Qualquer dia, ainda arranjo maneira de me declararem insolvente por causa desta mania de andar sempre a comprar protectores de pés...
Dos Incidentes, Pareceres e Vicissitudes várias. Porque "Quando a ralé se põe a pensar, está tudo perdido", lá dizia Voltaire...
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Da Teoria do Perfume
O perfume não engana ninguém, um cabrão topa-se à distância.
Não se pode descrever, é uma sensação, um prenúncio, um travo no perfume de uma pessoa denuncia automaticamente o conteúdo do cérebro.
Não se pode descrever, é uma sensação, um prenúncio, um travo no perfume de uma pessoa denuncia automaticamente o conteúdo do cérebro.
Trauma ou estupidez, bola de cristal, sorte ou adivinhação, não se saberá, sabe-se que um nariz apurado salva a vida de muita gente, não há como enganar, o almíscar é um elemento que entra na maioria dos perfumes, quando é demais, é porque o perfume pertence a uma gama comprada por gente pouco séria.
Mesmo assim, e porque ainda se acredita no sistema, e o in dubio pro reo é um princípio tão bonito, não nos podemos pôr a julgar os outros por dá cá aquela palha, aliás, julgar o quê, não há pretensões a ser deus, ainda menos magistrado, cada um amanha-se como quer, que tem o próximo a ver com o assunto a não ser por pura vontade malévola de crucificar?
Como tal, dá-se uma abébia, um benefício de dúvida, não custa nada, se nos fossemos guiar pelas primeiras impressões nos outros, não tarda nada vivíamos todos em ilhas desertas.
Porém, uma pessoa que há muitos anos vira frangos, que é como quem diz, há anos que observa atentamente os comportamentos sociais de determinadas estirpes de pessoas, sabe reconhecer um risco quando o vê, sabe e não há volta a dar, há pessoas que já vêm com um pirilampo vermelho gigantesco por cima da cabeça, o arauto das más notícias, o famoso red alert, red alert! Portanto, o que se vê é mais que certo, a primeira impressão nunca falhará muito, apenas se decide fechar os olhos uns segundos para dar a hipótese de estarmos enganados, uma cortesia para que os outros não pensem que somos anti-sociais e seres malcriados.
Todavia, queridos amigos, as pulgas são animais fantásticos, capazes de não deixar dormir uma criatura quando lhes dá para chatear, e quando se põem atrás da orelha, é um vê se te avias de mordedelas para ver se a criatura não adormece, nem pode, tem mais é que estar atento, vem aí um cabrão.
Não que haja a veleidade de ser como um Presidente da República, antes Primeiro-Ministro, que tudo sabe, nunca se engana e raramente tem dúvidas, mas lá está, a queimadura do forno frangueiro já alastra, não há como fugir à verdade, o perfume é o identificador nº1 dos porcos que fazem a vida das mulheres uma miséria, todos os avisos vermelhos têm de ser accionados quando chega ao nariz o cheiro demasiado agradável, a cheirar a açúcar com mel, mais uns pozinhos de flores e madeiras, bolas, que é complicado descrever um cheiro, não há maneira de o fazer, de todo, há que ter mas é cautela, não vá cheirar a esturro, que é para não dizer a merda, depois.
Moral da história: fora com o in dubio pro reo no que concerne perfumes masculinos, pôr tudo no mesmo saco e fugir a sete pés.
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Posição Doutrinária
terça-feira, 27 de julho de 2010
Que Desgosto...
Tem uma pessoa um ídolo e fazem-lhe uma coisa destas.
Tem-se as mais altas expectativas e tudo fazem para que sejam goradas.
É um ultrage e uma pouca vergonha!
Poderia só ser o caso de adoração intelectual, que para isso até há mais do que capacidade do dito ídolo, mas não, nem é só isso, que os olhos também comem, e comiam uma grande coisa, mas insistem em tudo escangalhar.
Já não se pode ter um deus pessoal que arranjam logo maneira de arrancar ilusões e destruir fantasias do mais perfeito de todos os seres.
Ora bolas, não se faz!
Tem-se um homem na mais alta das considerações, no mais alto dos pedestais, e o estupor arranja logo maneira de cair do altar abaixo e partir-se em bocadinhos, qual jarra de cristal. Não se faz.
Porque resulta nisto:
Tuomas Holopainen, o Desgraçado
Tem-se as mais altas expectativas e tudo fazem para que sejam goradas.
É um ultrage e uma pouca vergonha!
Poderia só ser o caso de adoração intelectual, que para isso até há mais do que capacidade do dito ídolo, mas não, nem é só isso, que os olhos também comem, e comiam uma grande coisa, mas insistem em tudo escangalhar.
Já não se pode ter um deus pessoal que arranjam logo maneira de arrancar ilusões e destruir fantasias do mais perfeito de todos os seres.
Ora bolas, não se faz!
Tem-se um homem na mais alta das considerações, no mais alto dos pedestais, e o estupor arranja logo maneira de cair do altar abaixo e partir-se em bocadinhos, qual jarra de cristal. Não se faz.
Porque resulta nisto:
Tuomas Holopainen, o Desgraçado
Meus Filhos
É em dias como este, leia-se calor dos infernos, que se percebe, finalmente, porque é que a Reforma Agrária não funcionou, porque têm os alentejanos fama de não gostar de trabalhar e porque é que África é um continente em vias de desenvolvimento.
Como é que se trabalha com um calor destes?!
Como é que se trabalha com um calor destes?!
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Dare Me
Oh, não, não penses que me esqueci de ti.
Que não ponha aquele ar tão contente de criancinha que vai roubar uma bolacha quando ninguém está a olhar, não vale a pena pôr cara de conspurcada inocente, esse eterno vilipêndio no olhar, de quem sofre e carrega as amarguras do mundo nos pobres ombros, esse semblante de mártir, esse ar de Cristo na cruz.
Esquece, porque eu não me esqueci, ainda há-de vir longe o dia em que me esqueça, que isto das mentes rancorosas têm sempre o seu quê de idiotice, quem sou eu para negar a minha própria estupidez, não se pode lutar contra aquilo que é natural, enfim, cada maluco, passo a repetição, sua ideia, não vale a pena, está no sangue, terá que ser.
Mania de regressar dos mortos, com que então. Muito bem, crê-se que sim, há que manter uma mente aberta, tudo será possível até prova em contrário, o que, na prática, quer dizer que tudo o que os outros resolvam inventar, temos que aturar e suportar, pois então, que é isto senão o viver social, comam e calem, que a seguir vem mais. Ou seja, tudo o que se quiser dizer e fazer, está-se à vontade, é tudo do povo, os outros é que são os maus, não é, então faz-se o escarcéu que mais aprouver e os restantes que se fodam, quem vem trás que feche a porta, lá diz a minha avó, e melhor para sabedoria popular não há, os velhos sabem tudo, e o que não sabem, inventam que a idade colmata o resto.
Regressar dos mortos não é lá muito boa ideia. Digo eu, vá, que não sei nada de nada, e hoje estou com um feitio desgraçado, não digo coisa com coisa, que nunca disse, mas enfim, e nem sequer é dizer, é escrever, já nem dá para usar figuras de estilo que vêm logo chatear com a exactidão linguística.
Chateia, o regressar dos que partiram, dizia, porque já se tinha habituado a viver pacificamente sem presenças incómodas, sem pestilências, sem outras coisas que tais e de repente, já cá está o cadáver a melgar, que merda esta, afinal enterram-se os defuntos por uma questão de higiene e depois é isto, quero mas é o meu dinheiro de volta.
Então, então, pensavas que me esquecia de ti? Isso é que era bom.
Não só não me esqueci, como sou obrigada a lembrar-me, porque os mortos afinal não morrem, os cabrões, continuam a vaguear por aí, uma maçada, por isso não há esquecimento nem perdão, como se diz lá para os lados de Baleizão, voltou e mais valia que tivesse ficado na tumba, ah pois é, que isto das voltas linguísticas são tramadas, quando menos se espera, voltam para nos morder o cu, é o que há.
Não me esqueci, pois não. Não podia ser tudo fácil, pois não? Nem se podia contar com tal facto, com os outros talvez, para quem já deu para esse peditório é que já nem por isso.
Não me esqueci, não.
Um bocado tarde para isso.
sábado, 24 de julho de 2010
Cumbersas
- Nem sei o que aquela C. vê naquele R., o gajo é um banana!
- Deve ter outros atributos.
- E depois? É um banana!
- Sim, mas terá outras qualidades, outras coisas que não conheces.
- Porra, é um banana!
- Bem, pelo menos deve enfiar a banana...
- Pois...
- Deve ter outros atributos.
- E depois? É um banana!
- Sim, mas terá outras qualidades, outras coisas que não conheces.
- Porra, é um banana!
- Bem, pelo menos deve enfiar a banana...
- Pois...
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Próxima Semana
Avizinha-se uma semana solitária com todos os pintaínhos fora da capoeira.
Só lá fica o galo chefe.
Adivinhem lá para quem sobrará...
Só lá fica o galo chefe.
Adivinhem lá para quem sobrará...
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Coisas felinas
Sabe-se que se tem um gato do demónio quando se vai dar com ele com o focinho enfiado num pacote aberto de Doritos.
Leituras II
História interessante e bem imaginada, nada de muito original, é certo, mas mesmo assim, vale a pena a nota de criatividade.
A escrita é que, infelizmente, deixa muito a desejar; linguajar infantil com pretensões a grande literatura, perdendo-se pontos interessantes para o andamento do conto com capricho de mostrar dotes que não existem. Mostra como que uma espécie de arrogância, como se escrever palavras simples fosse mau demais para a autora, que só se contenta se escrever vocábulos elaborados, acabando por misturá-los com linguagem de costureira. Resulta num desastre, pois então.
Assim se estraga uma boa história.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Super Bock Super Rock - Rescaldo
Por todos os quilos de pó que foram comidos, mais as horas que foram passadas em pé, mais as pessoas, esses seres que infelizmente insistem em existir em todo o lado, que são tão estupidazinhas, benza-as deus, de cada vez que há ajuntamentos, por tudo isto valeu a pena.
A qualidade musical foi tanta que nem há palavras para descrever.
Grande fim-de-semana de festival.
Sábado, dia 17 de Julho:
Julian Casablancas
(excelente cantor, um bocado estouvado, mas extremamente competente)
Hot Chip
(grande surpresa, não dava nada por eles e puseram toda a gente a dançar)
A qualidade musical foi tanta que nem há palavras para descrever.
Grande fim-de-semana de festival.
Sábado, dia 17 de Julho:
Julian Casablancas
(excelente cantor, um bocado estouvado, mas extremamente competente)
Hot Chip
(grande surpresa, não dava nada por eles e puseram toda a gente a dançar)
(confessando que estava por demais céptica em relação a estes senhores, que me pareciam apenas uma bandinha com um cd popularucho mas sem grande consistência, toma lá uma espectáculo brutal!)
Domingo, 18 de Julho:
(tocam benzinho)
(er... kind of...)
E finalmente, o grande, o magnífico, o extraordinário, o lendário PRINCE!!!
E finalmente, o grande, o magnífico, o extraordinário, o lendário PRINCE!!!
A voz, apesar da idade, continua do melhor, a performance do melhor, esbanjava simpatia e carisma. Um ídolo, uma lenda da música.
Foi dos melhores concertos a que já assisti.
Não percebi lá muito bem o que é que aquela Ana Moura foi lá fazer, mas há coisas que nem vale a pena comentar.
Prince é gigante e está tudo dito.
Harry Potter e os Talismãs da Morte
Parece que, afinal, os filmes de Harry Potter não foram vaticinados ao esquecimento.
A primeira parte dos Talismãs da Morte sai em Novembro e a segunda em Julho de 2011.
Só pensar que dividem a última parte da história em duas já dá arrepios.
Aliás, nem sei porque aguardo ansiosamente a estreia dos filmes desta saga se depois passo o filme inteiro a maldizer a minha sorte e o dinheiro que gastei no bilhete, tamanha é a aldrabice que se vê.
Enfim.
terça-feira, 20 de julho de 2010
Teoria das Compras
Desenganem-se aqueles que pensam, baseados nas premissas empíricas, que a existência é, em si, uma ironia pegada.
Às vezes sim, outras nem tanto, mas no que toca a compras, e isto é mais para o público feminino, não que os homens não façam compras, que fazem, mas pelo menos não são estúpidos que vivam para as fazer, o que se há-de fazer, os géneros serão sempre separados por estas questões menores, nem sempre a ironia, dizia, é aquela que funciona.
Rezam os mais altos ditames da filosofia de bancada, essas bíblias do viver, que quando não há dinheiro, todas as coisas são lindas, tudo parece maravilhoso, tudo se quer comprar; quando o vil metal abunda, já não se encontra nada, tudo desapareceu, oh que triste que estou.
A questão aqui é tão somente a ironia, essa figura pouco lavada, que insiste em aparecer em todo o lado a estragar a vidinha a uns e a outros.
Pois sim.
Experimente-se, então, entrar num estabelecimento comercial de interesse relativo quando anteriormente nada havia para achar graça, com o relevante pormenor da carteira recheada para ver como a ironia vai logo à viola e se sai de uma loja sem nada de especial com os bracinhos carregados com coisas apenas relativamente giras e tal, deixando lá uma fatia relativa do salário.
Ironia relativa, portanto.
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Posição Doutrinária
Cúmulo de Qualquer Coisa
O que é que pode acontecer de tão extraordinário num simples dia de trabalho, igual a tantos outros, nem melhor, nem aparentemente pior?
Ter que entrar pela janela, ajudada por um escadote que já teve tempos áureos, sim, mas já não agora, com uns saltos de sabe-se lá quantos cêntimentros, alçar a perna e ficar presa no caixilho, ou melhor, deixar lá uma parte da nádega esquerda, que nestas coisas, os caixilhos são uns gatunos, se fica lá alguma coisa presa, ficam com ela, que a vida está difícil e temos que nos arranjar como podemos, que é que querem, c'est la vie, e tudo isto porquê, porque alguém se lembrou que hoje era um óptimo dia para mandar abaixo uma parede, e não é uma parede qualquer, é a parede traseira do edifício.Porra.
Mais engraçado é ver pessoas de bem, pessoas jurídicas de sucesso, a ficar com as partes baixas presas no dito caixilho, enfim, sobre os caixilhos já tudo foi dito, quem manda só haver uma escada que permita o acesso a toda a casa, é o que há, e ficar a vê-los ficar azuis e querer mandar uma caralhada e não poderem porque a postura nunca se perde, bardamerda mais à mania das obras e dos arranjinhos nas paredes, vem um gajo trabalhar descansadinho e é logo isto.
Graças a deus que não saí homem do frasco, senão havia de ser pior.
Sobrevive-se, entretanto.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Mortis Causa
Caminhavam lado a lado, encolhidos nos casacos, subindo a rua que terminava lá longe. Não parecia, mas eram similares, filhos dos mesmos laços, unidos, mais que não fosse, pela figura pequenina e vestida de preto, mimada pelos anos, que vinha atrás, conjugando o fôlego com os passos, que os anos só mimam as pessoas no palavreado literário, quando pesam nos ombros a figura de estilo deixa de ter piada. Duas gerações separadas pelos passos. Os herdeiros. De fortuna alguma, da tristeza no olhar, do tempo que passou, do caminhar pesado, de si.
Passando os pesados portões, quase de olhos fechados sabiam o caminho até à casa que procuravam, apenas os mantendo abertos pelo trilho sinuoso debaixo dos pés, que pedia que nele não tropessassem, não fosse estar aberto algum buraco, daqueles de sete palmos, sítio perigoso para se cair, este.
Chegaram. A casa é baixinha, preta, de inscrições nas paredes e outros dizeres. Memorial.
Não se ouve nada, a não ser o vento que passeia por ali, despentando flores, sacudindo a água das poças, arrepiando uma ou outra cabeça escondida no intervalo de outras casinhas que por lá se amontoam. Silêncio e nada.
Olham uns para os outros. A velha figura nada diz, o vazio come-lhe as palavras. Os outros, os que são parecidos, olham também.
E num gesto repentino, um deles pega na vassoura velha, enquanto o outro vai buscar um balde com água. E sem nada acordarem, lavam e esfregam e limpam a casinha. E a velha continua a olhar, sem nada dizer, o que é que pode haver para dizer, limpar é gesto de vivência, os vivos limpam à sua volta para poderem viver, os mortos limpam-nos os vivos, que já nada mais há a fazer, ao menos sempre os vivos mantêm a ilusão de que sobra um último gesto, são coisas da vida, e da morte, porque não, tratar os que já não existem como se fosse seres deste mundo, é assim que se mantém viva a memória, ou o que seja, ao menos que não se passe a eternidade numa casinha feita de teias de aranha e outras sujidades.
Nenhum deles acordou o que que que fosse, e mesmo assim, sincronizados como bailarinos, não deixando passar poeira alguma, limpando todos os poros do mármore.
Nenhum deles acordou nada, mas olham um para o outro e têm a mais longa conversa de sempre sem mexerem os lábios.
Passando os pesados portões, quase de olhos fechados sabiam o caminho até à casa que procuravam, apenas os mantendo abertos pelo trilho sinuoso debaixo dos pés, que pedia que nele não tropessassem, não fosse estar aberto algum buraco, daqueles de sete palmos, sítio perigoso para se cair, este.
Chegaram. A casa é baixinha, preta, de inscrições nas paredes e outros dizeres. Memorial.
Não se ouve nada, a não ser o vento que passeia por ali, despentando flores, sacudindo a água das poças, arrepiando uma ou outra cabeça escondida no intervalo de outras casinhas que por lá se amontoam. Silêncio e nada.
Olham uns para os outros. A velha figura nada diz, o vazio come-lhe as palavras. Os outros, os que são parecidos, olham também.
E num gesto repentino, um deles pega na vassoura velha, enquanto o outro vai buscar um balde com água. E sem nada acordarem, lavam e esfregam e limpam a casinha. E a velha continua a olhar, sem nada dizer, o que é que pode haver para dizer, limpar é gesto de vivência, os vivos limpam à sua volta para poderem viver, os mortos limpam-nos os vivos, que já nada mais há a fazer, ao menos sempre os vivos mantêm a ilusão de que sobra um último gesto, são coisas da vida, e da morte, porque não, tratar os que já não existem como se fosse seres deste mundo, é assim que se mantém viva a memória, ou o que seja, ao menos que não se passe a eternidade numa casinha feita de teias de aranha e outras sujidades.
Nenhum deles acordou o que que que fosse, e mesmo assim, sincronizados como bailarinos, não deixando passar poeira alguma, limpando todos os poros do mármore.
Nenhum deles acordou nada, mas olham um para o outro e têm a mais longa conversa de sempre sem mexerem os lábios.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Las Vagas
Estou completamente viciada nesta música. E nesta banda.
Há anos que a oiço e de vez em quando entra-se-me pelos ouvidos dentro e não sai mais.
E o video é original, ahn!?
Dos Ogres nas Ruas
Oh deus das mentes perturbadas, rogai por nós, que coisas as há que não deixam dormir um ser de cérebro estraçalhado pela estupidez.
Faz-lhe confusão como podem ocorrer tantos acontecimentos mal paridos e mal enjorcados, que querem, hoje é o dia das palavras a atirar para o esquisito, acontecimentos esses que de tão banais deixam um rasto de sentimento de estupidez no encéfalo onde paira.
Porque raio levam as pessoas os carrinhos de bebé para o meio das multidões?
Porque será que gostam tanto de causar atrapalhação quando está muita gente no mesmo sítio?
Porque será que necessitam de levar os filhos para todo o lado, até, e principalmente, para eventos que em que eles nem deviam comparecer?
Porque gostam tanto de chatear os outros? De incomodar?
E porque pensarão elas que as gentes com carrinhos de bebé têm prioridade sobre as pessoas que não têm rodas nos pés?
As crianças mesmo pequenas, ainda é como o outro, os pequenos inimputáveis ainda não caminham, têm necessária e impretrivelmente os paizinhos de os levar para todos os sítios, não vão os putos perder casamento se não forem para junto da amálgama de gente maior que houver lá na terra.
Mas o que mais espanta é que existam pais que ainda metem nos carrinhos infantes do tamanho de ogres, que têm tão boas e tão lindas perninhas para caminhar e ainda se refastelam no sofázinho andante, à espera que os empurrem rua fora, com um ar de superioridade monstrinha nas pequenas caras.
Ora bolas, não há vergonha?
Mas o que mais espanta é que existam pais que ainda metem nos carrinhos infantes do tamanho de ogres, que têm tão boas e tão lindas perninhas para caminhar e ainda se refastelam no sofázinho andante, à espera que os empurrem rua fora, com um ar de superioridade monstrinha nas pequenas caras.
Ora bolas, não há vergonha?
terça-feira, 13 de julho de 2010
Leituras
A grande habilidade de Dan Brown é prender o leitor mesmo quando a história não interessa a ninguém. Sabe deixar em suspense, levar o leitor à loucura em busca da próxima página, deixá-lo de água na boca por mais. Mesmo quando não tem nada para contar.
É o caso em Fortaleza Digital.
A história é só moderadamente interessante; porém o que mais fere nem é tal facto, é uma impressão de lamechice pegada que resolveu enfiar no meio daquelas linhas, à espera que ninguém notasse. Fraquinho, nem parece Dan Brown.
E a ideia de que Espanha é um país do terceiro mundo é de bradar aos céus, por amor da santa! É impossível retirar de certos americanos a ideia peregrina e mentirosa que eles são o único país evoluído do mundo...
Também adorei ( note-se a ironia ) de haver um português supostamente de gema, nascido e criado em Lisboa, tal como é escrito, cujo apelido é Hulohot. Muita tuga, não?
segunda-feira, 12 de julho de 2010
sábado, 10 de julho de 2010
sexta-feira, 9 de julho de 2010
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Linguística
Acaba de se perceber que, no que ao Direito diz respeito, as palavras têm mesmo se ser reveladoras dos factos.
Uma pessoa que passe uns 5 anos numa instituição ensinadora de leis saberá que a educação e a distinção de um ser neste mercado é meio caminho andado, ou não fosse este um mundo cheio de peneirices e salamaleques, em que anda meio mundo a ver se lixa a outra metade, mas sempre com uma extrema educação, nunca se perde a postura em tempo algum.
Qual não será a surpresa de deparar com expressões de verdadeiro naturalismo linguístico, num texto decisório de uma causa. Aqui, já ninguém se acanha de escrever umas caralhadas e uns filhos da puta para que seja sempre favorecida a verdade dos factos.
Viva a naturalidade, vivam as asneiras! Nos acórdãos!
Pergunta-se, então, porque raio é que, fora da verdade dos factos e da sua descoberta, somos todos uns cretinos cheios de vento e vaidade...?
Estranho...
Uma pessoa que passe uns 5 anos numa instituição ensinadora de leis saberá que a educação e a distinção de um ser neste mercado é meio caminho andado, ou não fosse este um mundo cheio de peneirices e salamaleques, em que anda meio mundo a ver se lixa a outra metade, mas sempre com uma extrema educação, nunca se perde a postura em tempo algum.
Qual não será a surpresa de deparar com expressões de verdadeiro naturalismo linguístico, num texto decisório de uma causa. Aqui, já ninguém se acanha de escrever umas caralhadas e uns filhos da puta para que seja sempre favorecida a verdade dos factos.
Viva a naturalidade, vivam as asneiras! Nos acórdãos!
Pergunta-se, então, porque raio é que, fora da verdade dos factos e da sua descoberta, somos todos uns cretinos cheios de vento e vaidade...?
Estranho...
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Isto é o Fim!
Já não se pode estar atrasado.
Não se pode, mesmo.
Porque quando tal acontece, é mais que certo e sabido que há sempre alguma coisa que surge e que atrasa ainda mais o atrasado, isso toda a gente sabe, é a lei da ironia, lei da vida, quando precisas não tens, quando queres não há, quanto mais depressa mais devagar, lá dizia o outro.
O que não se sabe é que quando se vai a abrir pela estrada fora porque já se devia estar no local de labuta há cinco minutos, há uma data de mânfios que manda parar à entrada duma rotunda, mas que merda é esta, polícia logo de manhã, mas que maçada, estou bem arranjada, agora nunca mais daqui saio, quando se repara que afinal não se trata de polícia nenhuma, afinal são os bombeiros, ora porra que deve ter havido acidente, é desta que chego uma hora atrasada, devem estar a cortar a estrada, e agora como é que passo, e afins.
Eis senão quando o senhor bombeiro que manda parar atira logo um grande sorriso e diz "bom dia, menina" com um ar tão dengoso que quase se podia ver o mel a escorrer-lhe do canto da boca.
Este gajo quer dinheiro, só pode.
Bom dia, menina, não quer ajudar a Corporação a comprar uma ambulância? Só uma ajudinha, não custa nada.
Tau! Sorte grande. Dinheiro. What else?
Ai que estou tão atrasada, tenho mesmo que ir, não pode ficar para outra altura, desculpe lá, sim?
Oh não faça isso, é só uma contribuição. E vá de estender à frente um cupão de contribuição no valor de 100€.
Não há vergonha. Crê-se mesmo que foram balbuciadas estas palavras.
Não? Então e um cupãozinho de 20€? Não?
Só podem estar a gozar.
1€ chega?
Ah...É qualquer coisa...
Pois, então fica lá com a qualquer coisa, se te aprouver enfia-a no rêgo do ass e deixa-me ir trabalhar, pode ser?
Bolas...!
terça-feira, 6 de julho de 2010
Descoberta
Se um ser precisar muito do serviço público e o serviço público não estiver pelos ajustes e não quiser fornecer, pegar no telefone e chatear toda a gente até o trabalho aparecer feito é das melhores coisas a fazer.
Porque, meus filhos, resulta mesmo!
Porque, meus filhos, resulta mesmo!
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Comentário Jurídico da Latrina
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Da Futilidade II
Contando os dias para a Expedição do Ano à Primark.
Senhor, ajudai tua serva quebrada que não pode ter uns trocos na carteira que só pensa em comprar futilidades.
Senhor, ajudai tua serva quebrada que não pode ter uns trocos na carteira que só pensa em comprar futilidades.
Do Arrastamento
O existir é um longo arrastar.
Desde cedo, as pessoas arrastam-se para todo o lado, para a escola, para o trabalho, para casa, toda a gente se vai arrastando para qualquer lado.
Pequeninos, arrastamo-nos pela escola, esperando chegar ao fim do dia para poder ir brincar em paz. E o tempo da brincadeira passa a correr.
Graúdos, novamente arrastando o rabo por um outra escola, esperando chegar a casa e fazer nenhum.
Ligeiramente crescidos, arrastamo-nos por mais uma escola, esperando um tempo de pausa para fumar um cigarro.
Depois de tanatas escolas, a faculdade, em que se espera por um pouco mais que um cigarro ou um tempo de lazer; espera-se sobreviver.
Já no trabalho, espera-se pelo fim-de-semana, tão miserável que dois dias passam num sopro, e quando se dá por ela já se está a trabalhar outra vez.
O existir é um longo arrastar. De casa para o trabalho e pelo caminho inverso.
Pelo meio, nada.
Encontram-se velhos conhecidos nas redes sociais da moda, pessoas que cruzam o caminho connosco durante uns anos, poucos, há tanto tempo que nem se lembra bem quando foi. Fizeram a vida como lhes deu mais jeito, como toda a gente. Arrastam-se pela vida fora, como toda a gente.
E pelo meio, nada.
Desde cedo, as pessoas arrastam-se para todo o lado, para a escola, para o trabalho, para casa, toda a gente se vai arrastando para qualquer lado.
Pequeninos, arrastamo-nos pela escola, esperando chegar ao fim do dia para poder ir brincar em paz. E o tempo da brincadeira passa a correr.
Graúdos, novamente arrastando o rabo por um outra escola, esperando chegar a casa e fazer nenhum.
Ligeiramente crescidos, arrastamo-nos por mais uma escola, esperando um tempo de pausa para fumar um cigarro.
Depois de tanatas escolas, a faculdade, em que se espera por um pouco mais que um cigarro ou um tempo de lazer; espera-se sobreviver.
Já no trabalho, espera-se pelo fim-de-semana, tão miserável que dois dias passam num sopro, e quando se dá por ela já se está a trabalhar outra vez.
O existir é um longo arrastar. De casa para o trabalho e pelo caminho inverso.
Pelo meio, nada.
Encontram-se velhos conhecidos nas redes sociais da moda, pessoas que cruzam o caminho connosco durante uns anos, poucos, há tanto tempo que nem se lembra bem quando foi. Fizeram a vida como lhes deu mais jeito, como toda a gente. Arrastam-se pela vida fora, como toda a gente.
E pelo meio, nada.
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Lado Contrário do Espelho
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Maria Clementina
E esta é a grande verdade desta música:
"Como se apanha um coração sem dar o nosso por caução...?"
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