quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Da Filhadaputice que em Mim Habita

De quando em vez, dá-me para pensar no que há-de vir. No futuro profissional, familiar, pessoal.
Cheguei à conclusão que até gostava de ter filhos, satisfazer o meu instinto maternal, deixar uma marca no mundo, um pouco de mim, já que não acredito na vida para além da morte e creio mesmo que deixar descendência na terra é um dos caminhos para ser lembrado.
Filhos.
Esses seres que nascem do acto do amor, os quais se carregam durante quase um ano e depois se observa e se cuida durante uma vida inteira. É capaz de ser um projecto interessante.
Ter filhos para preencher qualquer coisa e satisfazer o instinto animal de lamber crias que nasceu comigo.


É mentira.
Instinto maternal ou não, que mais parece daquelas balelas que os romances de cordel inventam para colmatar um trauma de infância do autor, a verdade é que engordar 325kg por causa de um rebento, ter que abrir as pernas e, por um buraco do tamanho de uma ameixa, fazer sair uma coisa do tamanho de uma melancia, noites sem dormir e preocupações desde o berço até à cova não é aliciante. Não é. Mesmo para quem venha cá dizer que é a melhor coisa do mundo, e o meu filhinho é tão lindinho e o caraças a sete, só conversa de merda de quem passa a vida a tapar o sol com a peneira e não tem mais nada que fazer senão anular-se como mulher para passar a ser mãe a tempo inteiro. ai que futil que eu sou, batam-me lá, ó mãezecas de família da classe média que acabo de falar mal de ter filhos, que foi para isso que o criador colocou as mulheres no mundo
O que é que é, então, positivo no facto de se pôr uma criancinha no mundo?

Mamas.
Para quem como eu que estava na fila das carcaças quando deus (deve ser certo) distribuiu mamas pelas mulheres, ter mamas que se vejam, luzidias, cheiinhas e grandes é um sonho, uma quimera que se almeja mas que nunca chega.
Como não há dinheiro para operações plásticas, há que optar pelo plano natural da coisa. A gravidez é a operação às mamas dos pobres, até acho que foi o Ricardo Araújo Pereira que o disse...

Pasme-se, afinal, que não dura para sempre, o efeito pode ser muito bom durante uns meses valentes, mas eventualmente há lugar a desinchamento definitivo das ditas. 
Mas porquê, porquê, senhores, se estava tudo tão bem como estava, a criança nascia, as mamas mantinham-se grandes, éramos todos felizes, e isto da natureza sempre tinha os seus aspectos positivos?!!
Não, qual quê.
Não só não se limitam a desinchar como ainda ficam com aspecto de saco plástico de supermercado, ainda mais pequenas que anteriormente.

Era o último reducto da minha esperança, que sou pobre e não tenho dinheiro para mamas boas e artificiais.
Era a minha luzinha ao fundo do túnel para ter um mamalhal daqui até Colares.
Não há. E ainda por cima com a ameaça de levar o pouco que tenho.

Foda-se. É pior que o imposto extraordinário que o Senhor dos Passos nos pôs a pagar.

Sem comentários: