terça-feira, 23 de outubro de 2007

Columbano Bordalo Pinheiro

Não quero ser um bode expiatório,
Não quero estar farta,
Não quero ser diferente,
Não quero adaptar-me.
Não quero a condescendência como companheira,
Não quero ter a dose de paciência que tenho,
Não quero baixar os olhos,
Não quero calar-me,
Não quero que me entendam.
Não quero mil homens,
Não quero que me sufoquem,
Não quero estar sempre em estado de alerta
Não quero não ser dona de mim.
Não quero o ódio (muito menos o amor),
Não quero a loucura…luto contra a esquizofrenia,
Não quero o arrependimento tardio, uma cama e a Alzheimer a consumir-me.
Não quero a morte,
Não quero esta não vida,
Não quero sobreviver,


Quero uma borracha!

1 comentário:

Diligentia disse...

Poderoso.
AS