Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Última do Ano
Nada melhor que encerrar 2008 com uma música velha como a terra, para variar, sempre da mesma gente.
Muito aconteceu neste ano que passa.
Foi bom.
Jingle Bombs
Uma mensagem de Natal 'original' que serve em jeito de comemoração de todas as festas da época.
Boas Festas!
Poema
Regresso às fragas de onde me roubaram.
Ah! Minha serra, minha infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, na distância!
Cantava cada fonte à sua porta :
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos o deserto esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.
Miguel Torga
Vinha isto num saco de pão.
Ah! Minha serra, minha infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram,
Mal eu surgi, cansado, na distância!
Cantava cada fonte à sua porta :
O poeta voltou!
Atrás ia ficando a terra morta
Dos versos o deserto esfarelou.
Depois o céu abriu-se num sorriso,
E eu deitei-me no colo dos penedos
A contar aventuras e segredos
Aos deuses do meu velho paraíso.
Miguel Torga
Vinha isto num saco de pão.
domingo, 28 de dezembro de 2008
E para animar ...
Ich brauche Zeit
Kein Heroin kein Alkohol kein Nikotin
Brauch keine Hilfe
Kein Koffein
Doch Dynamit und Terpentin
Ich brauche Öl für Gasolin
Explosiv wie Kerosin
Mit viel Oktan und frei von Blei
Einen Kraftstoff wie
Benzin
Brauch keinen Freund
Kein Kokain
Brauch weder Arzt noch Medizin
Brauch keine Frau nur Vaselin
Etwas Nitroglyzerin
Ich brauche Geld für Gasolin
Explosiv wie Kerosin
Mit viel Oktan und frei von Blei
Einen Kraftstoff wie
Benzin
Gib mir Benzin
Es fließt durch meine Venen
Es schläft in meinen Tränen
Es läuft mir aus den Ohren
Herz und Nieren sind Motoren
Benzin
Willst du dich von etwas trennen
dann musst du es verbrennen
Willst du es nie wieder sehen
lass es schwimmen in Benzin
Benzin
Ich brauch Benzin
Benzin
Gib mir Benzin
Benzin, Rammstein
Animai-vos, que o Mundo vai mal ...
Dedicação e Linguística
Quando não se fala bem português, não vale a pena.
Vive-se no pais de Camões que não conhecia outra língua, segundo consta, de maneira que não há outro remédio senão falar como deve ser para quem vive neste rectângulo a beira mar plantado.
Quem não fala bem português, nem tente.
Por mais que se explique, sai tudo trocado.
Por mais que se argumente, sai tudo ao contrário.
E para quem, além de não saber falar, ainda por cima tem falhas de audição, e aparentemente é burro como uma porta, então está o baile armado.
Porque raio é tão difícil perceber a língua na sua acepção plena quando já se nasceu a falá-la?
Porque raio de repente parece que houve uma mudança geográfica e foi-se parar aos confins de África, onde anda tudo aos pulos para pôr os outros na fogueira a assar e ninguém fala o mesmo dialecto?
Porque raio se falta logo àquela aula de português, dada para aí no 5º ano, onde se fala da interpretação?
Dedicar-se à pesca, uma expressão portuguesa, indicadora do que há a fazer quando fenómenos destes acontecem.
Vive-se no pais de Camões que não conhecia outra língua, segundo consta, de maneira que não há outro remédio senão falar como deve ser para quem vive neste rectângulo a beira mar plantado.
Quem não fala bem português, nem tente.
Por mais que se explique, sai tudo trocado.
Por mais que se argumente, sai tudo ao contrário.
E para quem, além de não saber falar, ainda por cima tem falhas de audição, e aparentemente é burro como uma porta, então está o baile armado.
Porque raio é tão difícil perceber a língua na sua acepção plena quando já se nasceu a falá-la?
Porque raio de repente parece que houve uma mudança geográfica e foi-se parar aos confins de África, onde anda tudo aos pulos para pôr os outros na fogueira a assar e ninguém fala o mesmo dialecto?
Porque raio se falta logo àquela aula de português, dada para aí no 5º ano, onde se fala da interpretação?
Dedicar-se à pesca, uma expressão portuguesa, indicadora do que há a fazer quando fenómenos destes acontecem.
Maravilha! II
"Não há clientes em Portugal para tantos advogados".
Marinho Pinto, Lusa, 28-12-2008
Animador...
Com tanta contestação ao sistema judicial, lembrar-se-á o Bastonário do que disse há um ano?
Marinho Pinto, Lusa, 28-12-2008
Animador...
Com tanta contestação ao sistema judicial, lembrar-se-á o Bastonário do que disse há um ano?
Os Contos de Beedle, O Bardo
"Mas embora procurasse durante muitos anos o terceiro irmão, a Morte nunca consegui encontrá-lo. Só ao atingir uma idade provecta é que o irmão mais novo tirou, finalmente, o Manto da Invisibilidade e o deu ao seu filho. E, então, acolheu a Morte como uma velha amiga, e foi com ela satisfeito, e, como iguais, abandonaram esta vida."
O Conto dos Três Irmãos, J.K.Rowling
Vale a pena. Ainda tem o mesmo cheiro de Harry Potter.
Maravilha!
Parece que anda no ar um surto de gripe que leva as pessoas em massa aos hospitais.
As notícias bailaram hoje em volta deste assunto, como que com medo que toda a população adoecesse de repente e não houvesse solução para todos os efermos que procuram centros hospitalares.
Ao que parece, não é só a gripe que leva as pessoas em debandada aos hospitais, em busca de um conforto sólido para os problemas do corpo ; também o espírito precisa de um conforto maior.
Gente há que acorre a estes centros vendilhões de saúde em troca de taxas moderadoras porque se sente afogueada, triste, devastada, angustiada e ansiosa porque não recebeu o que esperava de presente na noite de Natal. Literalmente frustrada porque não recebeu o presetinho que esperava.
E, oh gente incauta, não são as crianças as atingidas por esta onda de frustração trazida para o seio de uma sociedade saudável por temperaturas baixas e intempéries malditas!
São os adultos os que mal se sentem por verem as suas expectativas materiais goradas!
Fará o Natal mal aos que o vivem?
Ou anda tudo louco?
As notícias bailaram hoje em volta deste assunto, como que com medo que toda a população adoecesse de repente e não houvesse solução para todos os efermos que procuram centros hospitalares.
Ao que parece, não é só a gripe que leva as pessoas em debandada aos hospitais, em busca de um conforto sólido para os problemas do corpo ; também o espírito precisa de um conforto maior.
Gente há que acorre a estes centros vendilhões de saúde em troca de taxas moderadoras porque se sente afogueada, triste, devastada, angustiada e ansiosa porque não recebeu o que esperava de presente na noite de Natal. Literalmente frustrada porque não recebeu o presetinho que esperava.
E, oh gente incauta, não são as crianças as atingidas por esta onda de frustração trazida para o seio de uma sociedade saudável por temperaturas baixas e intempéries malditas!
São os adultos os que mal se sentem por verem as suas expectativas materiais goradas!
Fará o Natal mal aos que o vivem?
Ou anda tudo louco?
Happy Birthday
Tuomas Holopainen
The Poet once wrote :
"If you read this line, remember not the hand that wrote it
Remember only the verse, songmaker's cry the one without tears
For I've given this its strength and it has become my only strength.
Comforting home, mother's lap, chance for immortality where being wanted became a thrill I never knew
The sweet piano writing down my life".
( Devido às festividades da época recentemente celebradas, faltou assinalar esta data. )
sábado, 27 de dezembro de 2008
Depois da Festa
Agora que a comezaina acabou e que já todos enchemos o bandulho de coisas doces, agora que já todos os presentes se abriram e todos estamos contentes ( ou não ) com uma amostra de regresso à normalidade, nada melhor que um abrir de pestanas para constatar que se está num mundo em que nada é perfeito, e que o Natal, como tempo perfeito e de solidariedade e amor entre os Homens, já fez a sua parte no que à hipocrisia diz respeito.
Isto é o melhor dos exemplos.
Numa linguagem infantil de quem nada percebe dos assuntos sérios e realidades profundas e complexas, o isto pode ser traduzido como dois grupos de miúdos, moradores em bairros rivais, em que uns pregam umas bofas nos dentes dos outros e os tais outros respondem com uma chuva de calhaus.
Já numa tirada mais séria e digna de gente crescida, quer isto significar que o grupo de miúdos distribuidor de chapadões ao domicílio afinal atira calhaus e rockets aos quintal dos vizinhos, vizinhos esses, sempre simpáticos e prestáveis, aqui representados pelos tais outros, o outro grupo de miúdos, responde, não com os inocentes calhaus, mas com mísseis e outras coisas que tais, disparados de tanques estrategicamente posicionados para irem acertar na sopa de quem ao lado mora.
Pois sim, questões complexas, profundas, que duram há anos e nos quais ninguém se mete porque só aos intervenientes diz respeito.
Não há mais nada para fazer?
Isto é o melhor dos exemplos.
Numa linguagem infantil de quem nada percebe dos assuntos sérios e realidades profundas e complexas, o isto pode ser traduzido como dois grupos de miúdos, moradores em bairros rivais, em que uns pregam umas bofas nos dentes dos outros e os tais outros respondem com uma chuva de calhaus.
Já numa tirada mais séria e digna de gente crescida, quer isto significar que o grupo de miúdos distribuidor de chapadões ao domicílio afinal atira calhaus e rockets aos quintal dos vizinhos, vizinhos esses, sempre simpáticos e prestáveis, aqui representados pelos tais outros, o outro grupo de miúdos, responde, não com os inocentes calhaus, mas com mísseis e outras coisas que tais, disparados de tanques estrategicamente posicionados para irem acertar na sopa de quem ao lado mora.
Pois sim, questões complexas, profundas, que duram há anos e nos quais ninguém se mete porque só aos intervenientes diz respeito.
Não há mais nada para fazer?
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Feliz Natal
Copycat
Copycat é um fenómeno interessante, para dizer o mínimo. Estuda-se lá para os lados da psicologia e entende-se, latu sensu, acções de gente cansada demais para inovar e que imita o que pelos outros foi feito. Fala-se no fenómeno, normalmente, quando se fala em serial killers ou assassinos particularmente meticulosos no seu trabalho, tão bem ou mal feito que valerá a pena copiá-lo. Abundam as obras cinematográficas sobre a matéria, nao será uma coisa rara e surpreendente difícil de perceber.
Em vez de ir e fazer alguma coisa nova, imita-se o que antes de fez. Muito engenhoso.
Também existem copycat noutros âmbitos que não somente a arte de retalhar pessoas, o que é deveras interessante.
Só que em vez de copiar formas minuciosas de fazer bater a caçoleta aos outros, há mais a imitação de acções, antes feitas ao próprio, agora espelhadas nas acções de todos os dias para os outros ; faz-se aos outros o que os outros outros fizeram antes aos próprios.
Também se chama ressabianismo, mas tal é palavra que não existe no dicionário ; rancoroso também não se adequa, rancor guarda-se do que se nos foi feito, não quer dizer necessariamente fazer igual ao que antes sucedeu.
Mais interessante ainda é o sentimento de dependência que este tipo de acções cria no fazedor. Não há vida sem uma vingançazinha privada, em louvor dos velhos e bons tempos em que o ser humano mais próximo fez com que a luz do Natal se apagasse de vez. Tal como uma droga.
E não há forma de apagar a necessidade de fazer igual ou ainda pior. Forma-se um ciclo vicioso onde já não se distingue o fim do início, e como tal não há forma de dele se sair.
Copycat existe. Não nos filmes, na vida real. Todos os dias, alguém se vinga do que lhe foi feito. Para um dia mais tarde recordar e poder bradar ao mundo, eu vinguei-me.
Praga que não tem fim.
Copycat existe.
Em vez de ir e fazer alguma coisa nova, imita-se o que antes de fez. Muito engenhoso.
Também existem copycat noutros âmbitos que não somente a arte de retalhar pessoas, o que é deveras interessante.
Só que em vez de copiar formas minuciosas de fazer bater a caçoleta aos outros, há mais a imitação de acções, antes feitas ao próprio, agora espelhadas nas acções de todos os dias para os outros ; faz-se aos outros o que os outros outros fizeram antes aos próprios.
Também se chama ressabianismo, mas tal é palavra que não existe no dicionário ; rancoroso também não se adequa, rancor guarda-se do que se nos foi feito, não quer dizer necessariamente fazer igual ao que antes sucedeu.
Mais interessante ainda é o sentimento de dependência que este tipo de acções cria no fazedor. Não há vida sem uma vingançazinha privada, em louvor dos velhos e bons tempos em que o ser humano mais próximo fez com que a luz do Natal se apagasse de vez. Tal como uma droga.
E não há forma de apagar a necessidade de fazer igual ou ainda pior. Forma-se um ciclo vicioso onde já não se distingue o fim do início, e como tal não há forma de dele se sair.
Copycat existe. Não nos filmes, na vida real. Todos os dias, alguém se vinga do que lhe foi feito. Para um dia mais tarde recordar e poder bradar ao mundo, eu vinguei-me.
Praga que não tem fim.
Copycat existe.
Joy To The World
A raça humana assim caminha. Como sempre caminhou, sem novidade, sem desvios, sem noticia a salientar.
Nem o facto de se aproximar o Natal ajuda a que a natureza se levante da sua confortável poltrona e vá fazer alguma coisa que não o habitual. Nem pensar, Natal é época de fazer coisas fora do comum, como comprar um shopping inteiro, comer uma vaca na consoada, escrever postais de boas festas com frases feitas, desejar boas entradas a pessoas de quem não se gosta só para não ficar mal visto. Isto, sim, é fazer algo de extraordinário.
Passar por cima dos outros.
Pisar o próximo.
Fazer de tudo para eliminar alguém só porque é tão bom como o próprio.
Pôr em causa o trabalho dos outros por causa de caprichos.
Não ter respeito pela opinião alheia.
Não respeitar o trabalho ou o esforço dos outros.
Pensar que se é melhor que todos em redor.
Obrigar os outros a pensar como o próprio, e se mesmo assim o próximo não pensar, usar a coacção.
Fazer queixinhas a superiores hierárquicos quando as coisas não correm como esperado.
Crer piamente que existe uma conspiração internacional a decorrer para matar as boas pessoas, e daí ter que se eliminar os potenciais adversários.
Esqueçam o tempo de paz e amor, esqueçam a época de solidariedade, esqueçam do tempo em que os Homens voltam a ser irmãos.
Esta é a verdadeira natureza humana. Perseguir. Caçar. Matar. Destruir. Esmigalhar.
Os outros. Sempre os outros. Os outros, que por acaso até são da mesma espécie que aquele que caça, de maneira que anda um canibalismo no ar há milhões de anos.
Os estúpidos não só só dão por isso agora, como ainda se espantam.
Haja alegria. Viva o Natal de sempre.
Nem o facto de se aproximar o Natal ajuda a que a natureza se levante da sua confortável poltrona e vá fazer alguma coisa que não o habitual. Nem pensar, Natal é época de fazer coisas fora do comum, como comprar um shopping inteiro, comer uma vaca na consoada, escrever postais de boas festas com frases feitas, desejar boas entradas a pessoas de quem não se gosta só para não ficar mal visto. Isto, sim, é fazer algo de extraordinário.
Passar por cima dos outros.
Pisar o próximo.
Fazer de tudo para eliminar alguém só porque é tão bom como o próprio.
Pôr em causa o trabalho dos outros por causa de caprichos.
Não ter respeito pela opinião alheia.
Não respeitar o trabalho ou o esforço dos outros.
Pensar que se é melhor que todos em redor.
Obrigar os outros a pensar como o próprio, e se mesmo assim o próximo não pensar, usar a coacção.
Fazer queixinhas a superiores hierárquicos quando as coisas não correm como esperado.
Crer piamente que existe uma conspiração internacional a decorrer para matar as boas pessoas, e daí ter que se eliminar os potenciais adversários.
Esqueçam o tempo de paz e amor, esqueçam a época de solidariedade, esqueçam do tempo em que os Homens voltam a ser irmãos.
Esta é a verdadeira natureza humana. Perseguir. Caçar. Matar. Destruir. Esmigalhar.
Os outros. Sempre os outros. Os outros, que por acaso até são da mesma espécie que aquele que caça, de maneira que anda um canibalismo no ar há milhões de anos.
Os estúpidos não só só dão por isso agora, como ainda se espantam.
Haja alegria. Viva o Natal de sempre.
domingo, 21 de dezembro de 2008
sábado, 13 de dezembro de 2008
Esqueci-me Disto ...
Manoel de Oliveira
É imperdoável lembrar a tempo e horas de memorandos para aqueles que deixam de existir e depois esquecer um aniversário tão marcante como um centenário, ainda por cima de um cineasta, já de si alguém nada dentro do comum.
Porém, também o Presidente da República só hoje o condecorou, é porque o atraso não é assim tão grande.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
10 Anos de Nobel
O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever (...).Chamavam-se Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha esses avós, e eram analfabetos um e outro.Era capaz de pôr o universo em movimento apenas com duas palavras.
(...) Tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito,(...)o meu avô(...)ao pressentir que a morte o vinha buscar,foi despedir-se das árvores do seu quintal,uma por uma, abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as tornaria a ver.
José Saramago, Discursos de Estocolmo.
Já foi assinalado aqui o 10º aniversário do Nobel da Literatura para Saramago.
Porém, não podia deixar passar-se o dia comemorativo e nada acrescentar.
Estas, serão apenas amostras da beleza das palavras nascidas das mãos deste homem, beleza como mais ninguém lhas consegue imprimir.
Um mero e pequeno gesto, de quem não tem vocábulos que cheguem para expressar o que vai na alma quando os olhos encontram as linhas infinitas contadoras de histórias escritas e descritas por alguém sem par.
(...) Tinha pena de ir-se da vida só porque o mundo era bonito,(...)o meu avô(...)ao pressentir que a morte o vinha buscar,foi despedir-se das árvores do seu quintal,uma por uma, abraçando-se a elas e chorando porque sabia que não as tornaria a ver.
José Saramago, Discursos de Estocolmo.
Já foi assinalado aqui o 10º aniversário do Nobel da Literatura para Saramago.
Porém, não podia deixar passar-se o dia comemorativo e nada acrescentar.
Estas, serão apenas amostras da beleza das palavras nascidas das mãos deste homem, beleza como mais ninguém lhas consegue imprimir.
Um mero e pequeno gesto, de quem não tem vocábulos que cheguem para expressar o que vai na alma quando os olhos encontram as linhas infinitas contadoras de histórias escritas e descritas por alguém sem par.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
400º
Durante 400 mensagens, este antro pequenino de perdição sobreviveu.
Acolheu no seu negro seio as amarguras, os devaneios, os rasgos de estupidez e também lucidez que o seu autor aqui depositou.
À laia de comemoração, fica o que nunca aqui faltou ; as músicas, todas na mesma onda, quem as toca, sempre a mesma população, marcos da personalidade de quem gasta as pontas dos dedos a escrever memórias e pensamentos na tela.
Fica, não como despedida, mas como continuação, porque não há vida sem angustia, e quem angustiado é, precisa de expiar o que lhe navega nas veias, e forma de o fazer, é escrever.
Wilder Wein é um clássico para os amantes de Rammstein, no qual Diligentia se encontra no ranking dos 10 mais efervescentes. Não há maneira de apagar as memórias que isto traz, como não há forma alguma de não ver a música como um novo início. De quê, não se sabe ; de alguma coisa será.
O Dia de Hoje
Artigo 41.º
(Liberdade de consciência, de religião e de culto)
1. A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável.
2. Ninguém pode ser perseguido, privado de direitos ou isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das suas convicções ou prática religiosa.
3. Ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo para recolha de dados estatísticos não individualmente identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a responder.
4. As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto.
5. É garantida a liberdade de ensino de qualquer religião praticado no âmbito da respectiva confissão, bem como a utilização de meios de comunicação social próprios para o prosseguimento das suas actividades.
6. É garantido o direito à objecção de consciência, nos termos da lei. ,
(Liberdade de consciência, de religião e de culto)
1. A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável.
2. Ninguém pode ser perseguido, privado de direitos ou isento de obrigações ou deveres cívicos por causa das suas convicções ou prática religiosa.
3. Ninguém pode ser perguntado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo para recolha de dados estatísticos não individualmente identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a responder.
4. As igrejas e outras comunidades religiosas estão separadas do Estado e são livres na sua organização e no exercício das suas funções e do culto.
5. É garantida a liberdade de ensino de qualquer religião praticado no âmbito da respectiva confissão, bem como a utilização de meios de comunicação social próprios para o prosseguimento das suas actividades.
6. É garantido o direito à objecção de consciência, nos termos da lei. ,
Constituição da República Portuguesa
Quer dizer que o Estado é laico, que não tem religião oficial, que não há imposição de religião aos cidadãos, que cada um é livre de professar o que bem entender, o Estado não se imiscui em nada que diga respeito a crenças de cada um.
Muito bem, muito bonito, democrático e tal.
Estado laico.
Cabimento do feriado hoje celebrado?
Obviamente que todas as razões são boas para não ir trabalhar, ficar na cama até o sol ir bem alto, encafuar-se num centro comercial com mais 500 mil pessoas.
Mesmo assim, qual é o sentido que isto faz?
domingo, 7 de dezembro de 2008
O ( último ) Riso do Escritor
É Oficial
Tarja Turunen
Esta mulher ocupa os dias chuvosos de quem tem necessariamente de sobreviver na selva da contratação pública.
Prende.
Enjaula.
Sequestra.
As horas que poderiam ser melhor aproveitadas, ela rouba.
Os minutos longe da vida, agora resumida a um código recente demais para ter direito a doutrina que o viole da sua privacidade, é ela que os dimunui.
Um fim de semana prolongado passado com a cara enfiada num livro que nunca mais acaba, foi ela que o programou.
Ela. Sempre ela.
Bem, não é bem ela, ela, mas é uma muito parecida. Até demais. Igual a ela, mas não ela.
A insanidade tem destas coisas.
Olha, mais uma!
Rara, rara, rara.
Hoje surgiu na memória esta melodia, já que se anda em mexida no baú de Rammstein, ao menos que fique bem retratada a viagem no tempo, e que se mostre uma raridade, antiguidade tao querida pelos ouvidos destas paragens.
Leg mir das Halsband um
dann geh ich auf die Knie
und fang zu bellen an
der Schmerz ist schon wie nie
Mach den Kafig auf
hol mich ins Sternenreich ja
Komm tuh mir langsam weh
leg mir die Ketten an
und zieh die Knoten fest
damit ich lachen kann
Mach den Kafig auf
hol mich ins Sternenreich ja
Dort wo die Sterne waren
drehn sich Feuerrader
wir feiern eine Leidenschaft
der Schmerz ist schon wie du
Feuerräder, Rammstein
sábado, 6 de dezembro de 2008
A Verdadeira Vingança de Montesquieu
É extraordinário que qualquer sistema filosófico assente nestas três palavras : "Estou-me nas tintas".
Montesquieu
Pois sim, muito inteligente, um marco no seu tempo, influência dramática na história do pensamento jurídico.
Dizia disparates como toda a gente.
Ou será que o disparate é que o dizia a ele?
Montesquieu
Pois sim, muito inteligente, um marco no seu tempo, influência dramática na história do pensamento jurídico.
Dizia disparates como toda a gente.
Ou será que o disparate é que o dizia a ele?
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
A Estupidez de Todos os Dias
- O último livro da Bíblia é o índice.
- Abafadores de orelhas é coisa de gente fascista mal vestida, mas a verdade é que cobiçá-los é demais.
- Quem não tem mais nada que fazer, lê o ETAF enquanto engole uma sandes de panado.
- Aquela senhora gorda que finge que está grávida para se poder sentar no comboio quando meio mundo vai de pé ainda não foi desmascarada, ainda hoje fez o mesmo truque e toda a gente engoliu a patranha.
- Quanto mais páginas se lêem de um livro que versa sobre contratos públicos, mais páginas nascem no fim desse mesmo livro, impedindo o leitor de chegar ao fim.
- Sabe-se que a pobreza é grande quando se consegue dar cabo de um mísero fecho de um estojo que durou 4 anos sem nunca quebrar. Sabe-se que a pobreza é ainda maior quando não se tem mais estojo nenhum.
- Sabe-se que se tem alma de terrorista quando apetece usar o isqueiro, não para acender cigarros, mas para pegar fogo ao casaco de penas da pessoa ao lado, para ver o que acontece.
- Simulação de um processo no último dia de aulas para lembrar que não há Natal passado em paz e sossego porque dali a dias já se arrota com 3 exames. Ou frequêcias. Não faz diferença, arrotam-se com elas de qualquer maneira.
- Ler Saramago de pernas para o ar fará melhor ao cérebro do que lê-lo em andamento, num autocarro às escuras.
- Qual será a difrenca entre borbulha perigosamente grande e quisto/porcaria que se enganchou ali/cancro/uma coisa dessas?
- Abafadores de orelhas é coisa de gente fascista mal vestida, mas a verdade é que cobiçá-los é demais.
- Quem não tem mais nada que fazer, lê o ETAF enquanto engole uma sandes de panado.
- Aquela senhora gorda que finge que está grávida para se poder sentar no comboio quando meio mundo vai de pé ainda não foi desmascarada, ainda hoje fez o mesmo truque e toda a gente engoliu a patranha.
- Quanto mais páginas se lêem de um livro que versa sobre contratos públicos, mais páginas nascem no fim desse mesmo livro, impedindo o leitor de chegar ao fim.
- Sabe-se que a pobreza é grande quando se consegue dar cabo de um mísero fecho de um estojo que durou 4 anos sem nunca quebrar. Sabe-se que a pobreza é ainda maior quando não se tem mais estojo nenhum.
- Sabe-se que se tem alma de terrorista quando apetece usar o isqueiro, não para acender cigarros, mas para pegar fogo ao casaco de penas da pessoa ao lado, para ver o que acontece.
- Simulação de um processo no último dia de aulas para lembrar que não há Natal passado em paz e sossego porque dali a dias já se arrota com 3 exames. Ou frequêcias. Não faz diferença, arrotam-se com elas de qualquer maneira.
- Ler Saramago de pernas para o ar fará melhor ao cérebro do que lê-lo em andamento, num autocarro às escuras.
- Qual será a difrenca entre borbulha perigosamente grande e quisto/porcaria que se enganchou ali/cancro/uma coisa dessas?
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