terça-feira, 7 de junho de 2011

Apetece-me Grandemente Ser Porca #5

E apetecendo grandemente ser suína, apraz divagar sobre uma teoria que há já anos que espraia as suas raízes pelo cérebro fundido fora e que cada vez encontra mais razão no terreno da realidade.

Toda esta ideia deriva de vários e longos anos de observação dos hábitos e viveres sociais, do convívio com variadas 'espécies', que o Homem também é um animal, da análise e reflexão atenta, próprias de quem nada mais tem que fazer que não seja olhar para os outros a viver a sua vida, em vez de viver a sua. Pergunta-se mesmo porque raio não se seguiu uma brilhante carreira na área da sociologia ou antropologia, ou mesmo, quem sabe, na área da segurança social, daria uma óptima funcionária pública, olhando todo o santo dia para o padrão de comportamentos sociais em vez de trabalhar, só há disto lembrança quando já se está atolado até ao pescoço na OA, enfim, que fazer?, talvez cozinhar umas batatinhas...

Resulta, então, de observação e análise cuidada que vem a ser de direita quem não tem onde cair morto.

Obviamente que sempre se dirá que os grandes capitalistas, que sempre viveram bem e têm dinheiro a rodos, são, em si e como o nome indica, de direita. Será verdade. No entanto, esses são a minoria, infelizmente os ricos são uma espécie rara e cada vez mais em vias de extinção, fossemos todos ricos e não havia metade do parlatório que há por causa de crise.

Não sendo ricos, inventam. E falam, falam, falam...

São contra o ensino público, mas estudaram todos em escolas e faculdades públicas. Não gostam de pagar para a segurança social, mas faz-lhes jeito esticar a mão ao Estado na velhice ou quando lhes dá uma canageira e têm que ir ao hospital, só pagando 2,25€ de consulta.
Acham que o sistema nacional de saúde é mau e só dá prejuízo, que o bom seria cada um pagar do bolso o remédio para a tosse e mais nada, mas quando lhes dá jeito e têm de lá ir parar, é só falar mal.
Falam mal do facto de o Estado sustentar não-sei-quantos que não querem trabalhar, mas quando esse mesmo Estado lhes dá abono de família para não morrerem à fome, tudo muito bem.
Continuam a falar mal do Estado, raça de entidade que só faz é merda, mas andam de comboio e autocarro e pagam o passe ao preço da chuva, vivem em casinhas do arrendamento jovem (er... deixa cá ver, facultado pelo Estado, não é?) e devem a instrução ao belo do Estado porque já quando eram pequenos não havia dinheiro para os pôr nos colégios.

Pois sim, o Estado social, a escumalha da sociedade a viver à deriva e às custas de quem trabalha, e no caminho, no meio da maralha, como quem não quer a coisa, vão-se pondo na fila da 'boda aos pobres'.

Admite-se perfeitamente que se almeje a uma vida melhor que aquela que os pais lhes puderam proporcionar; ainda bem que há vontade que há vontade de trabalhar, de evoluir, de progredir a todos os níveis.

Porém, convém não ser hipócrita. E convém mostrar um pouco de mais reconhecimento.

Não que o sistema seja perfeito, que não é, nem para lá caminha, mas algumas das coisas que se encontram estabelecidas protegem toda a gente, inclusive os que mais precisam e também aqueles que são muito neo-liberais mas que mamam à mesma quando a fominha aperta.

Não é, meus amigos?

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