terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Da Prole

Porque há nas imediações uma moçoila prestes a dar à luz o seu primeiro rebento, na ordem do dia está a conversa sobre gravidez e consequentes anexos. Leia-se, tudo o que pode acontecer durante o período gestacional e depois, quando já está cá fora o petiz.

Cada uma das gajas aqui plantadas, vá, todas, já foram mães e adoram repassar todas as experiências horríveis pelas quais passaram para pôr no mundo os seus lindos filhinhos.

A minha pessoa é a única que ainda não foi mãe, portanto, não participo, só oiço.
E tremo. Tremo mesmo muito.

Pois que tudo de horrível pode acontecer durante a gravidez. O depois, que não haja ilusão, é bem pior.
Em estado de graça, não há lugar a comer tudo o que apetece apesar da fome imensa que dá o divino estado; comer porcarias - fast food e doces - também não é recomendável; carne sempre bem passadinha para não haver azar, sushi é para esquecer. Há que andar constantemente a medir a tensão e a ser espetada com todas as agulhas existentes para ver se está tudo em conformidade, fora as ecografias e restantes exames necessários para ver se o puto está fixe ou se precisa que lhe massagem os pés. Medicamentos para coisas normais como constipações, alergias, ranhos e afins não podem ser tomados, tem que se arranjar uns que não façam mal. Cuidado com os gatos por causa da toxoplasmose, o que quer que isso seja. Já para não falar no óbvio, não fumar, não beber, não beber café, não andar de saltos altos, não andar aos saltos pela rua fora, dormir descansada nunca mais, sexo, a partir de determinada altura, torna-se impraticável, os milhares de quilos que se ganham, yada yada yada...

O depois também vem a ser engraçado: apraz-me sobejamente as semanas seguintes ao parto em que não se pode sentar, as sobras podres que teimam em sair do corpo já se está mesmo a ver por onde, os pontos que infectam, as veias que dilatam, os tornozelos que incham, os joelhos que engordam e um sem fim de maleitas e defeitos que vêm para ficar. Ah, e fodinha que é bom, nem pensar.

Dá vontade de ter filhos?
Dá, então não dá...
É já a correr.

Já não sei se dizem estas coisas porque calha em conversa mostar às outras que se sofreu mais que a gaja do lado (mulheres, fazer o quê ...) ou se dizem a verdade.

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