segunda-feira, 5 de junho de 2017

Coisas que constato enquanto espero nas Finanças, com 578462 senhas à minha frente:

 - Os velhos são a razão pela qual há fila em tudo o que é repartição pública;

 - Os funcionários não têm vergonha na puta da cara e interrompem o trabalho que estão a fazer para irem beber café a meio da manhã, com 300 senhas por atender;

 - Os velhos, que poderiam ir despachar a sua vidinha num qualquer horário, entendem por bem ir logo de manhã, ao mesmo tempo que os que ainda trabalham e têm de se despachar porque estão a perder tempo de trabalho;

 - Os degraus daquele prédio estão tão gastos pelos pés das pessoas que me ia esbandalhando um cento de vezes antes de perceber porque motivo os degraus tinham bossas;

 - Os velhos que entendem por bem ir de manhã a repartições públicas só lá vão para poder usar do direito ao atendimento prioritário;

 - A população activa que aguenta que os velhos sejam atendidos em primeiro lugar deseja ardentemente que os avós desta vida morram atropelados por vacas em fúria;

 - Cheira-me que muitos dos lobotomizados portugueses estejam a trabalhar naquele Serviço de Finanças muito específico da Margem Sul, a avaliar pelo desempenho maravilhoso de todos eles quando descobrem que o assunto que ali traz o contribuinte não é, afinal, ali que deve ser tratado;

 - Estranho como não há gente que parte mais vezes e mais rapidamente para a violência quando percebe que há mais um velho a fazer-se de coxo para passar à frente;

 - A porra dos velhos insistem em contar a vida toda a toda a gente e atrasam o expediente já de si sobrecarregado, concluindo exactamente como comecei: Os velhos são a razão pela qual há fila em tudo o que é repartição pública.

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