... que não percebo. Nem quero perceber, a bem da verdade.
Qual é a necessidade das pessoas atenderem o telefone com a boca cheia?
Ou estarem a falar enquanto comem?
Acharão sexy o barulho da mastigação?
Creem decente que se fale e nada se perceba?
Cada vez que me deparo com um fenómeno destes lembro-me sempre daquela andorinha que fazia parte do meu patronato anterior, que adorava vir para o pé dos outros enquanto comia fruta.
Nada a dizer, fosse ela uma pessoa normal e com normas de socialização e educação interiorizadas. Mas não era.
Aquela mulher só sabia comer fruta a chupar a dita e a fazer um cagaçal de meia noite, sugando muito bem sugadinho qualquer pontinha de humidade que pudesse haver naquele pedaço de natureza. Lembro-me particularmente das pêras, que gostava delas madurinhas e cheias de sumo, para depois parecer um aspirador avariado a tentar puxar para o saco um quilo de pedras. Não raras vezes a apanhei nestes preparos a falar com clientes, não só pelo telefone, mas frente a frente, a mostrar a toda a gente como se comia no Paleolítico.
Pensava eu, na minha inocência, que era só ela que não tinha maneiras, que era bruta e provinciana e que só fazia aquilo porque, coitada, apesar do imenso mar de dinheiro que possuía, era bruta como as casas e, no fundo, uma matarruana de meter dó.
Pois que parece que não.
Afinal, em todo o lado há pessoínhas destas, porcas até à 15ª geração, que não sabem comer e gostam de vir ensebar o ar que os outros respiram com nódoas de pêssego e migalhas de pão.
Foda-se, que é demais...
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