terça-feira, 18 de junho de 2019

As reuniões de pais devem ser maravilhosas para as pessoas que têm os filhos em escolas normais.

Nesses certames, discutem-se, creio eu, os problemas mais prementes dos alunos, dão-se soluções, fazem-se os avisos necessários, os recadinhos, as cadernetas e essas coisas todas.
Isto nas escolas normais.


Nas outras escolas e por outras entendam-se escolas/colégios privados, apesar da génese ser mais ou menos a mesma, há sempre um outro factor a ter em conta: o pedantismo dos pais.

Recentemente, fui a um destes encontros na escola do meu herdeiro e deparei-me com a repetição deste fenómeno, que já havia observado desde a primeira reunião.
Havia gente ali que nitidamente não estava ali para se inteirar do percurso dos filhos ou das coisas que estes deviam ter nas mochilas para as semanas de praia que se avizinhavam.

Estavam ali para olhar arrogantemente de alto a baixo os outros pais, enquanto tentavam cruzar as pernas com ar sensual sentados em cadeiras de 10 cm de altura. Estavam ali para se avaliarem uns aos outros e para mostrarem que ou eram médicos, engenheiros, gestores e outras pessoas muito importantes. E que tinham dinheiro, claro. Ninguém diria que estavam ali para saber coisas dos filhos, ranhosos, fiteiros e mal comportados de 2/3 anos; dir-se-ia, antes, que estavam ali para iniciar uma conferência sobre governação do universo.


Nem sei como não fiquei vesga de tanto esforço que fiz para não estar permanentemente a revirar os olhos. Fiquei com a leve sensação que aquilo, de facto, não era uma reunião de pais, era um aquário gigante num restaurante, onde só havia percas vaidosas e estúpidas.



Na minha mui humilde óptica, foi uma valente perca de tempo.
Para a próxima, levo os fones.

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