Por aqui, na terra das girafas em lingerie, começa-se a conhecer os cantos à casa.
Não obstante ter-me perdido duas vezes numa ida à casa de banho, até é um escritório confortável para se trabalhar.
Aqui impera essencialmente a regra do silêncio: não se faz barulho por coisa nenhuma. Até os telefones tocam baixinho e com toques do mais discreto possível.
Da primeira vez que o meu telefone tocou, ia jurar que havia uma fuga no ar condicionado, porque ouvia um assobio estanho e ininterrupto que não sabia a origem. O chão é todo alcatifado, abafando todos os passos, mesmo daquelas que calçam tamancos barulhentos. O que é óptimo para quem gosta de borregar nas redes sociais; quando se dá por isso tem-se a entidade patronal a cheirar e nem se ouviu a pessoínha entrar.
Agora que já se passaram alguns dias, começa a estranheza a ir embora e começam a criar-se laços suficientes para as conversas de café, à hora do almoço. Que é como quem diz, vamos desancar nos bodes que mandam nisto.
Percebo - não sem algum alívio - que trabalhar aqui ou naquela comarca do demónio, naquela casinha cheia de monstros civilistas - ou, a bem da verdade, noutra qualquer - acaba por ser mais ou menos a mesma coisa. A única diferença é que quem manda aqui tem mais a mania.
O que não deixa de ser engraçado.
Aguardam-se tempos de grande e bom queixume, estou a prever.
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