Há por aí um canal de televisão que tem na sua grelha de programação um espaço de comentário e entrevista a personalidades da sociedade portuguesa, personalidades essas que são convidadas a falar e a ser confrontadas com actos e questões polémicas.
Enfim, é o que costuma chamar um espaço de opinião, camuflado com a entrevista, para dar um ar democrático à coisa.
Não há mal nenhum, que se veja, toda a gente pode dar a sua opinião, seja acerca do que for, isto ainda é um país livre, apesar de todos os vendavais que têm surgido sobre o apertar do cerco à liberdade de expressão e imprensa.
Até aqui, tudo bem.
Agora, que sentido é que faz estar a convidar para o dito programa, para obviamente falar sobre aquilo que torna esse convidado uma pessoa fora do comum, se esse convidado se vê impedido de falar sobre o tal assunto, devido a uma providência cautelar?
Nenhum. pois se o senhor não pode falar... er...não fale, pois, se não o pode fazer, não fale.
Então porque raio é convidado para entrevista num programa de televisão?
Ah, espera lá, o apresentador também gosta de dar a opinião dele, é verdade.
Do género, o senhor não pode falar, mas eu posso. E por isso toca de desfiar o rosário de queixas e opiniões sobre o caso que nunca ninguém conseguiu resolver.
Ok, o programa passa a não ser de entrevistas, é só de opinião do apresentador.
Tudo bem, aqui, também.
Mas se as pessoas fazem perguntas, é porque querem ser respondidas, portanto convém que as deixem falar. Ah, não, mas o senhor não pode falar, por isso falo eu.
Está bem.
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