Devo ter cara de quem dá confiança para dar e vender.
Devo, pois!
Devo ter cara de quem mete os outros logo à vontade, com um ar bonacheirão e simpático, que faz com que toda a gente com quem travo conhecimento tenha vontade de se pôr confortavelmente na minha presença.
Por isso é que senhores respeitáveis desatam a praguejar como se não houvesse amanhã, a pronunciar toda a espécie de asneirada assim que me conhecem, despejando merdas e caralhadas a torto e a direito, alegremente e tudo com muita descontracção porque a partir de agora somos todos amiguinhos.
Não que me incomode, a bem da verdade.
A bem da verdade, não me perturba mesmo nada, porque quem como eu que adora dizer asneiras e encher a boca para dizer uns foda-se e filha-da-puta, que é de longe a minha asneira predilecta, estes episódios são amendoins.
O que começa a ser caricato é que já não é a primeira vez que tal sucede. Leia-se senhores respeitáveis e pais de família que passam a ter-me por perto em relação laboral sentem-se perfeitamente à vontade para asneirarem como se não houvesse amanhã.
O que me preocupa é porque é que isto acontece ...
Será porque inspira a minha fussa tanta confiança e cordialidade que dá vontade de estar logo à vontadinha, meter os pés em cima da mesa, arrotar e coçar o rabo?, ou se é porque a minha cara e o meu desempenho são tão ... qualquer coisa que dá vontade de maldizer a vida e por isso, dizem-se umas caralhadas, pode ser que alivie...?
Não sei se me apetece descobrir a verdade.
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