Porque são as pessoas estúpidas?
Bem, aqui está uma pergunta verdadeiramente difícil de dar uma resposta capaz e convincente.
Por vezes, o estúpido é só aquele que insiste em não dar um jeitinho pequeno e desviar-se 5 cm para se poder sair de um comboio atolado de gente camela.
Outras vezes, o estúpido é aquele que passa à frente na fila do café.
Outras vezes ainda, o estúpido é aquele que não se suporta e que insiste em habitar a mesma turma, e que de cada vez que abre a boca, só dá vontade de lhe enfiar lá para dentro uma granada sem o pino e correr para longe o mais depressa que se puder.
O estúpido, mesmo assim, pode ser o gajo do lado ou o que se conhece há anos, que nunca se viu, ou que se vê todos os dias, não interessa; pelo menos uma vez por dia, alguém neste belo país à beira mar plantado abre a boca para chamar estúpido a outrem, quando mais impropérios não saltam cá para fora. É normal, já ninguém liga, mas não parece que alguém se interesse em ir à raiz do problema e investigar o porquê de tanta estupidez amontoada num único ser humano, quando há gente que continua incólume, sem um único salpico na alma.
Facto: há estúpidos em todo o lado. Estúpidos na faculdade, na rua, nos transportes, nos cafés, nas lojas, nas casas de banho, a saírem pelas paredes, a saltarem do chão como cogumelos, a saírem de todos os lados, ao virar de cada esquina.
Outro facto: não se sabe muito bem porquê, mas existem. De facto, todos os seres humanos parecem dotados de uma certa estupidez militante, derivado do facto de, dada a nossa condição de imperfeitos, termos necessariamente de conviver com as falhas, dos próprios e dos outros. Uns possuem mais, outros possuem menos, mas em larga medida, todos a têm.
E depois surgem aqueles seres que contêm mais do que a sua dose de estupidez-por-humano, aqueles que abusam, que têm mais do que a sua pequena cabeça lhes permite suportar. Para tal, pode tentar-se arranjar as mais variadas explicações para o fenómeno, entre os quais:
a) sol a mais na mona;
b) fumar daquilo que dá para rir;
c) stress;
d) problema genético;
e) forte contusão cerebral devido ao choque entre a cabeça e o berço, em criança;
f) problema congénito;
g) inflamação cerebral derivada das pauladas que se levou na escola básica;
h) atrofia severa de alguma parte que faça falta depois de se ser aluna de um certo assistente de Teoria Geral do Direito Civil, numa Casinha cheia de Monstros Civilistas, em Lisboa;
i) ter tido DIP à menos de meia hora;
j) efeitos da medicação para a esquizofrenia;
Podia continuar-se aqui indefinidamente a tentar alvitrar soluções, tão estúpidas como o problema a que se refere, até se perceber que não haveria grande explicação, afinal.
A explicação dá-se com um mero e singelo ...
porque sim.
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