segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Cinema Nº ... Qualquer Coisa

Deuses, que voltei ao cinema depois de não sei quantos meses...! Confétis!!!!
À falta de melhor, visualizei este.


Ia com as expectativas muito em baixo, pelas críticas que tenho lido. Tudo o que era crítico do género mandou-se fortemente aos arames com esta produção e desancou sem dó nem piedade no filme, dizendo tudo menos doçuras.

Portanto, ia à espera de levar uma banhada de todo o tamanho, sendo certo que não podia deixar de ver, já que pertence ao universo Conjuring e mesmo não tendo a sua mão talentosa na realização, tem James Wan na produção executiva, o  que é sempre uma mais-valia.

Ora bem, sucede que apreciei imenso o filme.
Claro que a crítica tem alguma razão nos comentários que tece.

Todo o filme está repleto de lugares comuns do terror, como as 'mãozinhas marotas' a surgirem por trás do personagem, as sombras que passam em frente ao ecrã, as aparições nos espelhos, os vultos negros ao longe. Também foram buscar inspiração a outros filmes, do género e não só, e não é incomum, ao longo do filme, o espectador conseguir identificar outros filmes onde já viu uma cena parecida.
O final é um tanto estúpido e francamente mal explicado, em que salta à vista a ligação forçada ao segundo filme de Conjuring. Os efeitos sonoros, apesar de impressionantes, são amiúde repetitivos e escassos, havendo vários e longos momentos em que não há som a acompanhar a imagem.

A imagem dos 'monstros' também se torna repetitiva e isto não é bem uma crítica, é como um queixume. Nos seus filmes, James Wan habituou quem o vê a introduzir não só o monstro principal, como também outros monstros, outras criaturas. Logo, quando nos assustamos num filme deste realizador não há garantias que estejamos somente a levar com o antagonista pelos olhos dentro, daí o efeito de maior surpresa. Aqui não há nada disto, é só um monstrinho e mais nada.

De resto, francamente bom.
As interpretações estão óptimas (o que, para um filme de terror, é de se lhe tirar o chapéu) e as personagens são densas e bem construídas.
O efeito visual é bom, apesar de muito escurecido. Percebe-se que a ideia é imergir o espectador na atmosfera de pesadelo que ronda pelo filme, mas creio que se perde ali alguns pormenores visuais, o que é uma pena, porque o cenário é incrível.
A música é arrepiante, no bom sentido, pecando apenas por ser escassa.
Os efeitos especiais são tremendos e consigo vislumbrar o génio de Wan e o seu fascínio por figuras veladas, o que, é preciso dizer, traz um encanto ao filme e ajuda a não deixar cair em desgraça o último capitulo desta saga.
Muito razoável.

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