sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Na Senda da Senda

Quando leio ou escrevo a expressão "na senda de", lembro-me sempre da minha ilustríssima anterior entidade patronal, que odiava que escrevesse nas peças esta locução.

Dizia sempre onde é que você viu que isto se escreve ou quem é lhe disse que isto se usa ou, ainda, porque é que está a usar esta linguagem de polícia, achando que me ofendia profundamente ao comparar-me a um agente da autoridade. Mal sabendo, claro, que a polícia não usa esta expressão (para esses funciona o nomeadamente e o efectivamente, o derivado de e o das mesmas, expressões que ele próprio se fartava de usar) e que na senda de até se pode ler amiúde na jurisprudência e noutras literaturas jurídicas.

E isto vindo de uma pessoa que, a escrever peças processuais, dava erros gramaticais de meia noite e que se achava, simultaneamente, um poço da eloquência escrita e falada. Ainda tenho guardadas algumas pérolas dessa sabedoria ancestral e, qualquer dia, não tendo o que fazer, pespego com elas aqui.

Portanto, na senda do post anterior, que é, ele próprio, na senda de um outro post mais antigo, lembro-me disto e arrependo-me de todas as oportunidades que tive para o mandar abertamente para o caralho e não aproveitei.

#souestúpidaegosto

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