terça-feira, 28 de junho de 2011

Sandro Milton

O que mais se tem visto por essa web fora, para além das manifestações de apoio e marchas de velinhas, é um constante arremessar de pedras pelo facto de o senhor conduzir sem cinto.
Não obstante que esse facto o poderia ter salvo do infortúnio, não se percebe porque raio é que, de repente, há tanta e tão boa gente a mandar papos para o ar sobre as práticas seguras de condução rodoviária.
Dá, pois, a ideia de que ninguém nunca fez asneiras ao volante. Dá a ideia de que ninguém nunca se distraiu, ou pôs o prego a fundo, usou o telemóvel enquanto conduzia, tirou os olhos do volante para olhar não sei para onde; dá a ideia de que, de repente, somos todos condutores exímios e mestres na condução segura, que nunca fazemos disparates, nunca conduzimos mal, nunca temos momentos de pouca clarividência na estrada.
Exactamente porque todos temos esses momentos, é que devia haver lugar a fechar a boca antes de dizer mal, de dedinho esticado em riste, a mandar larachas sobre as boas práticas de condução. Devia haver correcção das más condutas em vez de estarem com a super mania de que são super condutores super respeitadores das regras do Código da Estrada.
Por aqui, que se tem plena consciência dos disparates que se fazem a conduzir, como enrolar cigarros à bela velocidade de 120km/h, desvirar a mala à procura dos óculos enquanto se segura o volante com as unhas ou segurar o mesmo volante com o joelho enquanto se procura um cd na caixinha, há, não a promessa solene, mas pelo menos, o pensar duas vezes, a partir desta data, da tragédia que pode advir de asneirar a conduzir um objecto de 1485kg de peso bruto.

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