terça-feira, 7 de março de 2017



Até sou pessoa para gostar e vibrar com o Festival da Canção, tanto o nacional como a gloriosa final lá fora, como dizem as pessoas idosas.
Todos os anos vejo religiosamente e todos os anos fico tristíssima por levarmos fracas representações quando temos tanta e tão rica música para mostrar. Se bem que tenho algumas saudades da Suzy e do seu Quero Ser Puta Tua, agora que penso nisso.
Bom, adiante.

Parece que se escolheu o Sr. Salvador Sobral para nos representar. E até havia muita coisa aceitável naquele concurso; até fiquei surpreendida por não haver fadinhos contentes, tamanha a diversidade que este ano se nos apresentava. Compositores de renome e até alguns artistas - quão idosa estou eu hoje?! - sobejamente conhecidos chegaram-se à frente e fizeram do Festival uma coisa honrada de novo. Foi bonito de ser ver, não se diga que não.

E depois escolhe-se isto. Quer dizer, até nem é muito mau, tendo em conta participações passadas, em que a pimbalhada levou a melhor; a música é bonita e tem uma orquestração interessante, mas é claramente música da moda, completamente trendy e com um cheirete a hypster que mete dó.
Tudo na interpretação deste moço tresanda a ya tão não quero saber mas dizem que sou artista. Aqueles tiques de cabeça, a fazer lembrar uma mula embriagada no meio do pasto, não abonam nada à música e parece somente que meteu ácidos antes de subir ao palco. Hei-de experimentar cantar com o nariz entupido, numa das minha crises de sinusite (vocês não sabem mas este post é patrocinado por uma loja de produtos geriátricos na Torre da Marinha), para ver se o resultado sai igual... Já para não falar na quantidade de óleo naquele cabelo que dava para fritar ali uns filetes num instante. E da roupa que deve ter ido buscar àqueles bidões da caridade. Quando falo de hypster, é isto mesmo. Aposto que tem o último modelo do iPhone no bolso.

Porém, anda toda a gente muito entusiasmadinha com a música, que é tão linda, tão bem apetrechada, tão elogiada lá fora (lá está...) e mais isto e aquilo. Não é demais repetir que já levámos bem pior, mas estou quase para apostar qualquer coisa que não me faça falta que, agora que levamos este estilo de canção toda melosa e modernaça, toooooda a gente vai levar música de carrinhos de choque.

Só para não parecer maledicente em demasia, vou dizer o que anda tudo a dizer: ai ca lindo.

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