quinta-feira, 29 de julho de 2010

Da Teoria do Perfume

O perfume não engana ninguém, um cabrão topa-se à distância.
Não se pode descrever, é uma sensação, um prenúncio, um travo no perfume de uma pessoa denuncia automaticamente o conteúdo do cérebro.
Trauma ou estupidez, bola de cristal, sorte ou adivinhação, não se saberá, sabe-se que um nariz apurado salva a vida de muita gente, não há como enganar, o almíscar é um elemento que entra na maioria dos perfumes, quando é demais, é porque o perfume pertence a uma gama comprada por gente pouco séria.

Mesmo assim, e porque ainda se acredita no sistema, e o in dubio pro reo é um princípio tão bonito, não nos podemos pôr a julgar os outros por dá cá aquela palha, aliás, julgar o quê, não há pretensões a ser deus, ainda menos magistrado, cada um amanha-se como quer, que tem o próximo a ver com o assunto a não ser por pura vontade malévola de crucificar?
Como tal, dá-se uma abébia, um benefício de dúvida, não custa nada, se nos fossemos guiar pelas primeiras impressões nos outros, não tarda nada vivíamos todos em ilhas desertas.

Porém, uma pessoa que há muitos anos vira frangos, que é como quem diz, há anos que observa atentamente os comportamentos sociais de determinadas estirpes de pessoas, sabe reconhecer um risco quando o vê, sabe e não há volta a dar, há pessoas que já vêm com um pirilampo vermelho gigantesco por cima da cabeça, o arauto das más notícias, o famoso red alert, red alert! Portanto, o que se vê é mais que certo, a primeira impressão nunca falhará muito, apenas se decide fechar os olhos uns segundos para dar a hipótese de estarmos enganados, uma cortesia para que os outros não pensem que somos anti-sociais e seres malcriados.

Todavia, queridos amigos, as pulgas são animais fantásticos, capazes de não deixar dormir uma criatura quando lhes dá para chatear, e quando se põem atrás da orelha, é um vê se te avias de mordedelas para ver se a criatura não adormece, nem pode, tem mais é que estar atento, vem aí um cabrão.

Não que haja a veleidade de ser como um Presidente da República, antes Primeiro-Ministro, que tudo sabe, nunca se engana e raramente tem dúvidas, mas lá está, a queimadura do forno frangueiro já alastra, não há como fugir à verdade, o perfume é o identificador nº1 dos porcos que fazem a vida das mulheres uma miséria, todos os avisos vermelhos têm de ser accionados quando chega ao nariz o cheiro demasiado agradável, a cheirar a açúcar com mel, mais uns pozinhos de flores e madeiras, bolas, que é complicado descrever um cheiro, não há maneira de o fazer, de todo, há que ter mas é cautela, não vá cheirar a esturro, que é para não dizer a merda, depois.

Moral da história: fora com o in dubio pro reo no que concerne perfumes masculinos, pôr tudo no mesmo saco e fugir a sete pés.

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