segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Salty as Fuck #17

Já a melhor parte de estar aqui no dia de hoje, toda podre, toda dorida e com vontade absolutamente nula de estar a produzir qualquer coisa, é que amanhã não se trabalha, como demonstração espectacular de quão bons patrões nos calharam em sorte (sendo certo que uma está na neve e outro passou a manhã no surf, o que é sempre bom).

#pócaralho

Worst Day Of May Life - Parte III

Pelo facto de ter ficado com a fronha toda amassada pela aterragem filha-da-puta, que me fodeu toda, é preciso dizer, já não preciso de gastar dinheiro em máscaras de Carnaval, que já tenho a cara toda enfeitada.

Se isto não é olhar para o lado mais feliz da vida, não sei o que mais possa ser.



Humberto Bernardo, volta, estás perdoado!

#andatudoadormir

Worst day Of My Life - Parte II

Sem dúvida a melhor parte de toda a experiência é ver as fotografias, depois de se ter quase morrido nas alturas com não-sei-quantos longos segundos sem conseguir fazer entrar oxigénio no corpo.

Principalmente as caras de cu que uma pessoa, lutando pela sobrevivência, faz a cair a 200km/h de uma altura de 4200m.

Não ponho aqui porque tenho honesta vergonha dos propósitos naquela altura porque, a bem da verdade, é de partir o coco a rir. Caras dignas da melhor comédia, a sério.

Para compensar, vou na rua a rir-me sozinha da minha triste figura, ficando todo o povão a olhar para mim, maluquinha, com a cara em obras e a rir-me como uma perdida.
Já se está mesmo a ver o que vai acontecer da próxima vez que for ao cabeleireiro e me estiverem a lavar a cabeça, não é...?!

Só me falta a sentença, já se sabe...

Queixume Pós Gestacional #7

Passei tanto tempo com fomes de alimentos proibidos, a 'aguar' (expressão muito típica da minha ilustre terra e que deve ler-se 'augar') por coisas simples como queijos moles, chouriços e presunto (já para não falar no maldito sushi, cuja fome me perseguiu durante 39 longas semanas) que cada vez que, agora já sem qualquer tipo de restrição alimentar, vou, toda lampeira, comer como uma abadessa, ainda paro muitas vezes a pensar se posso comer estas coisas boas.

Isto quando, às vezes esquecida, já vai o prato a meio e se me vem à memória que não poderia estar a comer este ou aquele alimento, ainda tenho 1,2 microssegundos de pânico, pensando que o puto vai nascer com um alho-porro na testa à pala da minha gula desenfreada. Depois lembro-me das vinte e nove horas e meia de trabalho de parto para o bezerro sair e deixo-me logo de merdas, comendo o que mais haja.

Tão bom, não é?

Worst Day Of My Life

E olhem que pari sem anestesia...
E esborrachei as trombas na aterragem...

Nada se compara com este sufoco de cair no vazio sem conseguir respirar.

Foda-se, não me apanham noutra.

Tirando isso, foi horrível.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Salty as Fuck #16

Como ser advogado é uma profissão de risco para o cérebro, de vez em quando acontecem coisas como ir todo lampeiro para o tribunal, a pensar que se tinha audiência prévia no dia de hoje, dia 24 de Fevereiro, às 10h quando afinal a porra da audiência prévia só terá lugar no dia 24 de Março, pela mesma hora.

Distrações todos temos e não faz de nós menos profissionais nem mais estúpidos por causa disso, são coisas que acontecem. Quando a chefia fica a saber do sucedido, esboça um sorriso e, com uma pancadinha amigável nas costas, limita-se a dizer: "Deixe lá."

Não é por nada, nem por mera inveja do distraído, mas se fosse comigo estaria o caldo entornado e não faltariam adjectivos menos bondosos e simpáticos para qualificar a minha falta de atenção e devaneio.

Como daquela vez em que fui para não-sei-onde, creio que Mafra ou uma terra sinistra parecida, em dia de feriado municipal e quando regressei ao ninho após a viagem frustrada, não faltaram logo comentários muito queridos e abonadores da minha pessoa, começando e acabando com a máxima de para que queria eu a agenda jurídica se nem sequer me servia dela para ver os feriados das terras vizinhas.


O que chateia nem é o ralhete, nem a falta de atenção em si, que existe e por isso tem que ser corrigida; é mais a diferença de tratamento, numa verdadeira acepção da expressão uns filhos outros enteados.

Portanto, o que apraz dizer, em vez das caralhadas habituais é simplesmente: ai se fosse eu...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Salty as Fuck #15

Habitamos profissionalmente numa casa velha. Embora bem arranjadinha e adaptada à modernidade dos dias correntes, padece de muitas e vastas maleitas, próprias da idade, que os proprietários vão remendando aqui e acolá.

Hoje, estava tudo na sua vidinha, ao que parece, que a minha pessoa estava fora nas andanças costumeiras, quando cai o tecto da sala de reuniões. Assim. Do nada. Ouve-se um grande estrondo e, quando se dá por ela, está o estuque e a madeira todos no chão, em cima da mesa, das cadeiras, dos móveis, enquanto se abria uma goela preta e imunda, toda podre e cheia de teias de aranha, por cima das cabeças de todos.

Claro que toda a gente se mobilizou para arrumar e limpar imediatamente a sala, até porque havia clientes a chegar e parece que dá um bocado de mau aspecto recebê-los numa barraca em ruínas. Ninguém se queixou, toda a gente meteu mãos à obra num instante.

O que mete mesmo nojo, mais nojo que aquelas teias cheias de moscas mortas que agora pendem da bocarra aberta no tecto é que aquele barrigudo de merda - que é assim que na minha ilustre terra se chama aos gajos que não fazem ponta de corno - em vez de se dobrar para varrer o chão, apanhar o entulho, aspirar o pó, tirar a carpete, limpar a poeira nos móveis, e todas as outras coisas que estão por fazer numa sala onde acabou - for fuck sake, caralho! - de cair a porra do tecto, põe-se ao longe a mandar bitaites estúpidos, a mandar a trabalhar quem já está ocupado (lindo...) e aos gritinhos porque as coisas não estão a ser feitas como sua majestade deseja. Tudo porque o bode não pode sujar-se, como está bom de ver.

Nem vale a pena começar a tecer grandes considerandos porque senão nunca mais daqui saímos, tamanha a estupidez, cretinismo e mesquinhez associadas.

Apenas pergunto se não poderia ter o tecto caído em cima dele quando estivesse a dar consulta.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Salty as Fuck #14


Maneiras que tem sido mais ou menos este o espírito por aqui nos últimos tempos, mas mais vale estar calada porque a merda é sempre toda igual, queixinhas para aqui, queixinhas para acolá, e depois fica-se sempre na mesma como a lesma até ao dia em que se morre e não se deixa nada para trás, nem uma marca nem uma memória, nem coisa nenhuma e acabamos por ser sempre todos as mesmas mulas de carga, fazer alguma coisa para mudar é que está de gesso, que é lá isso que dá trabalho e anda tudo sem vontade, maneiras que volta tudo à mesma dança quotidiana, fastidiosa e que mata aos poucos e não vale a pena estar-se tudo a chatear, mais vale estar-se tudo a borrifar.




Ou então não.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

So True


#acasaéquasetodasóparaasminhastralhas

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Reminiscências #16

Às vezes, quando estou no meio de um qualquer afazer, lembro-me daquele dia na escola primária, algures na 1ª classe, em que levei um tabefe no rabo da senhora professora.
Já não era tempo de réguadas, ou orelhas de burro ou coças de meia-noite na escola, mas ainda não se estava nos tempos áureos de hoje em dia, em que uma coisa destas dava direito a pendurarem a senhora professora pelos pés num poste, sem roupa e com ferros em brasa a serem-lhe enfiados pelos orifícios corporais sem pausa para almoço. Como está bom de ver, devia estar a fazer qualquer coisa que me mandaram e a gaja, como déspota que era, resolveu fazer tábua rasa dos direitos adquiridos no 25 de Abril e enfardou-me um estaladão pelas nalgas dentro.

Naquele tempo, e agora parece que recuámos ao tempo em que o messias dos outros ainda caminhava pela terra, a minha Avó ia esperar-me ao portão da escola, juntamente com outras mães e avós desta vida que, sem nada para fazer, iam zelar pela segurança dos seus mais-que-queridos no caminho escola-casa.

Já não sei o que terá fundamentado tal conduta,  se não achei grande graça ao tabefe que levei (provável) ou se tinha medo que a senhora professora se adiantasse e fosse dizer à temível Avó o que tinha feito (muito provável), o que é certo é que assim que pus o pé fora da porta do edifício e assim que avisto aquela cabeleira toda branca, dou um grito: "Ó Avó, hoje apanhei!".
Gargalhada geral, está visto.

A pobre mulher, com o rosto escondido dentro de uma mão, ria-se de perdida. Mas deu algum resultado: acabou por achar alguma graça e, daquela vez, não ouvi ralhar.


Às vezes, lembro-me disto, e de outras histórias da minha longínqua infância. Normalmente quando estou a conduzir em fila e a polícia está mesmo ao lado ou então quando vou ao cabeleireiro e me estão a lavar a cabeça, que o riso tem um sentido de oportunidade tremendo.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Parece que hoje é Dia Mundial do Gato.
Queria parecer contente com a celebração de tal criatura majestosa, mas não consigo.
Tenho saudades, grandes e dolorosas, do meu querido e felpudo amigo que partiu há 6 meses e que deixou a minha vida infinitamente mais pobre. Tenho em mim o desgosto cravado, que carrego comigo para qualquer parte e não consigo deixar de olhar para aquela casa, agora vazia e cinzenta, e não ver um olho azul a espreitar, uma causa de fora de uma cadeira ou uma pata em cima de um parto ou copo, na cozinha.
Ainda por cima, agora que tenho um bebé fofo e rechonchudo não lhe posso mostrar a maravilha que é ter um animal de estimação que se aloja no peito, se torna parte de nós e nos acompanha para o resto da vida.

Still miss you, baby.
Still miss you.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Qualquer Semelhança Com a Realidade Já Não É Pura Coincidência

Tanto tempo a destilar ódio que agora sinto falta de não ter nada com que embirrar.
Não que lhe sinta a falta, nem nada disso, porra nem pensar.
Mas confesso que sinto alguma falta da rúbrica do 'Qualquer Semelhança'. Saudosa, fui à procura numa pasta de vídeos os que guardava para aquela etiqueta, para ver se podia aproveitar algum dos que lá estão para outras ocasiões e dei com os olhos neste.
Guardei-o para o dia em que ele se fodesse todo e fosse definitivamente para a puta que o pariu - vede a minha capacidade visionária e divinatória: sempre soube que isto havia de dar asneira, mas não vale a pena estar para aqui a repetir a  mesma história que já repeti 26545 vezes e cujo bottom line é eu tinha razão - e acabei por me esquecer de a colocar aqui (como foi possível?!)
Deixo-o aqui como lembrete do que foi e de como mais vale rir agora de toda a merda que poderia ter sido (bem pior, como está bom de ver).

Leituras Nº ... Qualquer Coisa Serve


Tem tudo para correr mal: escrito na primeira pessoa, o que normalmente é prelúdio de obra pobre, sobre acontecimentos (no início) muito pouco interessantes sobre uma personagem dúbia e extremamente controversa.
No entanto, as primeira impressões são enganadoras e posso afirmar, com toda a honestidade, que se revelou uma história rica em pormenores deliciosos e repleta de relatos históricos sobre a Revolução Francesa, os períodos do Terror e do Directório e a ascensão de Bonaparte ao poder que não se encontram em livros de História.
Relevo o final surpreende e muito original.
Muito bom.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Mais do Mesmo

Esta é a vontade que se me assola os cornos quando vejo Colegas armadas em boas, que são gandas bosses no crime e coiso, só porque têm escritório no Cacém e que isso lhes confere um estatuto de elevada consideração social (inserir gargalhada), e que têm tanta experiência em tudo e mais um par de botas, que até foram parir os filhos a Paris de France que cá não há nada como deve de ser, e que são tão boas e os outros são tão merda que, no fim de contas, os clientes delas são todos condenados a penas filhas da puta das quais não se recorre porque leva sopa (cédula adquirida no pacote da Amparo) e os meus são absolvidos e livres do pecado e de toda a perturbação.

Chupa, puta.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Queixume Pós Gestacional #6

A única pequena mágoa que guardo é que antigamente, e parece que estou a falar de há 10 anos atrás, chegada a sexta-feira era dia de jantarinho fora e cineminha.
Ele era sushi, ele era bifes, ele era pizza, ele era tudo e mais um par de botas. E depois, filmes e mais filmes. Às vezes pipocas.

Agora não.
Mas chego a casa e tenho uma Corujinha que se ri quando olho para ele e que fica genuinamente contente por me ver.

E é tão fixe, caraças.

Salty as Fuck #13

Ainda mal cheguei e já nada esta puta desta casa no mesmo vendaval do costume.
Ainda mal cheguei e já só oiço falar em merdas que já oiço há sete anos.
Ainda mal cheguei e só oiço ora cochichos, ora berros, todos sobre o mesmo tema.

Reunião anual.
Que é como quem diz, hora de levar na boca colectiva e individualmente, seja à frente de quem for.

Ainda mal cheguei e já só quero ir embora.
(Vê-se mesmo que já voltei ao trabalho e que, após ter sido progenitora e baixar em mim uma maior maturidade, continuo a dar o cuzinho e oito tostões para fazer gazeta ao trabalho e andar, ao invés, a actualizar o blog, depois de não-sei-quantos-meses a não escrever uma única linha, não é?)