Coisas que constato enquanto espero nas Finanças, com 578462 senhas à minha frente:
- Os velhos são a razão pela qual há fila em tudo o que é repartição pública;
- Os funcionários não têm vergonha na puta da cara e interrompem o trabalho que estão a fazer para irem beber café a meio da manhã, com 300 senhas por atender;
- Os velhos, que poderiam ir despachar a sua vidinha num qualquer horário, entendem por bem ir logo de manhã, ao mesmo tempo que os que ainda trabalham e têm de se despachar porque estão a perder tempo de trabalho;
- Os degraus daquele prédio estão tão gastos pelos pés das pessoas que me ia esbandalhando um cento de vezes antes de perceber porque motivo os degraus tinham bossas;
- Os velhos que entendem por bem ir de manhã a repartições públicas só lá vão para poder usar do direito ao atendimento prioritário;
- A população activa que aguenta que os velhos sejam atendidos em primeiro lugar deseja ardentemente que os avós desta vida morram atropelados por vacas em fúria;
- Cheira-me que muitos dos lobotomizados portugueses estejam a trabalhar naquele Serviço de Finanças muito específico da Margem Sul, a avaliar pelo desempenho maravilhoso de todos eles quando descobrem que o assunto que ali traz o contribuinte não é, afinal, ali que deve ser tratado;
- Estranho como não há gente que parte mais vezes e mais rapidamente para a violência quando percebe que há mais um velho a fazer-se de coxo para passar à frente;
- A porra dos velhos insistem em contar a vida toda a toda a gente e atrasam o expediente já de si sobrecarregado, concluindo exactamente como comecei: Os velhos são a razão pela qual há fila em tudo o que é repartição pública.
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