidas, sentimentos tão altruístas para com os outros seres humanos.
Pena é que não se lembraram disso há 30 anos, quando o Sr. Kadhafi se lembrou de ir para o poder. Pena que nas últimas 30 décadas não tenha existido povo líbido, só há meia dúzia de dias, quando começaram a ver que o fornecimento do petróleo podia ficar prejudicado se os rebeldes andassem à pedrada com o governo por mais alguns dias.
Oh, não era essa a vossa ideia?!
Pena também é que não se tenham lembrado de ir à Líbia mais cedo quando o povo sofria em silêncio, vão agora que dão desculpas como o massacre da população para irem fazer o papel de bonzinhos da fita, os heróis mundiais que fazem sempre boa figura.
Boa figura e bons negócios, que nenhum dos países da Aliança Atlântica que para lá foi se vai perder em jogadas humanitárias para ajudar o povo que vão ocupar; o que interessa verdadeiramente é o petróleo e as negociatas comerciais que possam vir em colateral.
Ai mas eles andam a matar inocentes, com armas de exército, com aviação, com bombas, com coisas más, a torto e a direito, meu deus, que raio de pessoas evoluídas seríamos nós que nem impedíamos isso de acontecer?!
Oh meus filhos, mas que almas caridosas que sois!
Caridosas e esquecidas, ou estais olvidados de que os ataques aéreos que tanto gostais de proclamar como massacres são feitos com armamento, vá, aviões de última geração, iguais aos vossos, pronto, que têm aquilo a que se chama um 'ataque cirúrgico', com identificação dos alvos por radar e ultra-som? Quer dizer que não há matagem a eito, é só o que quer dizer. Não que se justifique, mas também não é o que querem fazer parecer.
Queriam que o resto do mundo acreditasse que quando o Kadhafi põe aviões no ar, mata tudo o que lhe aparece, indiscriminadamenre, e quando vocês fazem o mesmo, não, que são fofinhos e especiais de corrida? Ya, right. E são somente vossasmercês que percebem de guerra...
A que é que isto soa senão a estratégia Iraque style?
Tende vergonha na cara, façam as malinhas e vão embora.
Já toda a gente vos topou, a vocês, América-salvadora-do-mundo e ao resto dos abutres que foram lá cheirar a ver se caía alguma coisa nos vossos pratos.
Resolvam os problemas internos que têm e deixem de uma vez o eterno complexo de Harry Potter, a salvar tudo e todos a toda a hora do que não é necessário salvar.
Deixem as pessoas resolver os problemas delas, deixem o povo (pá) sair à rua (pá) e fazer a revolução, à semalhança do que aconteceu nos outros países árabes.
Deixem as nações soberanas governarem-se como quiserem, não andem a impôr a democracia a torto e a direito só porque lhes apetece e há petróleo para explorar, sim?
Isso também é ditadura.
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Posição Doutrinária
sábado, 19 de março de 2011
quinta-feira, 17 de março de 2011
Do Existencialismo II
Tem uma certa piada, a sério que tem, as pessoas rebeldes e angustiadas que querem ser livres e independentes, que não querem que ninguém escolha por elas, querem fazer o próprio caminho, passam metade da infancia e inteira adolescencia, já na vida adulta também, a tentar escorraçar os pais e outros que possam de alguma forma meter o bedelho nas decisões e alertar para as consequências, que por elas decidem, de todos os aspectos que querem e podem controlar, que não passam de uns chatos metediços e idiotas, vão-se mas é embora daqui que da minha vida sei eu.
Porém, quando chega a hora das decisões realmente difíceis, daquelas que doem seja qual for a opção que se tome, preferiam milhões de vezes que fossem outros a escolher por elas, porque escolher, afinal, não era bem a introdução à vida adulta que se esperava, ter responsabilidades é doloroso e mau demais para ser verdade, mas que não seja para, mais tarde, poder culpar os outros das escolhas que não foram os próprios a fazer.
Talvez seja mesmo essa a questão.
Enquanto se é pequeno, não há maneira de escolher, é só levar com as consequências das escolhas dos outros, se e quando alguma coisa corre mal, há sempre um bode expiatório a quem culpabilizar.
Quando se é grande, as consequências recaem sobre os que fizerem a escolha, e já não há ninguém para cima de quem se possa sacudir a água do capote.
E, nas horas de aperto, esse escape saberia pela vida.
Porém, quando chega a hora das decisões realmente difíceis, daquelas que doem seja qual for a opção que se tome, preferiam milhões de vezes que fossem outros a escolher por elas, porque escolher, afinal, não era bem a introdução à vida adulta que se esperava, ter responsabilidades é doloroso e mau demais para ser verdade, mas que não seja para, mais tarde, poder culpar os outros das escolhas que não foram os próprios a fazer.
Talvez seja mesmo essa a questão.
Enquanto se é pequeno, não há maneira de escolher, é só levar com as consequências das escolhas dos outros, se e quando alguma coisa corre mal, há sempre um bode expiatório a quem culpabilizar.
Quando se é grande, as consequências recaem sobre os que fizerem a escolha, e já não há ninguém para cima de quem se possa sacudir a água do capote.
E, nas horas de aperto, esse escape saberia pela vida.
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Posição Doutrinária
quarta-feira, 16 de março de 2011
Nonsense Talking XI
- Já saiu o seu horário?
- Já.
- Deixe ver.
- Ena, tantas disciplinas! DP? O que é DP?
- Deontologia profissional.
- Ahh, julguei que estivesse em inglês.
- Inglês?!
- Sim, não sabe o que quer dizer DP em inglês? (arquear de sobrancelhas ao estilo ordinárió-machão)
- ... Sei.
- Ah ah ah!
- ...
- Já.
- Deixe ver.
- Ena, tantas disciplinas! DP? O que é DP?
- Deontologia profissional.
- Ahh, julguei que estivesse em inglês.
- Inglês?!
- Sim, não sabe o que quer dizer DP em inglês? (arquear de sobrancelhas ao estilo ordinárió-machão)
- ... Sei.
- Ah ah ah!
- ...
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Piadas de Propriedade Privada
Reminiscências #6
terça-feira, 15 de março de 2011
The Usual, Why Should I Care?
Não deve haver nada pior que não ser acreditado.
Estar constantemente a dizer as coisas, estar convicto da razão que se lhe assiste e os outros, simplesmente, borrifarem-se para o que está a ser dito, tudo porque acreditam no Pai Natal ou no Coelho da Páscoa ou qualquer coisa que o valha, que o mundo é todo lindo e amoroso e que no fim tudo acabará por correr inevitavelmente bem.
Merda para isso.
Não há nada pior que uma pessoa saber-se à beira do precipício e os outros teimarem em dizer que não, que exagero, que ideia, lá agora, tudo numa tentativa de não ver o que está mesmo à frente dos olhos, numa tentativa infrutífera de negar a realidade, num esforço inglório de não magoar quem ouve.
Porém, magoa muito mais o que se faz para tentar negar as evidências do que a verdade nua e crua. Porque o que se está, no fundo, a fazer é colocar balões de oxigénio e de soro a quem já não tem salvação possível.
Mas, contra isso ... batatas.
Estar constantemente a dizer as coisas, estar convicto da razão que se lhe assiste e os outros, simplesmente, borrifarem-se para o que está a ser dito, tudo porque acreditam no Pai Natal ou no Coelho da Páscoa ou qualquer coisa que o valha, que o mundo é todo lindo e amoroso e que no fim tudo acabará por correr inevitavelmente bem.
Merda para isso.
Não há nada pior que uma pessoa saber-se à beira do precipício e os outros teimarem em dizer que não, que exagero, que ideia, lá agora, tudo numa tentativa de não ver o que está mesmo à frente dos olhos, numa tentativa infrutífera de negar a realidade, num esforço inglório de não magoar quem ouve.
Porém, magoa muito mais o que se faz para tentar negar as evidências do que a verdade nua e crua. Porque o que se está, no fundo, a fazer é colocar balões de oxigénio e de soro a quem já não tem salvação possível.
Mas, contra isso ... batatas.
Pergunta do Dia
Gostaria de perguntar ao CDL, quem não saiba o que é, não faz mal, também não é coisa que interesse por aí além, se sabe a diferença entre 15 e 21.
É que eu sei; parece que o CDL é que não sabe.
É que eu sei; parece que o CDL é que não sabe.
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Quesitos da Base Instrutória
segunda-feira, 14 de março de 2011
Resoluções Para A Vida Futura #3
Já que o senhor bastonário, sim, com letra minúscula, não merece mais, de uma certa ordem, também com letra pequena, em memória dos atropelos à legalidade, de uma certa profissão liberal, que não podia ser pior do que é, faz questão de andar por aí a adiar cursos sucessivamente, e quando promete finalmente dar-lhes início, faz as pessoas esperar por avisos que não chegam, resolve-se que, assim que haja uma cédula definitiva nas mãos, o que por este andar deve ser lá para o ano 2045, a primeira coisa a fazer com a dita será cortá-la em pequenos pedacinhos e ir atirá-los na sarjeta, com subsequente guia de marcha para quem ma atribuiu directamente para o caralho que os foda.
Sic.
Sic.
Eu e Ele #6
Eu tento, bem que tento, só eu é que sei o que é tentado todos os dias, ter paciência, encher-me de toda a paciência e ainda ir pedir mais alguma emprestada.
Tudo para conseguir aturar aquele homem que anda constantemente com uma falta de ar, uma falta de foda qualquer que ninguém lhe consegue resolver o problema.
Não é por falta de tentativas de arranjar paciência da minha parte.
Por isso, vou comecar a trazer uma coisa destas para aqui e ver o que acontece.
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Teorias do Homicídio Qualificado
Descarregamento de Irritações, Frustrações e Outras Inquietações #2
Almoçava descançadinha quando um bando de adolescentes em fúria se senta na mesa do lado.
Nada de grandes surpresas, para quem convive diariamente com gente em idade escolar o barulho e a confusão são o prato do dia. Tivesse ela com quem fazer barulho e também o faria.
Porém, e sem a habitual capacidade de ouvir a conversa alheia a metros de distância, que os ouvidos de tísica são um defeito congénito, que naquele dia não foi preciso usar dessa prerrogativa, debatiam-se dois espécimes, um do sexo feminino, outro do sexo masculino, em que o rapazinho fazia uma fita digna de uma peixeira do Bulhão para tirar o telemóvel das mãos da piquena.
Nada que fosse demasiado estranho, poder-se-ia pensar que o telemóvel lhe pertencia e qua a moça furtivamente o teria furtado.
Todavia, rapidamente a conversa do deixa cá ver, dá-mo cá evolui para uma discussão gigantesca, com palavras pouco simpáticas e gestos nada meigos para tirar o telefone da mão da rapariga.
Com o evoluir da conversação, que não se está a ouvir coisa nenhuma da conversa dos outros, os outros é que se fazem ouvir no meio de toda a turba que almoça e fuma enquanto bebe café, percebe-se que o que o rapaz está a fazer é tão simplesmente tirar o telemóvel da mão da que afinal é namorada dele para poder ver se um outro se mandou ou não uma mensagem.
Em vez de o fazer subtilmente e depois fazer o escarcéu desejado, como qualquer gaja teria feito, faz uma cena medieval, ameaçando e usando da sua força para poder forçar a intimidade da rapariga que, balbuciando palavras desconexas, faz tudo o que pode para manter o objecto entre as suas mãos, enquanto tenta por tudo que o rapaz não veja o que ela não quer que ele veja.
Só que o homem tem, há mais de vinte e um séculos, um pendor de superioridade sobre a mulher por algum motivo; podem não ter cérebro, mas têm mais força e, eventualmente, consegue forçar os dedos da moça. E ver a caixa de mensagens. E parece que vê o que não quer. Parece que é uma mensagem de outro gajo, um rival.
No meio de toda a cena, está uma outra rapariga, uma amiga da moça, que tem sempre que haver uma amiga, ou então não há mundo e está tudo perdido que, com um ar de tédio descomunal, assiste à cena, com uma cara de indiferença e o desejo de estar a pintar as unhas dos pés de rosa fuchsia em vez de estar ali, vê o rapaz atirar o telemóvel para cima da mesa e debandar dali em fúria, com certeza na esperança de esbarrar com o tal outro e rachar-lhe a cabeça em dois.
A amiga olha para a moça, que está com ar de quem foi atropelada por uma vaca desgovernada, e com gestos de superioridade, pergunta-lhe simplesmente porque raio não apagou ela a mensagem, e já nada daquilo se teria passado.
Nesta altura, a pessoa que ouvia a conversa enquanto fingia que lia enquanto comia, pára subitamente o que está a fazer e tem que fazer um esforço titânico para não saltar do lugar e ir explicar uma coisinha ou outra àquelas duas.
Nem está em causa a mensagem, quem mandou, quem respondeu, quem fez o quê; era só mesmo para perguntar à amiga espertalhona porque raio é que a rapariguinha estúpida e submissa teria que apagar o que quer que fosse do próprio telemóvel quando o estupor do namorado bandalho tinha acabado de quase lhe partir os dedos e gritar-lhe para ver a merda do telemóvel. No fim acaba sempre por ser a mulher a ter a culpa, será? A mulher é que devia ter apagado a mensagem, porque assim o homem já não reagia daquela forma. E a outra, a estúpidazinha que nem coragem tem para fazer frente aos 'ataques' que sofre, deixa que o ogre faça cenas no meio da rua e a humilhe para ver se tem uns chifres a crescer por causa de uma mensagem.
Como é que querem que a violência doméstica não cresça se numa coisa tão minúscula se faz um pé de vento e se usa da força para fazer prevalecer a sua vontade?
Como é que querem prevenir um flagelo destes se as mulheres do amanhã deixam que se faça tudo, inclusive uma cena de faca e alguidar, por causa de insignificâncias?
Fosse quem ouvia uma idosa de 80 mil anos, diria logo que esta geração é um nojo e que o mundo está perdido.
Como, no entanto, ainda é relativamente jovem, diz apenas que não é só esta geração que é um nojo, que nojos destes há em todas as gerações de mulheres e que o mundo não está perdido, não senhor, nunca esteve, porque, muito simplesmente, não nasceu para ser salvo.
Nada de grandes surpresas, para quem convive diariamente com gente em idade escolar o barulho e a confusão são o prato do dia. Tivesse ela com quem fazer barulho e também o faria.
Porém, e sem a habitual capacidade de ouvir a conversa alheia a metros de distância, que os ouvidos de tísica são um defeito congénito, que naquele dia não foi preciso usar dessa prerrogativa, debatiam-se dois espécimes, um do sexo feminino, outro do sexo masculino, em que o rapazinho fazia uma fita digna de uma peixeira do Bulhão para tirar o telemóvel das mãos da piquena.
Nada que fosse demasiado estranho, poder-se-ia pensar que o telemóvel lhe pertencia e qua a moça furtivamente o teria furtado.
Todavia, rapidamente a conversa do deixa cá ver, dá-mo cá evolui para uma discussão gigantesca, com palavras pouco simpáticas e gestos nada meigos para tirar o telefone da mão da rapariga.
Com o evoluir da conversação, que não se está a ouvir coisa nenhuma da conversa dos outros, os outros é que se fazem ouvir no meio de toda a turba que almoça e fuma enquanto bebe café, percebe-se que o que o rapaz está a fazer é tão simplesmente tirar o telemóvel da mão da que afinal é namorada dele para poder ver se um outro se mandou ou não uma mensagem.
Em vez de o fazer subtilmente e depois fazer o escarcéu desejado, como qualquer gaja teria feito, faz uma cena medieval, ameaçando e usando da sua força para poder forçar a intimidade da rapariga que, balbuciando palavras desconexas, faz tudo o que pode para manter o objecto entre as suas mãos, enquanto tenta por tudo que o rapaz não veja o que ela não quer que ele veja.
Só que o homem tem, há mais de vinte e um séculos, um pendor de superioridade sobre a mulher por algum motivo; podem não ter cérebro, mas têm mais força e, eventualmente, consegue forçar os dedos da moça. E ver a caixa de mensagens. E parece que vê o que não quer. Parece que é uma mensagem de outro gajo, um rival.
No meio de toda a cena, está uma outra rapariga, uma amiga da moça, que tem sempre que haver uma amiga, ou então não há mundo e está tudo perdido que, com um ar de tédio descomunal, assiste à cena, com uma cara de indiferença e o desejo de estar a pintar as unhas dos pés de rosa fuchsia em vez de estar ali, vê o rapaz atirar o telemóvel para cima da mesa e debandar dali em fúria, com certeza na esperança de esbarrar com o tal outro e rachar-lhe a cabeça em dois.
A amiga olha para a moça, que está com ar de quem foi atropelada por uma vaca desgovernada, e com gestos de superioridade, pergunta-lhe simplesmente porque raio não apagou ela a mensagem, e já nada daquilo se teria passado.
Nesta altura, a pessoa que ouvia a conversa enquanto fingia que lia enquanto comia, pára subitamente o que está a fazer e tem que fazer um esforço titânico para não saltar do lugar e ir explicar uma coisinha ou outra àquelas duas.
Nem está em causa a mensagem, quem mandou, quem respondeu, quem fez o quê; era só mesmo para perguntar à amiga espertalhona porque raio é que a rapariguinha estúpida e submissa teria que apagar o que quer que fosse do próprio telemóvel quando o estupor do namorado bandalho tinha acabado de quase lhe partir os dedos e gritar-lhe para ver a merda do telemóvel. No fim acaba sempre por ser a mulher a ter a culpa, será? A mulher é que devia ter apagado a mensagem, porque assim o homem já não reagia daquela forma. E a outra, a estúpidazinha que nem coragem tem para fazer frente aos 'ataques' que sofre, deixa que o ogre faça cenas no meio da rua e a humilhe para ver se tem uns chifres a crescer por causa de uma mensagem.
Como é que querem que a violência doméstica não cresça se numa coisa tão minúscula se faz um pé de vento e se usa da força para fazer prevalecer a sua vontade?
Como é que querem prevenir um flagelo destes se as mulheres do amanhã deixam que se faça tudo, inclusive uma cena de faca e alguidar, por causa de insignificâncias?
Fosse quem ouvia uma idosa de 80 mil anos, diria logo que esta geração é um nojo e que o mundo está perdido.
Como, no entanto, ainda é relativamente jovem, diz apenas que não é só esta geração que é um nojo, que nojos destes há em todas as gerações de mulheres e que o mundo não está perdido, não senhor, nunca esteve, porque, muito simplesmente, não nasceu para ser salvo.
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Posição Doutrinária
Leituras XXXV
Por causa de livros como este que os bons escritores se tornam imortais.
Escrita vívida e realista, com um personagem principal duro e determinado, conta uma longa história de conspirações, guerras e traições até que o objectivo final é cumprido.
Assim se vê a mestria, não só do estudo profundo que demonstra, mas a capacidade de imprimir numa figura história a alma de uma lutadora obstinada e implacável, uma mulher que, nos tempos medievais, segura o destino na própria mão e leva até ao fim o seu propósito.
Excelente, ou não fosse Philippa Gregory.
Cinema XXXIV
domingo, 13 de março de 2011
Geração À Rasca
Não tenho palavras para expressar o quão orgulhosa estou daqueles que se manifestaram ontem, um pouco por todo o país.
A minha geração saiu à rua.
Só tenho mesmo muita pena que o senhor Primeiro-Ministro tenha desvalorizado uma acção como esta, não lhe dando a importância que realmente teve.
Já é tempo de termos vergonha na cara, não Sócras?
sexta-feira, 11 de março de 2011
Ainda há seis dias fiz 25 anos e já sei que não vou viver para fazer 26.
Vai-me dar um AVC ou um enfarte de miocárdio entretanto.
É assim que se percebe que não fui talhada para esta profissão, em que uma coisa de nada me dá para ficar toda tremeliques e angustiada.
Sou uma falta de ar com pernas.
Não sou mais nada.
Vai-me dar um AVC ou um enfarte de miocárdio entretanto.
É assim que se percebe que não fui talhada para esta profissão, em que uma coisa de nada me dá para ficar toda tremeliques e angustiada.
Sou uma falta de ar com pernas.
Não sou mais nada.
quinta-feira, 10 de março de 2011
Eu e Ele #5
Ela até gostava dele, mesmo naqueles dias em que ele mais parecia uma gaja rabugenta com um severo síndrome de tensão pré-menstrual. Gostava quando ele lhe ensinava a fazer coisas novas, quando conversavam e ele lhe contava coisas da juventude, da faculdade, da escola. Gostava quando ele dizia piadas parvas e contava anedotas sem graça nenhuma. Achava-o parecido em grande medida com o próprio pai, o que só podia constituir um elemento de aproximação.
Por outro lado, ele até parecia gostar dela, menos nos dias em que só lhe apetecia dar-lhe um pontapé no cu, ou lhe dizia, com aquele tom de voz caractarístico, isto está uma merda, ou quando lhe fazia perguntas estúpidas às quais sabia de antemão que ela não saberia responder. Talvez por isso mesmo é que as fazia, para ver no que ia dar, para ter o gosto de ouvir uma resposta errada, quem sabe? Às vezes, perguntava na mesma, nunca esperando, na certa, uma resposta correcta. Mas esses dias também chegavam, e constituiam sempre uma surpresa. E essa era a verdade incontornável daquela relação, ele esperava sempre que ela não soubesse nada. Por isso é que ele era o mestre e ela a aprendiz.
O problema de ela ver reflectido nele o pai, e com isto ter-se-ia um longo pano para mangas sobre complexos de Electra mal resolvidos, só pode ser, tanto parlapié do paizinho só pode indicar trauma de infância, é que as crias esperam sempre que os pais gostem delas incondicionalmente, que gostem delas todos os dias, não concebendo que pudesse haver dias em que os pais têm mais que fazer e mais com que se preocupar do que estar de sorriso pronto para aturar os filhos. O que leva a que as crias se ressintam e se sinta desamadas face aos comportamentos atípicos e irregulares dos progenitores.
Fosse a idade outra e haveria aqui uma birra de todo o tamanho, com direito a lágrimas e demais desgostos.
Porém, algum juízo as rugas trazem, e sabe-se que, apesar das crises de fígado e dos coices que, com a graça do senhor, serão apenas uma fase, ou duas ou três, já se vê, um dia, ao olhar para trás, tudo será visto com outros olhos e gostar-se-á do mal disposto como se gostava antes.
Pelo menos, essa esperança existe.
Por outro lado, ele até parecia gostar dela, menos nos dias em que só lhe apetecia dar-lhe um pontapé no cu, ou lhe dizia, com aquele tom de voz caractarístico, isto está uma merda, ou quando lhe fazia perguntas estúpidas às quais sabia de antemão que ela não saberia responder. Talvez por isso mesmo é que as fazia, para ver no que ia dar, para ter o gosto de ouvir uma resposta errada, quem sabe? Às vezes, perguntava na mesma, nunca esperando, na certa, uma resposta correcta. Mas esses dias também chegavam, e constituiam sempre uma surpresa. E essa era a verdade incontornável daquela relação, ele esperava sempre que ela não soubesse nada. Por isso é que ele era o mestre e ela a aprendiz.
O problema de ela ver reflectido nele o pai, e com isto ter-se-ia um longo pano para mangas sobre complexos de Electra mal resolvidos, só pode ser, tanto parlapié do paizinho só pode indicar trauma de infância, é que as crias esperam sempre que os pais gostem delas incondicionalmente, que gostem delas todos os dias, não concebendo que pudesse haver dias em que os pais têm mais que fazer e mais com que se preocupar do que estar de sorriso pronto para aturar os filhos. O que leva a que as crias se ressintam e se sinta desamadas face aos comportamentos atípicos e irregulares dos progenitores.
Fosse a idade outra e haveria aqui uma birra de todo o tamanho, com direito a lágrimas e demais desgostos.
Porém, algum juízo as rugas trazem, e sabe-se que, apesar das crises de fígado e dos coices que, com a graça do senhor, serão apenas uma fase, ou duas ou três, já se vê, um dia, ao olhar para trás, tudo será visto com outros olhos e gostar-se-á do mal disposto como se gostava antes.
Pelo menos, essa esperança existe.
quarta-feira, 9 de março de 2011
Resoluções Para A Vida Futura #2
Ter o cuidado de pensar duas vezes antes de falar mal da bófia.
É que, parecendo que não, os senhores têm uma paciência infinita para aturar histórias de velhotes de 80 anos que já não sabem conduzir e que já não sabem se bateram ou não num carro qualquer quando estavam a estacionar a banheira.
E no meio, até conseguem ter uma simpatia cintilante.
Merecem o in dubio pro reu só por causa disto.
É que, parecendo que não, os senhores têm uma paciência infinita para aturar histórias de velhotes de 80 anos que já não sabem conduzir e que já não sabem se bateram ou não num carro qualquer quando estavam a estacionar a banheira.
E no meio, até conseguem ter uma simpatia cintilante.
Merecem o in dubio pro reu só por causa disto.
Resoluções Para A Vida Futura #1
Agora que se atingiu a provecta idade de um quarto de século, resolve-se começar a tomar decisões e demais resoluções para que daqui a dez ou quinze anos não se venha a constatar que, afinal, tanta conversa, tanta rebeldia e nada de novo, é-se igual aos restantes avós, saudosistas e velhos do Restelo que povoam este rectângulo à beira-mar plantado.
Decida-se, portanto, que se algum dia se vier a ter possibilidade de ser mandatária, depois de passar as provações e demais obstáculos que o querido Bastonário entretanto gosta de pôr no caminho, e chegar a hora de ter estagiários, só haverá lugar a aceitar os mesmos se houver condições de lhes pagar decentemente.
Só haverá lugar a ter um aprendiz quando e se tiver tempo para lhe dedicar a atenção que ele/ela merece, sentá-lo/a ao pé de mim e ensinar tudo o que sei, olha isto faz-se assim, o solicitador não faz um cu do que tu pedes?, pega no telefone e melga, não percebes a letra do juiz no despacho?, antes de fazeres requerimento a pedir uma aclaraçãozinha, liga para o tribunal que os funcionários conhecem a letra de todos os juízes e até ajudam, não sabes fazer?, faz errado e depois nunca mais te esqueces. Só não vás é pedir certidões para efeitos fiscais aos agentes de execução que eles mandam-te levar na pá.
Só haverá lugar a ter um estagiário se, daqui a dez ou quinze anos, não tiver a mania que sei tudo e os que saem das faculdades não sabem nada. Se algum dia acordar com esta mania, não quero ter estagiários, para quê, se depois vou passar a vida a chagar os cornos aos miúdos porque são burros e calhaus com olhos?
Só haverá lugar a ter estagiários se conseguir ter a capacidade e o dom da paciência, mais o dom da capacidade financeira, que para geração à rasca já bem basta a minha.
E só terei um estagiário se me conseguir lembrar do nome dele, e não lhe trocar o nome pelo da secratária ou pelo da antiga estagiária que não servia para nada.
E nunca, mas nunca quero chamar um aprendiz de 'estagiário'. Para geração precária, bem basta a minha.
Decida-se, portanto, que se algum dia se vier a ter possibilidade de ser mandatária, depois de passar as provações e demais obstáculos que o querido Bastonário entretanto gosta de pôr no caminho, e chegar a hora de ter estagiários, só haverá lugar a aceitar os mesmos se houver condições de lhes pagar decentemente.
Só haverá lugar a ter um aprendiz quando e se tiver tempo para lhe dedicar a atenção que ele/ela merece, sentá-lo/a ao pé de mim e ensinar tudo o que sei, olha isto faz-se assim, o solicitador não faz um cu do que tu pedes?, pega no telefone e melga, não percebes a letra do juiz no despacho?, antes de fazeres requerimento a pedir uma aclaraçãozinha, liga para o tribunal que os funcionários conhecem a letra de todos os juízes e até ajudam, não sabes fazer?, faz errado e depois nunca mais te esqueces. Só não vás é pedir certidões para efeitos fiscais aos agentes de execução que eles mandam-te levar na pá.
Só haverá lugar a ter um estagiário se, daqui a dez ou quinze anos, não tiver a mania que sei tudo e os que saem das faculdades não sabem nada. Se algum dia acordar com esta mania, não quero ter estagiários, para quê, se depois vou passar a vida a chagar os cornos aos miúdos porque são burros e calhaus com olhos?
Só haverá lugar a ter estagiários se conseguir ter a capacidade e o dom da paciência, mais o dom da capacidade financeira, que para geração à rasca já bem basta a minha.
E só terei um estagiário se me conseguir lembrar do nome dele, e não lhe trocar o nome pelo da secratária ou pelo da antiga estagiária que não servia para nada.
E nunca, mas nunca quero chamar um aprendiz de 'estagiário'. Para geração precária, bem basta a minha.
terça-feira, 8 de março de 2011
Leituras XXXIV
Já que foi lido o primeiro livro, que foi uma bela desilusão, por uma questão de princípio e para poder falar mal em conformidade, resolveu-se ler o que o segundo livro da saga tinha para oferecer.
Fale-se, portanto, mal em bastante conformidade.
Nada de novo. As novas personagens são o espelho daquilo que os seus pais foram, no primeiro livro, por isso nada de novo a acrescentar no reino da idiotice literária.
Juliet Marillier tem traços característicos na sua escrita. Por exemplo, em todos os livros, há-de sempre haver um personagem que cai num buraco e nesse buraco há-de estar alguém para socorrer o personagem. E, invariavelmente, esses dois espécimes vão apaixonar-se.
E, em alguma altura da história, duas pessoas hão-de ter vontade de pinar e como ainda não estão casadas, daí se gerará um problema qualquer que rapidamente é ultrapassado com a desculpa do foi por amor. Mas é preciso desculpas para pinar?!
E, como não podia deixar de ser, os que eram maus ficam bonzinhos e os que eram apenas mais ou menos maus, tornam-se completamente bonzinhos e fica tudo na paz do senhor, ou não fosse este um romance judaico-cristão disfarçado de romance histórico nórdico-pagão.
Perda de tempo.
Ai A Porra ...
Quem está em casa de manhã e alapa o rabo no sofá a ver televisão, arrisca-se a coisas destas.
Parece que está a decorrer um concurso na televisão pública para determinar quem é o rei do acordeão. Acordeão, sim.
Muito típico da televisão dos anos 60?
Não importa.
Importa que é assim que a televisão pública gasta o dinheiro do contribuinte.
Parece que está a decorrer um concurso na televisão pública para determinar quem é o rei do acordeão. Acordeão, sim.
Muito típico da televisão dos anos 60?
Não importa.
Importa que é assim que a televisão pública gasta o dinheiro do contribuinte.
segunda-feira, 7 de março de 2011
Festival da Canção 2011
Estou francamente orgulhosa destes senhores.
Contra todas as expectativas, ganharam o Festival da Canção e ainda deram um belo de um bailinho a todos os outros concorrentes que, a bem da verdade, não valiam grande coisa.
Claro que os velhos do Restelo, que constituem 95% da população deste país, acharam muito mal, que era uma pouca vergonha, que imagem era esta que iria passar lá fora do nosso país, se isto tem algum jeito, e mimimimi.
Pois bem, meus caros, newsflash para vocês:
Ninguém quer saber do Festival da Eurovisão da Canção. Ninguém vê, ninguém sabe quem foi a última canção vencedora, sabem que é alemã porque ouviram dizer que os Homens da Luta iam cantar em Dusseldorf em Maio, senão nem isso sabiam, não querem saber.
Ficam todos escandalizados porque levam lá estes que só querem transmitir boa disposição e gozar com a realidade, mas não se importaram de levar à Finlândia uma tal de Sabrina, que é uma cantora PIMBA, com uma letra de um tal de Emanuel que, vá, é um cantor PIMBA. Ou não tinham percebido?
Ah pois, como é pimba pode ser, como é satírico, já não porque parece mal.
Já lá vai o tempo em que a Eurovisão era o único momento do ano em que o resto da Europa se lembrava que havia Portugal.
Hoje lembram-se de nós todos os dias por coisas bem piores, como a dívida pública e a entrada iminente do FMI, por isso não fiquem abespinhados porque ainda há quem tenha sentido de humor e queira levar a boa disposição lá fora.
Cinema XXXIII
domingo, 6 de março de 2011
Aniversário
Digamos que fazer a 'redonda' idade de 25 anos tem os seus proveitos.
Nos presentes, por exemplo.Bastante proveitoso.
Acho que para o ano faço 25 outra vez...
Diga-se, portanto, que a partir de agora não mais chego tarde a lado nenhum e nunca mais me perco na estrada.
Nos presentes, por exemplo.Bastante proveitoso.
Acho que para o ano faço 25 outra vez...
Diga-se, portanto, que a partir de agora não mais chego tarde a lado nenhum e nunca mais me perco na estrada.
sábado, 5 de março de 2011
sexta-feira, 4 de março de 2011
Last Hours
Nestas últimas três horas com 24 anos, podia e talvez até tivesse mesmo vontade de espernear, maldizer a minha sorte e barafustar forte e feio contra um qualquer me resolveu chatear-me, hoje, logo hoje!, contra todas as probalidades, mas não o vou fazer, embora me apeteça, e apeteça bastante, mais uma coisa que me vai ficar entalada na garganta para mais tarde raspar do inconsciente, mas que se lixe, não pode ser sempre a fazer o gostinho ao rancor.
Hoje despeço-me da juventude e entro na idade adulta da única maneira que faz com que seja realmente divertido.
A fumar ininterruptamente.
A comer pipocas alarvemente.
A ver um programa/filme estúpido descontraidamente.
A mandar uma grande e esplêndida caralhada para tudo o resto.
Hoje despeço-me da juventude e entro na idade adulta da única maneira que faz com que seja realmente divertido.
A fumar ininterruptamente.
A comer pipocas alarvemente.
A ver um programa/filme estúpido descontraidamente.
A mandar uma grande e esplêndida caralhada para tudo o resto.
Há um ano trás, exactamente neste dia, vi e vivi de perto porque é que este país não respeita quem trabalha. Exactamente neste dia, há um ano atrás, percebi que os direitos dos trabalhadores são folhas de papel ao vento e que o Código de Trabalho não é mais que um conjunto de palavras escritas de propósito para foder o empregador explorador.
Há um ano atrás, ainda podia tremer quando alguém gritava.
Mas isso era há 12 meses passados.
O que aprendi entretanto dava para preencher muitos livros de uma biblioteca jurídica.
O que aprendi antes disso dava para preencher outros tantos livros, não jurídicos, mas de grande utilidade na vivência diária.
Passou.
Mas não me esqueço.
Há um ano atrás, ainda podia tremer quando alguém gritava.
Mas isso era há 12 meses passados.
O que aprendi entretanto dava para preencher muitos livros de uma biblioteca jurídica.
O que aprendi antes disso dava para preencher outros tantos livros, não jurídicos, mas de grande utilidade na vivência diária.
Passou.
Mas não me esqueço.
terça-feira, 1 de março de 2011
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